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Capítulo 17 - Construa (perca) seu futuro

Aviso!
O capítulo contém cenas com drogas explícitas. Se você, leitor (a), não se sente bem lendo sobre tais assuntos, pule o capítulo.

Ethan Johnson

― Ethan!

Senti um tapa estalado em meu rosto, ouvindo um grito, e me sentei de uma vez, assustado. Eu parecia ter sido puxado de volta para a realidade. E ela era uma merda.

Um gosto amargo invadiu minha boca ao ver meu pai me olhando como se eu estivesse uma merda.

― O que você tem, caralho? ― Ele perguntou, franzindo a testa para mim.

Puxei a manga da camisa, cobrindo meu braço com várias marcas roxas, e fechei a gaveta da mesa.

― Sono.

― Lave o rosto e tome um café. Temos uma reunião em quinze minutos. ― Disse, conferindo o relógio.

― O que?! ― Gritei, consternado.

― Isso mesmo. Hoje a família Sciacca vem para trabalharmos em uma parceria. Nossa empresa será a colaboradora de vinhos oficial do restaurante deles.

― O Sciacca restaurante italiano de Miami? ― Perguntei. Minha cabeça latejava.

― Sim. Ah, estou tão feliz. ― Ele sorriu. ― Seja um bom filho hoje, ok? Até que você tem estado mais calminho nesses dias.

Sorri leve.

Mal sabia ele...

― Espero que continue com esse humor hoje. Você vai apresentar alguns slides, aqueles que tem mandei há alguns dias para que ensaiasse. Faça como sempre fez, Ethan. Tenho certeza de que se sairá bem.

Quando ele saiu da sala eu corri, abrindo o computador, a procura dos malditos slides. Eu não havia visto nada disso, não havia me preparado.

Depois de baixar o arquivo, tive que beber algo forte. Peguei o whisky em cima da mesa de canto e bebi dois copos. Afrouxei a gravata, desabotoei os primeiros botões, sentindo que estava hiperventilando.

Eu precisava da injeção.

Tranquei a porta da sala, fechei as persianas e corri até a minha mesa, pegando na gaveta a bolsa preta que Lars havia me entregado. Havia se passado duas semanas desde o nosso encontro, e aquela já era a terceira bolsa que ele me vendia.

Enchi a seringa com o líquido colocando um pouco mais do que ele havia me ensinado, empurrei o embolo para tirar o excesso de ar e então levei a agulha até minha veia. Minha pele já estava roxa e parecia que não ia sarar nem tão cedo, principalmente porque eu nunca parava de machucá-la, não conseguia parar.

Depois de injetar a heroína, senti meu corpo relaxar violentamente. Coloquei a seringa e o frasco de volta na bolsa e guardei. Caí deitado contra a cadeira, me sentindo bem.

― Agora sim. ― Falei em um suspiro, aliviado.

...

Entrei na sala de reunião derrubando uns papéis que estavam sobre a mesa, perto da porta da entrada.

Quem caralhos deixava aquilo ali?

― Aí está ele! O garoto prodígio! ― Meu pai exclamou, feliz da vida, ao me ver. Ele veio até mim e me abraçou de lado.

Eu sorri abertamente para os homens que estavam sentados a enorme mesa de reunião.

― Senhores, esse é o meu filho, Ethan. Ele quem será o responsável pela reunião de hoje.

Um dos homens se levantou e veio até mim. Ele tinha típicas características de um italiano e cabelo branco, como se fosse a porra de um Don da máfia.

Ciao, Ethan. Seu papà falou muito bem sobre você.

Ele disse, estendendo a mão para mim, e eu rapidamente apertei.

― Sou Boris Sciacca, chefe do Sciacca.

― Muito bom conhece-lo. ― Eu sorri como se ele fosse um deus. ― Você parece com o Robert De Niro.

Ele riu.

― Já me disseram isso algumas vezes.

― Sabia que já estive na Itália?

― Sério?

― Sim. Estive lá com minha namorada, hoje é a minha ex depois que eu matei nossa filha.

Boris me olhou assustado e meu pai deu uma risadinha nervosa, apertando meu ombro com força.

― Esse garoto... ― Ralph disse, rindo. ― Ele é um piadista, Boris. Seu humor é bem ácido. Sim, ele esteve na Itália viajando com a ex-namorada, deve ter conhecido vários lugares interessantes.

― Não sei porque está mencionando Emily, mesmo que de forma indireta. Você nunca gostou dela. ― Falei.

Meu pai enrijeceu o maxilar antes de dar mais uma risada. O que era que tinha de tão engraçado ali?

― Bem, toda famiglia tem seus problemas, não é? ― Boris falou.

― Exato, grande amigo. Vamos começar a reunião, sim?

Boris voltou a se sentar e meu pai se virou para mim, me impedindo de ir até a mesa.

