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Texto 5

Voltando a Viver



20 de agosto de 2086, trinta anos depois de uma pandemia que devastou a população na terra, onde com apenas um toque a transmissão era feita. Começava com uma simples alergia na pele e dois dias depois tomava conta do corpo e do sistema nervoso, em setenta e duas horas, o enfermo jazia em cima de uma cama com enormes feridas em seu corpo e com todos seus membros paralisados, nesse estágio lhe restavam apenas algumas horas para vir a óbito. O sistema de saúde entrou em colapso, alimentos começaram a faltar nos mercados e então em poucos meses todos estavam matando uns aos outros e o vírus continuava dizimando pessoas. Dizem que o vírus mortal ainda circula por aí e por isso, desde então vivemos enclausurados. Somos poucos, em média 450 pessoas em um local totalmente fechado, onde ninguém pode ultrapassar os imensos portões que nos protege. Existem outros lugares, outras isolações ao redor do mundo, contudo cada uma delas com sua ideologia e somente a hipótese de se unirem podem causar uma guerra. Somos os que tem menos recursos e por isso nos veem como os mais propícios a retomar com o caos.

Hoje estou completando dezoito anos e desde que nasci ouço essas histórias, nasci e cresci aqui, vendo as pessoas reconstruírem suas vidas. Hoje temos nossa própria plantação, de onde tiramos o alimento diário. Um poço foi escavado para nos abastecer com água potável e ninguém nunca ultrapassou os portões, o medo de que a pandemia nos matem não permite que alguém pense em tal ato, contudo me sinto presa, impossibilitada de conhecer novos horizontes, novas pessoas, de me apaixonar e poder mostrar a todos que juntos podemos ser melhores e reconstruir o planeta. Ninguém sabe ao certo se o vírus ainda existe, nenhuma pessoa foi corajosa o suficiente para ir lá fora e comprovar, mas penso, até quando viveremos assim? Com medo e sem ter a certeza de que tudo acabou e que poderíamos ter uma vida diferente? Eu quero ser essa pessoa, quero provar que não há mais perigo lá fora, quero unir os povos para que possamos mudar o mundo e é exatamente por isso que estou aqui próxima ao portão, apenas esperando o guarda se distrair para eu fugir. Sei que minha mãe ficará desolada, no entanto preciso saber o que me espera lá fora e mesmo que o vírus ainda exista e que eu venha a morrer por casa da minha loucura, estarei satisfeita, pelo menos eu terei tentado fazer a diferença.

Murilo se afastou do portão por alguns segundos, contudo foi o suficiente para eu ir até lá, tentei abrir, mas como esperava estava trancado, teria que escalar os quase quatro metros e passar para o outro lado, tinha que ser rápida, logo ele voltaria e me impediria. Joguei a corda e o gancho se fixou no topo do portão, comecei a subir o mais rápido possível e quando já estava chegando ouvi seu grito.

— Evylin, não!! — Acelerei a subida e assim que alcancei o topo olhei para trás e o que vi me deixou abalada, minha mãe me olhava com os olhos cheios de lágrimas e em suas mãos continha um bolo de aniversário.

— Por que, Evy? — ela perguntou.

— Eu preciso ir, mãe, preciso saber o que tem lá fora. Me perdoe, eu te amo. — Puxei a corda e iniciei a descida, agora não haveria mais volta tinha que seguir meu caminho, pois uma vez lá fora, jamais entrará novamente, essa era uma das regras impostas pelos primeiros moradores.

Do outro lado pude escutar os gritos desesperados de minha mãe, isso me partiu o coração e me fez questionar sobre minha atitude. Será que tudo isso valia a pena? Não tinha a resposta, entretanto eu nunca saberia se não tentasse.

Os primeiros dez quilômetros foram de muita angústia e medo, o rastro de morte e destruição era visível em toda parte. Destroços de casas, ossadas de humanos e animais espalhados pelas ruas me deixaram receosa quanto ao meu plano, porém não desisti e continuei caminhar em busca de algum indício de vida humana. Foram mais de setenta e duas horas para avistar um grande muro que cercava o que provavelmente era uma isolação. Estava exausta, com sede e fome, esperava conseguir convencê-los a me deixar entrar, o sol era escaldante e eu precisava me hidratar urgentemente. 

O grande portão de aço impedia qualquer visualização do que tinha lá dentro. Bati uma, duas, três vezes e ninguém se manifestou, pensei não haver vida lá e me desesperei, o choro que antes segurei ao ver toda aquela devastação veio com força, meu corpo desabou no chão, não tinha mais forças para continuar e o arrependimento me atingiu, minha vista começou a ficar turva e uma fraqueza consumiu meu corpo, me lembrei da minha mãe e de suas palavras na manhã do meu aniversário. 

"— Parabéns, Evy, hoje você completa dezoito anos, dezoito anos que faz da minha vida uma grande alegria. Sei que a vida aqui para você é difícil, mas saiba que lá fora não há nada para contemplar, é apenas um monte de destroços e aqui é onde podemos viver em paz, sem medo do que pode nos acontecer, aqui estamos seguros. — Eu sempre escutava a mesma coisa, no entanto eu queria mais, eu queria ser livre e não ficar presa para sempre neste lugar.

