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Quem sou eu?

Olha, tem dias que sinto raiva de mim, porque sou difícil de ser compreendido, chegando ao ponto que nem eu me entendo. Às vezes, fico me perguntando o porquê de ser assim. Grito comigo mesmo e ouço o vazio na mansidão. Depois de refletir, sinto que a solidão é minha maior aliada. 

Procuro me aproximar das pessoas para manter interação, mas não me sinto bem. Quero fugir, quero estar só. Penso em muitas armadilhas, eliminações, até torturas, mas também penso em ajudar os mais necessitados. 

Vivo numa constante dualidade, sinto algo estranho em mim, que me faz pensar no bem e no mal, sendo que muitas das vezes percebo aproximação diabólica, sei lá. Tem algo muito estranho se aproximando dos meus passos. Não tem como negar, existe uma força oculta, que vive a me desafiar, apesar de toda tentativa de contenção. Meu lado interno vive na escuridão e meu espírito vem nos últimos embalos na UTI, sem saber até onde vou chegar.

O desconhecido lateja em minha vista e propaga o alucinar. Por que tanto descontrole? Por que tanto frio e medo? Nada sei explicar! Sei que todos somos falhos, mas nem sempre queremos transparecer. E isso já nem consigo esconder. A margem nos pinta e acalanta com escassa sensatez. A dor me consome além do normal, o sofrimento não acaba, murmuro em silêncio na madrugada.

Meus pais tentam disfarçar transtorno, porque não querem reconhecer que têm esse ser em casa passando por essa triste retração. E isso pode ser perigoso para imagem deles na sociedade. Esquecem de cuidar de mim, de darem atenção à saúde da minha padecente mente, pois como sigo, posso me tornar violento e imprevisível. Porém, caminho na lentidão desértica. 

Certa noite, lembro que estava pronto para dormir e percebi que tinha alguém todo de branco no meu quarto e fiquei com medo. Gritei desesperadamente bem alto e, bem distante, ouvi a voz de minha mãe que estava orando para deitar.

— O que houve, meu filho amado? 

— Nem sei, mãe. Senti algo estranho se aproximando do meu quarto, um homem com vestes brancas e um ramo amarelo repleto de rosas. Pouco depois já apareceu um ser muito estranho com um ramo verde e tinha rosas também, mas esse começou a balançar minha cama e não me deixava dormir. 

Estou com medo! Vejo a hora da minha alma voar seguindo a luz do Sol e ninguém vai perguntar pelos meus dias. 

— Meu Deus, filho! Relaxe um pouco, pois isso é coisa da sua cabeça. Tente descansar. Evite falar isso por aí, porque podem pensar que tenho um filho com problemas mentais. Acalme-se! 

Tal atitude dela me deixava mais intrigado pela não aceitação do meu triste estado emocional. Para nascer, não obedeci às regras de força e perfeição que tanto prezam nessa sociedade doentia. 

As limitações de sair, de conversar, de sentir medo, faziam uma  realidade extenuante para se adaptar num processo longínquo e bastante funesto.

Meus dias eram de solidão e sentia que ninguém em casa iria me entender.

Enxergava muito além do real, o psicológico era muito aguçado e sem controle. Tinha hora que pensava em fazer projetos sociais para ajudar crianças carentes, idosos abandonados, mas tinha medo de dar uma loucura e não conseguir frear pensamentos maldosos. 

Uma vez mesmo estava sentado na varanda e vi algo me atraindo para o poço artesiano, para resgatar meu sobrinho que havia caído e chamava por mim. Fiquei correndo com as mãos na cabeça no terreiro e minha mãe me acalmou. Disse que era ilusão na minha mente.

Poderia até ser, mas aquilo parecia trazer uma mensagem sublimar para mim; assim, avaliando tudo com profunda cautela, questionei-me: "algo está errado em minha vida, Senhor? Por que estou recebendo essas visões? "

Sinto meu corpo gelado, com calafrios insuportáveis. Estou ficando louco!

