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Capítulo 3 - Pense melhor

Emily Broussard

Duas semanas depois, Ethan e eu já estávamos de mudança para o nosso apartamento. Era até louco de imaginar que finalmente eu teria um lugar só para mim e de bônus ainda moraria com o amor da minha vida.

Minha mãe evitou tocar no assunto desde então e todas as vezes em que eu falava sobre, ela apenas assentia ou desviava a conversa. Eu sabia que o assunto não a agradava, qual sua opinião, mas uma parte de mim não conseguia entender porque ela não poderia me apoiar naquilo. Eu estava feliz, estava com uma pessoa que realmente me amava e que faria tudo por mim. Esperava que ela ficasse tranquila, não com raiva.

Acontece que eu nunca me prenderia por conta das coisas que minha mãe achava. Já pensava assim antes, agora não seria diferente.

Ethan e eu arrumamos nossas mudanças aos poucos. Ele estava cada vez mais ocupado por conta do emprego, então o trabalho para organizar as coisas ficou, em sua maior parte, comigo. Não foi algo ruim, pelo contrário, organizar as coisas do apartamento estava sendo meu melhor passatempo. Os pais de Ethan, especialmente sua mãe, fizeram questão de nos ajudar, nos dando vários presentes. Carolyn insistiu em me auxiliar, em decorar o lugar, e por mais que eu odiasse usar do dinheiro deles, ainda precisava porque Ethan e eu não tínhamos o suficiente.

Há cinco dias Ethan e eu nos mudamos de vez. Nossa primeira noite, dormindo em um colchão em nosso quarto apenas com um guarda-roupa e duas mesas de canto, foi a melhor de todas. Aos poucos íamos comprando nossas coisas e eu esperava logo estar estabilizada.

― Esse fogão é o certo. Vamos levar ― Carolyn deu o aval, falando com o vendedor. Eu olhava para a máquina, sem opinião. Na verdade, ela não permitia que eu desse, tudo de forma indireta.

Aquele era mais um dia da semana em que eu saía com a mãe de Ethan para comprar coisas para a casa, enquanto meu namorado estava preso no trabalho. Eu odiava o momento dondoca com Carolyn, mas estava precisando de ajuda.

Em uma loja de decoração, eu olhei alguns quadros que me interessavam enquanto minha sogra enchia um carrinho com vários presentes. Tudo pelo menino Ethan.

― Nunca esperava te ver em uma loja de decoração com a minha mãe escolhendo coisas para sua casa nova com Ethan. A vida é realmente surpreendente, certo? ― Eloise me provocou, parando ao meu lado. Eu respirei fundo.

A garota havia chegado semana passada e, obviamente, ficou a par de tudo o que estava acontecendo. Já bastava Carolyn me enchendo o saco sobre casa nova e todas aquelas merdas, eu ainda precisava aguentar Eloise e seus comentários desnecessários. Ela era linda de morrer, mas também era especialista em irritar pessoas.

― Você não deveria estar ajudando sua mãe, Cinderela? ― Perguntei, olhando alguns vasos.

― Ela não precisa, conhece esses tipos de lojas como a palma da mão. Prefiro ficar com você, minha cunhada querida.

Revirei os olhos e me levantei, encarando-a. Seus olhos extremamente azuis me analisavam e ela tinha um sorrisinho presunçoso nos lábios.

― Quando volta para o Canadá? ― Perguntei, sugestiva. Ela riu leve.

― Mas por que? Acabei de chegar. Pensei que fosse gostar da minha companhia.

― Ah, não, eu adoro. Acredite. Só quero saber por quanto tempo ainda irei usar minha cara de falsa simpatia com você.

Eloise gargalhou. Eu continuei a andar pelo corredor, mas ouvindo o som dos seus saltos extremamente caros atrás de mim.

― Pensei que gostasse de mim, Emily.

Continuava a olhar para as prateleiras, tentando não a dar tanta atenção.

― E eu gosto. Quem disse que não?

