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Meus Muitos Talentos Bobos

Bia tinha uma lista na porta de seu guarda-roupas, preenchida com seus muitos talentos inúteis:

Sabia dança do ventre.

Aprendera aos 12 anos pra impressionar o garoto que gostava na época. Bem, agora o garoto estava casado e com filhos, e Bia ainda tinha que carregar esse talento inútil consigo.

Sabia desenhar anime.

Ela achava que seria uma animadora profissional no Japão, mas não deu pe. Agora, estava no terceiro ano de engenharia e o sonho ficara lá atrás, mas o talento ela ainda tinha.

O terceiro talento era talvez o mais bobo, mas com certeza não inútil:

Podia farejar caras problemáticos a quilômetros.

Depois que sua mãe se divorciara três vezes, seu avô fugira com uma quenga para Paraíba e sua tia contratara um matador por 7 mil para matar o marido, Bia meio que aprendera qual tipo de homem evitar.

E esse era Leonardo Aragão, do quinto ano de medicina.

Ele reunia todas as qualidades de um cara pra se manter a maior distância emocional possível: era muito bonito. E ele também era inteligente, o que era mais perigoso ainda. E tinha um sorriso que era a mistura de muita malícia, autoconfiança, interesse pela vida e covinhas.

Na primeira vez que Bia o viu, ele estava pelado. No primeiro ano da faculdade, os veteranos fizeram um trote e Bia teve que pagar uma prenda que consistia em entrar no vestiário masculino. Se ela tivesse sorte, não teria ninguém ali e ficaria tudo ok.

Mas Bia nunca tivera sorte antes e não teria agora. E lá estava ele, um rapaz de cabelo preto pingando e olhos escuros totalmente despido e surpreso, enquanto Bia estava paralisada de espanto. Depois disso, ela correu e pediu a Deus para nunca mais vê-lo.

Mas Bia nunca tivera sorte antes e não teria agora. E ela o encontrou em sua primeira calourada. Ele veio cheio de piadinhas, com aquele humor sarcástico e a mania de achar que todas as garotas cairiam aos seus pés. Talvez até fosse verdade. Talvez ele transasse duas vezes por noite com garotas diferentes, mas Bia... Bia era cheia de talentos bobos que ela poderia tatuar nas costas, e um deles era:

Era uma leitora voraz

Ela já lera muitos livros e sabia bem como lidar com o tipinho dele e o que fazer pra que ele caísse aos pés dela. Pois, um de seus muitos defeitos era que ela gostava de ter coisas que ninguém tinha. Pois muitas garotas haviam feito coisas com Leo, mas, se Bia o queria, tinha que ser exclusivo e permanentemente.

E foi por isso que ela o socou quando ele tentou beijá-la da primeira vez.

E assim foi que, nos três anos seguintes em que se encontraram casualmente com mais frequência do que ela gostaria, eles desenvolveram uma relação meio amor e meio ódio, pois dos muitos talentos bobos de Bia, o mais especial era que:

Ela conseguia amar e odiar uma coisa na mesma intensidade.

...

Bia estava tremendo na porta do consultório.

Um de seus muitos defeitos é que ela era uma dramática nata. Uma noite, quando deitou pra dormir e apalpou um dos seios, sentiu uma pequena elevação perto do mamilo. E agora, não havia um dia que ela não achasse que ia morrer de câncer de mama aos 21 anos.

Como estudante da universidade, ela podia fazer consultas grátis no Hospital Universitário e usaria esse direito pela primeira vez. E estava pra morrer de ansiedade enquanto esperava sentada na recepção.

— Você pode entrar — disse a recepcionista assim que a última paciente saiu.

Bia se enfiou porta a dentro do consultório em um salto

— Tire sua blusa, por favor — disse o médico, sentado diante de uma tela de computador enorme.

Bia o olhou porque reconheceu a voz. Porque reconheceria em qualquer lugar aquele cabelo preto e aqueles olhos escuros, e aqueles lábios...

— Você? — ela balbuciou, atônita.

O médico a olhou e suas sobrancelhas se ergueram.

— Beatriz?

— O que está fazendo aqui? — perguntou ela, desgostosa.

Leo moveu os ombros sob o jaleco impecavelmente branco.

— Consultas? — insinuou, descaradamente.

— Você é um estudante! — acusou Bia.

— Estou fazendo residência. E você? O que está fazendo aqui?

Bia moveu os ombros sob a camiseta de Boku no Hero Academia que vestia.

— Consulta? — insinuou, amargamente.

Leo apoiou o queixo sobre a mão. Seu rosto brilhou com um sorriso, um repuxar de lábios e covinhas feito com malícia, autoconfiança e muita vontade de viver. 

— Então, tire a blusa.

Bia prendeu a respiração. Olhou para porta e pensou em adiar a consulta, talvez com outro médico. Mas sua paranoia natural a lembrou que ela não poderia dormir outra noite sem saber o que era aquilo em seu peito.

— Eu amo o que faço, Beatriz — disse Leo, adivinhando os pensamentos dela. Seu rosto estava sério. — E sou completamente profissional nisso.

Bia suspirou.

Leo era um sem vergonha metido, mas se tinha uma coisa que sabia sobre ele desses anos que conviveram era como ele respeitava sua profissão e nunca, nunca, arriscaria prejudicá-la pelo que quer que fosse. O Leo das festas e o Leo do consultório eram duas entidades completamente diferentes.

Timidamente, Bia tirou a blusa e deitou-se na maca ao lado da grande tela e, consequentemente, ao lado de Leo. Ele girou na cadeira e virou-se para ela.

— O que você sente? — perguntou ele, o rosto vazio de expressões.

