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Segredos da alma

Acordo com gritos aterrorizantes soando por todos os lados. Batidas frenéticas na porta do meu quarto me fizeram pular da cama e vestir a primeira roupa que vi pela frente. Abri a porta em um rompante e vi minha mãe desesperada do outro lado.

— O que aconteceu mãe? Que gritaria é essa? — questionei sem entender o motivo de tanto alarde.

— É a Marta, o Gabriel foi encontrado. 

— O Gabriel que desapareceu na semana passada? — perguntei.

— Sim, ela está tão devastada.

— Por que? Não era isso que ela queria? 

— Venha, você precisa ver. — Ela me puxou até a rua onde havia uma aglomeração de pessoas, todas demonstrando estarem revoltada, gritando, falando injúrias e chorando. Aos seus pés um corpo pequeno e frágil jazia sem vida, a pele pálida, os olhos arregalados que demonstravam medo e sofrimento. O odor fétido me fez levar as mãos ao nariz. 

Me aproximei devagar, receoso, meu corpo trêmulo e meu coração pedindo para não ser Gabriel ali, no entanto a confirmação foi feita quando vi a cicatriz que ele tinha em sua testa, caí de joelhos no chão, não acreditando no que meus olhos viam.

— Mataram meu filho, Bruno, mataram ele — Seu desespero era agonizante.

— Onde o encontraram? — questionei quando me recuperei do susto.

— Na mata. Sr. Gustavo foi com o seu cão passear e de repente o cachorro ficou inquieto cavando um buraco, ele desconfiou e me chamou para ajudar a cavar, dois metros a baixo encontramos o corpo do pequeno Gabriel — esclareceu João.

— Sabem a causa da morte?

Gustavo retirou o lençol que cobria o corpo mostrando todas as evidências do abuso sexual e a mutilação brutal que o menino sofreu. — Isso responde sua pergunta? — gritou furioso.

Ao ver aquela cena meu estômago se embrulhou e não fui capaz de impedir que o vômito viesse. Escutei Marta chorar ainda mais e Gustavo lhe pedindo desculpas.

— Precisamos encontrar o culpado, ele tem que pagar por isso — João mencionou.

— Talvez ele não seja daqui — sibilei limpando minha boca. — Pode ser um forasteiro.

— Ou talvez ele esteja no meio de nós — proferiu Marta. O silêncio se fez presente e todos olharam um para o outro e a dúvida foi plantada em cada um que estava ali. Todos eram suspeitos até que descobrissem o verdadeiro culpado.

Os dias seguintes foram perturbadores, a cidade que antes viviam um momento de alegria pela tão esperada liberdade estava em choque. Foram anos temendo um vírus, anos sendo torturados e escravizados por um louco, até em fim sermos libertos para vivermos e caminharmos livres, sem medos e podendo desfrutar da liberdade que nos foi concedida e agora tudo se assombrou com a hipótese de um psicopata entre nós.

Fomos diversas vezes onde o corpo de Gabriel foi encontrado a procura de pistas, nunca íamos sozinho, sempre em quatro ou mais, afinal todos éramos suspeitos e o assassino poderia destruir qualquer prova que fosse encontrada contra si. 

Depois de um dia exaustivo cheguei em casa sedento por um banho e descanso, mas em vez de ir para meu quarto, desci até o porão, somente eu tinha acesso naquele cômodo, era meu lugar, meu refúgio, onde eu poderia ser quem eu era, longe dos olhos atentos da população que me viam como um homem calmo e sensato. Entrei e tranquei a porta, gritei alto, agarrei meus cabelos em uma força descomunal, ninguém conseguiria me ver ou ouvir, o isolamento não permitia sair qualquer som daquele lugar. Estava vivendo um inferno desde que o corpo daquele menino de sete anos foi encontrado, todas as lembranças da minha infância invadiram minha mente e me perturbavam a cada instante, os abusos, as surras, tudo muito nítido em minha cabeça.

Olhei em volta e vi cada prêmio que conquistei aos longos dos anos, todos eles ali me mostrando quem eu era. Faltava apenas mais um troféu para completar minha coleção, no entanto não sabia como faria para conseguir com a cidade no caos que estava.

Subi para a cozinha, fui até a geladeira e peguei a garrafa de leite.

