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O X da questão

A vida como a conhecemos mudará drasticamente com a pandemia causada por uma cepa de herpesvírus humanos alterada geneticamente em laboratório. Esse vírus, além de altamente contagioso, possui um estado de latência assintomática de até um ano. Ele infecta as células do seu hospedeiro e, como em uma contagem regressiva e sincronizada, desperta para matá-lo instantaneamente, sem dar chance ao sistema imunológico de reconhecê-lo e criar mecanismos de defesa. O gatilho de reprodução é o cromossoma Y, que atrai o vírus para dentro das células, ficando dormente em seu núcleo. Já nas mulheres, não há esse fator atrativo, fazendo com que ele não sobreviva em seus corpos, portanto, elas não o propagam. Todos os portadores do cromossoma afetado estão infectados, e não há como impedir suas mortes, pois não se tem tempo hábil para estudar, desenvolver e testar uma vacina eficaz. 

Eu li, reli, e nem assim eu acreditava no relatório do epidemiologista chefe do Centro Nacional de Pesquisas Epidemiológicas, o CNPE, e que também coordenava as informações recebidas no departamento de sua responsabilidade na Organização Mundial de Saúde, a OMS, o Sr. Ismael Lúcio Peixoto. Ele fora contundente, não deixando dúvidas sobre a situação que enfrentávamos. Eu ia morrer, todos os homens iriam. Essa era a verdade que estava arduamente sendo escondida. E, agora, eu descobrira o porquê.

Quer saber como isso começou? Em um belo dia de trabalho, claro. Eu, Rogério Irino do Santos, repórter investigativo do jornal de maior circulação do país, fui escalado pelo meu editor-chefe, o Sr. Alberto Galheda, para apurar a informação mais urgente do momento. O que estava causando o surto de mortes repentinas? Por que ainda não se tinha um comunicado oficial do Presidente e Ministro da Saúde?

Comecei o levantamento das informações pertinentes ao caso ali mesmo, na sala da redação. Pesquisei em diversos sites oficiais e nada parecia esclarecedor para a compreensão dos fatos e, muito menos, para tranquilizar a população já assustada com os relatos cada vez mais frequentes das mortes ocorridas. Percebi um grande entrave. O que eu buscava não estava sendo divulgado por quem devia. Tudo o que eu tinha até então eram especulações. Tentei contato telefônico com os assessores do Ministro da Saúde, bem como, do Presidente da República, mas tudo em vão. Ninguém parecia disposto a falar sobre isso. 

A urgência era notória e, assim que eu trouxesse a matéria completa, meu chefe já havia me garantido que ela ocuparia a manchete principal, considerada prioridade máxima. Por isso, eu estava radiante. E quem não ficaria, afinal, a minha reportagem estaria em destaque na primeira página. Contudo, eu ainda não havia conseguido nada. Sequer fui capaz de confirmar as suspeitas de ser algo maior que uma epidemia, mas sim, uma pandemia.

No dia seguinte eu estaria bem longe da minha mesa de trabalho. Eu iria até o CNPE para entrevistar pessoalmente o epidemiologista chefe que estava encarregado de estudar e elucidar esses eventos. Terminei meu dia de expediente estruturando o cronograma de horários que eu teria a cumprir, pois não queria levar tarefa pendente para casa. Priorizava o tempo com meu filho, Ivan, principalmente depois do falecimento de minha esposa, Lúcia, há 3 anos. 

Diariamente, começava por acordar bem cedo, tomar meu banho, tirar meu adolescente rançoso da cama para tomarmos o café da manhã e, logo após, deixá-lo no colégio e ir para a redação. Sendo assim, o tempo que sobrava para ficarmos juntos era pouco e, sendo o Ivan um belo representante da "aborrecência", estávamos em uma fase mais complicada do nosso convívio. 

O momento onde a paz reinava era ao ficarmos juntos para assistirmos os jogos do campeonato estadual de futebol. O nosso time estava bem nessa temporada e hoje o jogo seria um clássico. Meu companheiro de torcida já estava animado e, após encerrar nosso jantar, nos largamos no sofá em frente à TV. O jogo seguia bem, e nosso time vencia a partida com um placar vantajoso de 3x1.

