𝐄𝐌𝐎𝐑𝐘 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓𝐖𝐎𝐎𝐃.
seattle, washington, eua.

CHAPTER ONE.
chapter one.

— Eu juro Cece, que se você não se acalmar, eu te jogo sacada abaixo! — digo a Cerise, que estava literalmente cavando um buraco no chão ao andar em círculos.

Já praticamente no final do ano letivo, o nosso grupo de amigos — o qual era formado por mim, Cerise, Ruby, Aaron e Willa — estávamos reunidos na minha casa na tarde da manhã de sábado para abrirmos as cartas de aprovação ou rejeição de nossas futuras faculdades.

A mais afetada dentro de todos ali era claramente Cerise, que andava em círculos pelo meu quarto com uma expressão nervosa plantada em seu rosto. Eu e Aaron estávamos sentados, escorados na cabeceira da minha enorme cama — cabendo ate mesmo todos nós nela —, com nossas cabeças doendo por não aguentarmos mais olhar Cerise rodando o quarto, enquanto Ruby estava bisbilhotando as coisas do quarto de Emory — algo que virou costume desde sempre, então nem ligo muito —. Willa apenas ignorava a situação à sua volta, mexendo no celular enquanto escutava música com seus grandes fones de ouvido.

Diante da ameaça que eu havia direcionado a Cerise , Aaron balança sua cabeça em concordância comigo, fazendo a morena que estava em pé erguer o dedo em nossa direção.

— Eu estou nervosa, ok? — ela se sentou na cama, de frente para nós. — Isso é totalmente compreensível!

— Você poderia ser que nem a Willa. — disse Aaron e Cerise franziu a testa. — Não ligue pro mundo.

— Fã ou hater? — Willa, que até então estava com seus fones de ouvido no máximo, os tira de seus ouvidos e encara Aaron.

— Desculpa flor. — ele bagunçou seus cabelos, e eu apenas ri.

— Qual é gente, vão me dizer que também não estão nervosos! — Cerise fez beicinho.

— É lógico que estamos Cece, só somos mais controlados que você nesses assuntos. — disse Ruby surgindo do nada, fazendo Cerise dar um pulo na cama com o susto.

— Da onde você surgiu? — ela perguntou, encarando a ruiva com os olhos arregalados.

— Estava no banheiro. — ela deu de ombros, se sentando ao lado de Willa.

Antes que Cerise conseguisse fazer outro comentário sobre o quão nervosa ela estava, minha mãe — Chyrle —, entrou no quarto segurando vários envelopes em suas mãos. Só na parte da frente, dava para identificar qual era qual por causa dos emblemas das universidades.

Agora sim eu estou nervosa.

— Pronto Cerise, eles já estão aqui querida. — ela diz, imaginando o nervosismo da garota, a qual só ficou mais nervosa ainda ao saber que as cartas haviam chegado. Willa se jogou no chão de tanto rir ao ver o rosto apavorado de Cerise ao encarar minha mãe. — Vou deixá-los aqui, boa sorte garotos! E boa sorte minha lobinha.

Ela deixou um beijo na cabeça de cada um, parando em mim por último e beijando minha testa, saindo do quarto em seguida. Nós nos conhecemos desde o jardim de infância, quando precisamos fazer um trabalho sobre "insetos da natureza" — exceto por Aaron, que é um ano mais velho que todas nós e já está cursando na faculdade de artes, sendo ela a Universidade de Seattle e até mesmo já tendo sua própria loja de tatuador profissional — e desde então, a nossa amizade cresceu desde o dia em que nos conhecemos. A nossa amizade também rendeu para nossas famílias, que agora também são próximas, então o convívio deles com os meus pais, por exemplo, é super de boa e eles até mesmo os tratam como se fossem seus filhos.

Acho que ficamos encarando aquelas cartas sem falarmos nada por meia hora, até que Ruby foi a primeira a se posicionar e procurar suas cartas no meio de todas as nossas.

