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Equinócio de primavera

Jungkook's POV

Minha semana havia começado florida, e não digo somente por termos entrado na primavera — minha estação do ano favorita, inclusive — e menos por eu morar numa casa em frente a residência das fadas das flores, mesmo que esses dois fatores realmente fossem fazer os meus dias mais coloridos por consequência, mas enfatizo as flores pelo tanto delas que decoravam nossa vila para o casamento.

Wheein e Yongsun estavam prestes a juntar suas escovas de dente, o relacionamento que completaria cinco anos agora seria comemorado com a troca de alianças entre a bela sílfide e a charmosa imoogi, e eu estava animado para comemorar com minhas amigas.

E bem, eu como o festeiro que sou, não perdi a chance de colocar minhas mãozinhas nos planejamentos de decoração, acho que me meteria em todos os planos se pudesse, mas não sou o mais qualificado para decidir um bufê ou qual o melhor tipo de glacê para bolo, mas as noivas eram das minhas, pois escolheram um bolão de oito camadas, do jeitinho que eu escolheria também, porque para mim, extravasar na sua própria festa nunca é demais.

Até pedi para as fadas tecelãs me confeccionarem um terno todo pomposo, que deixaria minhas asas livres para serem mostradas, mesmo que não fosse fã de usar roupas chiques ou me apertar numa gravata, mas era uma ocasião especial, e eu sabia que esse seria o vestuário escolhido pela maioria, por isso decidi seguir a multidão nessa.

E para fazer bem a minha autoestima, recebi uns elogios enquanto provava o terno, segundo Hoseok, eu havia ficado um "gostoso do caramba".

Nada como ter amigos que levantam nosso ego só porque nos vestimos nuns panos mais requintados.

Mas voltando a ação, o casamento foi confirmado para o final de semana, e assim fomos arrumando tudo durante a semana para ter o casamento mais bonito que aquele bosque já tinha visto, mesmo que eu provavelmente fale isso de todas as festas que já ajudei a montar. Talvez eu não seja modesto quando falo do meu próprio trabalho, mas o que posso fazer se descobri um talento em organização de eventos?

— Ei, doutor! — A voz de Namjoon surgiu detrás de mim de repente, fazendo eu me virar para falar com o leshi. — Quando a cerimônia vai começar?

— Daqui a vinte minutos, as noivas já estão esperando para entrar, só estamos vendo se todo mundo encontrou seu lugar nos assentos. — Respondi apontando para o vasto campo de cadeiras, onde havíamos colocado o nome de cada um que confirmou presença na cerimônia.

— Pelo visto esse não é o tipo de casamento onde tem noiva atrasada. — Comentou, rindo soprado. — Só estou surpreso que o Jimin chegou na hora, ele nunca mais foi pontual nas festas da vila.

— Ele já chegou? — Indaguei, olhando para os lados.

— Não tinha visto? — Nam perguntou, fazendo um gesto com a cabeça para que eu soubesse em que lado Jimin estava.

— Ainda não... — Expressei, virando o rosto para procurar por ele.

Conversando com o cerimonialista perto do altar, estava Jimin, todo bonitinho dentro de um terno azul marinho, mas usando um penteado meio "rebelde" para a etiqueta que aquele casamento parecia exigir, mas os fios mais despojados ficavam incríveis nele, entravam em contradição com as roupas alinhadas, porém me fazendo querer compará-lo a um fofo pãozinho de arroz pelas suas bochechas salteando rosadas por conta da maquiagem, e isso apenas se evidenciava ainda mais quando ele sorria.

Fazia tempo que eu não o via sorrir assim...

— Numa escala de zero a cem, o quanto você ainda gosta dele? — Namjoon perguntou num tom zombeteiro, mas falava sério.

— Preciso mesmo responder? — Retruquei, arqueando umas das sobrancelhas, o fazendo rir.

— Nunca conversaram sobre voltar? — Ele quis saber em seguida.

Eu amava Jimin, mais do que poderia colocar em palavras, mas naqueles últimos meses de nosso relacionamento, eu me sentia cada dia mais solitário, não conseguia competir com toda a atenção que ele dava ao trabalho, o conto de fadas havia chegado ao fim quando qualquer coisa começou a se tornar mais importante do que a nossa relação.