Quando a partida estava quase finalizando, o jogo foi abruptamente paralisado. Dois jogadores haviam desmaiado no campo. Imediatamente entrou em ação a equipe médica e jogadores reservas foram acionados. Quatro minutos depois, o jogo havia encerrado. Olhei para o lado e vi meu filho adormecido, ainda na posição sentada em que nos encontrávamos. Achei aquilo estranho. Vi que ele estava com os fones nos ouvidos e uma melodia ainda tocava na playlist que ele acionara em seu celular.

Lentamente retirei tudo aquilo. Foi nesse instante que seu corpo tombou no sofá e o pavor tomou conta de mim. Eu o chamava e nada. Ele não respondia, não acordava. O desespero me tomava por inteiro. Coloquei-o em meus braços e dirigi feito um louco para o hospital mais próximo, exatamente aquele que já não me trazia boas lembranças.

Meu carro ficou largado na entrada de emergência do Pronto Atendimento. Eu gritava! "Socorro!!!" e uma funcionária pedia calma, mas eu não a escutava, não dava. Meu filho estava em meus braços e eu só queria vê-lo novamente bem. Eu suplicava... "Por favor, me ajudem!"

Uma equipe de enfermeiros tirou o Ivan dos meus braços, colocou-o na maca e levou-o às pressas para uma sala reservada. Eu quis ir junto, mas fui detido. Disseram-me que eu estava muito alterado e que poderia atrapalhar os procedimentos médicos. Consenti, pois realmente estava fora de mim. Enquanto aguardava, encaminharam-me para a recepção onde preenchi a ficha de informações solicitadas para qualquer atendimento no hospital. 

A angústia aumentava a cada segundo que nenhuma notícia me era dada. Eu fui conversar com um dos funcionários e novamente recebi o pedido para aguardar. Como? Era do meu filho que estávamos falando. Eu queria vê-lo, falar com ele. Tentei me controlar, mas foi mais forte que eu. Quando percebi, estava indo em direção ao local em que ele havia sido levado.

Quando abri as cortinas, meu mundo desabou. Meu filho jazia ali, já com outra tonalidade a roubar-lhe a cor rosácea da face. Os equipamentos desligados. A equipe médica com o olhar espantado. Mesmo que eu não quisesse aceitar, a cena deflagrada só confirmava a notícia que eles iriam me dar. "Não!!! Por favor, não!" 

Fui retirado dali por 3 enfermeiros. Eu não sei o que dizia, apenas berrava, e nada mais fazia sentido, nem a minha vida. Algo foi injetado à força em meu corpo e apaguei. Ao despertar, ainda meio grogue, um médico veio me ver. Disse-me apenas que meu filho havia falecido antes mesmo de chegar ao hospital e que haviam colhido material para analisar e justificar a causa mortis dele. Era preciso aguardar e eles não tinham mais informações para me dar. Não era possível! Eles só podiam estar se referindo a outro Ivan, não ao meu, não ao maior tesouro que a vida me deu. 

Quis ver meu filho, mas não me deixaram. Ele estava em área isolada. Por quê? Ninguém me dizia nada. Invadi o setor administrativo daquele hospital e ameacei chamar a polícia. Nada fizeram e, dessa vez, eu surtei, até fui violento, eu sei. Uma guarda policial feminina completa e bem armada materializou-se em questão de segundos e, quando percebi, a pessoa presa era eu.

Na Delegacia de Polícia, levaram-me para uma sala onde outros detentos estavam, mas algo ali chamou minha atenção. Não reconheci o nicho esperado para aquele ambiente onde deveriam estar delinquentes, arruaceiros e trambiqueiros. Eram indivíduos que, como eu, questionavam a perda de pessoas próximas. Aquilo inevitavelmente ativou o meu lado profissional, relembrando-me da pauta que havia recebido para investigar. A morte do Ivan era mais uma que não tinha resposta e eu precisava descobrir o que estava por trás disso, o que causara o seu fim prematuro. Eu precisava da verdade, agora. 

