UM AMOR PARA VIDA TODA
A história se passa em Canaã, onde a bela Geisa vive. Geisa é uma encantadora jovem 25 anos que passou os seis anos de casamento submissa ao marido Darkson. Ela tinha medo de separar, pois, na época, sua família era muito religiosa e tinha o matrimônio como algo sagrado, além da apreensão por conta do seu elevado status na sociedade, mesmo com a família sendo financeiramente equilibrada. A jovem, apesar de sofrer maus-tratos, tinha enorme amor pelo companheiro, fazia de tudo pela relação saudável, porém ele não queria enxergar, achava-se muito superior e seguia padrão da época — uma vida boêmia nas madrugadas. Sua mãe, Dona Paloma, sempre pedia para ter paciência porque os casamentos eram assim mesmo... Mas, depois do isolamento social devido à pandemia, muita coisa mudou...
Passavam das três horas da manhã no cuco do quarto. Darkson apagou a lamparina e esticou-se para dormir naquele quarto cheiroso. Viu que ela estava muito entretida no celular e proferiu:
— Parece que não estás com sono, Geisa?
— Deito já.
Permanecera sentada no sofá até à aurora, sempre fisgada no celular estabelecendo um mistério ao marido, que já estava muito agitado e a preocupação reinava em seu trono. Estava se arrumando para as noitadas, cuidando de sua sedosa barba longa, cabelos estilosos fluíam nos ombros, quando, desconfiado, falou:
— Cuidado com quem você conversa!
— Não estou fazendo nada demais!
— Andas muito diferente. Fique esperta comigo, que sou o seu deus grego!
— Tranquilo. Não se preocupe com isso.
Ele começou se preocupar com a esquecida esposa.
Ao chegar à casa de show, pôs um charuto, e muito pousado, começou se atirar, soltar olhares para as donzelas, com muita sedução, trajando um blusão preto com uma estrela no peito, bem másculo, os olhos escuros faziam caçadas ferozmente.... Nesse momento, Bosco — dono do prostíbulo se aproximou dele:
— Casado e bem casado com uma princesa!
— O que você está insinuando? — Não entendi!
— Não afirmei nada demais!
— Sinto que quer levantar algo comigo!
— Contigo, nunca! Você é poderoso aqui. Tenho admiração pelos seus dotes e apoio no meu empreendimento. Mas cuide de casa também.
Naquele momento, Darkson, muito prepotente e atormentado, sentiu-se arrastado pelas palavras do amigo — um respeitável amante da noite, que já tinha tido infinitos casos com as melhores mulheres, um mestre da arte. Ficou tocado. Comprou uns vinhos e bolinhos. Quando estava prestes a colocar na cesta, Geisa ligou:
— Estou indo para casa de mãe passar a noite.
— Não! Aguarde aí, pois tenho algo todo especial para nós.
— Você está bem?
— Claro, meu amor! Chego daqui uns quinze minutos — Prepare-se aí.
— Certo.
A ansiedade em chegar em casa era enorme. Já chegou e foi abraçando, todo feliz, com voz suave e convincente, livre do ódio, das perturbações, estampando um olhar dominante... A esposa, então, carente de afeto, sentiu sua vida aflorar, exalando total esplendor de felicidade... Já não dominava seus desejos, entregando-se de vez ao amor, naquele fogaréu, ardência de desejos.
Mesmo com todo aquele momento volumoso — afagando-se nos mais fortes prazeres, tudo ainda sacudia a cabeça do mulherengo.
As palavras de Bosco foram certeiras e ponderadas para o peito. Sentiu que, na saída da casa, o aperto de mãos — muito forte, poderia estar dando uma dica, salvando o casamento dele. Mas, na verdade, os dias frios estavam contados, em meio à tristeza na vida dele.
— Por que você não solta o celular?
— Gosto de conversar com meus pais, já que não posso sair daqui.
— Certeza que conversa apenas com eles?
O silêncio pairou por um instante.
— Que loucura é essa?! — O que houve para você estar assim?
— Cuidado com sua vida! — Repetia — Sou vagabundo, mas sou preso ao seu amor!
— Aqui quem traí é você. Sou muito sozinha nessa mansão, que mais parece uma prisão. Cuide-se você!
— Não entendi sua piadinha!!!
O mundo desabou. Sentou-se com semblante estranho, com ar de quem estava sendo traído; as lembranças da fala do amigo não saíam da mente, pensava, tinha quase certeza que estava sendo enganado, pois era um marido grosseiro, obsoleto. Tudo girava, deixava-o cada vez mais confuso, febril.
Mansamente, seguiu ao quarto e tentou acariciá-la, mas a mesma desviou-se — estava com sono. Ficou a imaginar uma mulher charmosa, de pele de pêssego...
Acordou cedinho e preparou um saboroso café, com decoração toda especial e levou à cama.
Antes de concluir a refeição, recebeu uma ligação de sua mãe:
— Oi, filha!
— Oi!
— Sei que meu genro é muito ciumento, mas tem um ex-namorado seu chegando à cidade e disse que quer te ver. Disse que era seu amigo — Rick, o nome dele.
— Que ódio!
— O quê?! — Lembra desse rapaz?
— Que ódio!
Darkson toma o telefone e fica ouvindo...
— Filha, ele disse que ainda te ama e quer falar contigo!...
— Ah! Então não estou errado! — Existe um outro em sua vida, por isso não sai do celular, recebendo apoio dessa desgraçada, alcoviteira — desliga o aparelho.
— Deixe de ciúmes! Esse rapaz foi uma paquera da infância, que se tornou meu melhor amigo.
— Não foi isso que sua mãe afirmou na chamada! — Já bravo.