Nós tentamos concertar isso, ou talvez, apenas eu tenha expressado minhas infelicidades, enquanto Jimin tinha dito da boca para fora que tentaria arrumar as coisas e prestar atenção nos erros, mas nada mudou, meu parceiro não fez nenhum esforço, e eu entendi que não poderia lutar para manter um relacionamento sozinho.

Não era como se eu não compreendesse a importância do trabalho dele, sempre tive muito orgulho de tudo que Jimin conquistou, mas enquanto eu conseguia abrir concessões e arrumar tempo para a gente, Jimin se perdia em suas prioridades, sua vida pessoal nunca mais entrou em primeiro lugar nem nos seus dias de folga, e eu estava triste e cansado.

Porque afinal, eu também tinha muito trabalho duro, mesmo com uma nova equipe de médicos e enfermeiros junto a mim, ainda sim existia bastante coisa para fazer por ali, mas eu abria espaço na agenda lotada, eu aproveitava minhas horas de descanso, eu doava o meu tempo para aqueles que amo, não somente a minha profissão, porém ele parecia só tinha olhos para uma coisa.

Eu nunca deixei de pensar nele ou de me importar, Jimin era parte da minha imensa família agora, e se ele estivesse disposto a conversar e realmente me mostrar mudanças, eu estaria preparado para tentar novamente, porém, precisava o ver dar o primeiro passo.

— Não é o melhor momento para isso ainda, Nam. — Disse, desviando o olhar para o chão.

— Talvez algumas coisas nunca tenham seu momento certo, apenas é preciso uma iniciativa. — Respondeu, soltando um suspiro e me dando um tapinha de apoio no ombro.

— Bom, vamos lá para nossos lugares que daqui a pouco vão começar, outra hora a gente fala sobre isso melhor. — Mudei de assunto, apontando para a fileira onde eu sabia que nossos assentos estavam, já que ele ficaria ao meu lado.

— Ok, vamos lá!

(...)

A celebração da união de Solar e Wheein foi linda, talvez eu tenha derramado duas ou três lágrimas durante as palavras do cerimonialista, mais umas cinco lágrimas enquanto as duas diziam seus votos e outras oito que enxuguei com uma das minhas próprias penas no momento em que elas trocavam as alianças, porém só talvez mesmo, não estou confirmando nada.

Mentira, estou confirmando sim, saí do casamento todo catarrento, mas muito feliz pelas minhas amigas.

E a festa estava apenas começando, depois das alianças colocadas e muitas palmas, fomos direito para a área onde a música já tocava e o bufê nos esperava, mas eu não queria apenas me deliciar nos pratos preparados pelos nossos chefs, estava preparado para entrar na pista de dança e só sair na manhã seguinte, fazia muito tempo que não tinhamos uma festa boa como aquela, precisava aproveitar.

— Olha só quem resolveu sair da toca, hoje! — Exclamei enquanto me aproximava da mesa em que Yoongi estava sentado sozinho, com um copo na mão e uma carinha de poucos amigos.

— As meninas ficariam tristes se eu não viesse. — Respondeu, sorrindo minimamente.

— E eu vou ficar triste se você negar meu pedido para a gente ir lá para aquela pista mexer o esqueleto. — Brinquei, esticando a mão em sua direção, esperando que ele a segurasse para aceitar meu convite.

— Ai Jungkook, você parece um avô falando assim. — Disse, soltando um riso leve e abaixando a minha mão, não a segurando.

— E você parece um avô ranzinza, todo desanimadão. — Falei, me sentando na cadeira livre a sua frente. — O que está acontecendo? Você parece chateado.

— Os testes com a máquina não estão dando resultados concretos ainda, o Jimin apenas entra lá, mas nunca encontra nada, e na verdade eu tenho é medo que ele encontre alguma coisa. — Expressou, me deixando tenso com aquele assunto novamente.

— Você sabe que a minha opinião não mudou, ainda acho inseguro o que estão fazendo. — Afirmei, o vendo assentir. — Mas ficar parado e apenas aceitar o destino também não faz parte do seu espírito, então entendo as decisões.

