The Restless Souls!
O terceiro alvo elevou-se: sua silhueta humana escura e desenhos circulares se sobrepuseram na placa branca. Posicionei-me corretamente num ângulo que não teria falhas para assim alvejá-lo. Puxei o gatilho sendo precisa e analítica para atingir a meta, o círculo central menor e mais difícil. O impacto do tiro resvalou-o para trás enquanto outros surgiam com a mesma velocidade dela, sem dar trégua. Um por um dos inúmeros alvos foram abatidos com agilidade. Estava sendo bastante fácil para concluir, até por que o estágio do treino de tiro ainda era o básico. E preparava-me psicologicamente para os próximos que, sem dúvida, desafiariam de verdade minhas habilidades com armas de fogo assim como o meu raciocínio sagaz para executá-lo. Conforme progredisse teria em posse outros armamentos, artilharia mais pesada, para levar na missão. No máximo minha experiência daria para manusear entre pistolas de qualquer calibre a escopetas, só.
A princípio pensei que não me permitissem portar armas mais poderosas por ser uma garota, mas existia uma regra no grupo de que, independente de quem fosse, somente seria autorizado a utilização desse tipo de poder de fogo se for comprovado a capacidade física e mental — um meio de saber que tipo de gente se está lidando —, tal qual intermédio dos superiores. De certo modo, estava disposta a melhorar meu desempenho para tê-las em mãos. Rapidamente recarreguei a pistola, em seguida, iniciando uma sequência de disparos nos alvos que resistiam em permanecer de pé. Quando cessou o treinamento, um ensurdecedor apito soou pelo ambiente quase silencioso se não fosse os ruídos dos mecanismos que davam vida as peças que iam recolhendo-se. Encarando a parede escura a minha frente, retirei os protetores do ouvido e depositei a pistola no coldre. Sentia uma incrível satisfação pessoal no final dos exercícios, ciente de que neles aumentarei minhas habilidades. Tudo que meu corpo pediu era um longo e relaxante banho, mas queria testar meus limites empregando no nível mais avançado.
Uma música tocou ao fundo, dando-me uma energia extra. Atrás de mim, na cabine, encontrava-se meu instrutor que, justamente, era Amon — a diferença de idade não valia muito agora. Ele mostrou-se mais sério e rígido em sua conduta como responsável do treino do que no colégio no nosso primeiro encontro. Sinalizei para ele para continuar, então ouvi uma risada empolgada. Se o básico as placas representavam exclusivamente o inimigo, no intermediário tinha uma superioridade na dificuldade: os alvos misturavam-se entre adversários comuns e civis. Minha mira deve ser cautelosa e certeira, sendo que a cada erro cometido meus pontos marcados pelo instrutor, cairiam gradativamente. Atirei sem vacilar nos alvos que, em meio a "pessoas inocentes", escondiam-se. Repeti o mesmo processo até não sobrar mais nenhum e o apito indicar o término.
— Muito bom, bela dama. Para uma novata. — Amon saudou orgulhoso. — Se quiser podemos ir para o terceiro...
— Não, está bom por hoje. Preciso descansar um pouco para missão. — expliquei abanando-me com a mão para atenuar o calor. — Vou indo, até.
Espreguicei-me para aliviar as tensões que fatigavam meus músculos, neutralizando o peso neles. Transitei lentamente pelos corredores do quartel para ir ao meu quarto, todos compartilhavam a aparência do cinza, opaco e monótono. Como a equipe de David era formada por poucos, não estranhei estar praticamente deserto. Ao adentrar o cômodo, me direcionei diretamente no banheiro para ter meu tão esperado banho quente. Desembaracei minhas madeixas molhadas com a escova, desfazendo os nós. Ainda seminua, contemplei minha imagem no espelho da cômoda em estilo vitoriano. Lembrei de quando fizera o mesmo no hospital, diferente daquela ocasião, não vestia o traje usual de paciente tampouco meus braços decorados com tubos ou esparadrapos, nem sequer hematomas arroxeados em minha pele branca devido a indução de soro. Estava esbanjando saúde: minha pele adquiriu uma palidez mais saudável e um rosa fraco tingia harmonicamente as maçãs do rosto, meus olhos castanhos escuros como chocolate brilhavam feito pedras preciosas, os cabelos deslizavam em inúmeras ondas de ouro, nenhuma marca maculava a minha pele e aquela inspeção deixou satisfeita. Dedilhei os contornos do meu rosto e remexia em algumas mechas pendentes do meu cabelo rebelde, mudando de arrumação.
