Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

UM CRIME QUASE PERFEITO

Sou Guilherme, 25 anos, advogado, pós-graduado em Perícia Criminal e Ciências Forenses, natural e residente em Itapetinga, pequena cidade no interior do Nordeste do Brasil. Muito determinado, destemido, focado nos meus propósitos, tudo isso depois de graves traumas enfrentados na infância, um período de muita dor, ausência do meu pai que foi vítima de um golpe mortal, uma queima de arquivo e a investigação do assassinato continua...

Meu pai estava sendo tudo em minha vida — referência maior — principalmente depois da separação com minha mãe, que me abandonou. Eu aproveitava todos os pequenos momentos ao lado do meu herói, pois o mesmo era agricultor e chegava tarde em casa, quando eu já estava dormindo, mas o carinho dele era todo meu.

Fiquei muito feliz quando o prefeito na época convidou pai para trabalhar na função de assessor para assuntos políticos, considerado o braço direito, um cargo de grande importância na administração, pois o secretário anterior, Jeremias, havia sido exonerado devido desvios de conduta. Já minha vó não ficou tão feliz assim porque tinha medo dele saber coisas demais e quererem matá-lo como queima de arquivo, que já era habitual na época... O gestor Zé Antônio era envolvido extremamente numa série de escândalos e não queria perder o poder. 

O que eu mais desejava naquele momento era ter o meu pai bem próximo de mim. 

A reeleição era questão de honra, pois estava disposto a tudo para tal resultado. Já em casa, devido ouvir minha vó paterna falar sobre o perigo do cargo, fiquei com medo. As denúncias começaram surgir e amedrontar nossa família. 

A semana dos homicídios estava começando... No dia 20 de fevereiro de 1999, domingo à noite, assassinaram Jeremias. O suspense tomava conta... A polícia cercou toda cidade, mas nada de identificar os criminosos.

Assim, meu pai continuava no trabalho ganhando destaque nos serviços, muito envolvido na comunidade, dinâmico, responsável, dedicado ao trabalho e com bom relacionamento em geral. Tinha excelente expressão oral e extremamente hábil de comunicação, apesar do pouco estudo, mas compreendia e executava a política da companhia com total capacidade, tomando consistentes decisões mesmo em ambiente de tensão, gerando progresso na administração. Isso causava inveja. 

No dia 28 de fevereiro, nos meus 4 anos de idade, numa segunda de carnaval, à tarde, tudo mudou em minha vida! Eu estava lanchando com meu pai, na Lanchonete "Cantinho do Amor", que sempre aproveitava esse dia ao lado dele, mas... 

Quando estávamos saindo do recinto — eu bem montado na "cacunda", percebi que alguém havia chamado e avisei ao meu pai. Era uma moça muito linda e bem educada que disse:

— Olá, amigo! — Por um caso, o senhor é Pedrinho?

— Correto! — Respondeu ligeiramente meu inocente papai. 

No momento de saída, ousei olhar para trás... ouvi o estouro e senti a queda... 

Além dos tiros, deram um golpe, ferindo-o por arma branca, deixando-a cravada no pescoço. 

Ainda chegou a ser socorrido, mas faleceu na chegada ao hospital.

A Polícia Militar foi acionada e seguiu até o hospital da cidade vizinha, onde a equipe médica realizava o atendimento da vítima com lesões causadas por arma de fogo e arma branca.

Meus primos Adão e Joaquim, indignados, guiaram a polícia sobre rota dos bandidos... Houve perseguição, troca de tiros, sendo que um dos dois criminosos foi para o inferno e outro conseguiu fugir na mata. Eles eram as únicas provas do delito.  

A polícia interrogou as pessoas presentes no local que presenciaram o ocorrido no intuito de obter mais informações sobre o foragido, mas o mesmo não foi localizado e ficou mais um caso para lista da impunidade na nossa cidade.

Passei a noite sem dormir depois daquele baque. Meu corpo ficou todo dolorido, meu coração sangrava, a cabeça estava completamente inchada, meus olhos não paravam de enxergar aquelas cenas de terror, sentia-me no fim... Mas nesse pesadelo, minha vó Tereza se preocupava muito comigo, procurava me resgatar, estava sempre me hidratando e tinha algo que me acalmava naquele copo d'água, que me auxiliava para dormir e desmemorizar aquela tragédia.

Nesse mesmo ano o prefeito emplacou mais uma vitória nas urnas e conseguiu a tão sonhada reeleição. O município tinha uma equipe de investigação que tinha relação muito forte com o gestor, faziam um trabalho coletivo.

Muitos outros óbitos misteriosos ocorreram — harmônicos em relação ao de papai, mas pouco se frisava, justiça meio devagar, precisando de injeção de força, ação.  

O tempo foi passando, a ineficiência e impunidade dos representantes do Estado eram gritantes. Os crimes aconteciam e ninguém sabia dos bárbaros mentores e os processos eram engavetados. Tudo que me diziam era que meu pai foi morar no céu porque ele era bom e eu, criança, sonhava visitá-lo para matar a saudade, abraçá-lo. Vó Tereza afirmava:

— Você não pode visitá-lo agora, Guilherme! — Ele precisa cumprir sua missão no céu.

— Dizem que ele era um homem do bem, amigo de todos e muito inteligente – Por que tiraram a vida dele assim? — Por que não prenderam os bandidos, vovó? — Falei indignado.

— Vai chegar a hora da prisão deles — Vamos aguardar o tempo certo.

