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XXVI. Stay

Charlotte espalmou as mãos no mármore frio que contornava a pia de inox, sua mente estava a mil por hora, não conseguia parar de pensar no que havia acontecido há minutos atrás, não conseguia deixar de ainda sentir o toque dele em seu corpo. Olhou para a água que escorria em espiral pelo ralo, sua racionalidade se comportava da mesma forma quando estava perto de Henry, escorria aos poucos para longe de seu corpo. Ainda não sabia se isso era uma benção ou uma complicação, estar com ele bloqueava suas preocupações em relação à tudo.

Fechou os olhos com força, a voz de Jackie veio clara em sua mente, seu amigo sempre dizia que ela focava tanto no complicado que deixava de aproveitar o que era fácil. Infelizmente ele estava certo, sua vontade era de puxar Henry pelo braço e esclarecer tudo, cada mal entendido, sentimento guardado, perguntas não feitas ou respondidas. Mordeu o interior da bochecha para impedir um gemido de frustração, ainda teria tempo para falar com o Hart depois do casamento de Anne. Sua prima estava um poço de nervos e precisaria de toda a distração possível para não enlouquecer cada ser humano em um raio de dez quilômetros.

Escutou passos firmes, estava só na cozinha e abriu os olhos quando sentiu alguém se aproximar, logo um braço rodeava sua cintura a puxando contra um corpo quente que ela começava a conhecer muito bem. Abriu um pequeno sorriso quando Henry apoiou o queixo em seu ombro após beijá-la na têmpora. Relaxou um pouco em meio ao abraço do Hart, cobrindo com sua mão a dele que estava sobre sua barriga.

- Como foi com a Anne?

Eles haviam se separado assim que sua tia o puxou para estar presente durante a prova do vestido de sua prima, ela falou algo sobre Henry aproveitar para procurar uma inspiração. Na verdade ela falou tanto e tão rápido que tudo o que a Page conseguiu captar fora aquilo.

- Ela é uma noiva linda, mesmo que tenha me acertado com um balde de água suja assim que cheguei. - afirmou, sua leve risada soando próxima ao ouvido de Charlotte.

A Page torceu um pouco a boca enquanto riscava parcialmente de sua lista, uma que não havia preparado com antecedência, um dos tópicos que deveria esclarecer com ele. Ainda sobravam muitos e estes estavam se acumulando a cada segundo.

- O que você tanto pensa?

- Em nada. - desconversou, tentando soar tranquila.

Henry riu e em um movimento rápido a virou de frente para si, Charlotte o encarou surpresa quando se viu presa entre ele e a pia.

- Estou aprendendo a lê-la, Charlotte Page, eu sei que algo está te preocupando.

Ela inspirou fundo, desviando o olhar para a portas francesas que davam acesso a cozinha, existia praticamente dezenas de pessoas naquela casa e nenhuma delas resolveu aparecer justo naquele momento?

- Char?

Voltou a atenção para ele, ainda relutante, não queria que conversassem naquele instante, tinha um monólogo ainda para preparar. Torceu o nariz em desagrado, nunca havia sido boa em fazer algo no improviso, precisava de uma preparação antes de qualquer coisa.

- Você vai ficar com o nariz franzido para sempre, pumpkin. - beliscou seu nariz, afastando a mão quando ela tentou lhe acertar um tapa.

- Estou preocupada com isso. - gesticulou para os dois. - Não sei o que você realmente sente, você não sabe o que eu sinto, nos beijamos e estamos no casamento da minha prima. Sem falar que. - parou, olhando ao redor e baixando o tom de sua voz ao continuar. - Sem falar que não estamos realmente juntos, é tudo uma farsa e...

- Char, respira um pouco. - pediu, a encarando de forma compreensiva. - Eu gosto de você, realmente gosto e isso é tudo o que você precisava saber agora porque acredito que não vamos ter outro momento a sós tão cedo por hoje. - ela assentiu em concordância e inclinou o corpo para frente, apoiando a testa em seu ombro. - Iremos ter nossa conversa, vou tentar responder a todas as perguntas que você fizer se você prometer fazer o mesmo.

- Argh, detesto sentimentos. - resmungou, sentindo o corpo dele chacoalhar ao ritmo da risada alta que soltou.

- Vou fingir que acredito nisso, baby.