E, em uma fração de segundos, meu reflexo no espelho transmitiu uma versão distorcida de mim. Os cabelos desalinhados caindo sobre os olhos escarlates sem vida, sangue manchavam em minúsculos respingos meu rosto e semblante abatido. Ergui minha cabeça e ela imitou o gesto, horrorizada recuei esbarrando em uma estrutura sólida. No calor do momento e o coração a mil, virei para descobrir quem alavancou meu impulso. Eu não o senti se aproximando, nem sequer sua presença perigosamente próxima como normalmente seria se fosse um humano. A forma que, repentinamente, se materializou ali estava em um nível sobrenatural. Ele estava tão perto que, praticamente, ao girar meu corpo meus seios roçaram em seu peito, somente assim consegui captar o calor que emanava dele. A tal distância poderia ter facilmente percebido outra pessoa perto, e a irritação me sacolejou o impacto do choque. No susto, pensei que tivesse sido Vergil, mas pude reconhecer Dante. O descarado sustentava um sorriso convencido como se tivesse arquitetado um plano e recolhia seus frutos, seus olhos claros enevoados. Após o terror inicial ter se dissipado por completo, a fúria a substituiu. Além de invadir meu quarto, demonstrava através de sua atitude envaidecida quão divertia-se com meu estado colérico. Antes que pudesse lhe encher de todos os palavrões que sabia, Dante calou-me com um beijo urgente e selvagem. Tentei reprimi-lo, mas me vi cedendo a ele. Um sopro de sanidade, ouvi o estalar que me puxou antes de despencar no precipício. A mulher no espelho respirava profundamente como se estivesse um longo tempo dentro d'água e retornasse a superfície no último instante, seus olhos arregalados e vermelhos iguais tomate. Não pude digerir que aquilo fosse uma projeção da minha mente, uma mera ilusão, por que era real demais.
— Mas que diabos... — resmunguei rindo da minha inconsciente criatividade, fiz meu caminho de volta para chuveiro. E ainda ter fantasias precisamente com Dante. Eu precisava seriamente de um banho frio. Nele fui o mais breve possível, optei por um confortável vestido azul claro, escovei novamente o cabelo e amarrei com uma fita também azul. Cogitei a possibilidade de me unir à reunião com David e Vergil para discutir sobre a Chave, mas não sei se aparecer despreocupadamente surtiria um efeito positivo, considerando a importância do caso. Entretanto, eu fazia parte desse plano e julgava que minha presença fosse obrigatória. De qualquer forma, agir precipitadamente não é uma boa escolha. Parti para a cozinha com intuito de preparar um delicioso chá para acalmar os nervos, sorri ao conciliar a situação com o que deveria ser feito — poderia considerar um bom pretexto. Esquentei a água na chaleira, me enrolei com a distribuição dos chás no pacotinho e os cubos de açúcar, por fim recolhi um bule de leite. Talvez um deles gostasse de leite com chá, algo comum para britânicos. Agrupei os utensílios essenciais na composição do chá, todos sobrepostos na superfície metálica da bandeja. Conferi se cada coisa estava em seu lugar antes de tomar coragem e marchar para o salão destinado a reuniões da equipe. Ainda me surpreende o quartel que David criou com o intuito de conter anomalias dimensionais e livrar o mundo de demônios, desde que o conheci suspeitei que não se tratasse de um cara comum com um objetivo maluco. David era dono de várias empresas, e parte dos lucros empregava no benefício mundial. Um grande exemplo era o grupo Hunters, sendo que eu e Vergil somos associados temporários. Não vou negar que não confiava cegamente neles, havia certas questões naquele meio — um covil de cobras — que eram guardados a sete chaves. Com cuidado, adentrei no salão onde os dois homens estavam debatendo e pararam a minha chegada.
— Desculpe interrompê-los — sorri amavelmente, colocando a bandeja na mesinha. — Pensei que gostariam de um pouco de chá.
— Oh, você nunca interrompe, Srta. Valentine. E agradeço que tenha pensado em nós. É sempre um prazer ter uma jovem dama tão solicita em nossa companhia. — David argumentou gentilmente. Servi uma xícara a David, em seguida, a Vergil. O semblante dele impressionou-me um pouco, Vergil era bonito por natureza, mas vestido daquele modo ressaltava isso e muito. Ele parecia um elegante senhor da Era Vitoriana. Embora seus cabelos usualmente fossem meticulosamente penteados para trás, algumas mechas caiam em sua testa como uma espécie de franja e, para minha surpresa, ele usava óculos simples de leitura. Sua vestimenta consistia em: uma camisa de tecido leve e colete azul que o sobrepõe, calças negras e um lenço de seda em torno do pescoço.
— Muito obrigado, Diva. — disse serenamente, se ele não tivesse pegado a delicada xícara, teria derrubado-a.
— Estávamos justamente conversando sobre os preparativos para a missão — David informou após um breve segundo de silêncio.
— Creio que a localização da terceira Chave já está confirmada, não é? — questionei, acomodando-me em dos assentos mais próximos.
— Correto, talvez seja o mais improvável de se ir...
