The Other Piece!
Sentia como se estivesse prestes a travar uma guerra, e diferente de uma legítima disputa, não seria resolvida através de violência física. Naquele infindável momento, nossas questões teriam que ser tratadas com racionalidade e frieza. E acima de qualquer ressentimento pessoal, estava o sucesso da missão e manter o disfarce era imprescindível. Juro que a tarefa não é uma situação que classificasse simples, tampouco agradável. Eu queria ter o sangue frio de Vergil para não me permitir ser arrastada no furacão das minhas emoções, sendo mais prudente e analítica.
Desde pequena, sempre tive o que meus pais denominavam como impulsividade extrema. Aquelas que nunca pode comandar e que surge nos momentos mais impróprios e inconvenientes possíveis, e era péssimo lidar com esses hábitos. Entretanto, os anos moldaram minha personalidade e, por consequência, tornaram-me mais maleável quanto ao que diz respeito a atitudes imaturas. E talvez, bem lá no fundo, ainda conserve uma ínfima parcela de instabilidade. E julgava que situação propiciara com que deixasse a irritação falar mais alto, tomando conta do orgulhoso lado racional que possuía. Se meus pensamentos não tivessem focados na maneira mais discreta para adquirir essa Chave, já perderia a compostura e acabaria com esse teatro.
Planejava que, teoricamente, poderia manipular a mente das pessoas, contudo o risco ainda era grande.
Não pude negar que a frustração arrastava-se em minhas veias, fazendo o gosto amargo invadir minha boca. Durante aquele breve espaço de tempo em que o orador anunciou o amuleto do Ankh— o artefato que é quarta Chave — e a mulher deu seu lance que nenhum dos presentes teve coragem para rebater, ainda mais sendo proposta uma quantia alta em um artigo simples. O orador bateu o martelo, arrematando o item e novamente tive que ser mais indiferente possível. O rumo que aquela ridícula cena tomava era estupidamente lamentável. Vergil segurou meu braço para ter certeza que não iria estragar o plano, e estava tentada a fazê-lo. Respirei fundo e domei o impulso, ignorando o sentimento de fracasso em obter a Chave — assim como ocorrerá com a segunda Chave que está em posse de Dante. Estava prestes a alcançá-la, meu almejado objetivo.
Ouvi o engasgar surpreso do orador antes de uma esfera metálica rolar para o intervalo de espaço entre os assentos, quando o dispositivo acionou-se disseminando uma cortina de fumaça contra os presentes, todos entraram em pânico. Havia uma ínfima possibilidade que fosse obra das autoridades francesas para dispersar o grande número de pessoas. Se realmente fosse como supus, seria mais uma complicação para fechar a cota. O caos instalou-se monumentalmente rápido, provocando efeitos devastadores. Vi no tumulto a chance de me aproximar da Chave, nossa sorrateira empreitada nem sequer seria percebida.
Foi nesse momento a vi.