― Você está claramente tentando me ignorar.

― Besteira.

Ela riu e apoiou o braço na prateleira. Eu a olhei, cansada.

― Sabe que se quebrar alguma coisa terá que pagar, certo? ― Perguntei. Eloise deu de ombros.

― Eu pago.

― Claro. Esqueci que você é a própria Cher Horowitz.

― Essa situação toda te incomoda, não é?

― Não é para tanto, Eloise. Sempre te achei linda de morrer, isso é fato, qualquer um ficaria morto só de olhar para esses seus belíssimos olhos, mas não vamos fingir que somos amigas, temos apenas que conviver e pronto.

Ela cruzou os braços e sorriu de lado.

― Eu não estava falando sobre mim. ― Franzi o cenho. ― Eu falei sobre você estar aqui, como uma dama bela e recatada escolhendo as coisas para sua casa nova com ninguém menos que a minha mãe, a maior dondoca de Jacksonville.

― Não, não me incomoda. ― Falei depois de engolir em seco.

― Claro que te incomoda, eu sei disso. Meu irmão pode ser um tapado e não perceber e meus pais podem fingir que não veem, mas eu sei que esse cenário não é do seu feitio, Broussard.

― E qual seria?

― Uma vida mais liberal. Desde quando morar com meu irmão é uma boa ideia? E ainda mais com a supervisão dos meus pais ― Ela riu, desacreditada.

― Você pode achar que eu não sou boa o suficiente para sua família, Eloise, mas eu estou pouco me fodendo. Se estou aqui, é pelo amor que sinto pelo seu irmão.

― Não seja idiota, Emily! Eu estou sendo sua amiga. Entrar nessa família é um passo para a vida mais conservadora que já pôde imaginar. Eles sequer sabem da sua orientação sexual? ― Ela suspirou. ― Pelo amor de Deus, por que acha que fui embora para outro país?

― Emily querida, acredita que essa loja tem uma seção com materiais de cozinha? Podemos dar uma olhada nas panelas e louças, o que acha? ― Carolyn disse, chamando nossa atenção. O assunto estava definitivamente encerrado, mesmo eu querendo perguntar mais sobre.

Eloise sorriu para a mãe e ajeitou a postura, fingindo que nada havia acontecido. Eu também dei um sorriso leve para Carolyn, concordando com a ideia.

― Não diga que não avisei depois. ― Eloise sussurrou para mim antes de seguir a mãe pelo corredor.

Eu suspirei. No fundo, sabia onde estava me metendo, como a realidade daquela família era totalmente diferente da minha, mas tudo era por Ethan. Eu tinha fé que no fim das contas o nosso amor faria tudo valer a pena.

...

As compras duraram até o fim da tarde. Carolyn e Eloise ainda me ajudaram a levar tudo para o apartamento, mas não tinha condições de organizar nada hoje. Tomei um banho quente, pedi comida chinesa e caí no colchão sentindo minhas costas doerem. Por sorte nossa cama chegaria amanhã e eu não precisaria mais passar por isso.

As horas passaram e eu fiquei cada vez mais solitária naquele apartamento – que nem era tão grande, mas parecia uma mansão quando eu estava sozinha. Ethan não costumava demorar tanto assim, imaginei que o maldito de seu pai estivesse o fazendo trabalhar até tarde. Eu quase nunca ligava, sempre pensava que poderia estar o atrapalhando mesmo com ele dizendo que não, mas hoje resolvi telefonar sem medo.

― Oi, amor. ― Ethan disse ao atender. Ele parecia cansado.

― Oi. Liguei para saber como andam as coisas, você não costuma demorar tanto assim. ― Fechei os olhos com força, me xingando mentalmente. ― Merda. Desculpa, eu não quis parecer essas namoradas possessivas e paranoicas.

Ele riu do outro lado da linha.

― Eu não te acho possessiva e muito menos paranoica. Realmente estou demorando hoje. Meu pai resolveu me fazer revisar uns documentos das empresas de Miami.