Eu compreendia o quão difícil era para Yoongi toda aquela situação, anos atrás ele apenas queria ajudar, mas teve seus poderes sugados por algo que a gente nem sabia o que era, porém, a fixação que ele e Chanyeol possuíam por aquela máquina e suas descobertas se tornava perigosa, a gente não sabia o que poderia vir do outro lado, mas também, nunca descobriremos o que houve com os poderes de Yoon se não fôssemos diretamente na fonte, era tão complicado.

E Chanyeol também estava a procura de algo, mesmo que ele nem soubesse direito o que era, algo que sempre me deixou muito confuso e desconfiado, ele tinha essas mensagens e visões através de sonhos que o ajudavam a construir a máquina, mas mesmo que ele dissesse que nunca sentiu uma energia ruim vindo daquilo, eu não colocava toda a minha fé naquilo, ele poderia estar sendo enganado por sei lá o quê.

— Acho que eu tinha a vaga esperança de que seria apenas abrir um portal para Atermin e eu conseguiria me conectar de novo com aquilo que roubou meus poderes, mas pelo visto, não vai ser assim. — Yoon continuou. — Jimin apenas viu a floresta rubra como em minhas visões antigas, mas ele nunca encontrou nada além disso.

— O que vai fazer então?

— Continuar tentando. — Expressou, dando de ombros e se levantando. — Preciso ir lá com o Chanyeol, estamos trabalhando em algumas pesquisas com coisas que o Jimin coletou para a gente.

— Mas você já vai embora? Nem aproveitou a festa. — Retruquei, franzindo a testa.

— Beba umas por mim. — Falou, colocando seu copo vazio em minha mão e se retirando em seguida.

Me senti ainda mais preocupado com meu amigo, Yoongi havia tido uma grande mudança de atitude desde o sumiço de seus poderes, eu obviamente entendi o quanto aquilo afetou ele, mas queria saber como o ajudar mais, ele dizia que a pintura e os desenhos o ajudavam a se expressar e colocar tudo para fora, porém eu sentia que nem esse novo hobbie o auxiliava mais, desde que os testes com a máquina começaram, ele parecia estar cada dia mais introspectivo.

Eu voltei a pista de dança quando fui chamado por Jackson, mas ainda me sentindo ineficaz em pensar numa maneira de trazer meu amigo de volta aos bons tempos, às vezes eu pressentia que nem era mais apenas sobre seus poderes, parecia existir outro fator incomodando Yoongi, ele já havia me confessado sobre pesadelos e sensações estranhas, talvez fosse sobrenatural ou não, eu não fazia ideia ainda.

— Jungkook, eu sei que essa não é a música mais animada de todas, mas você está praticamente parado aí. — Jackson disse num tom brincalhão, me chamando de volta para a realidade.

— Ah, desculpa. — Expressei, voltando a me mexer, vendo ele me olhar curioso. — Estava distraído com alguns pensamentos.

— É sobre o Jimin? — Indagou de repente, me deixando confuso.

— O quê? — Retruquei, franzindo a testa.

— É que você estava com o olhar fixado na direção dele. — Falou, apontando para o lugar fixo que aparentemente eu tinha encarado enquanto estava viajando em meus pensamentos.

Somente então prestei atenção naquele lado, vendo que Jimin realmente estava ali do outro lado da pista, dançando com Taehyung de uma maneira engraçada e desajeitada, um tanto fofa também, porém eu realmente não havia os visto, era mais um daqueles momentos em que seus olhos se fixam num ponto, mas sua mente está longe e você nem está vendo realmente o que seus olhos encaram.

— Eles tem alguma coisa? — Jackson perguntou novamente, mais uma vez me causando desentendimento.

— Jimin e Taehyung? — Perguntei, unindo as sobrancelhas.

— É, às vezes eles parecem tão ligados, não sei explicar. — Argumentou, olhando brevemente na direção deles. — Sei que eles são tipo... Muito amigos, mas eu sinto um negócio diferente.

— Eu sei que você conhece eles a pouco tempo, mas realmente não tem nada romântico rolando, eles apenas são muito unidos, e estão assim há um tempo, desde o dia em que perceberam um certo poder os conecta. — Expliquei brevemente, mas crente de que ele já sabia disso.

