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VII. From Eden

Charlotte tentava prestar atenção nos preços dos alimentos nas prateleiras, mas a voz de Piper em seus ouvidos a impedia. Era uma quarta a noite, seu jantar com Henry e Jasper havia sido cancelado por conta do Dunlop ainda estar no trabalho e Henry ter tido que passar o dia ajudando com a mudança de algumas amigas e a noite ajudando seus pais a montarem uma estante. Piper teve que viajar às pressas para um velório de uma tia distante e levou Jack junto, resultando então em uma Charlotte sozinha e agradecida pelo tempo que teria só para ela. 

- Vocês nunca nem chegaram perto de se beijarem?!

A pergunta feita em um tom incrédulo por sua amiga a fez rir, Piper não acreditava que eles estavam fingindo um namoro/noivado e ainda não haviam se beijado. Ela com certeza a iria irritar ainda mais se soubesse da leve atração que Charlotte estava sentindo pelo Hart, uma atração que talvez ele pudesse retribuir, considerando a noite do jantar. Mas ele ainda estava completamente apaixonado por Bianca para notar outra pessoa. Não que ela quisesse ser notada por ele, ela definitivamente não queria.

- Não vamos nos beijar, nem em frente a minha família nem em frente a família dele.

- E como vão acreditar que vocês estão juntos se vocês não parecem estar?

- Olha, Piper. - parou um pouco, lendo os ingredientes de um molho e logo após o colocando na cesta que carregava. - Até o momento nós estamos conseguindo nos sair bem, não precisamos nos agarrar em cada canto do mundo igual você e o Swagger para que saibam que existe algo rolando.

- Ei! Nós nos agarramos porque somos extremamente bons nisso! - se defendeu indignada, ignorando a risada de Charlotte e continuando seu argumento. - Eu sei que você só quer um desculpa para beijar o Henry, então eu sugiro que você se jogue e esqueça o mundo e suas preocupações por um minuto. A vida é muito curta para não ser aproveitada, Char. - aconselhou, em um tom de voz doce que a fez revirar os olhos.

- Muito obrigada, biscoito da sorte. - agradeceu de maneira irônica, nem precisava vê-la para saber que Piper fazia uma careta irritada. - Se bem me lembro, a última vez que eu me joguei de cabeça em algo e aproveitei o momento acabei noiva de um babaca traidor.

- Esse foi um ponto fora da curva, todos cometemos erros em algum momento.

- Esse erro acabou com parte da minha confiança. - afirmou, soltando o ar de forma ruidosa e logo voltando a se concentrar na lista de compras em sua mão. - O Henry está se tornando um ótimo amigo, nos conhecemos há pouco tempo, mas a vida dele e a minha viraram de ponta a cabeça depois que nos encontramos. Ele está com o coração partido e eu com a confiança quebrada, nenhum relacionamento saudável pode surgir disso.

Esperou que Piper falasse algo, mas o silêncio do outro lado da linha a preocupou, quando estava a ponto de abrir a boca para perguntar o que havia acontecido, a Manchester indagou com uma cautela que a incomodou.

- Você pensou muito sobre isso?

- Isso o quê?

- Sobre você e ele não darem certo.

Queria dizer que não, que não havia passado horas pensando em cada erro que poderia resultar das mentiras deles, que não tentou pensar em inúmeras maneiras de nenhum deles sair machucado ao fim de tudo, que não elaborou mil planos para não perder a recente amizade dele e o seu apoio. Charlotte queria falar tudo isso, queria que ela acreditasse que ela não iria se deixar levar por uma atração idiota e acabar com algo que tinha tudo para ser uma bela amizade. Ela não queria Henry longe de sua vida, ele sabia tanto sobre ela e ela sobre ele, que não conseguia imaginar alguém que a estivesse conhecendo tanto quanto ele, e principalmente alguém que a estaria apoiando tanto quanto o Hart. Mas ela não poderia falar tudo isso, não poderia porque Piper interpretaria errado e pensaria que ela estava começando a gostar dele, e isso estava completamente fora de questão.

- Não precisa pensar muito, Piper, basta olhar.

Declarou em um tom de voz indiferente e torcia para que a amiga mudasse de assunto, porém não foi graças a ela que Charlotte teve outra coisa em que pensar. Assim que levantou o olhar das prateleiras, encontrou parada à sua frente a última pessoa que pensaria encontrar aquela hora da noite em um supermercado. Vestida com uma calça jeans clara e uma blusa suja de tinta, lembrava de Henry ter dito que ela era pintora, dois artistas que pelo visto tinham muito em comum. Bianca a encarava igualmente surpresa, com o cabelo trançado de forma despreocupada e um risquinho de tinta amarela na bochecha, Charlotte conseguia ver o que Henry havia visto nela. Ela parecia tão simples, mas ao mesmo tempo tão única, se o Hart estivesse ali eles dariam um lindo casal.

