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XXI. Easy my mind

Henry levou Charlotte até um parque próximo, ia algumas vezes para lá quando precisava de inspiração ou calma. Era um espaço razoavelmente grande, circundado por árvores enormes que proporcionavam uma boa sombra ao verão e uma linda paisagem nas outras estações. A abraçava de lado enquanto caminhavam entre as famílias, casais, amigos e inúmeras crianças e animais que passeavam por lá. Passou por eles e a levou até um ponto mais afastado, precisaram caminhar por uma pequena trilha que estava meio escorregadia por conta da chuva, o tempo não estava abafado e quando saíram do meio das árvores, encontraram uma enorme pedra com o topo amplo que ao subirem os revelou uma vista única do parque e da cidade ao redor.

Puxou Charlotte para sentar ao seu lado, esperou pacientemente para que ela se acalmasse e talvez o contar parte do que estava acontecendo em sua vida. Sentia que ela era alguém que não se abria facilmente e assim que a Page começou a narrar tudo o que acontecera desde a festa na mansão de sua mãe, Henry percebeu que havia adentrado outro patamar na vida dela. Charlotte narrava os eventos de cabeça baixa, torcia as mãos em um claro nervosismo e quando recomeçou a chorar ele a embalou novamente em seus braços. Ficaram ali, com os corpos encaixados como se tivessem sido criados somente para esse fim, enquanto o dia sumia ao seu redor e as luzes dos postes ao longo do parque começavam a brilhar. 

- E foi isso. - terminou sua história, secando os olhos e separando-se dele. - Não sei o que me dói mais, meu pai ter escondido um irmão de mim ou ter traído minha mãe. - abraçou suas pernas, apoiando o queixo no topo dos joelhos enquanto olhava para o horizonte. - Sabe, eu já quebrei muito a minha cara durante esses anos, mas não esperava que meu próprio pai fosse capaz de trair, parecia ser totalmente contra natureza dele. Me sinto.

Parou, fechando os olhos fortemente, Henry a entendeu, ter sua confianca quebrada por alguém que se ama é muito mais doloroso do que se pensa. Se aproximou alguns centímetros dela e inclinou o corpo para trás, apoiando-se nas palmas de suas mãos.

- Parece que seu coração foi retirado do seu corpo.

- Dói muito. - sussurrou, franzindo a testa como se procurasse em sua mente as palavras corretas. - Ele era o meu herói, sempre o vi como alguém incapaz de machucar quem quer que fosse, mas ele conseguiu um feito que ninguém quer, conseguiu quebrar a confiança de Clarice Page. Tem certas atitudes da minha mãe que eu nunca vou entender, mas compreendo a dor dela.

- James. - o nome saiu de sua boca antes que ele penssasse em barrar.

Charlotte soltou um leve bufo de desdém ao afirmar.

- De maneira impressionante, há tempos não penso mais nele. Doeu no momento, depois senti uma raiva imensa, mas agora não faço mais questão dele em qualquer instância da minha vida.

- Não entendo. - falou, Charlotte virou o rosto para encara-lo. Henry reuniu sua coragem antes que desistisse de perguntar. - Por que você aceitou casar com ele?

- Por que não? - devolveu outra pergunta, soltando uma risada vazia quando viu sua expressão confusa.

Charlotte virou-se completamente para ele, cruzou as pernas e o encarou de maneira transparente. O Hart não sabia se ela tinha consciência disso, de que estava totalmente presente sem máscaras ou disfarces. O nível de confiança que ela aparentemente possuía em relação à ele, o fez prometer a si mesmo que faria de tudo para não perdê-la.

- Passamos semanas maravilhosas, longe de toda a preocupação que tenho diariamente. Eu realmente podia amá-lo, de verdade. - aquela declaração fez crescer um leve desconforto dentro dele. - Então ele me pediu em casamento e eu aceitei porque não via um motivo para não aceitar. E sendo sincera, lá no fundo eu sabia que não ia dar certo. Fomos destinados a falhar, só que eu não pensei que iríamos terminar daquela maneira.

- Fico feliz por você ter esquecido ele. - afirmou sincero, esticando a mão para apertar a dela. - Esse cara com toda a certeza merece a indiferença de Charlotte Page. Você nunca deveria ter seu coração partido.

Ela abriu um sorriso triste e deu um leve dar de ombros.

- Essas coisas acontecem. Meu coração já está se acostumando.

Queria dizer que não deveria, ninguém deveria se acostumar a sofrer, mas ela logo soltou sua mão e virou para frente com os olhos meio arregalados. Parecia que havia se lembrado de algo, começou a mexer nas contas de sua pulseira quando após alguns segundos retornou ao assunto anterior.

