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Eu odeio amar você

Sofia corria, com vontade, tendo Lupe, o cão da família, como companhia. Com o coronavírus  sob controle,  as atividades ao ar livre estavam liberadas.  Ela parou para dar água para Lupe que, imediatamente,  foi cheirar uma yorkshire. Sofia, agachada,  fez-lhe festinha e deu-lhe água também.

— Parece que seu vira-latas quer namorar minha Flor.

Sofia olhou para cima: de short curto,camiseta e cabelos suados, um rapaz moreno observava  a cena.Ela levantou furiosa:

— Sua yorkshire tem o mesmo valor que o meu vira-latas.

—  Calma  — sorriu ele, deixando à mostra dentes perfeitos — é brincadeira! Eu amo todos os  cachorros e parece que estão se dando bem! — E agachando fez festinha pro Lupe.

— Vamos andar?

Ela ensaiou uma recusa, mas ele justificou:

— Deixa os dois se conhecerem melhor. Flor fica muito tempo sem sair, precisa se socializar.

Foram caminhando.Quando Sofia percebeu, já estava rindo das histórias de cachorro que ele contava e contando as peripécias do Lupe.

Assim como os cães, os dois eram completamente diferentes: ela, baixinha, com uma juba de leão cacheada; ele, alto,  com uma vasta cabeleira de cabelos lisos e negros.

O fim da pista chegou rápido. Ele despediu-se do Lupe,  dizendo:

— Flor espera voltar a te ver, Lupe,  e eu,  essa morena de sorriso encantador!

***

— Sortuda,  vai trabalhar com o médico mais bonitão do hospital.

— É mesmo? Quem?

— Dr. Marcelo,  o novato, bonito mas exigente. 

Sofia revirou os olhos para a colega e ajeitou a máscara, conferiu o coque que domava seus cachos,  posicionou bem os óculos: estava pronta para mais uma semana no hospital. Organizou todos os instrumentos cirúrgicos e aguardou. Pontualmente, o médico entrou no bloco. Seu estômago gelou:  conhecia aqueles cabelos.  Ele cumprimentou todos, demorou o olhar nela por um instante e começou o procedimento. O paciente da vez, em plena cirurgia de apendicite, teve uma parada cardiorrespiratória e precisou ser entubado:

— Tubo número 6, enfermeira.

Sofia  lhe entregou. Quando foi jogar o invólucro na lixeira, percebeu o seu engano: era o número 8. Correu feito louca e trouxe o correto.

— Doutor,  este é o 6.

Ele parou o procedimento e a fuzilou com os olhos:

— Sabia que podia ter matado o paciente?

Entubou o operado, os sinais vitais caindo rápido, mas se estabilizou e foi levado  rapidamente para o CTI.

Depois desse evento, Sofia foi tomar um café na lanchonete. Desde que seu avô Everaldo estivera em coma por 15 anos,  ela decidira ser enfermeira para salvar vidas. Gostava do que fazia.

Na saída, percebeu que um carro fechava sua moto. Decidiu aguardar  para evitar bater,  ainda estava nervosa com  o acontecido. Logo o dono do carro chegou,  era  o doutor Marcelo.

— Essa moto é sua?

— Daqui a 60 meses sim.

Ele  a encarou:

— Você é a dona do Lupe.

— Sim,  sou eu.

— Você precisa ser mais cuidadosa. 

— Eu sou cuidadosa, mas havia  uma p... — ela se segurou para não falar um palavrão —  havia um durex em cima do 8 parecendo  um 6! — explodiu ela.

— Calma, gata, só falei para ser mais cuidadosa da próxima.

— Foi falta de sorte.

— É,  mas quase custou uma vida!  Se acontecer de novo...

Ela o fuzilou com ódio:

— Não vai acontecer de novo!

— Espero que não,  sou muito criterioso com quem trabalha comigo,  não tem espaço pra gente incompetente.

Ele entrou no carro e se foi.Sofia mordeu  os lábios com ódio.

***

Em sua folga, Sofia voltou a correr. Lupe corria junto dela. Mal começaram,  encontraram-se com Marcelo e Flor. Ele inverteu a corrida e passou a acompanhá-la:

— Olha,  Flor,  nossos companheiros de corrida. 

Sofia não lhe deu ouvidos.

— Tá com raiva de mim?

— Não.

— Prefere correr sozinha?

— Não, podemos ir juntos.

Correram lado a lado em silêncio,  até completar a primeira volta. Sofia aproveitou para dar água aos cães. A yorkshire se afastou e fez cocô. Ela aguardou,  mas o médico não fez menção de limpar.

— Não trouxe o plástico, esqueci,  desculpa.

— Se ia sair  com o cachorro,  deveria trazer água e saquinho.

— Eu sei,  fui descuidado, desculpa aí.

Mas Sofia já limpava a sujeira e  a jogava no lixo.

— Deixa um saquinho amarrado  na guia,  assim você não esquece.

— Boa ideia! É que  às vezes só quero sair e me desestressar, daí acabo esquecendo.

— É,  acontece, mas somos responsáveis pelos cães e sua sujeira.

Voltaram  conversando sobre cachorros, evitando falar sobre o hospital. Na despedida, ele  a encarou:

— Sofia, sei que você me odeia pelo jeito que te trato no hospital, mas se quer ser uma profissional respeitável, precisa lidar com todo tipo de pressão. A pandemia nos ensinou isso. Mas  eu sei de sua competência.

Ela retrucou:

— E você é um pé no saco.

Ele deu uma sonora gargalhada:

—Vamos! Vou te dar uma carona.

— Não,  vou a pé.

— Olha o Lupe,  está acabado. Vamos .

Na porta de casa, Sofia despediu dele.

— Calma!  Para que tanta pressa,  Sofia? Sabia que esse seu sorriso me alucina?

Ela nada respondeu.

—  Não vai me convidar para subir?  Gostaria muito de conhecer sua família.

— Não,  mas obrigado pela carona.

***

À medida que os dias passavam, Sofia foi tomando ódio do médico. Parecia castigo, sempre estava em sua equipe. Quando questionou  a enfermeira-chefe,  ela deu de ombros:

— São ordens do dr. Marcelo. Que posso fazer se ele te quer por perto?

Sofia respondeu na lata:

—  Pois eu quero distância dele.

A todo momento,  ele parecia querer pôr à prova sua capacidade. A gota d'água foi uma prescrição médica. Ela questionou a dosagem, mas ele foi implacável:

— Quem é o médico aqui? 

— Doutor,  só estou checando.

— Não está entendendo minha letra?

—Estou,  mas não concordo com a dosagem indicada.

Ele pegou a caneta e deu um sorriso cativante:

— Então vou mudar,  enfermeira Sofia.  Você é muito atenta, parabéns!

Chegou em casa amolada e desabafou com sua mãe, Renata, que  lhe aconselhou:

— Tenha paciência,  Sofia, primeiro emprego é assim mesmo. Os chefes nos testam o tempo todo! Aposto que esse médico está interessado em você.

Sofia revirou os olhos para a mãe.

— Abre o olho, Sofia, essa história de médico com enfermeira não dá certo —  aconselhou sua avó.

— Ah,  dona Carmem,  vai que dá certo? Já é hora de namorar de novo, Sofia.

— Nunca soube de um caso que não terminasse com a enfermeira chorando pelos cantos, Sofia, não caia nessa, vai sofrer. — concluiu a avó.

Renata ainda brincou:

— Deus me livre,  mas quem me dera, hein, Sofia?

— Ah,  para com isso, mãe — ralhou Sofia -— eu não quero nada com ele, só ganhei uma carona.

***

Nos próximos dias, a situação não melhorou.O médico continuava exigente,  mas seus olhos buscavam os  dela sempre, suas mãos sempre estavam se esbarrando. Fiel ao que sua avó dissera, Sofia estava decidida a  não dar  mole para o médico, principalmente depois que descobrira que duas de suas colegas estavam empenhadas em conquistá-lo. Mais de  uma vez, ela as  viu indo embora de carona com ele, mas  isso não era problema dela. Porém, aquela voz rouca estava mexendo com ela.

Depois de mais um plantão, deu partida na moto, que não pegou. Quando estava decidindo o que fazer,  o médico  chegou com  a solução:

—  Eu coloco a moto na carroceria da minha pick-up e levo.  Pra  onde?

Deixaram a  moto numa oficina e ele a levou em casa. Já na porta, com seu jeito de olhar, tombando a cabeça, perguntou:

— Não vai me chamar?

— Chamar pra quê?

— Pra conhecer sua família.

— Nunca!

— Por quê? Sou tão horrível assim?

— Dr. Marcelo...

—Não,  me chame de Marcelo.

— Tá bom, Marcelo, a resposta é: não, não vou te chamar.

Ele pegou sua mão, beijou com delicadeza, retendo-a nas suas:

— Sofia,  não sei o que está acontecendo comigo,  penso em você a todo instante...

— E tem muita enfermeira que pensa em você também.

— Mas para mim só existe você.

Com a mão livre, ele segurou seu queixo, mas ela puxou a mão, percebeu que não resistiria àquela voz rouca:

— Olha, eu...Obrigada pela carona, te agradeço muito, boa noite.

***

Sofia tomou uma decisão difícil, fez uma troca: estaria sempre no plantão contrário de Marcelo. Seria melhor assim. Ainda sofria por causa de seu primeiro e último namoro, não estava na hora de se lançar num relacionamento que tinha tudo para fracassar. Duas de suas colegas viviam chorosas pelo canto, pelo jeito o dr. Marcelo não levara nenhuma delas a sério, como vovó Carmem vaticinara.

Foi difícil nos dois primeiros plantões, sentia falta do toque de suas mãos, de seus olhos procurando os dela, do roçar de ombros e, principalmente, de ouvir sua voz rouca e sensual. Até de sua exigência sentia falta.Será que estava amando?

Ela ainda  se torturava por ter sido ingênua em seu último relacionamento, estava disposta a dar mais tempo ao tempo, para amadurecer  e sofrer menos.

No terceiro dia, alguém a aguardava junto à moto:

— Por que você fez isso,  Sofia?  — Marcelo trazia uma expressão sofrida.

— Porque é melhor assim!

— O que é melhor?  Pode me explicar?

— Jamais daria certo.

— Então você tem bola de cristal pra ter tanta certeza?!

— Olha...

Antes que fraquejasse, mentiu com muita firmeza:

— É que eu já tenho compromisso, Marcelo, sinto muito.

Arrancou  a moto, enquanto duas lágrimas desciam.

***

No sábado à noite, ao chegar do serviço, ouviu vozes altas do apartamento onde morava. Ela suspirou de cansaço, estava sem ânimo para visitas.  Pretendia trabalhar dobrado no próximo ano para comprar seu apartamento, estava terminando sua pós-graduação e seu salário melhoraria, não via a hora de ter um cantinho só seu.Quando abriu a porta, não acreditou:

— Oi,  querida, olha quem vai jantar conosco —  anunciou o avô Everaldo.

Na mesa, estavam seus pais, seus avós  e Marcelo, muito à vontade com todos.

— Você sabe, Marcelo, desde que tivemos a pandemia, come-se muito mal,  mas você é muito bem-vindo para jantar conosco.

Sofia quase morreu de vergonha, mas no fundo estava muito feliz.

Seu pai não deixou de dar um recado:

— Olha, se quer voltar sempre aqui, tem que tratar muito bem a minha Sofia.

Marcelo, com seu sorriso sedutor, olhando nos olhos de Sofia, concordou:

—É o que pretendo, Fernando, quero cuidar muito bem dela, se ela quiser.

E deu-lhe um beijo na bochecha.

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