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Bloody Rose Petals!

A dança frenética e o tênue de feixes luminosos tomaram meu campo de visão. Pude captar as oscilações conforme a pressão perfeita no corte desfazia qualquer obstáculo que se elevava diante da elegância e maestria do guerreiro, nada escapava de sua mira feroz. Hipnotizada e deslumbrada com o desenvolvimento da luta, concentrei-me somente em reparar cada detalhe sem permitir que nada fosse perdido. Vergil demonstrava saber clinicamente como deveria conduzir e manejar a Excalibur, usando-a de maneira que aparentasse ser a extensão de seu braço. Ele movia-se com agilidade impressionante, rasgando o ar na mesma proporção que retalhava o adversário, sem ínfima piedade. Esqueci completamente dos meus ferimentos que a essa altura já devem ter cicatrizado, sendo uma das vantagens de não ser humana: o fator incomparável de regeneração. E um último gesto, Vergil reduziu a nada a doentia deformação no céu do modo que queria ter realizado se não tivesse sido violentamente nocauteada. O vermelho retornou a tonalidade original, deixando para trás o espiral de cores quentes e anormais. Regressando numa velocidade considerável a paisagem e seu entorno de volta ao que sempre deveria ser. As evidências do ocorrido permaneceram lapidadas no chão e nos objetos inanimados que compunha o parque, inclusive a pequena fonte cuja água se derramava pelas pedras desgastadas. Como as pessoas fugiram, não teríamos a complicada tarefa de explicar ou mesmo dar vazão no fato — sem testemunha afinal.

Vergil estendeu a mão em minha direção e olhei para ela por longos minutos sem saber o que fazer, minha mente estava desligada e completamente inerte. Operava em automático enquanto ainda digeria tudo que assisti; o espetáculo exibido com toda classe e poder em sincronização. Após um breve e paciente momento de espera, agarrei a mão de Vergil que prontamente me firmou de pé com facilidade. A Excalibur se converteu a sua forma mais comodamente móvel: o pingente que o mestiço carregava entre os dedos como se fosse um inestimável tesouro. Vergil estendeu o adereço a mim, porém o detive depositando em sua mão e a induzindo a fechar num gesto significativo de que era meu presente para ele, além de ter salvado minha vida, a espada o aceitara como portador. Nada mais justo que pertecesse a ele. Quando o fizera, pareceu bem familiar e compreendi que seriam fragmentos das memórias da minha encarnação passada, sendo estas avivadas ao empunhar a lendária espada na dimensão a qual fora selada há mais de três séculos.

A oscilação obscura que viera junto à distorção dimensional esvaneceu com o fugaz sopro de vento executado pela manifestação de poder da Excalibur e a destreza de Vergil ao manipulá-la, tudo num ritmo perfeito. O desfecho em sua totalidade foi algo surpreendente, de modo que, não poderia ser simplesmente descrito em palavras. Eu estava muito contente por ele, e percebi que o ar ao seu redor mudou drasticamente. Havia sensações únicas permeando, de forma sutil, a atmosfera: orgulho de um grande feito, exultação ilimitada e tórrido poder crescente, todas se misturando envolta de Vergil. Desde que nos conhecemos, nunca tinha visto projetando abertamente seu êxito. Não dava para ver através da muralha que construira, agora era diferente, essa mesma barreira se desfez por poucos minutos. Via o Vergil mais humanizado, e em sintonia com suas emoções. A Excalibur correspondeu essa atitude, e isso já era um enorme progresso considerando que ela não aceita qualquer um.

Tudo entrava nos eixos.

Não havíamos nos recuperado plenamente do confronto anterior, e no instante seguinte uma esmagadora energia alastrou-se pelo ambiente, dando a impressão de estarmos num cerco fechado. Completamente sem saída. As ruas tingiam-se de um azul morto, substituído a vivacidade das variações de cores de outrora. A quase invisível névoa que se agitava, esgueirando-se soturnamente a nossa volta, revelou uma silhueta feminina. Aos poucos, à medida que o nevoeiro dissipava-se, pude identificar a dona da sombra parcialmente oculta.