O pousar suave e tácito da silhueta feminina no suntuoso e fortificado protetor no qual jazia a Chave interrompeu minha determinada corrida para tomá-lo em mãos, uma inesperada ação diante do que inicialmente planejara. Ela pareceu estar imersa em pensamentos longínquos quando fez o vidro em milhares de fragmentos e recolhendo o almejado item, apertando-o entre os dedos enluvados. Seu corpo estava revestido com uma vestimenta negra que se moldavam as suas curvas, porém não justo o bastante para ser como uma segunda pele. Não se podia ver seu rosto, a fumaça enevoara o ambiente e dificultava uma visualização mais nítida dela. Fiz uma breve e instintiva menção de aproximação, e tão fria e hostil, apontou a arma contra mim. Sua postura ofensiva deixava claro suas intenções sendo que não estava ali para brincadeiras, se necessário mataria qualquer um que se opor ao seu propósito. Ainda com a ameaça iminente talhada poucos metros de mim, que em um movimento poderia ceifar minha vida, não me contentava com a possibilidade de novamente perder de vista mais uma Chave. Para mim, todo trabalho e o que passara para poder ter aquele objeto era questão de orgulho. O vulto saltou elegantemente para frente e, sem perder tempo, avançou no percurso a saída. Eu a segui e Vergil acompanhou, sabia que apesar das diferenças, ainda mantinha-se aceso nosso objetivo em comum. E confesso, correr usando um vestido não era melhor maneira de perseguir um alvo em potencial. Contudo, as opções escassas e sem algo a meu favor, complicava ainda mais. Pensando nessas limitações que me vi obrigada a usar de métodos mais violentos para detê-la. Excalibur atendeu prontamente meu clamor, acendendo-se em sua forma original. Empunhando-a, desferi um duplo corte transversal no ar que, devido a pressão e o poder da lâmina da espada, rasgou e destruir a rota de fuga da mulher. Se não tivesse desviado a tempo, certamente teria o mesmo destino do chão e de tudo que o rodeara. Pisei firme para impulsionar meu corpo em alta velocidade contra aquela que roubara o que, por direito e esforço, nos pertencia. A cada gesto meticuloso, a cada movimento arquitetado com exímio, percebi não lidávamos com uma adversária qualquer, que só atrasaria nossa tarefa, mas com alguém tão habilidosa e segura do seu ideal. Aparentemente, enquanto tentava ardentemente retraí-la, estava com a vantagem. Ela esquivava de inúmeros golpes que impiedosamente infringia, ainda que no processo tenha se ferido também.
O segundo de diferença determinou qual dos lados venceria, e assim que uma brecha na defesa dela se abriu, aproveitei para direcionar um ataque eficaz contra ela. Não era o mais elaborado que já fizera, porém a nocauteei com sucesso. O corpo caiu pesadamente e permaneceu ali, enquanto Vergil aproximava-se ostentando seu típico semblante monótono, e eu revezava minha atenção entre acalmar meus batimentos cardíacos e ficar alerta. Toquei aquilo que escondia perfeitamente seu rosto, a dura e estranha máscara. Tateei as laterais em busca de algo que serviria como uma tranca para desbloqueá-la, o contorno anormal que formavam uma peça desprendida. Imediatamente ao aciona-lo, a mecanismo cedeu e, foi um choque colossal ao ver seu rosto. Ou melhor, o meu rosto estampado no dela. Ela era uma cópia minha de dois anos atrás, quando acordara no hospital com a aparência mudada. Era como olhar meu reflexo em um espelho antigo, porém ainda possuía particularidades que nos distinguiam: não somente a idade em si — é provável que ela esteja com exatos dezoito anos —, também sua expressão que, embora estivesse sido induzida a inconsciência, ainda projetava-se em visível tensão. Arranquei das mãos dela a Chave, entregando-a para Vergil. E ele não questionou quando ajeitei a menina desacordada nas minhas costas no intuito de levá-la junto conosco, me senti na responsabilidade de tomar conta dela, e quem sabe poder extrair informações dela.
A cortina de estrelas que se estendia no céu e a quietude da noite dera uma sensação solene. Ainda estava filtrando o ocorrido da noite que, de certa maneira, parecera surreal demais para compreender. Minha mente ainda estava processando tudo, desde que entramos naquele salão de leilão ao ataque de uma garota idêntica a mim. Desse estardalhaço conseguira outra Chave e isso já era suficiente para confortar minha mente caótica, e consciente que estávamos um passo mais perto do fim dessa busca interminável. Demoramos mais do que meu corpo exaurido pôde suportar, e como não havia tanta agitação nas ruas tivemos que ser discretos — como fingir que a garota que levava estava bêbada era uma ideia bastante razoável. Depositei-a na cama e amarrei suas mãos para garantir que assim que ela despertasse não fosse direto para a hostilidade.
— Devo concluir que tenha, ao menos, uma explicação para trazê-la — Vergil cortou o silêncio, tão indiferente quanto seu estado habitual.
— Olhe para ela, é idêntica a mim! — sussurrei como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, uma descoberta majestosa. — Não só isso, ela tem tantas similaridades comigo que fiquei curiosa para interroga-la, por essa razão a trouxe.