— Se aquele monstro não estivesse morto, eu jurava que era ele que fez isso — minha mãe disse e senti meu corpo inteiro tremer — Tudo o que aconteceu com o menino Gabriel é característico dele.

— Ele não merece nem ser lembrado dentro dessa casa.

— Seu pai não merece ser lembrado de nenhuma forma, mas depois do que aconteceu, não consigo para de pensar nas crueldades que ele já fez com tantas pessoas.

— Mãe você falou para alguém que sou filho do general da Zephir?

— Claro que não, por que a pergunta?

— Não fale, nunca mencione isso, por favor. Não quero que saibam que tenho o sangue dele correndo em minhas veias.

— Eu prometo.

Voltei para meu quarto ainda mais perturbado, eu não queria ter o mesmo sangue daquele maldito, no entanto não era apenas o sangue que havia herdado dele, eram todas suas sombras e segredos que vão além do entendimento.

Deitei e fiquei por horas olhando o teto sem conseguir dormir, meu corpo desejando algo que eu não poderia ter, meu coração clamando por libertação e meu sangue pulsando em minhas veias por aquilo que me causava euforia. Eu tinha meus segredos obscuros e temia que minha mãe descobrisse, não queria decepcioná-la, eu só queria uma dose da minha droga preferida, mas era arriscado ir em busca dela, a cidade estava em alerta e eu não poderia ser visto. Aos poucos o sono foi vindo e logo estava completamente adormecido, contudo meu passado me perturbou mais uma vez.

"— Pare por favor — implorei para ele.

— Cale a boca, logo acaba. — E ele continuou me penetrando enquanto eu chorava baixinho."

"— Não quero fazer isso.

— Você é meu filho, tem que seguir os meus passos — falou irritado — Ou faz com ele, ou faço com você."

"— Por favor não faça isso, não me machuque, Bruno."

Foi a voz de Gabriel que me fez acordar e coloquei para fora todo o leite que tomei antes de dormir. Olhei no relógio, eram três horas da manhã, me levantei e fui ao porão outra vez, peguei o último troféu que ganhei e fiquei o olhando, me lembrando de como foi fácil consegui-lo e decidi que o último eu conquistaria naquele dia, eu precisava disso para espantar meus demônios.

Durante o dia ajudei novamente nas buscas de algumas pistas e mais uma vez nada foi encontrado. Voltei exausto para casa, tomei um banho e saí novamente, estava na hora de me divertir um pouco. Não poderia dar nada errado, tinha medo de ser pego, medo de magoar minha mãe, no entanto nunca ninguém desconfiou de mim, não seria agora que desconfiariam, afinal, quem iria suspeitar do filho da dona Lourdes, um homem honesto e generoso com todos? 

Se passava das vinte horas quando avistei Jorge, um menino de sete anos, correndo em direção a sua casa. Ele me viu e sorriu.

— Boa noite, Bruno.

— Boa noite, Jorge, onde você estava? — perguntei já sentindo a vibração em meu corpo.

— Na cada do Edinho, agora vou voltar para casa — respondeu.

— Que tal brincarmos mais um pouco, podemos ir na mata brincar de pique esconde, o que acha?

— Mas tá escuro. — Sabia que era a brincadeira preferida dele, conhecia todas as crianças daqui e seus gostos, era assim que os convencia a me seguir.

— Assim é mais legal.

— Tá bom eu vou.

Ele segurou minha mão e juntos caminhamos para dentro da mata, eu sempre atento para ninguém não nos ver e como sempre, deu tudo certo. Ali era meu lugar, era onde eu me sentia bem, feliz, era o lugar onde podia ser eu mesmo e satisfazer todas minhas vontades.

— Bruno, já andamos muito, quando vamos começar a brincar?

— Agora. 

— Eba!! Estou me escondo primeiro e você me procura.

— Com muito prazer — disse vendo ele correr procurando um lugar para se esconder. Fingi tampar os olhos e vi a exata árvore em que ele ficou atrás. — Estou indo.

Meu sangue pulsava em minhas veias, meu coração se acelerava em cada passo que eu dava, em minha mente tudo o que passei quando criança se fazendo presente, até o dia em que fui iniciado nessa vida me fazendo sentir prazer com a dor alheia. 

Andei lentamente até ele, escutei sua risada e o vi tampando a boca para aplacar o som, me aproximei mais e peguei em seu braço.