Contemplava nossas semelhanças com o mesmo assombro do primeiro contato. A face indiferente e levemente distorcida igual a um daqueles salões de espelhos comuns em circos. Os olhos foscos dela capturaram os meus, e visualizei o abismo que existiam neles. Era como se não tivesse uma alma.

As modificações no local ficaram mais evidentes conforme ela aproximava-se de nós, aparentava não temer o que possivelmente faríamos caso ela não se detivesse. E com a estranha realidade chocando-se conosco, a garota que nomeei de Ivy alterava a própria vontade o tempo-espaço, tornando o cenário um tanto lúgubre. Vergil posicionou-se e ante mim, formando um escudo entre ela e eu, enquanto a mesma ainda continuava avançando. A rigidez de sua postura comprovava nitidamente que ele já preparava um ataque, a Excalibur respondeu a aura dele retornando a forma real.

Ela percorreu a distância que nos separava sem receio, em passadas monótonas e calculadas, exibindo um semblante vago e ilegível. A brisa condensada e carregando diminutas partículas de água congelada, essa comoção gerada pelo vento deu a impressão de que o inverno rigoroso se instaurou por ali. A mudança brusca no clima também fazia parte da manipulação dela, um exímio controle sobre o lugar. Moldando-o a bel prazer.

Mecanicamente olhei para os pés, vendo a pigmentação azulada se expandir sob eles como tinta fresca na tela. Vergil se interpôs na frente dela, habilidosamente brandindo a espada e retalhando o ar na vã intenção de pará-la. Contudo, a investida nem sequer encostara nela resvalando em trajetórias opostas. Optando a algo mais efetivo, Vergil adquirindo uma velocidade fora de qualquer escala numérica, quase como se seus movimentos quebrassem a famosa velocidade da luz, lançou-se num violento e direto ataque. E ponderei por míseros segundos que funcionaria, mas ao ver a espada imóvel nas mãos de Vergil, conclui que Excalibur se recusava a feri-la. E eu compreendi o motivo, a Excalibur possuía uma alma e se existia duas coisas que era proibido no seu manejo, uma delas é nunca ter a intenção de machucar a herdeira original, só que a pessoa em questão seria eu. O que tornava nossas similaridades mais bizarras quanto plausível, pois ela é minha cópia, ousaria afirmar que seria uma espécie de doppelganger.

Sem mais recursos, Vergil não teve outra escolha senão afastar-se dela. O tempo, aparentemente, diminuiu em seu fluxo natural fazendo tudo ficar imóvel. Fechei os olhos numa tola ação para adaptar-me ao que ocorria, queria pôr a mente no lugar nesse ínterim. Também um conselho da minha consciência do melhor a ser feito. Era mais que óbvio de que não se tratava de uma alucinação, e sim da poderosa influência de Ivy.

A sensação de leveza me desconsertou, não havia gravidade para me prender ao chão, tal como a calor e perfume de lavanda se empertigara numa gentil brisa do início da primavera se propagou em meu entorno, ocasionando um desagradável torpor. Ouvi um ensurdecedor ressoar de um sino, como se estivesse dentro de uma catedral, podendo escutar o som mais de perto. A curiosidade me instigou a abrir os olhos para descobrir o que, de fato, aconteceu.

Movida por um único propósito — um simples devo ressaltar —, ergui a cabeça e abri cautelosamente os olhos, preparando-me para tudo de ruim. A princípio, não enxergava nada nitidamente, ainda assim não reconheci absolutamente nenhum detalhe do cenário enevoado. Pisquei incontáveis vezes para limpar meu campo de visão e não contive o espanto ao ver onde fui, de uma perspectiva mais fantasiosa, abduzida. Em meus braços trazia um buquê de rosas brancas e destacando entre elas, uma frágil e chamativa rosa vermelha carmesim — lembrando vagamente cor do sangue. A roupa que trajava me impressionou; longo vestido do mais puro branco, suas alças cobriam uma pequena parcela do meu ombro, um decote não muito profundo, a faixa em cetim ladeando minha cintura e uma cauda leve. Finalmente o tradicional véu e grinalda.