— Realmente, você me contou algo sobre isso. — Afirmou, voltando sua atenção a mim. — E o Jimin continua participando daqueles testes com a tal máquina que atravessa as dimensões?

— Sim, por quê?

— Ele veio fazer alguns exames essa semana, aqueles mesmos exames que a gente fez quando ele entrou lá no portal pela primeira vez. — Falou uma informação que eu não sabia.

— Ele pediu pelos exames? — Questionei, o vendo assentir. — Deu alguma alteração nos resultados dele?

— Não, mas ele reclamou de algum tipo de sensação estranha, e ligou isso ao seu contato com a outra dimensão. — Explicou em seguida.

— Que tipo de sensação é essa? — Indaguei, começando a me preocupar mais ainda.

— Ele não me deu detalhes, apenas pediu pelos exames e eu administrei os testes e conferi os resultados para ele, não tinha nada errado, mas ele não quis me explicar quais eram os seus sintomas. — Disse, me fazendo estranhar aquilo ainda mais.

— Por que ele esconderia o que está sentindo do médico para quem ele está pedindo ajuda?

— Acho que ele não confia tanto em mim como seu médico ainda, apenas falou que conversaria com você sobre isso depois. — Disse, dando de ombros. — Mas pela sua reação, ele ainda não tinha contado nada sobre isso.

— Sim, ele não me disse ainda. — Falei, olhando para onde Jimin dançava, o vendo dizer algo para Taehyung e depois começar a se afastar para longe, parecia estar indo embora. — Mas tudo bem, vou ver se ele quer conversar agora.

— Tudo bem, vai lá. — Assentiu, me dando passagem.

Segui pelo lado onde Jimin tinha ido, por algum motivo ele havia adentrado o bosque, mas não por um caminho que usualmente utilizamos, Jimin optou por uma pequena trilha, eu conseguia ver pelas pegadas que ele deixou sobre o barro, e antes que eu me perguntasse mais uma vez o motivo dele estar indo para aquele canto, o encontrei assim que o caminho se abriu, numa clareira em meio às árvores, onde antigamente fazíamos fogueiras.

Mas Jimin realmente parecia ter ido ali somente para relembrar os velhos tempos, porque ele estava parado no centro do campo aberto, quase como se estivesse me esperando ali, porém não poderia ser isso, afinal, eu saí atrás dele bem depois, e ele nem havia olhado em minha direção antes de se afastar, talvez ele tivesse sentido a minha presença?

— Jimin? — Chamei por ele, mas não obtive nenhuma resposta.

Me aproximei mais, vendo o Park ainda parado ali, sem mexer sequer um músculo, apenas encarando as árvores como se fosse a coisa mais interessante do mundo, e mesmo quando eu o chamei mais vezes, ele não me respondeu, parecia estar me ignorando, ou talvez estava tão concentrado que nem ao menos me ouviu.

— Jimin! — Exclamei em voz alta.

Isso pareceu o despertar do seu transe, Jimin apenas se virou em minha direção nesse instante, com uma expressão surpresa, mas logo mostrou um sorriso leve, inclinando a cabeça um pouco para o lado, me analisando:

— Oi... — Ele murmurou, num tom baixinho. — Há quanto tempo você está aí?

— Acabei de chegar. — Respondi, estranhando todo aquele cenário. — Mas o que você está fazendo aqui sozinho?

— Não sei... — Falou, franzindo a testa.

Ele olhou para os lados, parecendo confuso consigo mesmo, desorientado com o lugar, o que também me deixou confuso, afinal, Jimin parecia bem decidido quando entrou no bosque e seguiu até aquele ponto, mas agora, ele olhava para tudo como se estivesse vendo pela primeira vez.

— Acho que eu só quis caminhar um pouco. — Completou, sorrindo novamente. — Era aqui que a gente fazia as fogueiras antigamente, não é? Na época em que eu era um caçador infiltrado.

— Sim, era aqui mesmo. — Afirmei, ainda o olhando desentendido. — Está tudo bem?