— Te achei. — Ele se assustou, mas logo começou a rir, continuei a segurar seu braço forçando o aperto, ele me olhou assustado.

— Pode me soltar, agora é sua vez de se esconder — não disse nada, apenas o encarei. — Bruno me solta, por favor. — Com a outra mão rasguei sua camiseta, ele gritou. — O que você está fazendo?

— Cala a boca, agora sua alma me pertence.

— Por favor, não me machuque — implorou.

— Tarde demais — digo, mas deixo ele escapar, ele corre desesperado querendo fugir do inevitável, apenas rio de sua tentativa inútil de fuga e me aproximo cada vez mais, ansiando em pega-lo e destroçar cada parte de seu corpo e quando o tenho em minhas mãos, vendo seu olhar de desespero como súplica por clemência, meu coração vibra de satisfação. Rasgo sua roupa e penetro seu corpo vulnerável que grita de dor e medo, me causando ainda mais prazer. Ele não tem escapatória, agora seu corpo e sua vida me pertencem.

Olho para minhas mãos sujas de sangue e sinto a euforia percorrer meu corpo, é como uma droga e estou viciado, sempre precisando de mais uma dose. O cadáver pequeno e frágil caído em meio a uma poça de sangue que se esvai do seu corpo me traz satisfação.

Cavei o buraco, cortei o dedo indicador direito, embrulhei em um pano e escondi na mochila antes de jogar o corpo na cova profunda onde seria seu lar para o resto da vida. Comecei a jogar terra sobre ele, vendo seus olhos arregalados como uma clara confirmação do sofrimento que o atingiu. Escutei um barulho de passos e tentei me apressar, terminei de tapar a cova, juntei minhas coisas e saí dali tomando cuidado para não fazer barulho, no entanto um galho estalou quando pisei nele, fiquei paralisado, com medo.

— Quem está aí? — Escutei a voz de Gustavo próximo e comecei a correr, meu coração se acelerou e o medo de ser descoberto me consumiu, minha mãe não poderia descobrir quem eu sou de verdade, não poderia saber que a mesma necessidade que meu pai tinha em ferir as pessoas, eu tenho também, e que além disso para mim não basta apenas machucar, tenho que vê-las morrendo aos poucos bem na minha frente para me sentir satisfeito.

Continuei correndo pela mata, os galhos das árvores batiam contra meu rosto ferindo minha pele. Me senti sem ar, meus pulmões imploravam para parar, contudo não me permitir ceder e forcei minhas pernas a correrem mais rápido, não poderia ser pego, não podia deixar descobrirem meu lado negro e sombrio. Consegui uma boa distância dele e já me senti vitorioso, eles jamais me pegariam, entretanto quando me aproximei da minha casa, algo bateu contra minhas costas me fazendo cair no chão, uma dor intensa invadiu meu corpo e fiquei inerte por alguns instantes.

— O que estão fazendo com meu filho? — Escutei minha mãe gritar.

— Mãe vai embora, sai daqui — pedi.

— Ele é o assassino das crianças — Gritou Gustavo.

— Isso é mentira, meu filho jamais faria isso.

— Então pergunta a ele o que fazia na mata no meio da noite sozinho e por que correu quando chegamos. 

— Bruno, onde você estava filho? — ela perguntou e eu não consegui responder, seus olhos suplicando para que tudo fosse mentira acabaram comigo.

— Gustavo, encontramos o corpo de Jorge enterrado na mata, sinais de violência sexual e tortura, acabou de acontecer. — Ao ver João chegar e dar essa notícia meu mundo desmoronou — E também foi encontrado uma faca com as inicias GZ suja de sangue. — Minha mãe gritou, pois sabia o que significava aquelas inicias, havia sido um presente do meu querido pai.

— Por que, Bruno, por que você fez isso? — Ela perguntava desesperada.

— Por que sou como ele, necessito disso para viver, meu mundo é negro e há segredos em minha alma que ninguém é capaz de desvendar. 

O porão da minha casa foi invadido e acharam todos os pedaços dos outros garotos dentro de garrafas com formol que eu guardava como prêmio. Não senti remorso, não senti nada, nem o fato de minha mãe ter descoberto me afetou, naquele instante eu descobri que sou incapaz de ter qualquer sentimento pelo ser humano, a não ser a satisfação de ver seu sangue escorrendo pelos meus dedos.

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