— Que amizade colorida é essa?! — Acha que sou algum palhaço?
— Nada disso, meu amor!
— Amor? — Nem acredito nisso agora, você me chamando de amor?! Não era o que eu gostaria de ouvir agora. Você está forçando apenas para disfarçar sua sacanagem.
— Eu te amo muito. Pare com essa ilusão! Estou ficando tensa.
— A verdade incomoda — Não queira encobertar. E outra, por que você respondia a sua mãe "que ódio!"? — Qual o motivo desse ódio dele? Foi quem te desvirginou? Será se tiveram mais algo nessa relação e a princesinha não quer falar?
— Não queira saber!
— Ah, tem segredinho aí! — Esqueceu que o provedor da casa sou eu, não é isso?
— Foi apenas uma forma de disfarçar com minha mãe, por isso falei assim...
— Disfarçar? — Verdade que ouvi isso? — O castigo vai começar de agora... Aguarde!
— Não faça isso comigo, pelo amor de Deus!
— Esqueça seus pais! — A partir de agora você está terminantemente proibida de manter contato com eles.
— Não! Meu pai Reizinho precisa muito manter contato comigo, pois é acamado e está nas últimas — entenda.
— Encerrada nossa conversa e pronto.
Segurando as lágrimas de ódio, arrumou-se todo, usou seus melhores produtos, peças bem avaliadas das melhores roupas, cabelos e sobrancelhas destacados... Acabava de fazer sete anos de relacionamento, com muito amor e ódio.
Seguiu ao baile. Foi logo xavecando as damas e tomando espaço no salão.
Alguns homens reunidos, disseram:
— Silêncio!!!
— Vejam quem acaba de chegar! — falou Bosco.
— Quem? — perguntou Rick, o pomposo, com uma calça preta e bem justa, olhos e cabelos castanhos, com músculos bem trabalhados, sorriso pontual e repleto de amor para pulsar naquela festa.
— É Darkson, o esposo de Geisa, a atraente diva da cidade. A mais linda que já avistei.
— Conheço — Realmente é a deusa — Sou amigo de infância dela e quero vê-la.
— Meu jovem, é melhor olvidar essa amizade para evitar o pior — Uma desgraça!
— Putz! Eu, hein? — disse já desconfiado, tragando um cigarro.
Intimidado com o estranho, Darkson procura logo saber a identidade dele e afronta:
— Você parece a imagem do diabo, cabra!
— Não diga! – Risos – Prazer, sou Rickson, para você. Nem tinha imaginado que tinha essa semelhança com o tinhoso.
— Então, quer dizer que você é o Rick? — Já nervoso.
— Rickson, para você! — Rick para as mais íntimas — afirmou ele.
— Vi que o sujeito é ousado. Cuidado por onde anda... Porque o perigo ronda sua vida — Já ao ponto de tocar no nariz do desafeto.
— Respondo o mesmo para você — usando uma corrente no braço — com olhar firme e aceso.
Curtiram a noite toda e já estava de manhã.... Unidos, vez por outra abraçados e completamente embriagados.
Darkson não conseguia se equilibrar. Bosco decidiu levá-lo à casa e assim fez. Para surpresa, o desequilibrado do álcool chamou seu rival para ir junto. Seguiram...
Ao chegarem lá:
— Palmas!
— Encomenda valiosa chegando — Fala Darkson — Risos.
— Aguardem!!! — Assustada, pede para esperarem um pouco — tinha acabado de acordar.
Desceu e quando abriu o portão tomou um susto sadio. Toda feliz! — Que homem era aquele! — meditava. O cheiro dele ainda permanecia o mesmo, aquela corrente dourada na mão... Ela ficava imaginando coisas, mas esqueceu que Bosco estava ali, bem na frente deles e ficou pasmado com a cena e disse:
— Já fiz minha entrega, agora vou para minha casa.
— Não! Vamos tomar café aqui, vocês não podem sair agora — disse Darkson.
— Como deixei o estabelecimento aberto, tenho que ir, amigo — agradeço a atenção.
— Então, Rickson fica para me fazer companhia no café — frisou.
Os três tomaram café juntos. Algo inexplicável estava acontecendo. Geisa insistiu ligar para sua mãe para contar o episódio e a mãe pediu que tivesse precaução, evitasse contato e despachasse o rapaz o mais rápido possível. E assim foi cumprida a ordem.
Já na manhã seguinte, ela acorda e o marido solta gritos:
— Quem está do seu lado? — já no auge do nervoso.
— Meu único e verdadeiro amor — meu lindo!
— Cadê o riquinho?
— Vieram te trazer e foram embora.
— Estou perguntando por ele, Riquinho! — Já afobado.
A mulher desconversa... Quando ele vai à sala, nota a corrente exposta no sofá e fica furioso. No primeiro momento acredita que o sacana está escondido, mas depois de muito procurar, contenta-se.
Em menos de um mês, ela nota que está grávida. Já extasiada e feliz, conta para ele. Mas o mesmo desconfia não ser dele e pede perdão a Deus pelas injustiças causadas.
Ela disse que estava disse que as promessas são cumpridas conforme permissão de Deus.
A gravidez transcorria saudavelmente. Já Darkson teve comprometimento dos órgãos depois de consumo prolongado de bebidas alcoólicas — provocando um câncer, que gerou a morte.
Três anos depois, Geisa casa com Rick e, juntos, criam Daniel, uma criança muito amável...
— O amanhecer ficou diferente no latíbulo: união, amor e paz. Deus sorriu e doou suas melhores dádivas aos que acreditam e pregam o bem ao mundo. A felicidade habita em mim — Geisa.
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