— Se vocês não vão tomar coragem, eu mesma vou. — ela pegou as três cartas das faculdades em que havia se inscrito, começando a abri-las uma por uma.

Ruby havia se inscreveu em três universidades, sendo elas "Central Saint Martins" em Londres, "Fashion Institute of Technology" em Nova York e "IFM Paris" em Paris, na França. Ambas boas faculdades e que aproveitaram bastante o seu talento na área da moda, mas infelizmente, elas são bastante longe.

Após ler a última carta, assim como eu, os outros também puderam ver o suspiro sair pelo pequeno espaço entre os lábios de Ruby, nos fazer ficar ainda mais ansiosos.

— Fala logo mulher! Eu tenho ansiedade! — Cerise surtou. Se não fosse por Aaron a segurando, a garota já tinha caído no chão de tanto nervosismo.

— Eu passei em Saint Martins e na Fashion Institute, mas não fui aceita em Paris. — ela sorriu meio tristonha.

Eu sabia que de todas elas, a universidade de Paris era a que ela mais queria ser aceita. Seu sonho sempre foi ir pra Paris e estudar moda, afinal, o país era conhecido como um dos mais elegantes em estilos e criações de vestimentas. Mas independente disso, sabia que ela pelo menos tinha ficado feliz com as outras aceitações.

Após sua fala, Cerise e Aaron rapidamente voaram em cima dela gritando de felicidade, fazendo os três caírem da cama — a qual não era nem um pouco baixa —, eu e Willa rapidamente nos encaramos assustadas pelo fato deles poderem ter se machucado, ainda mais pelo jeito que haviam caído, mas ao ouvir a risada dos três, nós duas sabíamos que aqueles idiotas estavam bem.

— Seus idiotas, querem se matar é? — Willa ajudou Ruby a se levantar. Em sua testa havia uma marca vermelha de uma palma da mão, e julgando o tamanho, eu sugeria que seria de Aaron, o qual encarou a obra em sua testa e segurou risada.

— Isso é fantástico Ruby! — digo, voltando ao assunto das cartas. — Fico feliz que tenha conseguido passar, por mais que não seja a que você tanto queria! — nós nos abraçamos, e ela agradeceu pelo apoio. Os outros logo também a parabenizaram.

— Obrigada gente. Bom, pelo menos eu fui aceita em duas, já pensou se eu tivesse sido rejeitada em todas? Não gostaria nem de pensar.

Willa concorda, e Cerise foi a próxima a pegar suas cartas.

— Ok, agora eu vou abrir as minhas. — por mais que Cerise não estivesse demonstrando, eu sabia que ela estava quase tendo um ataque cardíaco só de abri-las.

Eu e Cerise queremos cursar a mesma coisa — medicina veterinária —, então, decidimos nós inscrever nas mesmas universidades, sendo elas a Universidade de Seattle, a qual Aaron estuda e é a mais perto, e a Universidade da Califórnia, em Davis, a qual é considerada a melhor universidade de medicina veterinária do país. A última logicamente é bastante impossível de passarmos, mas tentamos mesmo assim, afinal, vai que o universo conspira contra nós e acabamos sendo aceitas?

— E como o esperado. — Cerise começou, me tirando dos pensamentos. Seu semblante não era um dos melhores. — Eu não passei na Davis.

Nossos rostos que estavam ansiosos perderam o brilho na hora. Lógico que Davis era uma das melhores do país e é muito difícil entrar, mas receber esse tipo de notícia é mais decepcionante ainda.

— Mas… — ela se levantou na cama e ficou em pé. Pude perceber a carta da universidade de Seattle em suas mãos. — É com um enorme prazer, que informamos que a senhorita Cerise Lockwood foi aceita na nossa universidade!