Pedi para conversar com o delegado responsável e, de forma grosseira, a policial a quem me dirigi disse que a delegada não iria atender ninguém e sequer teríamos direito à defesa. Ao se afastar, ouvi ela mencionar com a colega que eu seria mais um a ficar retido pelas próximas duas semanas, devido às minhas atitudes, para não interferir nos planos adotados, até que a situação pudesse ser revelada e o caos minimizado. Como assim? Por que isso? Não tenho esse tempo. Preciso sair daqui para descobrir o que está acontecendo. 

Olhei a minha volta e só encontrei mulheres de plantão no ambiente que sempre fora masculino. Chamei outra funcionária e reforcei que precisa falar com alguém. A agente carcerária parecia seriamente abalada. Reconheci o sentimento, ela também perdera alguém. Procurei me acalmar para abordá-la. Disse-lhe qual era minha profissão, o que estava apurando no momento e que, infelizmente, havia acabado de perder meu filho, de forma muito misteriosa, mas ninguém parecia saber a causa ou não estavam autorizados a me dizer. Ela apenas confirmou ter ocorrido o mesmo na sua família, perdendo o pai e dois sobrinhos. Conversávamos sobre isso e, de repente, ela fala em tom confidencial através das grades da cela.

— Posso lhe ajudar se prometer divulgar tudo o que descobrir.

Confirmei a ela que o faria, pois era minha obsessão desde a notícia da morte do meu filho. Sendo assim, ela solicitou que, na próxima saída ao banheiro em que ela me conduziria, eu pegasse sua arma, já desatada do coldre, e forçasse a fuga, pois a porta principal estaria apenas encostada. A única viatura que eu encontraria no estacionamento já estaria com a chave no contato. Era uma bela encenação, porém, só haveria essa chance e eu teria que ser eficaz e decisivo na investida.

O plano funcionou, mas o tempo corria contra e a situação só ficava mais alarmante com as mortes constantes. Sabia que respostas fidedignas viriam de poucas pessoas e a mais importante era a do Sr. Ismael Lúcio Peixoto. Peguei meu celular e comecei a busca de informações na internet. Hoje, a perniciosidade digital permite encontrar dados sigilosos com facilidade e fui atrás do endereço dele, pois no seu trabalho eu não conseguiria acesso, mesmo usando minhas credenciais. 

Fiquei por duas horas na espreita, observando a movimentação dentro da casa e na rua em que ele morava. Estava sob pressão e resolvi invadir. Subi no telhado, removi algumas telhas e, com um único movimento, quebrei o teto de gesso e despenquei na sala. Era insano o que estava fazendo. Comecei a vasculhar os cômodos e encontro um corpo imóvel sobre a mesa de jantar, ainda segurando o garfo dessa que seria a sua última refeição. Era o Sr. Ismael, já em estado cadavérico. 

No seu escritório encontro o computador ainda ligado. Ele estava redigindo um relatório onde explicava a pandemia que estávamos vivendo e as medida tomada pelos órgãos oficiais para evitar uma divulgação precoce, tentando assim minimizar o pânico e caos, bem como, o plano de contenção que começaria daqui duas semanas, como eu ouvira na delegacia. 

Ao terminar de ler o documento, não acreditei. Li, reli e a verdade era conclusiva, nenhum homem escaparia. Nem eu! Quanto tempo me restaria? O que eu faria com a preciosidade de cada segundo agora que sabia a verdade? Era hora de propagar a informação para que os homens soubessem que não havia o que fazer.

Liguei na redação para falar com o meu chefe, mas ele já não era mais o responsável. Antes que a verdade fosse censurada pela nova editora-chefe, entrei com meu código de acesso prioritário no site do jornal para publicar, diretamente na web, a notícia em primeira mão. Reproduzi na íntegra o relatório, incluindo os links de referência que comprovavam a situação calamitosa em que nos encontrávamos. 

Para garantir que essas informações seriam amplamente difundidas, enviei cópias para amigos que fiz durante os anos de profissão e que eram âncoras em grandes redes de televisão. Esse era o fim da humanidade como a conhecíamos e agora todos saberiam. Após finalizar o meu propósito, fui até a geladeira daquela casa desconhecida, peguei uma cerveja e sentei no sofá para apreciar a nova ordem mundial, onde o X seria a resposta para tudo o que iríamos enfrentar.

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