— Se as informações do esquadrão de pesquisadores é provável que esteja no tal afamado Triângulo das Bermudas — Vergil expôs, bebericando o conteúdo da xícara.
— David, é sério? — indaguei desorientada. Ao longo da história da humanidade e seus mistérios, os mais estranhos relatos vinham do Triângulo das Bermudas. No auge, muitos desaparecimentos foram interligados a ele, e para intensificar a má fama, nenhum tinha resposta. Teorias sobre o local iam de abduções a portais para outras dimensões. E como não encontraram destroços dos navios e aviões que ali sumiam, as especulações aumentavam para que no final nada fosse resolvido. Entretanto, baseados nas minhas atuais experiências no ramo serviam como uma bússola para instituir que o que existe por trás dos fenômenos era basicamente: um portal.
— Sim, Srta. Valentine. Existe uma grande distorção ativa naquele ponto, tanto que tememos que pudesse gerar algo perigoso para essa dimensão. — David explicou, compreensivo.
— Estamos indo para boca de um dos mistérios da humanidade, por um lado parece interessante — disse em falsa meditação, tentando ser o mais ponderável. — Não preciso dizer que não é muito agradável, apesar de tudo.
— A maioria compartilha a mesma apreensão que a senhorita — David acrescentou solene. — Não se preocupe, temos o controle de tudo. Não há o que temer.
— Medo não é a definição do que tenho: pavor em leve grau é melhor.
David riu, levantando-se e pondo a xícara na bandeja.
— Vou conversar com os buscadores e retorno para lhes pôr a par dos últimos preparativos.
David desapareceu porta à fora deixando um quietude constrangedora no ambiente. Amaldiçoei-me internamente pela minha incapacidade de iniciar um assunto, queria tentar interagir com Vergil. E o problema é que nossos diálogos limitavam-se sobre coisas relevantes com a menor quantidade de palavras possíveis — principalmente com Vergil sendo prático e monossílabo —, e o meu mais difícil desafio: ganhar mais que meias frases dele. Acostumamos-nos com os hábitos um do outro, já temos uma noção da personalidade e gostos, nos respeitamos como indivíduos. Semelhantes a simples colegas de trabalho. Aproveitei para experimentar o chá, tendo o cuidado em não derrubá-lo.
— Devo me desculpar pelo meu comportamento inadequado daquele dia. Eu perdi o controle e, embora não seja uma razão coerente — Vergil começou, olhando-me fixamente. — é tudo que posso dizer. Seguir meus impulsos foi um erro imperdoável.
— Está tudo bem, além disso, não precisa se desculpar. — assegurei ternamente, sorrindo. — Perder o controle faz parte da nossa natureza. Humanos perdem o controle.
— Humanos... — Vergil repetiu balançando a cabeça, um fino sorriso desenhando-se em suas feições. Ruborizei sem saber o que fazer, apenas encarei o líquido escuro e quente na minha xícara. Pela minha influência, o conteúdo oscilava constantemente. Meu corpo tremia pelo súbito frio congelante pinicava dolorosamente, investindo contra minha pele descoberta. Cada instinto que estivera em tranquila comunhão, latejava em mim. Tudo que vinha a mente era: a insaciável e abominável sede de sangue em toda força da expressão. E ali estava, nas minúsculas partículas de poeira e em todos os elementos que formavam o ar. A densa aura se ampliou no ar, transformando-o em uma área inóspita e quase imprópria para se ficar por um longo período. Com esforço respirava, pois a pressão queimava e comprimia meus pulmões insuportavelmente. A peça escapou de minhas mãos, quebrando-se em milhares fragmentos. A vibração amedrontadora arrastou-se em toda atmosfera que, aparentemente, somente eu sentia.
— A morte está aqui... — proferi atônita, transtornada demais para compreender a natureza do ocorrido. — Posso senti-lo...
Vergil tocou meu ombro, estilhaçando a transe que me entorpecera. Da mesma maneira que a névoa obscura emergiu, desvanecera completamente. Segurei-me nele para manter-me de pé, minha cabeça girava.
— Tive um mau pressentimento — expliquei tonta. Não era totalmente uma mentira, embora aplicasse a algo maior que um simples mau presságio. Alguma forma de vida extremamente poderosa rondou o espaço, porém o que me impressionou, de fato, tinha sido a massa de energia sombria. A própria encarnação das trevas.
— Não foi exatamente isso que aconteceu, você parecia fora de si. E disse algo sobre a morte estar aqui. — Vergil interrogou. — A não ser que esteja delirando ou fazendo uso de medicamentos fortes e eu não esteja sabendo, omitir informações não vai ajudar. Tenho o direito de exigir explicações mais claras.
— Havia alguém aqui muito poderoso, dotado de obscuridade. Você não sentiu?