No primeiro minuto em que ficamos em silêncio tentando assimilar tudo, no outro meu quarto já era enchido de gritos totalmente animados. Pulei por Cerise em cima da cama, fazendo nós duas caímos deitadas. Aaron e Ruby, que estavam pulando na cama felizes, subiram em cima das minhas costas e fizeram uma montanha, fazendo nós quatro rirmos. Willa apenas nos encarava com uma cara indecifrável, provavelmente nos chamando de idiotas, mas sabíamos que ela também estava feliz pelo sucesso de Cerise.

— Ei, ei, chega! — Cerise diz, nos expulsando de cima dela. —  Ainda falta a Willa e a Emory abrirem as delas!

— Abre você primeiro! — Willa se direcionou a mim, e eu ergui minha sobrancelha.

— Eu não, vai você! — nesse exato momento, não julgo Cerise pelo seu nervosismo, acho que estou pior do que ela estava antes.

— Parem de bobeira e abram as duas juntas! — exclamou Aaron.

Nos dias suspiramos, começando a abrir as cartas. A primeira que eu abri era a de Davis, enquanto Willa, abria a de Harvard. Sim, ela se inscreveu em Harvard. Willa é brilhante e muito inteligente, me surpreenderia se Harvard perdesse um talento nato como ela, ainda mais na área de administração.

Eu queria seguir na área de veterinária — assim como Cerise — desde criança sempre fui apaixonada por animais, e logicamente meu primeiro pensamento quando me perguntaram sobre qual área eu queria seguir quando crescesse, eu disse veterinária sem exitar.

Antes que eu falasse alguma coisa, Willa se pronunciou primeiro. Botando a mão na boca, ela abafou um grito de felicidade.

— Eu fui aceita em Harvard! — ela falou super feliz e nós rapidamente nos levantamos eufóricos.

— Meu Deus, eu não acredito! Você conseguiu Willa! — Aaron a pegou em seus braços, balançando ela no ar, enquanto ela gritava e mandava ele botá-la no chão.

— Parabéns Willa, você merece tanto! — abracei a garota assim que fora botada no chão, e gritamos juntas. Os outros três logo se juntaram a nós e começamos a pular que nem loucos pelo quarto.

Coitados dos meus pais. Devem estar traumatizados lá na sala.

Parando de pular juntos a eles e se direcionando a minha carta que está a abrindo, eu a tiro do envelope e começo a lê-la. Eles ainda continuavam gritando pelo quarto e nem perceberam a minha expressão caindo a cada palavra que eu lia naquela folha.

Ruby, percebendo a minha rápida mudança de humor, me encarou e rapidamente se pôs a questionar.

— O que foi Emy? Porque essa queda de humor do nada?

Ao escutarem a pergunta, os outros rapidamente pararam o que estavam fazendo e me encararam preocupados.

— Eu… não fui aceita na Davis.

— Emory… — Aaron se aproximou de mim e me abraçou. Os abraços dele sempre eram os melhores. — Eu sinto muito lobinha!

— O que? Isso é impossível! Você é uma das melhores alunas da nossa escola e todas as suas notas são máximas! Como que a Davis recusou você? E olha que ela não chega nem perto de Harvard! — Cerise disse irritada.

—  Deve ser um erro, me dá isso aqui. — Ruby puxou o papel da mão de Cerise que havia acabado de pegar a folha.

— Tá tudo bem gente, acontece. — sai dos braços de Aaron, o qual colocou seu braço ao redor dos meus ombros como conforto. — De qualquer forma, sabia que era a opção mais válida.

— Olha pelo lado bom, você passou na de Seattle! — gritou uma Ruby feliz.

Virei minha cabeça em sua direção e pude notar a carta de Seattle completamente aberta em suas mãos. Ela virou a carta fazendo com que tivéssemos uma visão totalmente ampla dela, o grande "APROVADA" estava escrito na parte de baixo da folha, juntamente com um "bem vinda a nossa casa, Emory!". Dessa vez, eu sabia que as lágrimas que desciam pelos meus olhos eram de felicidade, e não de decepção. A Universidade de Seattle era a minha segunda opção, caso eu não fosse aceita na Davis, e também é a faculdade que Reggie — meu namorado — também se inscreveu para cursar mecânica, assim como seu pai e irmão.

