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A Resonant Voice!

Presa em algum delírio fabricado pelo subconsciente da antiga ocupante do corpo, viu-se diante de duas figuras masculinas quase idênticas se não fosse as sutis diferenças no vestuário e até no penteado. Ambos possuíam presenças impossíveis de serem ignoradas, duas chamas reluzindo na escuridão. Ela sempre soube no instante que tomou posse desse corpo que havia uma ligação tanto espiritual quanto mental com os dois mestiços, que eles estariam atuando como um obstáculo para o controle absoluto da essência da garota. A mera existência deles era um grande infortúnio que faria questão de eliminar. Pendendo entre a letargia e o estado de vigília, observou impossibilitada de impedir o desenvolvimento do devaneio; frente a uma grandiosa plateia em uma casa de ópera, assistindo na primeira fila os gêmeos sorrindo, cada um a seu modo. Ela usava um longo vestido com drapeado azul no busto e adequando-se as suas curvas, a extensão branca com detalhes em preto. Os longos cabelos castanhos estavam amarrados com delicados enfeites e algumas mechas soltas que caiam em ondas pelas suas costas. Diva olhou orgulhosa para os presentes no espetáculo, até começar a cantar. Sua voz propagou-se e todos que aplaudiam tão encantados, morriam. O jogo que dois poderiam jogar: ela estava tentando usar desejos aleatórios para desestabilizá-lo, mas ele conseguiu contornar a situação colocando-a a seu favor. Se ainda houver resquícios da vontade da garota que resistia a influência dele, combateria com interesse sádico. Sorrindo graciosamente, ela parou sem restar nada além de corpos e sangue pintando cada centímetro do local, como uma obra de arte macabra. O veículo balançou, fazendo-a despertar do transe. Seus pensamentos ferviam e sentiu-se vagamente confusa na infinidade de sentimentos e sensações que tudo aquilo lhe proporcionou.

Tocou o pingente que compunha seu casaco, este próximo ao seu coração. Tentou prestar atenção no trajeto feito pelo carro ao percorrer uma rua que desconhecia, vendo as imagens ficarem ligeiramente borradas devido à velocidade. Nada do que captou fora suficiente para atiçar sua curiosidade, ou fazê-la esquecer dessa arrebatadora e incapacitante tempestade que abrigara em seu coração e mente. Obviamente era fruto da conexão dela. Era demais para conciliar, um verdadeiro e violento assalto de emoções, a persistência memórias e a irresistível ânsia que doía em seus ossos de ver os mestiços. Uma necessidade urgente de tocá-los de falar com eles. De amá-los. Um alto e imponente, grave e preciso, grito de autoafirmação e autoridade que competia exclusivamente a ele indicou que nada lhe pertencia mais. Nessa guerra interna pelo comando, ele a subjugou. Tratou de firmar-se diante das novas correntes de pensamentos, elas não surtiram efeito algum sobre ele tampouco causou um abalo em sua consciência.

Vozes cortaram sua concentração, obrigando-a a aguçar sua audição para escutar melhor a conversa que desenrolava-se alheia a sua condição. Levantou a cabeça, sua franja ocultando parte de seus olhos e rosto, encarando o espelho do retrovisor interno. Thanatos e Amon debatiam sobre sua atual obsessão, plenamente cientes que estaria ouvindo tudo. Thanatos, embora fingisse bem compreender os anseios da sua senhora e demonstrasse lealdade, não concordava em forjar um encontro entre os gêmeos e Diva. Existia certa relutância para pôr eles frente a frente, era praticamente expô-la ao perigo e a ameaça que ele representavam a sua hospedeira fragilizada. Ele parecia não se importar com as consequências dessa escolha. Além disso, uma razão ainda mais cruel o induzia a fazer aquilo, indo muito mais além da vingança contra a própria Arya — seu alvo principal. Desfrutaria da vingança também contra Sparda, dando a seus descendentes os piores e mais vis tormentos. Faria-os desejar nunca ter nascido.

— Não é um problema, não é, Diva? — Amon questionou, olhando o reflexo da jovem. Ela estreitou os olhos com inexpressividade. — Eles nunca farão nada contra você. Ainda considerando o quão devotos e apaixonados eles são.

— Limite-se a seguir minhas ordens. — respondeu secamente arrancando uma risada do pecado da luxúria. — Quero ver eles. Mais que tudo. Teremos nossa tão aguardada reunião.

Pressionou as mãos contra o peito, temendo o turbilhão que a atingiu bruscamente, seu coração disparava em alarde.

— Nunca me senti assim antes... — ela começou, perdida na própria linha de raciocínio. Os dois pecados ficaram perplexos com a simples possibilidade dele estar sendo afogado na essência da verdadeira Diva, que poderia engoli-lo. — Não quero sentir isso. Meu coração fica em pedaços quando penso neles... Eu quero estar com eles novamente... Assim vou matá-los!

Lágrimas escorriam em um contraste incomum de dor e excitação que surgiu em suas feições melancólicas.