Antes que Vergil pudesse expor o que pensava da minha atitude inadequada, a garota balbuciou algumas palavras incoerentes e, bem lentamente, abriu os grandes olhos castanhos, observando o quarto atordoada. Por fim, fitou-me pasma e pensei que entraria em histeria pela reação, entretanto, apesar do espanto, ela manteve-se comportada e calada. Seus olhos focaram-se em Vergil, e sua expressão mudou radicalmente; ela estava radiante e esbanjando uma exultação sublime, quase como se contemplasse o paraíso. A emoção estampada em suas feições era incomparável. Lágrimas formaram-se e deslizaram pelas bochechas ruborizadas, molhando o rosa fraco na palidez das maçãs do rosto. Sendo mais radical: pela atitude dela era como se o Vergil fosse alguém que devesse ser idolatrado e posto em um pedestal. E, de repente, senti algo que não soube explicar. Uma agitação estranha pulsou em mim, me sufocando.
— Você... — até o timbre suave e engasgado do choro é igual. — Você...
— Qual é o seu nome? — a interrompi quando percebi o rumo bizarro que a circunstância tomava. E como se recebesse um banho de água gelada, ela, com os olhos arregalado em perplexidade, prendeu sua atenção a mim.
— Meu nome? Ah, meu nome é Ivy. Ivy Valentine, mas por algum motivo me chamam de Diva — explicou meio desorientada.
Senti o rosto queimar de irritação, porém, ao mesmo tempo, tinha uma espécie de piedade devido à condição em que ela se encontrava.
— Não é possível! — aumentei o tom de voz, assustando-a ligeiramente. — Você não pode ter o mesmo nome que eu! Eu sou a legitima Ivy Valentine!
— Não! — ela gritou, de modo, que a ressonância ecoou por todo cômodo fazendo com que os móveis menores fossem rechaçado pela força.
— Por que você quer a Chave? — interroguei, transparecendo minha inquietação invasiva.
— Chave? — ela objetou perdida. —Não sei sobre o que está falando, mas se não me soltar...
A outra ainda tentou se desprender da corda improvisada — uma echarpe que veio a ser muito útil. Encarei Vergil, nossos olhares se cruzaram num consentimento mútuo. Aproximei-me dela e pressentindo meu real intuito, ela se debateu ferozmente. Lutando com unhas e dentes para que houvesse uma distancia entre nós, porém não cederia a despeito da sua ação repressora e indócil para resistir a minha influencia. Se pelo pouco que sei sobre a natureza das minhas habilidades psíquicas era que poderia facilmente compeli-la a colaborar. No entanto, o máximo que recebi foi um olhar mortal e, que aos poucos, tornou-se vazio e sem vida que indicou o sucesso da minha investida. Encostei a mão em sua testa e concentrei para penetrar na mente dela. A principio, surgiu imagens sem sentido de acontecimentos que não pude entender e que não formavam uma linha legível. E me aprofundei mais, ainda que soubesse que seria um processo infrutífero. Vislumbrei algumas coisas muito embaçadas no meio da desordem, nada conclusivo ou que auxiliasse. A parede branca impediu que continuasse invadindo mais à fundo a mente dela, explorando o que poderia haver além.
— Encontrou algo relevante na mente dela? — Vergil questionou
Meneei cabeça.
— Ela não tem nenhuma memória, é como se ela fosse... Não sei... Vazia. Existem poucas coisas, no entanto, ainda é insignificante — esclareci, massageando a têmpora para abrandar o despontar da dor. — E ela é também como eu...
— Então ela é “uma variante” sua? — interpôs ponderado.
— Não sei — a garota ainda permanecera para em transe. — Bem, já temos o que queríamos e de bônus temos outro enigma nas costas. Talvez David possa nos dar um parecer nisso. Agora que ela está sob controle, podemos pensar em algo.
Vergil nada disse e fitou a garota como se a reconhecesse também.
***
— Quanto tempo acha que consegue compeli-la? — Vergil inquiriu, quando suspirei pela décima sétima ou oitava vez, realizando um esforço surpreendente para manter a garota serena e obediente. A dor trespassava por toda minha cabeça e senti a ardência na minha testa, no qual delineava a marca do selo.