Nesse instante entra meu pai no meu quarto e pergunta:

— Você está bem? Sinto que sua aparência não está leve! Aliás, nunca teve. A quarentena te deixou mais perturbado ainda. 

Isso já vivia na minha cabeça: que eu era doente mesmo, mas sem tratamento. 

Lembro-me de uma cena do último ano do ensino médio quando o professor de Filosofia, Fernando Marques, disse que ninguém quer ser insano, mas todos temos um pouco dessa loucura. Até citou que Nietzsche já nos trazia a concepção de que a insanidade seria apenas uma questão de ponto de vista. E fiquei a pensar que: o mundo estaria cheio de loucos ou eram poucos e eu estava inserido nessa fração? 

As indagações não saíam da minha mente: por que tanta pressão em minha vida? Por que me tratavam tão diferente? Tudo isso revirava minha mente.   

O tempo passava e minha ansiedade ampliava, ora eu nem sabia explicar quem eu realmente era, ora nem imaginava o que queria, o que estava construindo ali. Quando encontrava alguém numa situação mais gritante que a minha, ficava mais calmo. Minha mãe ainda me ajudava, frisando: existe transtorno de todo jeito, meu filhote! Para ela, isso era para abrandar meu coração.

O que me encabulava era sentir algo estranho e até ver bem próximo de mim... De repente, vagar num piscar de olhos, mas ninguém acreditava nos meus sentimentos.

Tive uns dias muito bons, lendo uma tocante história O Lado Bom da Vida, de Matthew Quick. Apesar de ser cômica e fácil leitura, percebi semelhança com a realidade de muitas famílias, que têm doenças e transtornos mentais.

Já estava mais controlado das minhas visões fantasiosas, quando soube do trágico óbito de Juliana, uma jovem de 16 anos, vítima de transtorno mental. Nesse momento, passou um filme na minha cabeça e procurei uma profissional da saúde, Raquel Apolinário, enfermeira - que trabalhava na Unidade de Saúde da Família — USF para tirar dúvidas sobre a relação do transtorno mental e mortalidade.

Obtive a resposta que deu ênfase à minha angústia, pois soube que os dados impressionam e que temos muitos casos de ansiedade, depressão ou outro transtorno em nossas casas. Era eu ouvindo tudo aquilo e a lágrima insistia em cair. 

Comecei a imaginar coisas... Ela me falou muitos dos casos de óbitos desses acometidos ocorrem devido problemas cardíacos, infecções ou suicídio. Ela me pediu para ser colaborador, parceiro USF, indicando casos para acompanhando e possível tratamento. Ainda me perguntou se conhecia alguém que precisava de ajuda, mas desconversei. Depois, fiquei pairando... Será se estarei vivo amanhã para ser colaborador dessa campanha?

Em casa, passei a refletir, sem consegui dormir. Minha mãe incomodada por conta da luz acesa, procurou-me e disse que a minha ansiedade poderia gerar algo pior na minha vida se eu não me controlasse. Foi nesse momento que soltei algo na conversa oportuna, disse que tinha dialogado com a enfermeira Raquel sobre transtornos mentais e que me encontrei demais no quadro de problemas da mente. 

Rapidamente fui surpreendido pela minha mãe, que afirmou não ter filho com problema nenhum e que era melhor eu parar com frescura, evitar chamar atenção. Que tudo era uma vergonha para a família.

Percebendo tamanha falta de sentimento e atenção para minha situação, segui ao meu quarto e comecei a chorar na janela. Senti vontade de desistir de tudo, viajar para o além. Deixá-los livres da vergonha que eu poderia fazê-los passar. Estava me preparado aos poucos, pois vi que pouca importância estava recebendo dos meus pais. Nada fazia sentido estar ali.

A neve estava encobrindo o céu e a lua cheia iluminando minha vida. Notei que não estava só naquele quarto, um anjo pediu para eu orar para que meus pais compreendessem minha vida, que aceitassem minha situação e procurassem me apoiar no possível tratamento ou controle. 