- Eu não sei direito o que sentir, Henry, e é tão injusto tudo isso estar acontecendo ao mesmo tempo. Parece até que a minha vida resolveu que o normal não era mais aceitável e virou a curva para um dramalhão de novela mexicana.

O tom dela era de alguém que já estava cansada de chorar e lamentar, porém seus olhos ainda brilhavam por lágrimas que poderiam cair a qualquer instante. Uma careta se formou em seu rosto e Henry sabia que era um péssimo momento, mas não conseguiu impedir o sorriso após a comparação dela, se indentificava tanto que começou a rir. Charlotte estreitou os olhos inchados em sua direção e rapidamente o socou no ombro.

- Essa doeu!

- É bom mesmo que tenha doído. - rebateu seca enquanto ele massageava o local dolorido. - Estou aqui abrindo literalmente o meu coração e você fica rindo! Sinceramente, Hart, esperava mais de você.

- Eu não estava rindo de você e nem da sua história. - esclareceu, levantando as mãos em sinal de rendição. - Eu só não consegui me controlar ao lembrar que, se formos sinceros, eu também estou no meio de um dramalhão

- É, se apaixonar pela noiva do irmão é mesmo roteiro de novela mexicana.

Fez uma careta para o tom levemente provocativo dela. Os dois voltaram a encarar o parque, um silêncio confortável caiu sobre os dois, quebrado somente pelo som do canto dos pássaros e das vozes alegres à distância.

- Não estou mais apaixonado por ela. - sentiu vontade de esclarecer, pelo canto de olho notou ela se mexer para encará-lo. Suspirou, puxando um fio solto da barra de sua calça. - O que vivemos foi intenso e marcante para mim, mas toda a paixão evaporou assim que a mágoa apareceu.

- A mágoa apaga muitos momentos bons. - murmurou baixo o fazendo encará-la.

- Minha mãe diz que não devemos deixar pequenos problemas diminuírem nosso tempo com quem amamos.

- E o que fazemos quando esses momentos se tornam maiores do que nós? - perguntou cansada. - O que fazemos quando a raiva, a decepção, o medo tomam de conta das lembranças boas, dos instantes de felicidade?

Apertou a mão dela entre as suas, a observando engolir em seco enquanto encarava o céu de fim de tarde. Queria ter a repsosta perfeita para dar à Charlotte, mas não a possuía porque ainda estava à procura de respostas para as suas próprias questões. Após alguns segundos, Charlotte soltou suas mãos e se pôs de pé.

- Acho que está na minha hora. - passou a mão na parte de trás de sua calça, franzindo o nariz em seguida. - Ainda bem que a calça é preta, ficaria uma mancha horrível.

Henry sorriu minimamente da reclamação e a seguiu para descer da pedra. O clima entre os dois estava um pouco estranho, o que o deixava desconfortável.

- Vai sumir novamente? - quis soar divertido, mas a nota de receio transpareceu mesmo assim.

Charlotte abriu um sorriso envergonhado e deu de ombros como se não soubesse. Ele esperou, se aproximou alguns passos e indagou em um silêncio que ela compreendeu.

- Não queria realmente ter sumido, mas era... muito para lidar e eu só queria ter controle de pelo menos uma coisa na minha vida.

Não entendia muito bem o que ela deveria estar controlando, mas compreendia sua necessidade de se manter longe de todos. Ele mesmo sentia uma enorme vontade de sumir todos os dias, mas não conseguiria ficar muito tempo afastado, sua necessidade de contato humano sempre o trairia.

- Compreendo. - declarou, querendo sumir com a preocupação e tristeza que adornava o rosto dela. - Só fiquei preocupado por você ficar com abstinência de Henry Hart ou algo do tipo. - foi o necessário para ela abrir um pequeno sorriso que desfez o nó em seu peito.

- Vou nem tecer comentários sobre essa afirmação. Mas eu vou tentar não sumir mais ou é capaz de você encontrar outra namorada falsa. - declarou em uma falsa irritação, Henry negou rindo antes de envolver sua mão na dela e a puxar para mais perto.

- Claro que não. Nunca faria isso com você, Pumpkin. - garantiu, abrindo um sorriso satisfeito quando a viu tombar a cabeça para trás em um gesto dramático ao falar.

- Argh, não seja idiota.

Henry riu e a envolveu pela cintura com um de seus braços, Charlotte franziu o nariz em impaciência, mas não o afastou.

- Vai, admite que esse é um apelido fofo.

- É um apelido brega e meloso. - rebateu, com um sorriso falso e logo dando tapinhas suaves em seu peito. - O que você faria se eu começasse a te chamar de, sei lá, paixão?

- Você faria isso? - perguntou, com uma animação quase infantil transbordando em sua voz, o que a fez empurrá-lo para longe.