Senti Aaron rodear seus braços em minha volta novamente e pude escutar as garotas pularem pelo quarto enquanto gritavam. Ri em meio a lágrimas, naquele momento, eu não poderia estar com pessoas melhores na minha vida.

— Nós vamos pra faculdade porra! — Cerise gritou, fazendo todos nós gritamos com ela.

— E vamos pegar um monte de gostosos! — ela continuou entusiasmada, mas dessa vez, nós a encaramos com a sobrancelha erguida. — Qual foi genteee! — ela fez biquinho emburrada, e nós apenas rimos.

— Vamos para a faculdade para estudar. — digo a lembrando, enquanto batia em sua cabeça. — Garotos não são nossas prioridades!

Cerise revirou os olhos. — Mas é claro que você não liga pra isso, você namora! — ela retruca. — E a nossa promessa de que iríamos solteiras pra faculdade e pegarmos um monte de macho?

Eu rio, negando com a cabeça.

— Se quebrou quando comecei a namorar com Reggie no começo do ensino médio. — eu sorri com a lembrança, e ela fez cara de nojo pra mim. — Willa e Ruby estão solteiras, elas podem pagar essa promessa por mim.

Eu e Reggie começamos a namorar no início do ensino médio. Nossas famílias já se conheciam desde mais novos, fazendo nós crescermos juntos até os nossos oito anos de idade, mas a nossa reaproximação só acabou acontecendo quando nos mudamos de volta para Seattle — antigamente eu estava morando em Londres, onde eu e minha família se mudamos quando era criança, mas meu pai acabou recebendo uma proposta melhor de emprego aqui em Seattle — foi aí quando nos reencontramos e até hoje estamos juntos.

— Falando no Reggie, ele foi aceito na Universidade de Seattle? — Aaron se jogou na cama, o qual logo foi imitado por Willa e Ruby.

— Não sei, mas provavelmente ele já recebeu a carta. — digo me jogando em cima dele na cama, o qual resmungou com o impacto pela forma que me joguei.

— Não vai perguntar a ele? — Cerise pulou na cama ao se sentar, se direcionando a mim.

— Nah, passo na casa dele amanhã, hoje o dia é só nosso! — eu disse e eles logo comemoraram.

— Maratonar Outer Banks comendo besteiras? — Willa sugeriu, e eu sorri, concordando.

Willa e Aaron foram os primeiros a descer correndo atrás das comidas, rindo ao competirem quem pegaria a maior quantidade, enquanto eu e as garotas arrumamos a minha cama e já botamos a série em espera. Eu adoro ter esses momentos com eles, eles são como uma família pra mim e compartilhamos muitas memórias juntos. Como não amar esses idiotas?

Sendo sincera, eu não consigo me ver sem eles, e tenho certeza que não sou só eu que tenho esse tipo de pensamento. Nossa amizade era pra sempre, e eu agradeço por ter conhecido esses doidos os quais eu chamo de amigos desde o jardim de infância.

E também tinha Reggie, ele é uma das pessoas mais maravilhosas que eu tive oportunidade de conhecer e viver ao seu lado. Nossa relação sempre foi de muito amor e felicidade. Ele sempre me tratou bem — o mínimo, claro — e sempre esteve comigo nos momentos em que precisei — assim como meus amigos — e eu amo aquele garoto, não poderia pedir um namorado melhor.

E de todas as coisas no mundo espero que isso nunca acabe, muito menos mude.

     ◯⠀﹒⠀NOTICES 💋⠀﹒⠀𓇼⠀ ﹒⠀ 

one. sendo sincera, acho que não gostei desse capítulo, vontade de apagar e fingir que nem postei.

two. acabei fazendo o primeiro capítulo sobre as faculdades do grupo de amigos pra vcs conhecerem mais ou menos cada caminho que eles iriam seguir.

three. de qualquer forma, espero que tenham gostado! bjsss, kamys <3