― Tome cuidado com sua boca, seu merdinha. Essa gente é importante e trará muito dinheiro para nós, me entendeu? ― Ele apertou minha nuca. ― Você me entendeu, porra?

― Sim. Entendi, chefe.

Ele me lançou um olhar de nojo quando dei risada.

Depois que meu pai sentou, um dos assistentes me ajudou a montar todo o equipamento necessário para fazer a apresentação.

Convença-os que nossa mercadoria é a melhor, isso era o que meu pai sempre dizia antes de uma reunião.

― Boa tarde, senhores. Sejam bem-vindos ao fantástico universo do Johnson's Wine. ― Falei, abrindo os braços. Meu pai apertou as têmporas, não gostando nada daquilo.

Eu estava no caminho certo, então.

― Todas as vezes antes de começar uma reunião dessas, meu querido papà me diz que eu devo convencer aos clientes de que a nossa mercadoria é a melhor. Sabe por que ele diz isso? ― Os clientes me olhavam com curiosidade. ― Porque nós não somos.

Alguns suspiraram de surpresa. Meu pai tossiu, quase se levantando da cadeira.

― Isso mesmo. Nós não somos. Houve uma época em que eu achava que a empresa da minha família era a melhor, que a mídia especializada tinha razão em nos eleger a melhor vinícola de toda a Flórida, mas acho que virar adulto nos tira a magia de certas coisas. ― Sorri, abertamente. Me virei para o slide mas quase caí, precisando me apoiar na mesa. ― Essa empresa é, na verdade, o inferno. Eu, Ethan, cometi o maior erro da minha vida quando comecei a trabalhar aqui. Meu pai, o grande Ralph Edgar Johnson, sugou todas as minhas energias, meus nutrientes, como a porra de um parasita. Que pai amoroso faz isso com o próprio filho? O meu fez. E faz até hoje, se querem saber.

― Pare com isso agora, Ethan! ― Meu pai exclamou.

― Não, papà. Temos que falar a verdade. Vamos mostrar a eles porque somos os melhores. ― Eu cambaleei, me apoiando na mesa. ― Vocês da família Sciacca, que prezam tanto pela união, gostariam de trabalhar com a melhor empresa de vinhos do país? Sim, nós somos os melhores. Mas fiquem avisados do que acontece por baixo do tapete. Esse título só foi ganhado graças as lágrimas e o sofrimento de muitas pessoas, tudo visando dinheiro, nada mais. Aqui nada é feito com amor ou dedicação, mas com muito interesse. Se é isso que querem, podemos os fazer a melhor de todas as ofertas.

Eu sorri abertamente. Todos me olhavam, perplexos.

― Vamos falar sobre os benefícios e malefícios de comprarem com a nossa empresa, sim?

― Chega! ― Meu pai gritou e ficou de pé.

Ele veio até mim e me arrastou para fora da sala. Ainda ouvi um "mio Dio" antes de sair.

Meu pai me enfiou em sua sala e antes que eu pudesse dizer algo, ele me deu um soco forte no rosto. Eu quase caí no chão, sentindo minha bochecha arder e o gosto de ferro na boca.

― Você é um fodido desgraçado! ― Ele gritou. ― Como pôde fazer uma coisa dessas, huh? Como foi capaz, seu merdinha?

Ele me segurou pela gola da camisa, me fazendo encará-lo. Eu comecei a rir, mostrando a ele meus dentes banhados de sangue.

― Você está rindo? ― Eu continuei a gargalhar. Ele franziu o cenho. ― Você está drogado?

Dei de ombros.

― Você está, não está? Além de tudo é um viciado de merda. ― Ele me soltou, me jogando no chão. ― Saia imediatamente daqui, não quero ver sua cara. Tentarei limpar a merda que fez. E se não der certo, Ethan, pode apostar que você vai pagar caro por isso.

― Eu já pago bem caro só por carregar o seu sobrenome.

Ele me olhou com nojo e foi saindo da sala.

― Saia agora! ― Gritou antes de bater a porta com força.

Eu me encostei na sua mesa, ainda sentado no chão, e peguei o celular, discando o número que já era recorrente nessas últimas semanas.

― Fale comigo, Johnson. ― Lars disse assim que atendeu. Eu sorri leve.

― Ei, Lars. Acho que vou precisar de algo mais forte.

Emily Broussard

Eu consegui levantar da cama depois de duas semanas.

Minha vida era repleta de escuridão. Não havia sobrado nada, nenhum pingo de alegria ou esperança. Era como se tivesse tomado tudo de mim. Havia aguentado tanto, por tanto tempo, mas agora não tinha mais forças.

Quando minha mãe sugeriu, em uma manhã, que fôssemos visitar o túmulo de Emerald, eu aceitei. Minha avó também nos acompanhou. Ela havia praticamente se mudado lá para casa, sempre me dando apoio.