— Vou matar Dante e Vergil... Eles irão cair pelas minhas mãos...!

A dor avassaladora pareceu partir o coração dela em inúmeros pedaços, como uma peça de porcelana jogada no chão. Ele sorriu satisfeito ao contemplar com louvor sua hospedeira sofrer sem poder fazer nada. Se ele alcançar esse objetivo, quebraria a alma dela de uma maneira que nunca se recuperaria. Ela não teria paz e esse seria seu inferno particular. Seu inferno na terra.

— Quanto mais rápido chegarmos, melhor. Não quero deixá-los esperando.

Amon conduziu a jovem para fora do veículo, levando-a gentilmente para seu recém-adquirido jardim. Thanatos seguia-os atrás, verificando com olhos de águia se não havia intrusos. A brisa impregnada com perfume de flores, acolheu-os. Diva riu, a ansiedade crescendo em seu estômago, feliz pelo que estaria por vir. Segurou o cabo do punhal com força entre seus dedos, parcialmente escondidos em mangas longas do vestido claro que usava.

Ardentemente desejava esse encontro sombrio. Seria um momento perfeito para matá-los e mostrar o quanto ela os amava, designando-os em um caminho sem volta para o inferno.

***

Dante estagnou. Seus olhos escurecidos pela adrenalina que subia a cada minuto, varreram a extensão do campo com interesse. A essência doce e sufocante de perigo e morte enchia o ar, quase poderia saboreá-la. Era como experimentar o êxtase de um instinto primitivo querendo sair, a criatura selvagem que habitava todo ser. Embora o local com vegetação bem cuidada não oferecesse uma ameaça visível, sentia a aura pesada que criava uma forte pressão sobre suas cabeças. Se eles fossem demônios de uma classe baixa, provavelmente não conseguiriam mover-se com liberdade, isso se a força daquele poder misterioso não os esmagasse silenciosa e instantaneamente. Dante, por instinto, mexeu as mãos para certificar-se de que nada o afetara. Questionou a intenção do anfitrião ao convidá-los aquele jardim botânico. De todo modo, a escolha não era censurável, longe de espectadores humanos facilmente daria um jeito caso a situação fugisse do controle e tivesse que apelar a uma batalha. Tudo estava tranquilo demais e isso, baseado em sua rotina e conhecimento, seria preocupante.

Seu irmão gêmeo tomou a frente, sua postura pronta para um combate, pisando firmemente no chão de pedras. Dante ainda estava se acostumando a ideia de ver o irmão vivo, uma parte sentia-se verdadeiramente feliz, mas a outra, uma ínfima parcela de si, via-o como um potencial rival. Não como já era natural entre ambos, e sim no quesito estarem compartilhando o mesmo objeto de afeto. Lyana abriu uma dúvida ao saber sobre a parceria entre Diva e Vergil. Algo que não gostava de imaginar e preferia nunca colocar em pauta. No fundo ele queria manter intacto seu orgulho. Lyana posicionou-se ao lado de Dante, deslumbrada com o belo cenário colorido com a vastidão de flores presentes. Ela respirou profundamente, aspirando o perfume impregnado no ambiente.

Uma canção suave ressoou pelo espaço. Ela parecia carregada ao vento, diferente de tudo que já escutara na vida. Os sentidos de Dante vibraram, seus músculos repentinamente estavam leves e a cabeça vazia de qualquer pensamento que lhe fosse incomodo. Aquilo lhe reconfortou, trouxe uma sensação sublime e irreparável. Nem mesmo suas amadas pizzas e sundaes lhe concediam tamanha satisfação. Ela transmitia aos poucos que tinham prazer em apreciá-la uma profunda e desconcertante melancolia, alguns nuances de amabilidade e ódio. Sua serenidade quase causava um efeito de fascínio, que os chamava, guiando-os para dentro do local. Dante sentiu-se vagamente instigado e embriagado, inexplicavelmente seduzido pelo que ouvia, e, em meio aquele torpor, resistiu ao encanto dela com máximo que sua capacidade mental e autodisciplina permitiam. A familiaridade na voz que entoava com tanta paixão intrigou o mestiço. E por mais que se empenhasse para associar a voz com alguém que conhecesse, não pôde. Algo em seu interior agitou-se ferozmente. Dante percebeu que não era o único preso a melodia, no entanto, seu irmão demonstrava resistência ao som, elevando a aura azul para formar ao redor de si uma barreira. Dante imitou, em seguida, a mestiça ruiva cujas maçãs do rosto estavam tão vermelhos quanto seus cabelos, fez o mesmo. Sem se interromper, a melodia continuou.

“Eu sou a voz que chama seu nome”

— A partir desse ponto nos separamos, assim cobrimos um perímetro maior — Vergil informou, sério. — De acordo, irmão?

— É, talvez tenha razão — deu de ombros. O mestiço mais velho tomou um rumo diferente enquanto Dante e Lyana seguiam em frente.