— Sim, estou bem. — Disse balançando a cabeça de forma positiva, mas não parecia sincero em sua resposta. — Jungkook, você já sentiu como se tivesse alguma coisa errada, mas você não consegue encontrar a fonte dessa sensação?

— Foi por isso que você pediu exames novos para o Jackson? — Perguntei, mas Jimin não reagiu com surpresa, ele sabia que Jackson falaria comigo em algum momento.

— Sim, foi por isso. — Apenas confirmou rapidamente. — Não sei o que estou sentindo, às vezes parece que não me sinto como eu mesmo.

— Como assim?

— Como se tivesse sido desconectado de mim mesmo? — Disse num tom de pergunta, nem ele mesmo sabia o que era aquilo que sentia. — Não estou falando psicologicamente, mas fisicamente mesmo, eu me sinto estranho faz alguns dias.

— Talvez essa sensação tenha uma fonte sobrenatural, poderia optar por exames voltados para isso, as ninfas têm algumas poções que podem nos ajudar com isso.

— Sim, quero tentar isso também. — Assentiu, desviando o olhar para a trilha atrás de nós, ficando quieto por alguns segundos antes de expressar: — Vamos voltar para a festa? Eu quero beber alguma coisa.

— Tem certeza? Se não estiver se sentindo bem agora eu tenho certeza que as meninas entenderiam a sua ausência.

— Não se preocupe, eu ainda estou no clima de festa. — Confirmou, sorrindo levemente mais uma vez. — Vamos lá!

Voltei atrás dele, mas ainda concentrado em lhe observar, pois mesmo sem ativar meus poderes, eu conseguia perceber que alguma coisa parecia diferente em Jimin, mas não conseguia identificar o que estava me causando essa estranheza, talvez fosse somente um reflexo dos meus poderes sensíveis demais em volta dos outros e eu conseguisse identificar que ele estava se sentindo estranho também, porém eu não conseguia me segurar apenas nessa possibilidade, precisávamos mesmo fazer aqueles outros exames.

(...)

Cerca de uma hora depois daquilo, Jimin e eu estávamos na quinta taça de bebida, enquanto riamos de algum acontecimento engraçado e antigo que eu havia nos lembrado, tínhamos nos afastamos dos demais ao ir sentar numa mesa mais no canto, e aquele foi um bom pretexto para fazermos algo que não fazíamos desde nosso término: conversar como antigamente.

— Caramba, parece que isso foi há dez anos atrás. — Jimin comentou, após eu lembrar da vez que caímos na pista de dança de uma das festas da vila.

— Verdade. — Assenti, dando mais um gole em minha bebida.

— Você sente saudades? — Questionou de repente, me pegando de surpresa, algo que nem consegui disfarçar, pois minha expressão foi automática. — Desculpa, não deveria ter perguntado isso, deixa pra lá, eu...

— Não, tudo bem. — O cortei rapidamente, porque estava tudo bem para mim responder aquilo:— Sim, eu sinto saudades da gente. — Confessei, e ele também me olhou surpreso nesse momento. — Foram seis anos, afinal, e faz sete meses que nós separamos, também não é como se a gente tivesse terminado se odiando, então sim, sinto falta.

— Eu gostaria de não ter estragado tudo como foi. — Declarou, e eu não esperava que ele falaria daquilo naquele momento. — Eu te fiz uma promessa e não trabalhei para cumprir, você pode não estar me odiando como mesmo disse, mas eu odiei bastante a mim mesmo por não ter me esforçado, por ter cedido cada vez mais a pressão de ser o segundo líder ou seja lá do que me chamam, em vez de dar atenção a aquilo que mais me importava.

— Ah, Jimin, qual é? — Expressei, o vendo me olhar confuso. — Você sabe que eu voltaria contigo, mas somente saber que você se arrepende não é o bastante, eu preciso ver esse amor em forma de ações também.

— Como? — Perguntou num tom de voz perdido, como se realmente não fizesse ideia de por onde começar.

— Esteja presente de verdade, você não precisa ser o líder vinte e quatro horas por dia, às vezes a gente só quer o nosso Jimin aqui conosco... — Disse, o vendo sorrir. — Eu tenho muito orgulho de tudo que você conquistou, admiro muito você, e isso não mudou, mas também não quero assistir as suas conquistas te consumindo.