— O bastante para não ter contratempos à viagem — assegurei convictamente. — David disse que estaria aqui em breve.
David não tardou a aparecer com o pequeno grupo de buscadores, e em menos de quarenta e oito horas, envelhecera pouco menos de dez anos. Hematomas arroxeados e fundos ladeavam seus olhos, dando-lhe um aspecto cansado e mortiço. Os cabelos sempre perfeitamente alinhados, estavam sutilmente bagunçados. Ele realmente empenhava-se mais do que qualquer um para solucionar enigmas e as localidades das outras Chaves, uma dedicação invejável. Todos tinham motivos para unirem-se a David, e nesse jogo de interesse, sem dúvida, ocupando o topo estaria à salvação do mundo. Na testa de David formou-se um vinco, Intercalando seu olhar alardeado entre mim e a outra garota — supostamente tendo uma série de "coincidências" comigo, inclusive o nome. Era impossível que não tivesse uma reação estupefata diante da extrema semelhança, ainda que tivesse alertado pelo comunicador. Antes de iniciar os interrogatórios, ele abriu passagem para um carro estacionado logo atrás. Seguimos viagem em um enfadonho silêncio, ninguém expressou nem sequer uma palavra ao acaso para amenizar a sensação de tensão que faiscava e crescia no curto espaço. Tive que ser mais calma possível para permanecer indolente quando os dois homens que estavam comigo, ambos mascarados com o semblante estoico. Eu poderia não ser um exemplo de interação e boa comunicação, porém tem ocasiões que te obrigam a improvisar. Durante o percurso, eu arriscava iniciar uma conversa com assuntos triviais, David respondia educado como sempre, já Vergil fazia questão de me ignorar. O modo que ele agia me irritava profundamente, ainda assim não conseguia sentir raiva por muito tempo, até por que a companhia dele era uma das poucas coisas que posso me dar ao luxo de classificar como prazerosas. Chegamos a um prédio estranho, que segundo David, seria um centro de pesquisa. Não entendi a real razão para ele nos ter trazido aqui, e quando ele instruiu uma pesquisadora — que ironicamente era a Thanatos — para preparar a sala de exames, finalmente a ficha fora caindo. Não precisava ser gênio para ver que o objetivo dele era me examinar junto a outra.
— Não se preocupe Srta. Valentine. Será rápido e indolor — David afirmou com um sorriso encorajador — Precisamos saber o quão parecidas vocês são, apenas uma precaução.
— Você não disse nada sobre isso! — chiei aturdida. — E mais, que tipo de exames pretende fazer?
— É Thanatos que os fará, você ficara mais confortável com uma mulher. E ela vai te explicar sobre tudo que quiser. — informou me encaminhando para uma sala.
— Enquanto você faz esse procedimento, tenho assuntos de sumo interesse para tratar com Vergil — David declarou chamando a atenção de Vergil, que até o momento não se pronunciara. Ambos se retiraram, deixando-me temerosamente sozinha — ou nem tanto por causa da outra.
Entrei relutante, e a outra veio em meu encalço. Graças à compulsão, ela ficara mais serena e obediente. Thanatos usava uma vestimenta branca, bastante usual para médicos. A sala possuía um aroma de álcool e produtos químicos não muito fortes, prateleiras meticulosamente organizadas com os utensílios e todo aparato para intervenções hospitalares. Thanatos parecia menos arisca quanto o nosso primeiro encontro, talvez fosse por estar com sua postura profissional.
— Tire a roupa — pediu quando ainda me distraia observando o local.
— Hã? Como? — perguntei meio absorta.
— Tire a roupa — repetiu paciente.
— É necessário fazer mesmo isso?
— Sim, mas se tiver uma ideia melhor estou aberta a sugestões — rebateu rindo da minha reação aterrorizada. — Estamos entre mulher, não precisa ter medo.
— Não estou com medo! — retruquei tentando transparecer uma coragem que não tinha.
Suspirei resignada.
