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Capítulo 42 - Teoria do caos

Emily Broussard

No mesmo dia em que voltei para Jacksonville, fui visitar meu pai. Ele estava internado em uma clínica de reabilitação em uma das partes mais afastadas da cidade, quase na saída, e pediu para que, se possível, fosse visita-lo.

Resolvi que iria. Não que meu pai fosse a melhor pessoa do mundo, não que eu tivesse esquecido todo mal que ele havia me feito, mas porque sabia que aquele momento um dia aconteceria. E se não fosse agora, situações como aquela, em que precisássemos nos encontrar, aconteceriam novamente.

Minha mãe fez questão de me deixar na clínica e esperar. Eu até tentei insistir para que não, mas quando aquela mulher colocava alguma coisa na cabeça era difícil tirar. O pior de tudo foi fingir que estava tudo bem, que tudo em Miami estava resolvido.

[Deem play: Stop Crying Your Heart Out ― Oasis]

Fui recebida por uma enfermeira e levada até o jardim de visitas. Vi meu pai sentado em um banco, lendo um livro. Estava magro, com cabelos brancos e um semblante cansado. Cheguei devagar, com medo, e parei perto. Ele me olhou e então sorriu abertamente ao me ver. Era a primeira vez que eu via meu pai sorrindo daquela forma para mim.

Aibnatu! ― Ele ficou de pé e se aproximou, querendo me abraçar.

Eu fiquei sem saber o que fazer quando ele me puxou para um abraço apertado. Eu toquei suas costas levemente, dando alguns tapinhas.

Meu Deus, aquilo era tão esquisito.

― Estou tão feliz de te ver.

― Como vai, abi?

― Tentando melhorar. Venha, sente.

Ele sentou novamente e eu fiz o mesmo, ficando a uma distância saudável. Ficamos alguns minutos em silêncio, vendo outros pacientes se reencontrarem com familiares e amigos, eles, diferente de nós, pareciam mais animados.

― O que aconteceu? ― Perguntei estourando a bolha do desconforto.

― Bebidas. Eu nunca soube muito bem com lidar com sentimentos, então foi a forma que encontrei de escapar de tudo.

― Pensei que as coisas estavam indo bem entre você e Chrissy.

― Ela acabou comigo. O nosso relacionamento foi um erro. A única coisa que ela se importava era com o dinheiro, me ameaçou, usou das minhas fraquezas para chantagem e então me arrancou tudo o que pôde.

― A empresa?

― Não. Ela não conseguiu isso. A empresa está de pé, mas comigo aqui não vai muito longe.

― Mamãe disse que você parou de beber ainda jovem, antes de se casarem.

― É verdade. Prometi que não iria mais alimentar aquele vício, vivi bem durante muitos anos, mas Chrissy também é viciada em álcool. Não gosto de dizer que fui influenciado, apenas me senti mais propício. Nosso casamento começou como um sonho e acabou se tornando o maior desastre da minha vida. ― Suspirou. ― Ela tomou a casa, parte dos investimentos, e ainda me fez pagar todo o divórcio e uma pensão.

― Não é culpa dela, sabe disso, não é?

― Como pode dizer isso, Yunet?

― É a verdade, pai. Você escolheu essa vida.

Ele juntou as sobrancelhas, triste, e assentiu.

― Verdade.

― Espera, você está concordando comigo? Não vai se levantar, ir embora e dizer insultos para mim?

― Não, Yunet, não vou. Já ataquei você demais durante todo esse tempo.

― Nunca achei que fosse ouvir isso.

― Se eu pudesse voltar no tempo jamais teria abandonado você ou sua mãe. Martha esteve do meu lado quando não era ninguém, apenas um garoto egípcio com sonhos, e quando alcancei tudo... deixei vocês. Deixei você, Emily. E não priorizar você foi o maior erro que já cometi em toda minha vida.

Engoli em seco, querendo não chorar. Precisava guardar essas lágrimas para depois, não podia fazer isso na frente dele.

― Quando você perdeu sua menina, minha neta, eu já estava no fundo do poço, quis me reaproximar e ajudar, mas... não pude.

― Eu esperei por seu apoio, pai. Mesmo quando eu estava sofrendo, ainda esperei que me ligasse nem que fosse para dizer só um oi.

― Eu tentei, eu juro que tentei. Depois disso me afundei mais nas bebidas, no vício e agora estou onde estou. Divorciado, praticamente quebrado e sem ninguém.

― Sinto em dizer, mas são apenas as consequências da vida que escolheu.