— Mãe e se o vírus não existir mais? Podemos ter uma outra vida, eu quero sair, ver o que tem lá fora. 

— Nunca mais fale isso, Evylin. Isso pode ocasionar sua morte. — Mal sabia ela que eu já havia planejado minha fuga."

Uma voz grave chamou minha atenção me tirando das lembranças, me esforcei para abrir os olhos, no entanto não consegui responder.

— Ei, quem é você? De onde você veio? — Novamente a voz se fez presente, com muito esforço abri os olhos e vi um homem, e então tudo ficou escuro outra vez.

Me sentia fraca, queria me mover, porém algo impedia de mover os braços e pernas, abri os olhos e tudo estava escuro. Escutei vozes alteradas, não estavam muito longe.

— O que estava pensando, Gustavo? Por que a trouxa para cá?

— Ela estava morrendo. — Aquela voz não me era estranha. — Tinha que fazer algo.

— Ela pode matar a todos aqui. E se ela estiver infectada? 

— Vamos descobrir em dois dias, por enquanto ela fica isolada aqui, precisamos descobrir de onde ela veio e o que veio fazer aqui.

— Ela é sua responsabilidade e se der qualquer indício do vírus, mate-a.

Ouve um barulho de porta sendo fechada e passos se aproximando, a luz se ascendeu e cegou meus olhos.

— Me desculpe — ele disse e diminuiu a claridade, então consegui enxerga-lo melhor. — Meu nome é Gustavo e o seu?

— Evylin — respondi com dificuldade.

— Está com sede? — afirmei e ele trouxe um copo com água, tentei me levantar e percebi que meus braços e pernas estavam amarrados. — Me perdoe por isso, eu tive que amarrá-la, não sabemos quem você é o que quer aqui. É só precaução. — Ele me ajudou a tomar água e notei que não parou de olhar para minha boca nem por um segundo. — De onde você veio?

— Do leste — respondi.

— A única isolação no leste que conhecemos fica há três dias daqui, é de lá que veio?

— Sim.

— E o que veio fazer aqui? É perigoso lá fora, você pode estar infectada — disse alarmado.

— Queria saber o que tinha depois dos portões, se o vírus ainda existe ou se podemos viver sem ter medo — confessei.

— Você é louca. Sabe que quando descobrirem que você veio do leste podem começar uma guerra, não sabe?

— Sei, só não entendo o porquê.

— É uma história antiga de poder, meu pai sempre foi muito antiquado quanto a isso, onde os ricos não se misturam com os pobres. Com certeza vão pensar que veio aqui para nos roubar.

— Não é isso que quero. Eu quero ter a chance de viver sem a sensação de que estou presa, sem ter medo, sem ter essa desigualdade social. Quero ajudar a reconstruir o planeta e mostrar que não existe mais perigo, que podemos sair e viver normalmente nossas vidas como era antes da pandemia. — Gustavo não disse nada, apenas ficou me olhando por um longo tempo e foi ali que percebi o quanto ele era bonito. Fiquei feliz, pois depois de dezoito anos pude ver um rosto diferente.

Fiquei em isolação por uma semana, todos os dias Gustavo vinha me alimentar, comi carne pela primeira vez e adorei o sabor. Quando tivemos certeza de que eu não estava com o vírus, pude sair e ver como eles viviam. A cada dia ficávamos mais próximos, até que o primeiro beijo aconteceu, sentia por ele o que em dezoito anos nunca senti por ninguém de onde morava, sabia que era o início de uma história de amor. Conversávamos todos os dias sobre o que cada isolação fazia para sobreviver e descobri que aqui não havia nenhuma plantação, propus para nos unirmos, assim poderíamos dar a eles o que plantávamos e eles nos daria a carne. Seria o recomeço do planeta, ele aprovou minha ideia, contudo ainda tínhamos um impasse; seu pai. 

Depois de quase três semanas, fiz muitas amizades, apenas o pai de Gustavo não tinha falado comigo, ele ainda tinha receio da minha vinda para cá. E somente após ele conversar com outras pessoas se convenceu de falar comigo, foi então que Gustavo o levou para me conhecer.

— Meu filho disse que de onde você veio tem plantações, é verdade?

— Arroz, feijão, milho, todos os tipos de verduras e legumes e algumas frutas também.

— Há anos não como arroz e feijão — ele comentou.

— André, não queremos guerra, minha família nem sabe onde estou, é provável que pensem que estou morta. Fiquei três dias do lado de fora, dormi em lugares onde provavelmente pessoas morreram do vírus e não fui infectada, isso significa que estamos seguros, podemos reconstruir o planeta se nos unirmos e ajudarmos uns aos outros. Vocês possuem a carne, nós os grãos e leguminosos. Vamos deixar as diferenças de lados e fazer o que é melhor para todos.

— Meu filho se apaixonou por você e agora entendo o porquê. Você é corajosa, é inteligente e tem um ótimo coração. Sua família deve estar preocupada com você. Hora de fazer a diferença, menina, você me convenceu. Vamos voltar a viver. 

Fiquei imensamente feliz em conseguir o que sempre sonhei, poderei rever minha família e ficar com Gustavo ao meu lado a paixão que sempre sonhei em viver.

Sei que teríamos um grande trabalho pela frente, no entanto, sem luta, não há conquistas.

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