YUNA NARRANDO 

Encaro o guarda chuva a minha frente enquanto penso no momento exato em que Hueningkai inesperadamente me entregou após eu dar um tapa extremamente exagerado em seu rosto perfeito. Aish... acho que irei enlouquecer. Ele conseguiu me fazer se sentir culpada... sendo que eu sou a vítima dessa situação inteira. Isso é injusto! Ele realmente sabe como manipular, idiota. Eu o odeio, o odeio com todas as minhas forças - se é que ainda resta alguma.

Tento pensar no que farei daqui para frente até que meu celular toca tirando toda a minha concentração. Ao ver quem era penso em recusar mas lembro que assim será bem pior.

"Oi, mãe"

Forço uma fala doce.

"Amanhã haverá um jantar na casa de seu pai, venha, precisamos conversar"

Suspiro ao notar seu tom mais elevado.

"O que há de errado?"

"Você sabe muito bem, não se faça de sonsa"

Respiro fundo. Será que ela descobriu sobre meu rolo com Hueningkai? Bem provável, está na internet inteira. Estou morta!

"Acho que estarei ocupada com o trabalho amanhã, estou pegando muitas horas extras"

"Você dará um jeito"

E assim, ela desliga na minha cara.

Quando penso que não tem como ficar pior... ela já odiava minha profissão e agora é o motivo perfeito para me forçar a largar tudo de uma vez e viver nas custas dela sendo tão miserável enquanto aguento seu mau humor tóxico!

Não posso permitir isso novamente, preciso contornar essas situação o mais rápido possível, se não estarei de fato acabada.

[...]

Como era domingo estava fora do trabalho mas também quebrando minha cabeça em busca da roupa perfeita para ir ao jantar. Tenho que estar perfeita para uma família perfeccionista. Devo estar maluca ao comparecer mas não tenho escapatoria, sei que será pior se não for.

Desço de meu carro ao chegar em frente a mansão do novo marido de minha mãe, do quarto casamento após os outros terem morrido. Não que eu suspeite de minha mãe mas ela costuma encontrar homens muito mais velhos que ela. Esse é o primeiro que está durando bastante.

Adentro a casa e sou recebida pela senhora Dong, é uma boa senhora que trabalha a anos para a família. 

Vou até a sala de jantar onde todos estavam sentados. Minha mãe, seu marido e minha prima, Shin In-na.

- Está atrasada. - minha mãe me cobra.

- Perdão, o trânsito estava horrível.

- Nossa prima, onde encontrou essa blusa? Em um brechô? Péssimo gosto em. - Encaro In-na que parecia insuportável como sempre. 

Minha mãe cuidou dela assim que sua mãe morreu, ela é a filha perfeita para a minha mãe, eu sou só uma bagagem desnecessária em que todos odeiam.

- O que tanto quer falar comigo, mãe?

- Não se faça de sonsa, você sabe muito bem o que é. 

Era o que eu imaginava, já era de se esperar de qualquer forma. 

- Mãe, eu sei que não irá acreditar mesmo que eu fale mas é tudo um mal entendido e a mídia está exagerando. Houve sim um pequeno conflito mas está tudo resolvido. - tento acalmá-la mesmo sabendo que não irá funcionar. 

- Resolvido? O nome do seu pai está sendo incluso nessa bagunça! - ah claro... se fosse somente eu ela não teria se importado.

- Do meu padrasto. - sei que estou piorando mas não consigo. Esse homem nem ao menos fala comigo, como posso considerá-lo meu pai? Ele é somente um desconhecido.

- Yuna já conversamos sobre isso... - ela baixa a voz mas seu tom de voz fica mais denso.

- E eu já deixei claro milhares de vezes que ele não é meu pai. - Ela se levanta de uma vez, explodindo com facilidade.

- Além de ser uma mal agradecida é uma vadia que dorme com qualquer jogador para conseguir fama já que a profissão inútil não banca seus luxos de garota mimada.

Não deveria me importar, as palavras muitas vezes são piores mas não importa o tamanho delas, o peso é sempre o mesmo, causam o mesmo efeito por igual. 

Por isso que me levantei e coloquei a bolsa novamente ao ombro, encarei a todos pela última vez e caminhei até a saída mas nunca sai como planejado. In-na entra em minha frente me impedindo de sair.

- Saia da minha frente. - soa mais como um aviso.

- Nunca imaginei que você pudesse se baixar a esse nível prima, e até que você foi experta, conseguiu forçar logo o líder do time, um dos caras mais disputados da Coréia. Tadinho, foi burro em ser seduzido por você, sem contar que você se atreveu a pegar homem comprmetido... - ela faz uma encenação de surpresa exagerada. - Não era você que falava que eu pegava homem casado, me julgava. Parece que somos farinhas do mesmo saco. Mas você com certeza é muito melhor nesse ramo, devo parabenizá-la.

Respiro fundo antes de pensar seriamente em fazer o que queria. Sei que perderia meu réu primario se eu socasse a cara dela, mas por um momento pensei que mesmo se eu parasse na cadeia eu não perderia o gosto de acabar com essa carinha sonsa.

- Se é assim que vocês pensam, não poderei fazer nada, o que pensam não é de fato a verdade. -tento me manter plena mesma que esteja surtando por dentro.

- Então qual é a verdade? 

- E fará alguma diferença se eu contar? - elas reviram os olhos.

- Admita que foi uma vadia e seduziu um homem casado, sabemos que não tem capacidade de arranjar um homem só para você e com toda a certeza ele só fez usá-la, ele jamais iria se interessar por alguém como você. 

Em um flash de memoria, o acordo apareceu a minha frente. Não deveria fazer isso de fato, iria ser idiota o bastante e iria me fazer ser facilmente questionada dando a entender que voltei atrás em minha decisão mas não consigo deixar de querer esfregar seja o que for na cara delas. e agora eu tenho algo perfeito para isso, mesmo que tenha que mentir para conseguir. E irei gostar de fazer esse esforço. 

- Então prima... acho que você está bem desatualizada. Ele já se interessou e eu não menti quando disse que a situação estava resolvida e que a mídia havia exagerado. Eu e o líder do time oficial da Coréia estamos em um realacionamento. Isso tudo foi porque não haviamos aberto nosso relacionamento ao público então todos estranharam. 

- Você claramente está mentindo! - ela cruza os braços incrédula.

- Não estou, pergunte a ele. Ele irá confirmar.

- Ele está noivo...

- Estava. Parece que você é realmente desatualizada, que pena, e você está certa, eu não me igualo a você, eu realmente sou melhor. Não preciso depender de idiotas e pequenos acionistas de empresas falidas. 

A empurro para o lado e assim vou embora.

Ao chegar no carro percebo o que acabei de fazer. 

Droga Yuna, como pode ser tão burra?! 

Mas está tudo bem, elas não tem prova mesmo, ninguém mais irá saber... e foi extremamente satisfatório ver suas caras incrédulas enquanto encaravam uma outra. O melhor dia de toda a minha vida.