Sabia. Maldito Ralph Johnson.

― Ah, entendo.

― Mas não se preocupe, está tudo bem, só não sei que horas irei voltar. E você? O que está fazendo?

― Estou deitada na nossa humilde cama. ― Rimos. ― Isso depois de passar uma tarde inteira com sua mãe e sua irmã.

― Ah, porra. Como foi? Uma sessão de tortura, não é?

― Não exagere. ― Sim, foi, minha mente gritou, porém não ia dizer aquilo para ele. ― Sua mãe é bem elétrica, mas eu me dou bem com ela.

― Sei que ela pode abusar da boa vontade das pessoas quando quer, Em. Me avise se isso estiver te incomodando.

― Não está. Sua mãe tem sido muito legal comigo, ela tem nos ajudado bastante. Não vejo a hora de você chegar para ver as coisas que compramos.

― Pode ser amanhã? Sei que devo chegar mais de dez e estarei doido para cair na cama... no colchão. ― Ele riu. ― Prometo amanhã ver tudo.

― É, tudo bem. Mas você vai demorar tanto assim?

― Infelizmente, baby. Por que? Está sentindo algo?

― Não. É só que é muito ruim ficar nesse apartamento sozinha, é estranho.

― Por que não sai com alguma amiga? Ou visita sua mãe? Posso te buscar depois que sair daqui, assim você não se sente tão só.

― É, vou pensar em algo.

― Me avise, ok? Agora preciso voltar a ler esses documentos, mas logo mais estaremos juntos.

― Ok. Te amo.

― Também te amo. Tchau.

Quando ele desligou, eu coloquei meu celular de lado e encarei o teto. As palavras da maldita Eloise continuavam a vagar em minha mente como um eco. Ela mal me conhecia, não tinha porque falar que aquela situação era do meu feitio. Eu estava fazendo tudo pelo amor que sentia pelo seu irmão, ela no mínimo deveria estar feliz por isso.

Me virei, enfiando meu rosto por entre os travesseiros, sentindo o cheiro de Ethan. Tudo era por ele, pelo amor e cuidado que ele me dava. Seu amor era tranquilo, me dava vontade de viver e nunca mais sair do seu lado. Fazer certas coisas que não gostava era apenas o pequeno preço que pagava. Eu estava feliz, vivendo uma vida boa e ainda com a companhia de Ethan, o que mais eu poderia desejar? Sim, eu não gostava de estar com seus pais, não gostava de agir como a porra de uma dondoca, mas também não conseguia dizer não. Sentir que dizer aquilo para Ethan era como acabar com o sonho que ele sempre sonhou para nós.

Como dizer a ele que sua mãe me sufocava, que achava seu pai um belo de um babaca, que ele deveria desapegar dos pais e que eu odiava ficar sozinha por tanto tempo naquele apartamento? Não, seria puro egoísmo. Engoli com força, sentindo o amargor das palavras descerem por minha garganta.

Precisava me distrair. Comecei a conferir minha lista de contatos, mas me frustrei. Meus amigos não estavam mais aqui, estavam na faculdade, vivendo suas vidas por aí, seguindo seus sonhos. Eu era a única que havia ficado aqui. Logo eu, a que todos achavam que viveria uma vida bem longe de qualquer tradicionalismo. Eu havia sido uma decepção para as outras pessoas... ou para mim mesma?

Afastei os pensamentos idiotas e digitei o número da única pessoa que estava perto.

― Oi. Será que posso te fazer uma visita? ― Perguntei assim que ela atendeu.

...

― Fiquei surpresa ao receber sua ligação ― Minha mãe disse quando sentamos no sofá.

― Pensei em fazer uma visita.

Ela assentiu, me analisando, nada satisfeita com minha justificativa mentirosa.

― Sério? E por que? Pensei que estivesse ocupada demais mobiliando seu apartamento.

― E estou. As coisas lá estão uma loucura.