— Essa semana eu trabalhei com a Mina numa maneira de ajeitar a minha agenda, eu realmente preciso dar um tempo e aproveitar minhas folgas, eu me descuidei de mim mesmo também estava exausto o tempo todo. — Contou em seguida. — E me afastei muito de todos, acho que comecei a ver todos somente como parceiros de trabalho, e não como minha família mais.

— Bem, ainda há tempo para mudar isso. — Respondi, sorrindo. — Você, a Hwasa e tantos outros estão trabalhando para mudar a vida de pessoas como eu, e nada que eu diga vai comunicar o quão agradecido eu me sinto, mas vocês também precisam de cuidados enquanto cuidam da gente.

— Queria ter cuidado de você tão bem quanto você sempre cuidou de mim. — Proferiu, me olhando sem desviar o olhar.

— Você cuidou. — Falei sincero, o trazendo a uma expressão esperançosa. — E eu gostaria que continuasse, desde que esse cuidado seja sempre mútuo.

— Que seja assim então. — Respondeu, abrindo um sorriso maior, esticando sua mão para tocar a minha sobre a mesa, porém fomos interrompidos antes disso acontecer:

— Gente, desculpa atrapalhar... — Uma terceira voz se fez presente, nos fazendo virar para escutar o que a pessoa queria. — É que as noivas vão cortar o bolo, todo mundo está se reunindo lá no centro.

— Epa, vamos lá então. — Respondi, animado apenas por ouvir a palavra "bolo", fazendo Jimin rir da minha empolgação repentina. — Quem será que ganha o primeiro pedaço?

— Isso não é uma festa de aniversário, Kookie. — Jimin retrucou, se levantando para me seguir até a mesa do bolo.

— Ué, mas eu merecia o primeiro pedaço só pelo tanto que trabalhei nessa festa.

— Ai, Jungkook... — Ele expressou, negando com a cabeça, mas eu o fiz rir de novo pelo menos.

(...)

Todos receberam seu pedacinho de bolo, e estava uma delícia como todas as comidas servidas pelas pixies, elas realmente sabiam como cozinhar qualquer coisa, e tudo sempre ficava muito bom, eu literalmente podia dizer que elas tinham "mãos de fada" na cozinha.

Mas deixando as minhas piadinha infames de lado, Jimin e eu nos servimos de bolo e procuramos uma nova mesa para nos sentarmos, a escolhida foi onde Hoseok, Seokjin e Tzuyu estavam, recebendo sorrisos ao nos juntarmos a eles, principalmente por terem a presença rara em festas de Jimin ali conosco, mas antes que as perguntas sobre o distanciamento dele começassem, o Park mesmo resolveu puxar um novo assunto:

— Gente, vocês já ouviram falar sobre bruxas que faziam favores mágicos a humanos em troca de dinheiro? — Jimin iniciou, fazendo todos o olharem. — Tipo, há cerca de trinta anos atrás, especialmente ali na cidade em que eu nasci.

— Fadas são conhecidas por fazerem favores em troca de coisas, mas não se lembro de ter ouvido falar de bruxas que realizam desejos. — Tzuyu expressou primeiro. — Você está atrás de uma bruxa que fazia isso?

— Sim, mas não há nenhuma informação sobre ela, nem sei se era realmente uma bruxa, poderia ser algum outro ser com poderes. — Jimin respondeu rapidamente.

— Talvez fosse um Jinn. — Eu sugeri, me referindo aos gênios da mitologia árabe.

— Acho que não, nossos últimos registros sobre o aparecimento de um Jinn em nosso país foi há mais de cinquenta anos. — Jimin falou, mas nem fazia sentido ser um gênio, eles não concedem desejos em troca de dinheiro, ou pelo menos eu nunca ouvi falar disso acontecer.

— Olha, eu sei que jãs como eu tem o histórico de presentear humanos. Diziam que antigamente, há mais de trezentos anos, o meu povo costumava escolher viajantes em nossos bosques para conceder desejos, mas eles precisavam passar por provas quase impossíveis para isso. — Hoseok continuou. — Mas nunca ouvi falar de bruxas fazendo algo assim, elas sempre foram muito reclusas.