— Não, e isso é estranho. — afirmou pensativo. — Escuridão, não é?
Vergil pareceu muito interessado, seja qual tenha sido aquela energia, a possibilidade de encontrar algo com grande poder agradava-o.
***
O helicóptero partiu de Miami no início da tarde, vieram uma equipe de buscadores junto conosco para garantir que a primeira parte da missão seja cumprida sem complicações. Eu tinha uma sensação desagradável na boca do estômago, como se estivesse tentando me equilibrar em uma corda bamba no meio de considerável altitude. Ao meu redor não era a única preocupada, o que me deixou mais calma. Sobrevoávamos o oceano Atlântico aproximadamente no ponto central do triângulo imaginário que incluía a ilha Bermudas, Porto Rico e Fort Lauderdale no Florida. Situados naquela região, as portas laterais foram abertas.
— Estamos na minúscula fissura dimensional — David relatou intercalando o olhar entre mim e Vergil. — E aqui é a parada de vocês.
— Se vamos saltar para dentro do oceano, não precisaríamos de equipamento? — perguntei ansiosa.
— Não é necessário equipamento algum. — David respondeu casualmente como se fosse à coisa mais normal do mundo — Tudo que terão que fazer é adentrar a fissura, somente isso.
Observei a água azul que se agitava sem parar e encarei Vergil aterrorizada. Nuvens escuras aproximavam-se da nossa direção anunciando uma tempestade.
— Senhor, há alterações no radar e no motor. Essa área é muito perigosa e se continuarmos aqui seremos pegos pela tempestade! — o piloto alertou em meio aos sons ensurdecedores da hélice. Perceptíveis turbulências acometeram o helicóptero que tremia mediante as rajadas de vento hostis. Para ficar estável, segurei firmemente na estrutura próxima a porta lateral.
— Srta. Valentine, você tem que aplacar o campo magnético que interfere no sistema! — David pediu.
— E como faço isso?
— Crie uma barreira psíquica em volta do helicóptero. Pode fazer isso?
— Nunca tentei, mas vou dar um jeito — disse confiante, concentrando-me para idealizar uma esfera que expandia-se gradativamente cobrindo o helicóptero. A força do vento não atingia a lataria nem o chacoalhava, assim o piloto pôde se estabilizar no ar. Abaixo de nossos pés, um vórtice escuro formou-se no oceano engolindo a água.
— Não sei se é uma boa ideia — aleguei estática. — Quer dizer, é uma insanidade saltar lá dentro.
Vergil pegou-me nos braços e instintivamente gritei, para prevenir que não fizesse movimentos bruscos para fugir, ele se fixou na beirada e prendeu-me estrategicamente.
— Vergil não a solte antes de chegarem ao final, há uma extrema pressão que pode lhe destroçar. Enquanto a Diva estiver perto de você os principais fundamentos de uma viagem dimensional não te afetaram — David afirmou. — E boa sorte!
— Vergil... Por favor — implorei, fincando as unhas no casaco que ele trajava. Minha expressão deve estar mais mortificada que de um anime. Vergil ignorou meu apelo, impulsionando o corpo para frente para colidir com o descomunal vórtice. Encolhida nos braços de Vergil, esperei que ocorresse algo assustador, contudo quando senti o impacto reverberando do corpo dele para o meu e percebi que nada havia mudado, só o local onde havíamos aterrissado com êxito. Se não existissem as diminutas fagulhas iluminando precariamente o ambiente, não identificaria a gruta gigantesca em que estávamos. Havia destroços e carcaças de navios e aviões por todo canto, assemelhando a um cemitério abandonado. Sons contínuos de gotas caindo nas pedras escorregadias, deslizando para as correntes de água que derramavam numa abertura de tonalidade carmesim, aparentemente a insólita saída dali.
— Um bom lugar para fazer um clube de leitura... De Stephen King — murmurei.
— Bem vindos! — a voz grossa anunciou. As sombras desenharam duas figuras humanas — de uma mulher e um homem. A mulher era assombrosamente idêntica a mim, porém seus olhos eram negros quanto ao homem usava uma pesada e brilhante armadura de aspecto estranho, os cabelos brancos iguais aos de Dante e Vergil — que tinha antes. Ambos portavam magníficas e resplandecentes espadas.
— Aqui será o túmulo de vocês — a mulher acrescentou oca como uma marionete. Os dois tinham a aparência de zumbis: a pele pálida e veias escuras proeminentes ao redor dos olhos, estes vazios e sem vida. Até a postura deixava nítida a adinamia presente neles.
— Guardiões, eu presumo — Vergil assegurou. — Pena que vamos mudar seus planos. Não pretendo morrer aqui.
— Sparda destrua-o. A sagrada Excalibur não pode ser levada! — a mulher ordenou, o homem posicionou-se defensivamente.
E eu planejava sair ilesa dessa missão.
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