Uma perfeita noiva, apesar da estranha circunstância.

Vasculhei com olhos febris alguma evidência — ou alguém — que me situasse em meio ao caos. Verifiquei em cada rosto dos espectadores do casamento um grau de familiaridade. Entretanto, nenhum deles possuía rosto: somente estática estampada. O padre ditava os votos para que repetíssemos de acordo com sua condução, a voz firme e afável ecoou pela grande e lotada catedral. Um estalo quebrou minha concentração e me obrigou a notar um relevante detalhe que, até então, passou despercebido: quem era meu noivo?

Amedrontada pelo que veria, respirei fundo e virei à cabeça para contemplar — terrivelmente abismada — Dante. Não tinha como me enganar nas notáveis distinções dele e Vergil. Seu cabelo deliberadamente caindo em seu rosto, bagunçado e rebelde. Mesmo usando um elegante terno continuava com seu estilo mais relaxado comparado à postura austera de Vergil. Ele sorria para mim e senti uma profunda alegria, ao mesmo tempo, uma imensa confusão. Eu o conhecia tão pouco, e as vezes que nos encontramos, tinha a impressão de que ele sabia muito sobre mim. Como se tivéssemos uma relação íntima. Agora estávamos prestes a selar nossas vidas para sempre. Mas o que realmente significava tudo isso?

Dante pegou a aliança, igual ao anel que carregava comigo como um importante amuleto, e devido ao meu estado de inércia não teve complicações para colocar em meu dedo anelar esquerdo como manda a tradição. Admirei o adereço em meu dedo e sanei minhas dúvidas, não é idêntico, é o próprio anel. Todos aguardavam ansiosos minha resposta, sentia a pressão pulsar no ar enquanto certos pares de olhos azuis celestes se fixavam em mim. Nem se fosse real me casaria precipitadamente e tampouco seria com Dante, cuja mera aproximação me afligia e gerava uma dor excruciante em meu coração.

Rudemente desvencilho-me das mãos de Dante que apertam as minhas com visível carinho — era uma emoção confortável —, dou uma última olhada nele antes de correr para fora da catedral. Num ímpeto, impulsiono minhas mãos na grande porta dupla, abrindo-a. Fui recepcionada com o vento gelado de inverno, este jogava meus cabelos em direção ao meu rosto, chicoteando-o. O buquê permaneceu em minhas mãos e das rosas que o compunham, retiro unicamente a vermelha. O motivo da escolha não soube ao certo, mas meu instinto me guiou e decidi que seria a melhor. Separada das outras, pude perceber que a pequena flor estava minimamente murcha e quase desbotada.

— Ela representa o que sobrou da suas memórias — uma voz infantil informou. Busquei pela dona da voz e vi Ivy com a aparência de criança — nem preciso dar ênfase em ser idêntica a mim nessa idade —, sorrindo travessa. — Assim como eu!

— O que está dizendo? Onde estou? E Vergil? — nervosa disparei uma questão atrás da outra, iniciando um verdadeiro interrogatório.

— São tantas perguntas — ela fingiu aborrecimento. — No entanto, tudo que precisa saber é que tem que proteger essa rosa, caso contrário — Ivy correu até mim e arrancou uma pétala da rosa, a dor lancinante reverberou pela minha cabeça e uma lembrança que compartilhei com Lyana em um dos meus aniversários fora dolorosa e cruelmente extraída. — perdera todas as suas memórias!

— E se conseguir vou sair desse lugar?

— Ora, não gostou? — ela pousou a pequenina mão sobre os lábios como se tivesse sido ofendida. — Fiz especialmente para você!

Por uns instantes cogitei a possibilidade de sacar uma arma e atirar nela, porém duas coisas me impediram de, principalmente, pôr em prática a ideia: primeira; ela tomou a aparência de uma criança e segunda; não tinha nenhuma arma. Infelizmente tive, contragosto, deixar o benefício da dúvida.

