A CORRIDA PELA VIDA
Tudo teve início quando o estudante de 16 anos, Antônio Oliveira, de olhos e cabelos negros, que morava em Peace, interior da China, teve que se preparar para vida, pois sua mãe Dona Helena Oliveira estava desistindo da eternidade, vítima de resquícios da pandemia que assolou o mundo o mundo em 1937.
— Joooão!!! Acorde para ir à escola! — berrou o pai, Marcos Oliveira, um senhor que imprimia um semblante desafortunado devido as más experiências vividas.
— Estou indo, papai! Falou Antônio.
O estudante havia passado a noite lendo uma relíquia deixada pela sua saudosa mãe, o livro 'Quando é preciso ser forte', do escritor DeRose, uma história que passou a ser muito especial para vida dele, um amuleto.
Ao chegar à escola, viu seu fiel escudeiro, Eduardo Praça, mais conhecido como Dudu e disse:
— Preciso da sua ajuda! Estamos concluindo o ensino médio e pretendo cursar medicina. Vamos?
— Não! Quer dizer, acredito que você não possa fazer, amigo — afirmou Dudu.
— Como assim? Preciso muito de você para continuar o sonho de ser médico e ajudar esse nosso povo. Ajude-me! — suplicou Antônio com os olhos lacrimejando.
— Gosto muito de você e até acredito, mas lembre que seu problema não permite isso. Veja situação de sua visão, continuou Dudu.
Naquele momento, o pranto rolou. O jovem havia nascido com uma doença chamada retinopatia da prematuridade, marcando sua vida e isso, no futuro, poderia causa problemas de visão.
Em casa, o futuro médico continuou a acreditar...
— Pai, o senhor me ajuda estudar para ser médico? Tenho muita vontade, quero servir.
— É complicado! Você vive se reclamando de problemas na cabeça e isso pode ser algo sério. Para Medicina tem que estudar demais, nossa condição é fraquinha, comentou o preocupado pai. Mas, se você quiser mesmo, busque.
Seu amigo também decidiu apoiar o desejo e reforçaram estudos. Foram aprovados. Sempre unidos, muitas das vezes, nas aulas práticas, eles gravavam numa fita e isso facilitava compreensão depois, pois seu amigo passou a ser perceptor. Estavam no último semestre para concluir o tão sonhado curso e loucos para começo de trabalho.
De repente, a direção da universidade avisa:
— Na data de hoje, por ordem dos superiores, estamos suspendendo as aulas devido pandemia que retornara. Acalmem-se que estamos águardando para rever situação de vocês, pois tudo indica que adiantaremos a diplomação de vocês. O país precisa de profissionais. E foi o que profetizou.
— E agora, Antônio? — questionou Dudu.
— Vamos mergulhar nessa grande aventura, amigo. Seja o que Deus quiser, disse Antônio confiante.
— Não sei se estou preparado. Pelo que li sobre essa doença é uma corrida contra o tempo. Não tem cura — concluiu Dudu.
Mal sabiam que a pandemia estava mais uma vez escrevendo um outro capítulo na região. Os casos se multiplicaram absurdamente. Marcos já não aceitava seu filho nessa batalha. Tinha medo de perdê-lo, assim como aconteceu com sua esposa.
A pataca cidade já não era mais a a mesma, vivia um dilema total. A pandemia de COVID-19 estava deixando uma série de vítimas.
O empecilho do problema de visão não foi motivo para impedir o desejo do recém-formado. E tudo fazia lembrar sua mãe, que chegou a óbito justamente por conta dessa doença respiratória aguda.
— Vamos conseguir, Duduzinho! Minha mãe sempre falava sobre as pedras no caminho que temos que retirar.
— Mas, pelo que vejo são pedregulhos demais — frisou o amigo.
Com o sinal da morte aceso, as ruas foram ficando desertas. A população estava mais cautelosa, principalmente com idosos e portadores de doenças crônicas, que são público alvo dessas complicações.
— Filho, que nessa pandemia não podemos abraçar, sair. É isso mesmo?
— Sim, pai. Tem pessoas levando na brincadeira, achando ser tudo natural — respondeu Antônio.
O Doutor decide isolar o pai, afasta-se porque vai ficar na linha de frente, fazer parte da barreira.
Os dois amigos passam a fazer parte da coordenação junto à vigilância epidemiológica.
Dudu também já toma as providências em casa também para evitar propagação. Tem muito zelo e pede paciência e orações aos familiares e amigos.