Na manhã seguinte, mesmo sem muita vontade, mas tive coragem de procurar Raquel e pedir ajuda. Ela se propôs colaborar comigo, inclusive, ligamos para Flávio Rocha, secretário de administração da prefeitura — um respeitável servidor, e pedimos uma oportunidade de emprego e ele solicitou para irmos conversar pessoalmente.

Depois de alguns minutos de conversa, ele olhou para mim e perguntou se estava tudo bem comigo, pois parecia um tanto assustado... Procurando disfarçar e amenizar a situação, Raquel disse que eu estava ansioso para trabalhar... Agradeceu e saímos daquele ambiente hostil, que me deixou mais delirante. Ela ainda reclamou comigo pela minha atitude, meu jeito complicado perante reunião, mas não conseguia dizer nada. 

Sei que não foi fácil conseguir liberdade para trabalhar, muito menos naquele órgão tão carente de oportunidade de empregos. Passei a noite sem dormir pensando no dia seguinte, como atender pessoas que viessem falar comigo, enfim, como está naquela área tão inteirada de pessoas de todo jeito e com barulho total.

A princípio, tudo conforme, fiz atividades requeridas e, no final do expediente, fui convocado pelo secretário para tirar uma dúvida comigo. Ele tentou olhar nos meus olhos frios e corpo trêmulo, mas desviei atenção. Ele me pediu para ser o mais explícito possível no trabalho. E, por descuido, soletrei vagarosamente a palavra medo. Ele me fez a temida pergunta: quem eu era. Prontamente disse que não sabia. Fui questionado o motivo da minha resposta e ignorando implacavelmente a pergunta, eu disse que já era o fim, que não dava mais. Um turbilhão de atritos zombava incessantemente na minha mente. Fui embora.

O secretário sem entender nada da minha ferrenha atitude, ficou de falar depois com Raquel sobre meu atônito jeito de ser para tomar alguma decisão. No dia seguinte como não compareci ao trabalho. Lembrando que meus pais não sabiam de nada da minha vida profissional.

Sem manter contato comigo por telefone, pois desliguei para não incomodar ninguém, Raquel e Flávio decidiram ir em casa para conversarem com meus pais. Juro que jamais esperava isso. 

Minha conduta só confirmava cada vez mais o pior, anunciava o terror que eu poderia estar prestes a sentir ou fazer comigo mesmo. Notei que os dois tinham chegado e interrogaram sobre mim aos meus pais e viram que a resistência era forte, que eu era muito mimado - primogênito, que era muito calmo, um amável filho, que só saía de casa para estudar porque era o jeito. Era muito amoroso...

Nesse instante, os meus dois investigadores passaram situação que tinham de mim, que queriam tentar ajudar, mas não estavam conseguindo... Contaram meus últimos episódios e queriam me ver, porém mãe e pai proibiram ação, brigaram porque concederam algo sem permissão deles, que era vergonhoso e ainda abusaram ir até a casa para ato indecente. 

Eles não insistiram por mim. Também não e nem adiantava. Comecei escrever e molhar papel ao mesmo tempo, limpando-o e tratando minhas feridas, sentindo aquela voz suave dando o conforto que tanto eu necessitava. Minha aparência apagou. 

Fui um sujeito insistente que incomodou com a verdade e queria ir além, mas os olhos da humanidade não podiam me vislumbrar nítido. Minha determinação seguiu em silêncio profundo... Agora, vou cuidar de todos e chorar lá do plano celestial. Controlem-se! Não irei mais despertar atenção de ninguém aí, não farei ruídos nem meus amiguinhos irão atormentar nada. Quero que ouçam meus pedidos. 

Pena que não descobri quem eu era. Só sei que acordava na madrugada, isso quando conseguia cochilar, com visões e em total desespero — eis que adormeci e agora me encontrei. Atendi ao chamado dos meus amigos, ao encontro comigo mesmo, com muito amor, sinto que não tive êxtase no mundo, mas tenho muito amor e respeito por todos.

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