— E como... — antes de terminar, vejo que estava novamente sozinha. — Maldição!

Desci metade da escadaria e, de repente, minhas pernas pararam de me obedecer e meus sentidos se obscureceram. A última imagem que vi antes de desmoronar no piso parcialmente coberto pela neve foi um vulto se aproximar.

***

Na escuridão inesgotável, minha consciência lutava para resistir as águas escuras e não me afogar. Não poderia permitir ceder quando sabia que tinha responsabilidades pendentes, nos quais incluía proteger e preservar minhas memórias. Perde-las seria terrível, não queria repetir a angústia de ter sido miseravelmente privada de lembranças. A sensação de que parte de mim se perdeu e provavelmente nunca vou reaver.

Os pesadelos rastejaram sob minha pele, e a descarga de adrenalina chocou-se contra mim a fim de me despertar. Estava muito frio e não conseguia enviar comandos para meu corpo, queria me encolher e aplacar o impiedoso vento gélido que se arrastava em mim. Senti-me ser elevada e uma voz familiar me chamar, o timbre grave e cheio de seriedade me deram força extra para emergir na consciência. Com demasiado esforço, abri os olhos. Pequenos flocos se remexiam e rodopiavam acima de mim, tocando meu rosto desprotegido e quase sem sensibilidade. Forcei meus olhos a identificar quem estava ali comigo, segurando-me. Sorri internamente ao ver Vergil, contudo estranhei as roupas dele. Elas pareciam com as que ele usava ao retornar do mundo dos mortos, só que estavam intactas.

— Estive à sua procura — explicou, erguendo-me mais para que ficasse sentada. — Você está bem?

— Estou sim, só um pouco confusa com o que houve — assegurei, vacilante e intrigada. Fechei o punho para ter certeza de que a rosa, seguramente, estava sob minha posse. Meu coração saltou em pânico ao sentir o vazio. Vergil não ficou indiferente ao meu desespero e depositou a rosa na minha mão.

Resfoleguei aliviada.

— Onde esteve esse tempo? — indaguei.

— Não sei dizer ao certo, se for para deduzir eu estava em uma torre ou algo do gênero. — respondeu, ajudando-me a levantar.

— Você perdeu meu casamento — brinquei recebendo um olhar cortante como resposta, tratei logo de mudar o foco do assunto. — De acordo com a Ivy, essa rosa é a representação das minhas memórias e para sair daqui... Vou ter que proteger essa rosa, jamais permitindo que sequer uma pétala seja tirada.

Não tive tempo para ouvir a opinião de Vergil, pois uma força invisível jogou-me a um cenário completamente diferente. A neve estava presente, fina e diminuta em seu estágio inicial. Encontrava-me sobre um prédio, apreciando a noite e o desabrochar de uma nova estação. Um evento inédito para mim. Uma rajada de vento chacoalhou meus cabelos trazendo consigo a melancolia inexplicável. Alguém tocou meu ombro e virou-me, de modo que, pudesse vê-lo. Havia um razoável grupo de pessoas, todas sem face, mas com suas particularidades. Dante se inclinou em minha direção como se estivesse romper a distância entre nós e quisesse me beijar. Subitamente, pressenti que já aconteceu uma coisa exatamente igual. E aproveitando-se da minha falta de atenção, tirou uma pétala da minha rosa. A dor e a ausência de outra memória me irritou.

— Vergil! — gritei a plenos pulmões.

— Estou aqui — afirmou, rompendo a imagem de Dante e os demais com um toque em meu ombro. — Concentre-se, esse lugar verá em sua distração uma oportunidade para agir.

Assenti, colocando a rosa sobre o peito.

— Vamos prosseguir, temos que achar uma forma de sair. 

Vergil seguiu na frente indo para uma escura estrada deserta. Olhei para a rosa e refleti as razões para Dante aparecer tanto nesse "mundo fabricado". 

Percorri meu trajeto para acompanhar Vergil.

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