Charlotte não conseguiu conter o sorriso ao escutar o apelido carinhoso. Não havia ninguém ao redor deles, nem motivos para fingir, eles eram somente Charlotte Page e Henry Hart, dois seres humanos confusos e um tanto bagunçados. Levantou a cabeça e encontrou os olhos brilhantes e carinhosos que sempre faziam seu coração errar uma batida. Não precisava ser difícil, esse algo novo que nascia entre eles, mas também não seria fácil, um meio termo talvez fosse ótimo no fim das contas.

- Agora você está me encarando enquanto pensa. - Henry comentou, inclinando a cabeça e colando suas testas. - No que você tanto pensa afinal?

Charlotte sorriu mais uma vez e o beijou calmamente, ele ainda não precisava saber sobre seus pensamentos porque ela ainda necessitava organizá-los. Porém em algum momento eles iriam conversar e ter conhecimento do que estava se passando na mente do Hart tiraria um grande peso de seu coração.

◇ ◇ ◇ ◇ ◇

- Anne, caramba, vê se prende a respiração.

A ordem resmungada de Clair soou pelo quarto da noiva, Anne somente franziu a testa e fez o que foi pedido. Piper estava sentada em uma poltrona, suas pernas apoiadas por cima do braço da mesma enquanto mexia em seu celular. Pêtunia se encontrava sentada no tapete cinza enquanto terminava uma coroa de flores claras, Charlotte procurava o buquê de sua prima que deveria estar em algum lugar daquele quarto.

- Você engor...

- Se você terminar essa frase eu te jogo por essa janela. - Anne praticamente rosnou ao interromper Clair, sua madrinha teve a sensatez de ficar calada. - Ótimo, e não, eu não engordei, ainda não.

- Como assim? - Pêtunia levantou a cabeça, uma coroa semi acabada em mãos.

- É só um palpite ainda não confirmado. - Anne abanou a mão como se não fosse nada, porém ela claramente lutava contra um sorriso.

- Percebemos que não tem importância. - Piper ironizou enquanto desligava a tela do celular.

Charlotte parou a meio caminho de se jogar de barriga no chão para procurar embaixo da cama, se ajoelhou e sentou sobre as pernas, olhou para a prima com um interesse renovado.

- Não me diga que você está...

Clair fitou Anne com os olhos arregalados, três alfinetes presos em seus lábios com as pontas para fora. Pêtunia não conseguiu terminar a frase por conta de Anne, a noiva alternou o olhar entre as quatro, um sorriso enorme se abrindo em seu rosto e lágrimas começando a escorrer por suas bochechas.

- Anne.

Charlotte sentiu seus olhos arderem por conta das próprias lágrimas, levantou-se rapidamente e se juntou ao abraço coletivo. Estava tão feliz por ela, desde muito nova o sonho de Anne era ser mãe e ela levava tanto jeito para aquilo que a Page nunca duvidou da mãe maravilhosa que ela iria se tornar. Clair foi a primeira a se afastar, pegando novamente os alfinetes que havia espetado em sua blusa e pedindo para terminar os ajustes da barra do vestido.

- Teremos tempo para mais sentimentalismo depois que o casamento acabar. - afirmou, empurrando Piper para longe de Anne e ignorando os resmungos da ruiva.

Charlotte trocou um olhar emocionado com a prima e voltou a procurar por seu buquê. Era um pequeno arranjo com rosas brancas e rosês, algo clássico e romântico, a cara de Anne. O casamento aconteceria em um tablado de madeira construído ao fim do quintal e perto da areia da praia, Anne afirmou que Julio sempre quis se casar na praia, porém ela detestava o sol forte que fazia no verão e por isso os dois optaram por realizarem a cerimônia no meio do outono. O tempo estava surpreendente fechado, corria o risco de chover a qualquer momento, mas os noivos achavam lindo o céu daquela forma e o casamento se realizaria de qualquer maneira, se começasse a chover muito forte eles mudariam a cerimônia para a sala de estar.

- Vovó já chegou?

- Se chegou eu faço questão de ficar longe. - Pêtunia respondeu à Anne, em seu rosto uma carranca que não era típica de seu humor.

- Dona Mabel sempre atraindo o carinho dos outros. - Piper falou rindo após ver como a outra madrinha ficou.

- Me desculpem, Charlotte e Anne, mas a avó de vocês consegue ser bem má quando quer.

- E até quando não quer, Pêtunia. - Charlotte comentou, abrindo a gaveta final da cômoda e comemorando quando encontrou o buquê. - Ahá! Finalmente!

- Como ele foi parar aí? - Anne indagou confusa enquanto a prima pulava animada.