E nem sabia se tremia pelo frio do ar condicionado ou por estar me despindo, seja qual for causava um arrepio involuntário na minha espinha. Thanatos anotou algumas coisas em um bloco de notas e alinhou-me e minha "gêmea", uma do lado da outra como se nos medisse e nos comparasse. Notei que era poucos centímetros mais alta que a outra, se considerar que ela tivesse a minha altura e medida aos dezoito, então nesses dois anos devo ter crescido um pouco. Além desse teste, tivemos que nos pesar e realizar outros exames como de DNA — que dolorosamente teria que ser feito com o sangue como material genético.
— Uma tem uma ideia de como funciona esse teste, não é? — Thanatos inquiriu afável.
— Um pouco, mas é bem raso. — confessei, afagando o braço dolorido. — Tem a ver com comparar o código genético de duas pessoas e achar compatibilidade, creio eu.
— Mais ou menos isso. — um sorriso iluminou as feições de Thanatos — Como já deve saber o DNA é formado por estruturas em "tijolinhos", chamados nucleotídeos. Neles são utilizados para comparação as bases nitrogenadas, pela ordem que elas aparecem pode-se determinar as informações contidas no código genético — explicou concentrada no computador que mostrava imagens que não pude identificar — Para ser considerado, é necessário analisar quantas vezes certa sequência se repete em cada trecho. Assim realizando uma comparação entre a quantidade de repetições que aparecem em cada pedaço do DNA de duas pessoas. É mais "utilizado" para descobrir a paternidade de um indivíduo.
Thanatos retomou o bloco de notas, estudando a garota que nem se importava com os testes que a submetiam tampouco das questões feitas.
— Há uma tatuagem peculiar em vocês duas — anunciou olhando para as costas descobertas da garota, que assim como eu escondia a nudez com um fino lençol. — Se não fosse à diferença gritante em suas idades, ainda que seja imperceptível para quem não analisar corretamente, poderiam facilmente se passar por irmãs gêmeas.
— Se nossos nomes não fossem iguais — a garota pronunciou, encarando-me com um sorriso constrangido.
— Para diferencia-las, você pode se chamar Ivy — Thanatos sugestionou para a garota, em seguida, apontou para mim. — E ela, a Diva.
— Por mim está ótimo! — disse animada, recolhendo as nossas peças de roupa e entregou as minhas.
Terminado e liberadas pelo carrasco Thanatos, nos vestimos e saímos da sala para deparar com Vergil aguardando. Ele estava encostado na parede com os braços cruzados, assim que nos avistou, cautelosamente, andou até nós. Por algum motivo, senti que ele pretendia dizer sobre algo, mas o orgulho interferia.
— Algum problema, Vergil?
Vergil lançou um olhar glacial e cortante para “Ivy” num pedido mudo para nos deixar sozinhos, ela nem fez questão de argumentar e saiu rapidamente — uma olhada daquelas assusta qualquer um.
— David disse que vamos ficar por aqui durante uns dias — avisou serio. Se for só isso, acho que ele exagerou em quase expulsar a Ivy daqui.
— Se ele preferir assim — me virei já pronta para ir.
— E não é só isso — proclamou — Ele foi explícito em dizer que devemos melhorar nossa relação — Vergil crispou os lábios, insatisfeito. Para alguém como Vergil deve ser bem mais difícil ter que lidar com essa situação, afinal não acredito que já tivesse sujeitado a isso nem nada meramente semelhante. Julgando que ele fazia mais o gênero lobo solitário.
— Eu não tenho nada contra você, apesar do incidente com o caderno. E outros pormenores irrelevantes.
— A questão é que ele tem razão, se estamos nessa missão juntos, um bom entrosamento em trabalho de equipe são importantes.
— Okay... — sussurrei desentendida, tentando a custo acompanhar o raciocínio dele.
— O mais lógico a fazer é convidá-la para... Sair. — busquei na expressão algum indicio que ele não tivesse em sã consciência e não localizei nada para provar. De surpresa fui a absoluto assombro.
Pisquei, assimilando as palavras de Vergil.
— Não... Espera... — puxei o ar com força para os pulmões — Está mesmo me convidando para sair? Você? — passado o susto, pude refletir melhor. — Ah, claro. Seria um prazer.
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