― Você não respondeu minha pergunta, Emily. ― Ela forçou um sorriso sem mostrar os dentes. ― Não adianta mentir para mim. O que foi, filha? Está sendo difícil?

Por mais que eu quisesse, com todas as minhas forças, contar como realmente me sentia em relação a tudo, eu sabia que dizer isso era assumir que ela estava certa, que essa realidade não era nada como eu havia imaginado, que o paraíso que Ethan e eu vivemos nas nossas viagens permaneceriam apenas lá, e isso a daria apenas mais um motivo de tentar me trazer de volta para casa.

Então acabei rindo leve e negando com a cabeça.

― Está tudo bem, mãe. Não há nada com o que se preocupar. Acontece que desde que me mudei definitivamente venho me culpando por ter te deixado só.

― Sabe que sou solitária e não me sinto nada triste por isso. Além do mais eu mal fico em casa, estou a maior parte do tempo no hospital.

― Como andam as coisas? Você ainda está cansada?

― Muito. ― Ela começou a massagear a têmpora direita. ― É muito para lidar. Meu cansaço e a sobrecarga se tornaram piores depois que um paciente querido faleceu. ― Franzi a testa. ― Câncer. Eu estava na ala oncológica. Passei cerca de um mês trabalhando naquela parte, conheci pessoas com histórias de vidas incríveis, mas o mais especial de todos foi Edmund. Um garoto de vinte e dois anos. Câncer no estômago. Ele lutou incansavelmente durante esse mês, fiz questão de ajuda-lo em tudo, mas infelizmente... ― Ela suspirou. ― Conversar com ele me lembrava de você.

― Eu? Por que?

― Ele era só um garoto, Em. E assim como você, ele amava viver, adorava festas e viagens. Nós conversamos muito sobre isso. Ver a mãe dele assistir o filho gritar de dor foi agonizante. Eu senti doer em mim. ― Ela segurou minha mão, com os olhos marejados. ― Por isso tento te proteger tanto, filha. Desde a morte de Ed, ver a dor de sua mãe aumentou o meu senso de proteção. Não quero que se machuque, não quero que sofra, não quero assistir você chorar de dor.

Beijei os nós dos seus dedos. Uma lágrima escorreu por seu rosto. Eram raras as vezes que vi minha mãe chorar, mas quando acontecia era simplesmente doloroso.

― Não vou, mãe. Você não vai passar por isso, sabe por que? Porque eu tenho a plena certeza de onde estou, o que faço e como essa história vai terminar. Ethan e eu estamos distantes por conta do trabalho dele, acabei me sentindo solitária naquele apartamento, mas é só.

― Você tem certeza? Por favor, não hesite em me avisar se as coisas não derem certo lá. Você sempre terá seu lugar nessa casa.

― Vai dar certo porque nós dois estamos fazendo dar certo. Ele tem os compromissos dele, logo mais terei que arrumar um emprego, então não vai demorar muito até que eu também não tenha tanto tempo assim.

― É isso mesmo que você quer da vida, Emily? ― Ela perguntou, olhando em meus olhos.

Não. Nem em um milhão de anos imaginei que meu futuro depois do ensino médio fosse ser assim. Mas não poderia admitir, e não porque não queria dar o braço a torcer, mas porque minha confissão deixaria minha mãe preocupada para sempre.

Dei meu melhor sorriso e me deitei em seu colo. Ela começou a acariciar meus cabelos, me confortando.

― É, mãe. É isso que eu quero. ― Falei.

Ela suspirou, alto o suficiente para que eu ouvisse.

― Então não há nada que posso te oferecer além do meu colo quando precisar.

Naquele momento, não havia outro lugar no qual eu gostaria de estar. Minha mãe sempre seria a minha casa nos momentos difíceis.

Esse livro é um misto de emoções, hein?! Aguenta o coração que tá só comentando.

Instagram: @sweetwriter8

Vejo vocês em breve! ♥️

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