Bia evitou olhá-lo, sentindo-se exposta e indefesa, deitada com os peitos para fora na maca ao lado do cara com quem ela tinha sonhos que nunca deveriam ser ditos em voz alta.

— É um tumor bem aqui. — Apontou o lugar onde sentia um montinho sob a pele de seu seio.

Leo pressionou o seio de Bia com os dedos, bem no local que ela dissera. Um arrepio correu-lhe a espinha sob o toque frio de ar condicionado e Bia teve de fechar os dedos em punho para distrair-se da sensação.

— É, tem um pequeno nódulo aqui — disse Leo, concentrado. — Eu vou colocar um gel pra fazermos a ultrassonografia, pode ser que seja um pouco frio.

E, como ele disse, o fez. Espalhou uma substância espessa sobre o mamilo de Bia, que teve de, outra vez, se concentrar para reprimir reações que pudessem denunciá-la. Mordeu a bochecha secretamente quando Leo deslizou sobre seu seio o transdutor.

— Eu... eu vou morrer? — perguntou ela, num fio de voz.

Leo soltou uma risada baixa, seus olhos focados na grande tela enquanto deslizava e pressionava o transdutor sobre o seio de Bia.

— Você não vai morrer, Beatriz. É um nódulo pequeno e eu tenho quase certeza de que é benigno. Tem histórico de nódulos nas mulheres da sua família?

— Bem, sim. Minha tia teve alguns quando mais nova.

— Então não tem porque se preocupar. — Virou-se para ela. Olhos nos olhos dela, nunca em seu corpo. E Bia sentiu-se mais constrangida ainda por causa disso. — É normal nessa idade, mas você deve sempre fazer um autoexame em casa. — Bia assentiu, atenta. — Seus exames ficarão prontos em alguns dias, daí nós poderemos saber o que fazer com esse seu nódulo. Mas não precisa entrar em pânico.

Bia levantou-se e vestiu de volta a blusa. Leo estava concentrado na tela diante dele. Antes de sair, Bia parou e o olhou.

— Obrigada — disse, timidamente.

Leo sorriu.

— Disponha.

...

Bia abriu a porta.

Era ele.

— Eu trouxe seus exames — disse Leo com um sorrisinho, erguendo um grande envelope e convidando-se para entrar.

Bia fez careta para a audácia de Leo em entrar e jogar-se no sofá como se a casa fosse dele, mas acabou não reclamando.

— Eu pensei que eu devia ir buscá-los.

— É, mas eu fiz esse favor pra você. Você pode me pagar depois, me mostrando seus muitos talentos com a boca.

Bia revirou os olhos e tomou o envelope de Leo. Retirou de dentro o resultado de seus exames. Olhou-o por algum tempo, avaliando tudo, depois entregou de volta para Leo.

— Não entendi nada.

Leo riu.

— É um nódulo benigno, então, você não vai morrer. São comuns de nascerem nessa idade, mas ele é sólido, então não posso receitar nada para desmanchá-lo.

Bia engoliu em seco.

— Mas eu posso fazer uma cirurgia pra retirar, né?

— É, mas... eu não recomendaria isso agora.

— E o que você recomenda? Que eu fique com um tumor em mim, é isso?

— Escuta. — Leo se levantou e se aproximou dela. — Primeiro, é nódulo e não tumor. Segundo, ele não é prejudicial e outros ainda vão nascer, e daí você vai ter que fazer outra cirurgia. E... — Leo inclinou-se para o rosto do dela. — Seria um desperdício se a sua linda pele ficasse cheia de cicatrizes.

— E você é um desperdício de um lindo rosto com essas suas frases machistas.

Leo riu e agarrou-a pela cintura.

— E você, com essa sua síndrome de puritana, é um desperdício de uma ótima parceira sexual — Leo e aquele sorriso de lascívia, autoestima e amor pela vida empurraram-na suavemente até a mesa.

— Você está confundindo com alguma amiga sua — sussurrou Bia, deixando-se ser guiada e erguida para cima da mesa.

Leo se inclinou para o ouvido dela.

— Você é cheia de talentos maravilhosos — Ele a beijou no pescoço. Bia fechou os olhos, deixando-se sentir o arrepio e o pulsar que descia abaixo de seu umbigo. — Você é muito flexível bem aqui. — Leo apertou os quadris dela. — Por causa da dança do ventre. E você tem mãos muito habilidosas. — Ele entrelaçou seus dedos nos dela, sua boca descendo para o colo do seio. — Por causa dos desenhos que faz. E você gosta do perigo. — Enfiou a mão dentro da calça dela. Bia soltou um gemido contido. — E você é intensa em tudo.

Leo ergueu-se — os olhos nos dela, um rosto derretido de expectativa e prazer — e mordiscou os lábios de Bia.

— Tem um talento que você esqueceu. — Ela deslizou as mãos pelos ombros dele. — Eu sou tão boa para amar algo como sou pra odiar.

Bia sorriu, um sorriso de dança do ventre e traços de anime, gosto pelo perigo e liberdade poética. Bia era todos os seus talentos bobos em tudo que fazia. Ela saltou da mesa e se afastou, enquanto o rosto de Leo se tornava frustração pura.

Ela abriu a porta e indicou a saída.

— E eu sou boa em adiar prazeres. Sexo é tipo... cozinhar. Tem que deixar o máximo possível no fogo antes de partir pra cima.

Leo suspirou e caminhou para fora.

— É, mas tenha cuidado pra não queimar.

— Eu terei. Boa noite, Leonardo.

— Boa noite, Beatriz.

Quando fechou a porta, Bia deslizou até o chão, sorrindo com seus muitos talentos bobos.

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