Ao amanhecer os helicópteros partiram em direção a Chicago, Cora achou melhor ficar no dormitório feminino enquanto esperava o retorno de Jaded, mesmo Junni tendo implorado que ela ficasse conosco. A vigilância nos muros e nos dormitórios ficaram mais intensas devido a ameaça, todo cuidado era pouco. Por esse motivo as fêmeas foram aconselhadas a ficar em casa até que tudo tenha normalizado. Nesse exato momento eu estou sentado a mesa encarando Nathan que me olha de volta na mesma intensidade, Junni precisou ir ao centro médico a pedido de Trisha e eu fiquei de babá.

O pequeno filhote de cabelos cacheados nem pisca os olhos direito enquanto me olha, ele está vestido com uma bermuda fina e uma blusa de mangas na cor verde, sentado em uma cadeira alta. O mimgau está a sua frente e ele nem se mexeu para pegar a colher, qual o problema dele?

- Você não vai comer? - pergunto, ele pisca rapidamente os olhos e solta um sorriso com buraquinhos nas bochechas.

- Papeinha, atxinho. - se ele está com fome, o que espera para começar a comer? Rosno cansado e ele solta um grito. Nathan gostava dos sons que eu fazia. - Atxinho!

- Certo, você sabe pegar em uma colher?  - arqueio a sobrancelha para ele que apenas me encara. Estou fazendo papel de idiota se acho que ele vai me responder.

Desisto de esperar e me levanto contornando a mesa e sento ao seu lado, aproximo meu rosto dele que não demora em apertar meu nariz. Ótimo, virei seu ursinho de pelúcia. Encho a colher de mimgau e ele abre a boca ansioso, se eu soubesse que ele precisava de ajuda já tinha feito isso a muito tempo.

Depois de alguns minutos e vários gritos, ele finalmente termina seu café, peguei uma fralda úmida e limpei as laterais da sua boca que por vezes ele errava. O coloquei no chão e ele correu para a sala agarrando seu gatinho de pelúcia e o arrastando em direção ao sofá, parecia querer subir. Terminei de retirar as coisas da mesa e o ajudei, Nathan sentou comportado e deitou a cabeça em uma almofada apontando para a televisão.

- Isso você sabe pedir, não é?  - rosnei, ele gritou concordando. Liguei a televisão em um desenho colorido e chato, ele largou a almofada e correu para o meu colo se deitando ali. Acabei levando um susto mas não o afastei, gostei desse momento.

Perdi a conta de quantos episódios de vinte minutos tinhamos assistido, não me assusta se passamos duas horas aqui. A porta é aberta e o cheiro de Junni invade novamente a casa, me viro para olha-la de costas trancando a porta. Seu vestido amarelo solto fica levemente levantado quando ela arrebita aquele trazeiro redondo enquanto retira as sapatilhas. Nathan subiu no meu colo e agarrou meu pescoço soltando um grito ensurdecedor em meu ouvido sensível.

- Mama! - Junni gargalhou, o som da sua risada me fez esquecer a dor latente em meu ouvido direito. Ela se aproximou e pegou o pequeno filhote nos braços.

- Oi meus amores. Eu espero que não tenha dado muito trabalho ao Best. - a puxei para que sentasse junto de mim, foram algumas horas longe mesmo assim, estava com saudades. Afundei o rosto em seu pescoço.

- Ele não deu nenhum, não se preocupe. O que Trisha queria? - Nathan pulou do colo dela para o meu se aconchegando ali, rodeei Junni com meu braço e a puxei mais para perto.

- Esconder os arquivos dos bebês e das gestantes, limpar dados do computador e alguns exames. Todo cuidado é pouco. Destiny estava conosco o tempo todo a pedido de Brass que ficou encarregado da segurança. - assenti, acariciando sua pele macia e cheirosa. - Nathan está mesmo gostando de você.

- Acho que estamos nos entendendo. - rosnei e ele gritou, Junniper gargalhou nos levando a rir também, eu adorava os buraquinhos em suas bochechas.