Não foi atoa que me mudei para a Califórnia, adorava o sol em minha pele e poderia arrumar um emprego mais calmo para cuidar do Nathan. Não tem nada mais assustador do que ser uma mãe solteira brigando na justiça pela guarda do filho. Os quatro anos de casamento foram jogados no ralo em apenas trinta minutos, descobri que meu marido me traia com minha melhor amiga Medson. Passei a me afastar de tudo e todos depois disso.

Aluguei uma casa em uma cidadezinha e estou em busca de um emprego de meio expediente ou um turno moderado, ser enfermeira não é fácil principalmente com um filho de dois anos para cuidar. Estava distante de qualquer pessoa que pudesse me ajudar ou me prejudicar, claro que avisei ao meu advogado e ao juiz que estaria me mudando por medo do Carlos, meu ex marido.

Desenpacotei os nossos poucos pertences e deixei Nathan dormir um pouco no bebê conforto já que ainda não tinha montado seu berço. Retirei o notebook da bolsa e comecei a procurar vagas de emprego para enfermeiras ou qualquer outra coisa que não exigisse muito meu tempo. Também pesquisei algumas babás na cidade para que cuidasse do meu pequeno.

Mandei currículos para muitos lugares, até para balconista de lanchonete, perdi a conta de quantos lugares me recusaram e usei a mesa para me apoiar e chorar. Eu precisava desse emprego urgentemente caso contrário perderia totalmente meu direito de lutar pela guarda do meu filho. Nathan era tudo que eu tinha de bom, jamais deixarei que alguém volte a nos machucar novamente.

Enxuguei as lágrimas e preparei um sanduíche para mim e coloquei biscoitos de leite para meu pequeno, Nathan estava acordado quietinho brincando com o cinto do bebê conforto. Sorri com aua atenção.

- Vamos comer meu amor? - lhe entreguei os biscoitos, ele estava muito animado.

- Zotoitxo! - ele gritou enquanto pegava os biscoitos sem jeito, suas pequenas mãozinhas lambuzadas levavam o buscoito até a boca e as bochechas. - mama... toma...

Estendi a mão para pegar o biscoito que ele estava me oferecendo, sem ele eu estaria tão sozinha, tão perdida. Não fazia ideia de como aguentei passar por aquele inferno, mas tinha certeza que todas as vezes que eu o via tirava forças para enfrentar mais um dia, por ele. Tudo sempre foi pelo Nathan, eu continuava por ele, eu sorria e lutava por ele, sempre por ele.

[···]

Tinha retirado a maioria das roupas das caixas quando meu celular começou a tocar, a tensão tomou meu corpo, o medo de que ele pudesse ter me achado e agora estivesse nos ameaçando novamente. Trêmula retirei o celular do bolso traseiro da minha calça jeans e olhei o número desconhecido, após mais dois toquea eu atendi.

- Alô?  - o coração martelando dentro do peito e a ansiedade queimando minha garganta, quam poderia ser?

- Sr. Johnson? - era uma voz feminina, relaxei rapidamente. - Eu trabalho para a ONE, recebi o seu currículo e ficamos muito curiosos com seu programa de final de curso, estamos interessados em contrata-la. Se a senhora estiver disponível por favor se apresente amanhã na portaria. Ficaremos muito felizes em te-la conosco.

Fiquei muda, ela desligou o telefone e eu deixei que o celular caisse no chão, eu tinha conseguido um emprego em Homeland e nem me lembrava de ter mando meu currículo para lá, provavelmente já estava tão cansada que mal via o que estava fazendo. Com um enorme soreiso comecei a encaixotar as roupas novamente, eu tinha um emprego esperando por mim no dia seguinte.