— Desculpe, mas não suporto seu irmão... Cara prepotente ele. — Lyana confessou, Dante não evitou a risada. — Não sei qual dos dois é pior. Diva definitivamente não sabe escolher namorados.

“Eu estou procurando por você, amor”

— Não se preocupe, logo você se acostuma. — Dante franziu a testa com a menção da sugestiva e irritante palavra "namorado", empregado tanto nele quanto no irmão. Obviamente ela o provocara, bem do feitio dela ficar testando a paciência de Dante nesse detalhe nada agradável. Quase como se jogasse sal na ferida aberta, mas não assumiria o quão indignado estava. Esse termo só cabia exclusivamente a Dante, ele foi o primeiro e mesmo que não tivessem tido um relacionamento oficializado — algo que para ele, naquele tempo, não era necessário —, Diva e ele seriam amantes sempre. Tinha o cordão prateado como prova irrefutável disso. Dante fez um muxoxo de irritação. Lyana riu da atitude infantil do mestiço. Ela nunca pensaria que tiraria uma reação tão contraditória de Dante.
 

“Eu sou a voz que chama seu nome”
 

Ao longe, viram uma pessoa, mais especificamente um rapaz da mesma idade da Diva. Dante reconheceu-o, olhando para o braço demoníaco. Nero virou-se, seu semblante confuso e cansado.

— Quanto tempo garoto — Dante escarneceu.

— Posso dizer o mesmo, Dante — sorriu debochadamente.

— Mas... Como? O que faz aqui? — Lyana perguntou tão surpresa que mal formulava uma frase coerente, Nero fixou o olhar nela sem saber o que realmente responderia.

“Eu estou procurando por você”

— Sinceramente não faço a mínima ideia. Estava em uma missão, então uma luz forte apareceu e vim parar aqui. — Nero cruzou os braços, pensativo. — O mais intrigante é a música... No momento em que cheguei, senti que ela atraía-me. Chamava-me. E também... Essa música lembra alguém.

“Onde o amor foi?”

As notas da melodia repercutiam ainda mais altas.

— Junte-se a nós garoto. Acho que essa festa será bem... Divertida. Talvez algo que valha a pena participar. — Dante sorriu, retomando seu caminho. Lyana trocou um breve olhar com Nero, ambos em silêncio, foram atrás de Dante.

“Nada resta, apenas sangue e a tristeza”

Em silêncio refizeram o percurso, explorando o terreno aberto. Sem nenhum tipo de evidencia, ou qualquer outra coisa que poderia usar para se situar, mais aumentava a impaciência. Andar sem orientação dava a impressão de estarem perdidos.

“Meu coração sangra por você”

Havia algo naquele ponto anormal e brutal no qual todo peso de um poder sombrio estivesse acumulava-se, espalhando-se pelas correntes de ar. Um rastro de sangue e alguns cadáveres com expressões de horror estampadas na palidez mortuária levava-os direto ao centro do jardim, protegida sob a cobertura do coreto, a silhueta feminina deitada entre flores.

“Por você eu rastejo dentro... Da escuridão”

Era ela que cantava.

Finalmente encontraram o que vieram ver.

Dante sacou Ebony e Ivory mirando-a, ainda que não quisesse realmente atirar nela. A nova presença, uma jovem mulher, surgiu diante deles ajoelhada em clara demonstração de respeito direcionado a garota no coreto. Ela nada disse, apenas resignou-se a permanecer curvada, seu semblante mudando conforme os minutos passavam. A mulher olhou para Dante como se estivesse disposta a destruí-lo, um desconforto mútuo, uma tensão palpável. Ela desapareceu tão rapidamente quanto apareceu. Dante aproximou-se da pequena escada, seus passos lentos e decididos. Queria saber quem a pessoa escondida entre as sombras, um anseio grande demais que ia muito além da razão. Sentiu-se tentado a ir até ela, invadir seu espaço pessoal. A garota percebeu a inquietação, remexeu-se, derrubando um pouco das pétalas avulsas sobre seu colo. Lentamente ela sentou-se ereta, os longos cabelos escuros formavam uma cortina que os impedia de ver totalmente seu rosto.

“Eu sou a voz do amor que não pode viver,”
“No entanto, nunca morre.”
 

Ela parecia uma chama de vela, incandescente e vivaz. E, em meio aquela energia, trevas rodeavam-na como névoa, vibrando ao redor dela. A figura esbanjava poder inigualável e delicadeza que, se fosse outra pessoa, não combinaria. Dante ouviu o grito engasgado de Lyana, enquanto absorvia o que seus olhos captavam, não acreditava no que via. E como estar contemplando uma escultura de gelo, olhar altivo e estreito brilhando em escarlate como se visse algo que merecesse um pouco de sua atenção, o cabelo escuro e cheio de ondas de um mar revolto. Era bonito como deveria ser, mas retorcido e dissimulado.

Aquela era...?

Diva abriu um sorriso.

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