Os números de vítimas dispararam. Mesmo com todos os dados, o prefeito baixou decreto para que o comércio continuasse funcionando normalmente, mas pediu que usassem máscaras. Isso não resolveu.
O gestor era meio arrojado, as medidas preventivas tomadas eram as mais tristes possíveis. Achava que tudo não passava de exagero. Que logo iria passar.
Não seguia normas como deveriam ser aplicadas e isso gerava uma dúvida na mente da população. O quadro começou a piorar, os hospitais já não tinham condições de receber novos casos. Assim, mais mortes iam acontecendo. Muitos profissionais de saúde faleceram e o secretário de saúde, diante da necessidade, convoca os médicos para luta no hospital COVID. E, para nós, o teste estava apenas no começo.
— Fique sempre perto de mim, companheiro — disse Antônio.
— Com certeza. Mas vejo que pode ser o fim do mundo. Nem sei se estou preparado para isso.
Surtiu firmeza em Antônio. Estamos sim, amigo. Deixe de nervosismo. Acalme-se!
A tempestade de mortes se sucedem diariamente e a mídia investe no terror.
Em uma das ligações, Dudu ouve a voz do senhor Marcos, pai de Antônio, caso confirmado e estava tendo crise respiratória grave e seguindo direto ao hospital para internação.
— Ouça — disse ele —, seu pai precisa de isolamento urgente. Vou solicitar ambulância para buscá-lo.
Antônio chorou.
— O pior está acontecendo. Estou perdendo a esperança, amigo — disse Dudu, meio ao desespero.
— Deus não está morto — disse Antônio. Ele vai agir e curar tudo. Só Ele mesmo.
Os médicos recém-formados, mesmo atônitos, eram os que menos estavam sendo acometidos pela doença e eram de grande importância no processo, atuando na base, no trabalho de orientação bem como monitoramento, via telefone, dos casos confirmados que estavam em isolamento em casa. Isso gerou redução dos casos notificados. A rede de atendimento estava seguindo direitinho os preceitos regimentais e ordens dos demais profissionais.
Durante 15 dias de engajamento, os números caem, mas ainda são ínfimos.
O prefeito foi internado urgentemente, sendo entubado. O vice-prefeito, Pedro Doido, assumiu administração, reavaliou os serviços, deu maiores condições à equipe e tudo começou fluir melhor. Ampliou o número de UTIs para melhor receber pacientes. Baixou decreto para isolamento social e pediu apoio à mídia local diariamente para caminharem juntos em prol da vida.
Depois de um grande trabalho frente equipe, Dr. Antônio Oliveira passou mal e foi internado urgente com falta de ar, ficou bem próximo de seu pai. Pediu que seu amigo continuasse jornada e que não se preocupasse que tudo iria dar certo, que Deus estava agindo.
— Senhor, só o senhor para nos defender! Socorre nosso povo. Estou sem direção — respondeu Dudu.
Agarrado com o livro do seu amigo, simplesmente, folheava e chorava piedosamente. Naquele momento, os sintomas eram inquietantes demais. Ele estava muito desanimado com o que estava vivendo, que sua competência não iria servir. Só Deus para agir.
O prefeito disse:
— A pandemia se alastrou demais, estava comunitária, mas conseguimos controlar, acalme-se, parceiro, Dr. Eduardo Praça.
— O senhor me conforta - suspirou o Dr., ao sair —, vamos ao embate, pois temos outras situações com para resolver.
Ao adentrar na UTI que estavam seus dois amigos, juntinhos, perguntou:
Perguntou posso acender a luz? — perguntou. Viu que os dois estavam sentados e seus olhos cintilantes brilhavam de emoção.
— Gratidão por tudo, Deus, Pai — ressaltou o médico amigo.
O prefeito viu a cena e disse:
— Eu — alertei, Dr. Eduardo — acredite na força divina. Tudo tem o tempo certo. Deus não nos abandona. Depois disso, o médico que atendeu Antônio deu alta médica aos pacientes curados. Eles haviam sido os últimos. Estavam libertos do mal!
Neste momento sairam abraçando todos e agradecendo pela vida, recuperação.
O senhor Manoel Oliveira, pai de Dr. Antônio, nem acreditava no que havia ocorrido.
Mesmo com todos os recursos materiais, precisamos saber investir, ter visão, independente da dimensão do perigo pode provocar. A medida exata não tinha no primeiro momento, mas, de forma sensata, analisando com cautela, segundo a curva, foi possível controlar, evitando sobrecarregar o sistema de saúde e, dessa forma, erradicar o vírus. A pílula do amor foi capaz de gerar vida nessa humanidade carente.
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