- Dona Mabel é minha meta. - Clair disse, levantando-se e pedindo para Anne girar. - A barra está ótima, agora vamos casar você.

- Meta de quê? - Piper perguntou intrigada, guardando o celular no bolso escondido do vestido.

- Ela é extremamente sincera e nenhum pouco falsa, quero ser igual a ela quando ficar mais velha. - respondeu, parando em frente ao espelho para arrumar o penteado.

Pêtunia a encarou como se ela fosse louca e Charlotte não conteve o riso quando viu Anne olhar para a amiga com uma expressão de horror.

- Você possui metas bem estranhas. - a Manchester declarou, abrindo a porta para sair. - Vou avisar que você já está pronta, quem chamo para subir?

- Mamãe, ela deve estar enlouquecendo todo mundo lá embaixo. - Anne torcia as mãos em nervosismo.

- Vamos descer também, até logo.

Pêtunia puxou Clair pelo braço e juntas saíram do quarto. Charlotte e Anne ficaram sozinhas e a Page notou o quanto a prima estava emocionada e altamente nervosa.

- Vai dar tudo certo. - garantiu, aproximando-se e segurando suas mãos.

- Eu sei que vai, amo muito o Julio e acredito no amor dele por mim, é só que. - parou, soltando um suspiro trêmulo e piscando os olhos rapidamente para impedir mais lágrimas de caírem. - Eu queria que o papai estivesse aqui.

Charlotte a observou mudar completamente o semblante, Anne olhava para a porta fechada com uma tristeza evidente. Seu pai, irmão de Clarice, havia morrido quando Anne tinha quinze anos, ele sofrera um ataque cardíaco e deixou Mindy com dois filhos e uma sogra que sempre a criticou. Foi difícil para sua tia tentar seguir em frente, o pai de Anne havia sido seu grande amor e ela não escondia isso de ninguém. Falava que a única coisa boa que o pai de Leo a deixou foi seu filho, já Leonard a deixou Anne e inúmeras memórias felizes. Mindy se casou mais três vezes, porém nenhum dos relacionamentos deu certo, ou por morte ou por diferenças gritantes entre os dois.

Anne cresceu sem o pai presente em grandes momentos de sua vida, por mais que sua mãe fosse incrível e fizesse tudo por ela, Charlotte sabia que a ausência do pai sempre seria sentida. Puxou a prima para um abraço apertado, lembrou de seu próprio pai e do fato de que por mais que ele tivesse errado com sua mãe, por mais que a situação estivesse complicada, ele sempre esteve lá por ela, em cada joelho ralado, pesadelo, prêmios e comemorações. Seu coração apertou ao perceber que nunca havia passado tanto tempo sem falar com Richard, sentia tanta saudade dele.

- Ele sempre vai estar por perto, Anne, ele nunca deixaria de ver o seu casamento. - afirmou, a observando assentir ainda meio cabisbaixa. - Ele teria um orgulho imenso, na verdade eu sei que ele está extremamente orgulhoso da pessoa que você está se tornando.

- Você quer que eu pare de chorar ou continue? - perguntou com a voz embargada. - Porque seu plano qual seja não está dando certo. - garantiu, rindo em meios às lágrimas junto com Charlotte.

- Anda, como a Clair disse, vamos casar você.

Enxugou as lágrimas da prima e ofereceu seu braço à ela, Anne inspirou fundo e soltou o ar devagar por entre os lábios, abriu um sorriso confiante e abriu a porta do quarto. Mindy a esperava do outro lado e tentou segurar as lágrimas quando viu a filha, Charlotte soltou o braço de Anne e se afastou das duas para dar um pouco de privacidade. Enquanto andava pelo corredor em direção à escada, tentou lutar contra as próprias lágrimas e a falta que sentia dos seus pais. Sabia que sua mãe não estaria no casamento, ouviu Mindy dizer que ela e Richard estavam viajando, o que significava que eles estavam tentando novamente e o fato de nenhum deles ter tido a consideração de ao menos tentar falar com ela a deixava se sentido péssima.

Balançou a cabeça para se livrar dos pensamentos, ao pé da escada Henry a esperava, ele estava lindo com uma blusa azul clara social e uma calça bege, no pescoço se encontrava sua fiel câmera e tudo o que Charlotte fez foi abraçá-lo forte quando ficou de frente para ele. Não era um dia para deixar que seus pais sufocassem a alegria, estava com sua família, seus amigos e Henry. Era um bom dia apesar de tudo.

*****

Até sexta!

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