― É verdade, sei disso. Muitas vezes paro e penso em como teria sido a vida com você e sua mãe se não tivesse ido embora. Seríamos muito felizes.

― Tudo teria sido diferente, na verdade. ― Falei, pensativa em todas as possibilidades que minha vida poderia ter sido com aquela mudança.

"O simples bater de asas de uma borboleta pode se tornar um tornado" ― Ele disse. ― Lembra de como gostava desse filme?

Dei risada, assentindo.

― Ainda gosto. Como lembra? Faz tanto tempo.

― Você era uma criança fora da curva. Sua mãe não gostava que assistisse por conta da idade, mas você via escondida e tão concentrada que parecia entender tudo.

― Tudo poderia ter sido diferente. Eu definitivamente não teria sofrido tanto, não teria sido tão rebelde e dissimulada.

― Você é perfeita exatamente como é, aibnatu. Sim, as coisas poderiam ter sido diferentes. Sim, me arrependo por pensar em mim, mas não é você. Você é um presente, querida, e merece ser feliz.

― Eu não mereço essa vida. ― Enxuguei a lágrima que escorria por minha bochecha.

― Yunet, olhe para mim, por favor. ― Eu obedeci. ― Fui encontrado desmaiado em casa e fiquei em coma por três dias. Dizem que foram só três dias, mas para mim pareceu umas 2 horas. Foram 2 horas de um filme em que você era a protagonista. Vi tudo, Em. Vi sua infância, sua adolescência, seus amores, seu sofrimento... tudo. Com certeza não foi como aconteceu, mas entendi como sofreu por não ter um pai em sua vida e como a traumatizei. Não se permita aceitar pouco porque eu te dei pouco. Você merece o mundo, minha filha, o mundo que não pude te dar.

Solucei quando ele segurou meu rosto com as duas mãos, sem conseguir mais conter as lágrimas.

― Eu precisei tanto de você...

― Eu sei, querida, eu sei. Pedir perdão não será o suficiente, mas peço que espere que eu saia daqui e me permita participar da sua vida adulta, mesmo que seja um pouco.

― Não posso dizer sim agora, mas podemos deixar as coisas acontecerem. Por favor, não coloque pressão em mim.

― Tudo bem. Eu prometo. Posso te dar um abraço? ― Assenti, concordando.

Ele então se aproximou e novamente me deu um abraço apertado, sendo devolvido por mim dessa vez. Chorei mais um pouco em seu ombro, sabendo o que aquele momento significava, e como foi preciso eu chegar na vida adulta para que meu pai entendesse que havia errado.

― Tem um mundo inteiro esperando por você, Yunet. Não se prenda aqui pelas pessoas e pelo comodismo. Viva a vida que merece. Você nunca precisou de mim para ter o mundo, você mesma iria conquista-lo. E você pode mudar o seu destino.

Fui embora e fiquei o caminho inteiro em silêncio. Saí da clínica com o pensamento na teoria do caos, no filme que mudou a minha infância e toda a minha perspectiva. O garoto que viajava por suas memórias e mudava seu destino para salvar a garota que amava. Parecia mágico e divertido na época, mas só hoje entendi de verdade.

Pequenos eventos podem ter efeitos muito grandes.

― Vou sair da faculdade.

Minha mãe me olhou, parando o carro de repente.

― O que? O que o seu pai disse?

― Nada. Apenas demorei demais a entender que não é isso que quero para minha vida. Na verdade, não sei bem o que quero, mas está tudo bem, ainda tenho tempo para descobrir. Estava fazendo isso para ir para longe, procurando sentido em algo que jamais teria. Seria frustrada com minha carreira, com toda minha vida.

― E o que tem em mente?

― Por enquanto, ficar um pouco com você e a vovó. Depois decido. Ou quem sabe o universo pode trabalhar ao meu favor dessa vez.

― Está certa disso? ― Assenti.

― Como nunca em toda minha vida.

Ela então deu partida no carro novamente. Andamos por uns cinco minutos até passarmos por um outdoor que chamou minha atenção. O momento pareceu ficar em câmera lenta pela forma como li tão rápido.

Havia uma mulher alta, morena, esguia e posando para várias câmeras, e uma frase bem grande que dizia "chegou a hora de VOCÊ ser o centro das atenções".

Me encostei no banco novamente e então sorri para mim mesma. Coloquei a mão no bolso do casaco, sentindo um papel dentro. Não podia ser.

Dei uma gargalhada alta, chamando a atenção da minha mãe.

― O que?

― Nada. É só que as coisas são muito engraçadas.

O número da scouter. Valeu, universo, pelo toque.

Eu finalmente havia me escolhido.

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