— Eu já ouvi sobre isso ai, Jimin. — Seokjin disse, agora levando todos os olhares na direção dele. — Mas não eram bruxas como as que temos aqui, elas diziam ser necromantes.

— Necromantes? — Eu repeti, franzindo a testa, assim como os demais na mesa. — Bruxas que se especializaram na magia da comunicação com o mundo dos mortos, então?

— Sim, mas o problema é que nós não temos um mundo dos mortos, certo? Todo ser que morre aqui, tem sua alma enviada para outra dimensão imediatamente, e assim reencarna novamente. — Jin começou a explicar. — Não existem necromantes na nossa realidade, por isso bruxas que diziam ter se especializado nisso eram banidas do clã, porque muitas tentavam acessar algum tipo de magia maligna para trazer pessoas dos mortos, mesmo que fosse tido como impossível.

— Mas o que isso tem a ver com as bruxas que faziam favores? — Tzuyu perguntou confusa.

— É que algumas dessas bruxas banidas começaram a tentar realizar pedidos para outros seres e até humanos, dizendo que conseguiam se comunicar com os parentes falecidos das pessoas e coisas do tipo, muita gente acreditou nelas. — Jin completou em seguida. — E se não me engano, minha família falava sobre uma bruxa assim que estava lá perto do nosso bando, há muitos anos atrás.

— Isso já é um começo, mas como vou saber se tinha uma bruxa assim vivendo ali na cidade em que eu nasci? — Jimin perguntou.

— Eu posso pesquisar mais sobre o assunto, falar com velhos conhecidos, ver se encontro algum relato sobre a sua cidade... — Seokjin disse, dando de ombros. — O que acha?

— Nossa, Jin, eu agradeceria muito mesmo. — O Park falou, fazendo o kitsune sorrir.

— Mas por que você está pesquisando sobre isso, Jiminie? — Hoseok quis saber.

— Tudo indica que uma bruxa fez algum tipo de trato com minha mãe quando eu ainda era bebê, e eu quero saber o que aconteceu.

Nossos amigos fizeram mais algumas perguntas sobre aquilo, mas a gente não sabia de muita coisa também, então logo o assunto se desfez e tomou um novo rumo, jogamos conversa fora por mais alguns minutos, até Seokjin falar que precisava voltar para seu posto na entrada da cúpula, enquanto Tzuyu e Hoseok queriam dançar mais, mas nós não os acompanhamos, apenas assistimos as fadas bailando graciosamente mais uma vez.

— Bem, eu também já vou indo. — Jimin proferiu, se levantando da mesa. — Preciso encontrar o Chanyeol, vamos fazer alguns testes agora a noite.

— Ji, você está entrando naquela máquina todos os dias? — Perguntei rapidamente, antes que ele se retirasse, pois Jimin parecia estar com bastante pressa de repente.

— Quase todos os dias. — Respondeu, me vendo o encarar preocupado. — Não se preocupe, Jungkook, segundo os exames o meu corpo não está tendo alguma reação a Atermin, e eu continuo saudável. Aquelas sensações que venho sentindo devem ter outra fonte.

— Mas se expor a atmosfera de outra dimensão dessa maneira pode ser prejudicial a longo prazo. — Afirmei em seguida. — É melhor você não ir hoje, vamos fazer os exames com as ninfas primeiro e...

— Eu preciso ir, Jungkook! — Jimin exclamou, quase me assustando com sua brusca mudança de tom de voz.

— Precisa? — Perguntei, enfatizando aquela palavra que ele usou com tanto ênfase em sua frase.

— É... Eu marquei com o Chanyeol, não posso deixar o coitado esperando. — Quase gaguejou, voltando para seu tom de voz de antes, parecendo desconcertado consigo mesmo. — Depois a gente se fala, ok?

— Tudo bem... — Murmurei, mas ainda incerto.

Realmente tinha alguma coisa fora do comum acontecendo ali, e eu precisava descobrir o que era.

~♥~

Enfim o primeiro POV do Jungkook na história :')
E não será o último hehe

Até o próximo ❤❤

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