Fui crescendo e nada do que ela falava justificava, pois percebia que havia injustiça no caso.

A vida não era tão bondosa para mim, pois a única irmã que eu tinha, fruto de um relacionamento do meu pai e que fora criada pela mãe e não mantivemos contato; minha mãe teve depressão pós-parto e não se aproximava de mim; assim, nessa situação caótica, restava-me morar com minha avó, uma senhora de 68 anos. Ela foi um ser que me concedeu educação e mostrou o melhor caminho a seguir. Até os 16 anos fiquei tomando remédio controlado. Minha medicação chegava sempre e o médico nem avaliava minha situação, pois minha vó ia buscar e aplicava diariamente a dosagem recomendada, sendo que eu era tido como problemático. O fármaco forte me fazia dormir até tarde e muitas das vezes nem conseguia estudar direito, dopado. Certo dia, tive uma consulta e a médica me fez uma pergunta:

— Tudo bem, Guilherme? — Sinto que você é cheio de sonhos!

— Sim, Doutora! — Quero estudar e ser advogado! 

— Advogado?! — Ótima carreira para seguir!

— Sim! — Desde criancinha que tenho essa meta de carreira para seguir.

— Qual interesse no curso? — Pode falar?

— Porque tenho sede por justiça. Quero colaborar na investigação do processo da morte de meu pai.

Naquele momento, a médica que já sabia do meu caso simplesmente chorou de emoção. Ela sabia do meu histórico de luta e dor — queria me ajudar.

Depois, já na saída, chamou minha vó e disse:

— Preciso que a senhora dê oportunidade de Guilherme estudar, fazer um curso superior, que é o sonho dele.

— Não posso permiti-lo estudar curso superior, pois ele só fala no curso de Direito e isso é complicado, porque ele quer vingar a morte do pai e toda vez que escuto essa ideia passa um filme na minha cabeça e não posso permitir que isso ganhe força. 

— Compreendo seu medo, vó, porém ele precisa se recuperar e para isso, precisa do apoio da senhora — falou e virou-se. 

— Certo! — Vou falar com ele.  

Depois da consulta, seguimos e minha vó foi bem sincera comigo:

— Vejo que você tem muita vontade de estudar na faculdade, mas não temos condições. Peço que você estude para ganhar uma bolsa, pois é o único meio para dar continuidade aos estudos — pretendo apoiar.

— Agradeço, querida! Pode deixar que não irei decepcioná-la — falei na maior alegria de um adolescente prestes a ingressar no curso dos sonhos.

Naquele momento, com medicação controlada e já bem melhor da depressão, sentia que minha vó não tinha dinheiro para pagar meus estudos. Ela vinha passando por sérias dificuldades financeiras, pois, muitas vezes passávamos fome, pois fazia uso de medicamentos caros para tratar da saúde que estava extremamente comprometida — eu tinha que acreditar — tudo dependia de mim e estava pronto para construir minha vida.

Estudei firme e consegui uma bolsa de estudo numa universidade particular no tão almejado curso de Direito como comprovação do esforço brilhante e mostrar que tudo na vida depende bastante da nossa força de vontade. Acreditar sempre!

Durante minha formação, apareceu uma seleção de estagiários no fórum da cidade em que eu estudava, o servidor responsável me escolheu para estagiar na Vara Criminal de Itapetinga... Durante o cumprimento das tarefas de estágio, surgiu algo inesperado, deparei-me com um processo do ano de 1999, e comecei a chorar... O juiz, sem entender, perguntou-me:

— O que aconteceu, Guilherme? 

— O processo em mãos é o da morte de meu pai, que ainda não foi solucionado.

— Vamos tratar isso agora mesmo! — Disse em tom de conforto.

Então, o juiz de imediato, percebeu que o caso estava aberto, abriu a investigação e usou todas a ferramentas possíveis para encontrar os suspeitos.

No último ano do curso, elaborei a monografia, conclui os estágios obrigatórios além de me organizar para o Exame da Ordem, que ocorre, anualmente e reprova muito, pois o nível de exigência é alto. Assim, tive que estudar bem e consegui a grandiosa aprovação.

Meus amigos e familiares ficaram muito felizes com meu desempenho no curso, pois só faltava concluir créditos finais do curso para dar entrada na carteira da OAB e assim poder atuar com outros profissionais da área, compartilhando de eventos diversos como advogado da Ordem, mas o que realmente me motivava era desvendar os mistérios das mortes da cidade, em especial a do meu pai.

As oportunidades começaram a surgir, iniciei uma pós-graduação em Perícia Criminal e Ciências Forenses para enriquecer meu currículo e definir minha carreira profissional.

O Tribunal do Júri foi designado, e, ao saber, solicitei para fazer parte como assistente de acusação junto à promotoria. A mulher que foi usada para indicar aos criminosos quem seria a vítima, tornou-se ré e, durante a instrução ela negou todos os fatos, disse que não conhecia os criminosos. Porém, o suspeito e único criminoso que sobreiveu a troca de tiros, foi localizado no Estado do Amapá, o mandado de prisão foi expedido em três endereços, porém a polícia não o localizou, ele estava foragido, prejudicando ainda mais a investigação, acredita-se que o suspeito estaria sabendo de sua prisão... O criminoso estava com 59 anos de idade, os policiais, juizes e assistente de acusação aguardam o pedido de aposentadoria do réu para, então, prendê-lo e prosseguir com o Tribunal do Júri,  em que o responsável pela morte do meu saudoso pai é o único arquivo vivo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro