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ESCONDA-SE!

Era final de tarde naquele pequeno vilarejo que abrigava seus quase mil habitantes. O cenário de pôr do sol naquela região montanhosa, cercada de árvores e com um rio ao sul, poderia trazer, de longe, a sensação de paz que todos desejam. Todavia, Alex, uma das poucas crianças daquele vilarejo, não vivia nada que o remetesse a uma vida pacífica, ao contrário, ter de sentar à mesa no início da noite com sua família desestruturada era sempre sinônimo de conflito e constrangimento. 

O menino de onze anos não preservava nenhuma lembrança de paz naquela casa. A criança não conhecera os pais e teve de viver com os tios e os quatro primos desde que viera ao mundo. Assim, a presença de um tio extremamente arrogante, uma tia que escancarava seu desagrado com a presença da criança e os quatro primos que não poupavam chacota ao intruso faziam com que aquela casa fosse o último lugar que Alex desejava estar. Além disso, como a casa dispunha de pouco espaço, ali era, sobretudo, um ambiente sem oportunidade para privacidade. 

Com isso, Alex fugia constantemente do lar desarmônico à procura de um lugar tranquilo no vilarejo. Foi assim que, no seu jeito introspectivo e andar manco característico, a criança descobriu aos poucos lugares distantes da casa, onde sonhava em criar sua própria casinha. Sonho de criança que em algum momento toma forma – ou não. De todo modo, esse seu sonho era alimentado pelo artefato que seu pai biológico lhe deixara antes de falecer: uma casinha de madeira em miniatura, que lembrava as casas que se construíam em árvores, e o fazia arquitetar seu futuro lar em algum canto no mundo. 

Entretanto, eram muitos os obstáculos que dificultavam o desejo infantil de Alex. O principal deles era a presença da rigorosa família Jordana, a família responsável por estabelecer as regras de convivência no vilarejo e que abusava da influência que possuía para dirigir toda a dinâmica do ambiente, inclusive proibir qualquer arte feita por uma criança, uma vez que, na visão daquela família, criança gozava de energia para servir aos mais velhos.

Portanto, era assim que vivia Alex e os demais habitantes de sua idade: em frequente serviço abusivo. Mas, como já dito, o jovenzinho usufruía da arte de fugir e achar lugares para descansar, e o seu lugar favorito era à beira de um rio que ficava ao sul do vilarejo. Ali, o menino conseguia dar asas para a sua imaginação e se inspirar nos castores que viviam naquele ambiente. Ele sempre se admirava ao ver os animais em sua empreitada para construir um lar – era isso também que ele almejava.

Então, um dia, voltando da beira do rio, Alex foi imaginando os conflitos que enfrentaria ao chegar em casa. Contudo, para o seu espanto, ao chegar lá o assunto era outro: uma epidemia surgira na cidade onde o vilarejo estava localizado e o prefeito Lompas, omisso como sempre fora, estava com planos de desapropriar o vilarejo para ele e sua família poderem se abrigar em meio a possível crise. O prefeito dizia que o vilarejo seria um lugar melhor para ele trabalhar com a sua equipe em prol da população. Via-se, contudo, que os adultos ali, além de chatos, costumavam mentir.

Tal notícia trouxe grande alvoroço ao vilarejo. A família Jordana, que já era influente naquela comunidade, ambicionava o apoio do prefeito, o que a fez não hesitar em concordar com a proposta política. Porém, outra parte do vilarejo discordava prontamente com a proposta descabida, inclusive os familiares de Alex. Essa discussão se intensificou ainda mais quando o vilarejo soube que o prefeito havia estabelecido um tempo para a desapropriação, ou seja, todos deveriam entregar suas casas em cinco dias. 

Instalou-se no vilarejo, então, o desespero de todos os lados: de um lado a família Jordana tentando convencer a todos de entregarem o lar e, de outro, os demais habitantes procurando formas de impedir tamanho abuso dos políticos. Porém, nenhum dos lados dispunha de muito tempo, pois era necessária uma ação rápida. E nesse alvoroço todo, Alex, por sua vez, pensador como era, já imaginava que aquela era a oportunidade para uma fuga definitiva. 

Logo, o dia posterior à terrível notícia começou cedo, uma vez que faltavam quatro dias para a invasão do prefeito e sua equipe, o que deixava todos os habitantes ali angustiados, correndo contra o tempo na luta pelo seu território. Os adultos já planejavam muitas coisas, que iam desde criar uma barricada para impedir a entrada dos políticos até atacar de frente os agentes que viriam com o prefeito. No entanto, nenhuma ideia parecia inteligente. Além disso, havia o empecilho da família Jordana que impunha com veemência a necessidade de saírem dali e colaborarem com a proposta de Lompas.

Dessa forma, Alex foi correndo para a beira do rio e, enquanto os adultos discutiam, ele começou a montar um pequeno esconderijo, tendo como base a sua observação nos castores que viviam perto do rio e a sua casinha em miniatura deixada pelo pai. Todavia, quando a sua ideia começava a tomar forma, o menino se deu conta de uma sombra larga e alta que se aproximava rapidamente dele e percebeu que era a figura de seu tio que o procurava por horas no vilarejo. Assim, o homem de expressão rígida e corpo forte pegou o menino pela orelha direita e, antes de sair, chutou o projeto de esconderijo da criança. Aquele desastre trouxe ao menino a dor da desesperança, uma vez que a sua chance de fuga definitiva fora destruída.

No entanto, no caminho de volta, o homem que arrastava o pequeno Alex de menos de um metrô e meio de altura, parou por alguns segundos, olhou a criança nos olhos e percebeu que a ideia de Alex de se esconder dos adultos poderia servir de estratégia para os moradores conseguirem escapar da proposta do prefeito e da família Jordana e deu um desafio ao garoto. Por um lado, Alex não queria rejeitar ajuda ao vilarejo, pois isto prejudicaria as outras crianças, por quem ele preservava empatia, mas, por outro lado, a desapropriação do vilarejo era a sua chance de ir morar em um lugar mais pacífico. Com isso, o tio chacoalhou o menino que respirou fundo e concordou em colaborar com a empreitada, mas com a condição de as crianças terem liberdade e certa autonomia no curto período que teriam na missão de construir os esconderijos. 

Alex, portanto, pela primeira vez protagonizava uma aventura no vilarejo junto com seus colegas – Jonas e Marcel – aventura esta que incluía construir vários esconderijos na beira do rio e ainda distrair a figura magra, alta e amedrontadora que era a mulher responsável por mobilizar o vilarejo a favor do prefeito Lompas. Assim, faltando dois dias para o inevitável conflito, estavam os meninos em sua missão na beira do rio. Jonas, que usufruía de uma altura e força que o destoava das demais crianças da sua idade, ajudava no carregamento das madeiras. Já Marcel, magro e habilidoso, ajudava na disposição dos materiais que começavam a dar forma aos esconderijos.

Com isso, no dia tão esperado tanto pela família Jordana quanto para os demais habitantes, estavam os moradores todos postos em frente às suas casas e de malas nas mãos. Contudo, as crianças, além da mão de obra na criação do esconderijo, foram encarregadas de distraírem a família Jordana na saída do vilarejo, para que desse tempo de os outros habitantes que se opuseram à proposta do prefeito tomarem caminhos diferentes e chegarem onde estavam os esconderijos. Dessa forma, enquanto os habitantes que compactuavam com o prefeito entravam nos transportes que os levariam para fora do vilarejo, os demais moradores já se aprontavam para a armadilha. 

Assim, saíram quem deveria sair e ficaram os dispostos para o enfrentamento, escondidos. Estando, portanto, o vilarejo vazio – na teoria – os oficiais do prefeito chegaram acreditando na saída pacífica de todos. No entanto, quando o prefeito pisou o pé no vilarejo, um dos resistentes moradores, disposto atrás de uma árvore, lançou um lampião para perto dos oficiais, o que causou uma combustão. Isso se deu porque o tio de Alex havia espalhado uma quantidade considerável de álcool na entrada do vilarejo para afastar os invasores, porém o fogo tomou uma proporção inesperada tanto para os moradores que haviam bolado a estratégia quanto para o prefeito e sua tropa.

A ação assustou de tal forma os oficiais que estes deram alguns tiros na direção de onde viera o lampião e tentaram adentrar o vilarejo, porém logo desistiram. Isso porque a ação do prefeito em encontrar um lugar para a sua autopreservação em relação ao problema da epidemia exigia urgência, e o fogo também se tornara incontrolável para os poucos recursos dos oficiais, o que fez com que a equipe saísse da entrada do vilarejo e buscasse outro local para usar de cobaia. 

Logo, os habitantes do vilarejo se animaram e agradeceram a Alex e seus colegas pelo esconderijo que os livrou das mãos de Lompas a tempo. Todavia, ao olharem para o lugar ainda em chamas, lembraram de outro problema: o surto epidêmico. Viram a situação em que estava o território e, mais do que isso, em que estava a cidade com a notícia do surto inesperado. Os adultos entenderam, então, que a missão não havia se encerrado.

Com isso, Alex mais uma vez protagonizou outra estratégia: com a sua casinha em miniatura em mãos, os adultos pensaram na ideia de ainda se esconderem, tanto do vírus quanto do prefeito e começaram a construir um esconderijo oficial, baseado na casinha de madeira de Alex. Então, embarcaram todos na empreitada de acalmar o fogo e montar um lar sobre as árvores. Alex, por sua vez, aproveitando seus dias de herói do vilarejo, exigiu seus benefícios:

— Justiça seja feita! Nessa nova comunidade, eu estabeleço a primeira regra de convivência: os adultos deverão respeitar a liberdade das crianças. E mais: como o esconderijo está baseado na minha casinha, o nome do nosso novo lar eu quem dou, e será "Casulo" — disse com voz firme. Começara, então, a tomar forma o sonho antigo do menino e se iniciava ali uma nova comunidade.

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