- Não me testa, Henry Hart. - avisou, o dando às costas novamente e começando a voltar pela trilha.

A noite estava caindo muito rápido e se não fossem logo embora, corriam o risco de encontrarem algum dos estranhos animais que moravam nas árvores ao redor do parque. Henry caminhou mais rápido para ficar ao lado dela, Charlotte parecia mais calma, mesmo que seus olhos ainda se encontrassem nublados. Não se surpreendeu quando ela entrelaçou seus braços e juntos caminharam até a entrada do parque, em um silêncio confortável e leve. Assim que atravessaram os portões de ferro, virou-se para ela tentando não soar muito preocupado ao perguntar.

- Está se sentido melhor?

Charlotte abriu um pequeno sorriso, olhando ao redor onde se viam os prédios iluminados pela luz artificial, os carros passando velozes pela avenida à frente e as pessoas que seguiam seus próprios caminhos em direções opostas. 

- Estou mais, não sei direito como expressar, mas ainda tenho muito no que pensar. - respondeu levemente.

- Sabe que não precisa enfrentar tudo de uma vez, não sabe? - indagou, segurando em seus ombros para virá-la de frente para ele. Charlotte riu baixinho como se não acreditasse em suas palavras. - Você pode se dar um tempo, Char, existem certas situações que não podem ser resolvidas de uma hora para outra.

A Page levou uma mão ao seu rosto, o toque macio da pele contra a sua bochecha fez o coração de Henry esquentar. Era um gesto tão carinhoso e natural, como se ela houvesse se acostumado com sua presença. Charlotte não mais se retraía ao seu toque ou desviava de seu olhar, aquilo o fez pensar novamente que os dois estavam construindo uma relação diferente da de semanas atrás.

- Então eu tenho que ficar parada vendo meus pais se afundarem e ignorar a existência do meu meio irmão? - franziu a testa, um lampejo de dor passando por seu rosto antes dela deixar a mão cair até o peito de Henry, sentindo as batidas aceleradas de seu coração.

Olhava para sua mão, seu polegar fazendo círculos sobre o peito, sentindo o tecido e imersa em pensamentos. O Hart ignorou os arrepios que tomaram seu corpo a partir daquele simples toque e desceu as mãos dos ombros de Charlotte até sua cintura, deu um leve aperto que a fez voltar a atenção para ele.

- Você quer ignorar a existência dele?

- Sou uma péssima pessoa por não querer nem pensar nele agora? 

Ela estava em um enorme conflito, sentia que estar perdida para Charlotte deveria ser um pesadelo. A abraçou novamente, apoiando o queixo na lateral de sua cabeça enquanto ela o abraçava pela cintura.

- Claro que não, você é somente alguém machucada que precisa de tempo, assim como todos nós. 

- Só queria que tudo fosse mais simples. - resmungou baixo.

Henry afastou o rosto e inclinou a cabeça para depositar um beijo em sua testa, Charlotte soltou um pequeno suspiro e o Hart sentiu que poderia passar o resto de sua vida ali, sentindo o claro carinho dela por ele e a tendo entre seus braços. Aquele pensamento o assustou, a intensidade com que aquela afirmação veio fora como um soco no estômago o deixando quase sem ar, e por auto-preservação, riu antes de falar.

- Não tem como seguir a vida como se fosse uma planilha, Pumpkin.

- Aff, te detesto. - afirmou, saindo de seus braços e dando um passo para longe, mas claramente tentando controlar um sorriso.

- Você me ama, isso sim. - declarou satisfeito, passando um braço por seus ombros antes de começarem a caminhar em direção à um ponto de ônibus próximo. - Vem, vamos jantar com os Hart.

- Nunca disse que ia jantar na sua casa.

- Por acaso eu perguntei? - indagou irônico, recebendo um beliscão leve em sua barriga em seguida.

- Seu ignorante.

- Mulher, caramba, hoje você está violenta. - reclamou, afastando-se um pouco dela com uma exagerada expressão de dor.

- Você que provoca, paixão.  

O apelido saiu de seus lábios em um tom exageradamente doce, ela tocou em seu queixo, puxando seu rosto para perto do dela, abrindo um sorriso vitorioso ao vê-lo sem palavras. Henry piscou surpreso pela atitude e não escondeu o sorriso abobalhado em seu rosto e nem o brilho satisfeito em seu olhar quando ela se afastou. Charlotte riu ao dar de ombros e o puxou pela mão para caminharem mais rápido.

*****

Estou amando escrever essa fic, tenho tanto planejado ainda. Oque acham que vai acontecer com os pais de Charlotte? Noah e Bianca estão sumidos, não é mesmo? Piper ainda não deu as caras e um pequeno spoiler, jantares em família por vezes acabam em drama.

Espero que estejam gostando e até o próximo capítulo.

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