Agora éramos apenas nós três. Isso desde que Camila precisou ir embora – eu havia insistido para que ela fosse, não queria que ela parasse sua vida pelo que restava da minha.

Quando olhei para o túmulo, senti o resto do meu coração quebrar. Beijei as flores verdes e as coloquei lá. Perdi as contas de quantos minutos fiquei apenas a olhando, desejando que ela estivesse em meus braços, que as coisas tivessem sido diferentes, que fosse eu em seu lugar.

Com um mês da morte de Emerald eu já conseguia caminhar pela casa, conseguia sair na varanda para tomar um sol e até conseguia comer na mesa com minha mãe e minha avó. Mas ainda chorava feito uma criança no quarto, especialmente quando a noite chegava.

Com um mês e meio eu dei minha primeira risada. Estávamos assistindo Férias Frustradas na sala, depois que minha mãe conseguiu me convencer, e ri genuinamente. Elas ficaram felizes ao escutarem.

Naquela mesma semana resolvi mudar de visual. Não conseguia mais me olhar no espelho, lembrar da aparência que tinha, da qual passei a gravidez inteira. Tudo me lembrava dela.

Cortei os cabelos até os ombros, que antes estavam quase no bumbum, e o clareei, deixando-os quase loiros. Nunca havia feito nada assim, mas havia gostado. Precisava daquilo.

Com dois meses, em uma noite especial, nós fizemos o jantar juntas. Eu estava comendo melhor. Até havia começado a ler um livro. A animação para fazer certas coisas começavam a surgir.

― Acho que você deveria encontrar uma paixão. ― Minha mãe disse, enquanto comíamos.

― Como assim? ― Perguntei.

― Não sei e nem quero imaginar a dor que você sentiu, minha filha. Foram meses dolorosos, sei o quanto você pensou que a vida não tinha mais sentido ― Respirei fundo. ― Mas tem. Você pode encontrar algo que ame.

― Amar? Você quer dizer um namorado?

― Não, Em. Claro que não. Eu digo uma paixão para a vida, algo que você goste de fazer, que dará um novo sentido a sua existência. Sei que as coisas jamais serão as mesmas novamente, mas você pode tentar. Ainda há beleza na vida.

Pensei por alguns segundos.

― E o que você sugere?

― Você é jovem, só tem vinte anos. Há muitas coisas que você pode tentar.

― Ela quer dizer a universidade. ― Vovó Cece disse, sem delongas.

― Mãe! ― Minha mãe exclamou.

― Não a enrole, Martha. Sua mãe acha que você se sairia bem em uma universidade, sevgilim. E eu acho que é algo que você deve pensar sobre, mas não se sinta na obrigação.

Franzi a testa.

― Eu não... ― Suspirei. ― Não pensei sobre isso.

― Viu? Eu estava errada. Esqueça isso, filha. Você não precisa fazer nada.

Ela terminou de comer e começou a recolher os pratos, saindo da mesa. Eu fui para a varanda, sentindo o frio do final de ano começar a surgir.

― Acha que o Natal desse ano será mais frio do que os outros? ― Minha avó perguntou, sentando ao meu lado.

― Eu não sei. Acho que a neve cairá mais cedo.

― É um ano confuso, não é?

Ri, sem humor.

― Pode apostar que sim.

― Sua mãe só está tentando ajudar. ― A encarei. ― Não a leve a mal.

― Eu não levei, vovó. Sei que ela só quer meu bem.

― Você sabe porque...

Sorri leve.

― Porque eu faria o mesmo para minha filha. ― Uma lágrima escorreu por minha bochecha. ― Eu não suportaria a ver tão mal, tão perdida. Ainda mais tão jovem.

― Ainda há tempo de viver coisas boas, Emily.

― Eu não sei se consigo. Não consigo entender porque as coisas precisaram ser assim.

― O destino age de modos estranhos e que muitas vezes nos faz mal. Só entendemos no fim, quando as coisas fizerem sentido.

― O que quer dizer?

― Que a morte de Emerald não foi em vão. Podemos não entender hoje, mas algum dia sim. No futuro você entenderá.

Respirei fundo.

― Acha que eu tenho chances de sorrir outra vez?

― Claro que tem. ― Ela segurou minha mão. ― Acho que tem algo muito bom esperando por você por aí, Emily.

Senti minha pele inteira arrepiar quando ela disse aquilo. Pela primeira vez, depois de tanto tempo, eu acreditei em algo.

Ela sorriu leve e então olhou para a rua. Seus olhos brilharam.

― Isso sim é um sinal. Está nevando.

Eu olhei para a neve caindo. As lágrimas que acumularam em meus olhos, que nem havia percebido, caíram junto.

E aí? O que estão achando? Me contem!

Instagram: @sweetwriter8

Vejo vocês em breve! ♥️

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