- Oi, Charlotte.

Tossiu um pouco, ainda assustada pelo encontro, mas logo encontrou sua voz e abriu um sorriso que esperava ser simpático.

- Oi, Bianca.

- Bianca? A Bianca do Henry?!

Havia esquecido totalmente de Piper, desligou rapidamente a chamada e focou sua atenção na mulher à sua frente. Bianca franziu um pouco a testa e a encarou como se estivesse em um conflito interno, ela parecia hesitar em falar algo e aquilo surpreendeu a Page. Pelo pouco que havia visto dela nunca pensou que Bianca pudesse perder a segurança por algo, mas ali estava ela, olhando ao redor como se buscasse uma saída, porém permanecendo no mesmo lugar como se estivesse se obrigando a não recuar. Depois de arrastados segundos ela perguntou:

- Será que podemos conversar?

Somente balançou a cabeça em afirmação e a viu ficar mais tensa, o que quer que ela quisesse conversar, Charlotte podia notar que não seria algo fácil. Ótimo, tudo o que menos precisava naquela noite era ter uma conversa séria com a ex de seu falso namorado, mas não podia negar que estava curiosa e a curiosidade sempre a colocou em situações complicadas. Só esperava que daquela vez fosse diferente.

◇ ◇ ◇ ◇ ◇

Henry estava sentado no chão, com as costas apoiadas na cama e as pernas esticadas sobre o carpete. Em seu colo se encontrava uma caixa de madeira que continha algumas lembranças guardadas, eram fotos, ingressos, tickets e embalagens de doce, a olhos estranhos seriam coisas tolas guardadas há tempo de mais, mas para ele eram a prova do que havia tido com Bianca e o futuro que planejara ter com ela. Pegou entre os dedos uma tirinha com três fotos que haviam tirado em uma máquina instantânea, lembrava com nitidez do dia em que resolveram fugir durante um dia para um parque de diversões; se fechasse os olhos ainda conseguia sentir os lábios dela nos seus, em um beijo calmo e cheio de promessas que nenhum dos dois queria verbalizar e que ficara eternizado em uma fotografia. Mas da mesma forma que ainda queria senti-la em seus braços, sabia o quanto era errado tentar revisitar o passado.

Guardou as fotos, flores, todas as lembranças que ainda possuía dela de volta na caixa e a trancou, limpou as lágrimas que caiam com as costas da mão e tentou controlar seu coração que batia apressado e dolorido. Ela não era mais dele, na verdade nunca havia sido, desde o início Bianca havia deixado claro que não queria um relacionamento sério e ele também pensava assim. Mas os dias foram passando, eles foram se tornando mais próximos e os encontros noturnos se estenderam para cafés da manhã, almoços e viagens de fim de semana. Eles se tornaram algo no meio do caminho que o fez querer mais, o fez querer ela por completo, mas esta era uma esperança só dele e descobriu da pior maneira possível que ela não havia mudado de ideia.

Com os olhos fechados, tombou a cabeça para trás e esperou que todas aquelas lembranças o deixassem. Estava em seu antigo quarto na casa de seus pais, seu irmão estava no andar de baixo sem ter a mínima noção do que se passava com ele. Tinha que tirar Bianca de seu coração, arrancar cada parte dela, era para o seu bem e principalmente para o bem de Noah, seu irmão claramente a amava e por mais que doesse admitir, Bianca retribuia feliz o sentimento. Ela queria um futuro com Noah, queria uma relação que nunca quis com ele e não era justo Henry estragar a felicidade dos dois. Amava o irmão e ainda amava Bianca, e por amar os dois iria fazer de tudo para que fossem felizes, mesmo que custasse sua paz.

Escutou e sentiu a vibração de seu celular, abriu os olhos para o encontrar no chão a poucos metros dele. Esticou o braço e ficou aliviado ao ver que era Charlotte ligando, pelo menos teria outra coisa em que pensar. Atendeu rapidamente e esperou que ela falasse algo, mas somente escutava a respiração dela no outro lado da linha, franziu a testa em confusão e a chamou:

- Char?

Esperou mais alguns segundos, era a primeira vez que a chamava pelo apelido e ela não havia tido nenhuma reação, na verdade ainda permanecia em silêncio.

- Charlotte, está tudo bem?

- Defina bem.

A voz hesitante pediu, ele logo se pôs em alerta e perguntou preocupado:

- Tem alguém com você?

- Não, agora não. Quer dizer, sim, talvez tenha, mas não tanto quanto tinha anteriormente. - sussurrava apressada e ele notou que ela divagava muito quando estava nervosa.

- Você quer que eu vá te encontrar?

- Por favor. - pediu, soltando um audível suspiro aliviado. - Eu estou perto de casa, parei em uma praça para tomar um sorvete e comecei a conversar com o vendedor, mas tem uns quatro caras muito estranhos parados aqui do lado. Eu sei que não parece ser grande coisa, mas eu não quero sair daqui sozinha e o semhorzinho disse que está para ir embora, mas que não pode me acompanhar até a saída. - ela suspurou audivelmente, um suspiro cansado. - Olha, Henry, eu não quero incomodar, mas será que você pode vim rápido? Você está mais perto e eu não sabia mais para quem ligar.

Ela explicou a situação de maneira apressada e claramente culpada, ele não demorou muito para pedir o carro de seu pai emprestado e ir ajudá-la. Não esqueceu de levar a caixa, teria que dar um fim em tudo aquilo e quanto mais cedo melhor, mas primeiro precisava encontrar Charlotte e ter certeza de que ela estava bem. Encontrou a entrada da praça facilmente assim como uma vaga livre. Por mais que o espaço aberto não fosse muito grande, a iluminação da cidade ao redor não ajudava em nada para que o lugar não parecesse tão estranho.

Não encarou o pequeno grupo que se voltou para ele assim que saiu do carro, andou confiante para dentro do parque e encontrou Charlotte conversando com o dono de um carrinho de sorvete perto de uma fonte, assim que escutou os passos, ela se voltou para ele e abriu um sorriso que o fez parar meio desnorteado por alguns segundos. Mesmo à luz parcialmente amarelada vinda de um poste acima, Charlotte era... Ele realmente não sabia qual adjetivo usar.

- Você veio.

Ela prontamente pegou as ecobags que continham suas compras, se despediu do senhor que abriu um sorriso simpático e caminhou apressada ao encontro dele. Henry somente assentiu sem saber o porque de não conseguir dizer algo, pegou uma das bolsas das mãos dela e com o braço livre a abraçou pelos ombros. Se estava incomodada com o gesto, ela não expressou nenhuma opinião, somente se deixou ser conduzida até o carro e se permitiu relaxar quando já estavam saindo do estacionamento.

- Desculpa te fazer sair de casa e vim me encontrar a essa hora.

- O importante é que você está bem. 

Afirmou decidido, logo após sua fala um silêncio meio tenso tomou conta do pequeno espaço do carro. Henry não entendia o que estava diferente em Charlotte, mas não acreditava que a tensão que visivelmente tomava conta de seu corpo fosse somente por conta do que passara na praça, mas resolveu não falar nada sem que ela o desse a chance. Virou o volante para a esquerda, entrando em uma rua movimentada que daria direto no prédio da Page. Pelo canto de olho notou Charlotte apertar a alça da bolsa de lona, parecia que ela estava se controlando para não contar algo e aquela reação o estava distraindo dos pensamentos anteriores e o levando a uma espiral de curiosidade.

- Que caixa bonita.

A voz meio distante dela o chamou a atenção para a caixa de madeira que havia deixado sobre o painel, Charlotte se inclinou e esticou o braço para tocá-la, mas o Hart em reflexo quase gritou:

- Não. - não precisou se virar para saber que ela o encarava confusa por sua reação, coçou a garganta em um ruído sem jeito e continuou em um tom mais ameno. - Só, só não pegue, por favor.

- Tudo bem. - meio que resmungou, ele podia sentir o desconforto dela. - Desculpa ter mexido. 

Após o pedido o Hart soltou um suspiro cansado e encostou o carro em uma vaga perto da entrada do prédio de Charlotte, antes que ela abrisse a porta para sair, Henry voltou-se para ela e passou a mão de maneira frustrada pelo rosto antes de falar.

- Eu não queria ter gritado com você, me desculpa. - pediu, a olhando envergonhado. Charlotte somente abriu um pequeno sorriso à ele ao dar de ombros. - É difícil quando as lembranças aparecem sem a gente pedir.

Pela compressão que apareceu nos olhos dela, ele sabia que a Page havia entendido onde ele queria chegar. Se surpreendeu quando Charlotte segurou sua mão sobre o volante e a apertou levemente, era um gesto simples, mas que transmitia apoio e naquele momento era somente o que ele precisava. 

- Vai ficar mais fácil.

- Quero acreditar em você. 

- Vai ficar, Henry. - afirmou novamente, dando outro aperto em sua mão antes de deixá-lo sem seu toque. - Acredite em mim, eu sempre tenho razão.

Declarou, o lançando uma piscadela que o arrancou uma risada. Charlotte abriu um sorriso claramente orgulhosa por tê-lo feito rir e sussurrou um ''boa noite'' antes de se retirar do veículo. Henry a viu se afastar e entrar no prédio sem olhar para trás, ela era definitivamente um presente do destino e o Hart ficava feliz por ela o estar acolhendo como amigo. 

Xxxxxx

Saudade de escrever essa fic.
Boa noite e aproveitem essa música linda.

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