♥ Gostinho Antecipado. Capítulo 01 ♥ Não Revisado ♥
♥ Aviso Importante: Esse capítulo está sendo postado antecipadamente. É provável que o 2 seja no dia previsto (04/05/2016) para começar as postagem do livro realmente. Mas, não consegui guardar a ansiedade e ai está... peço gentilmente que não deixem de comentar e votar, isso me motiva a escrever muito mais e já de antemão agradeço por todo esse carinho. Espero realmente que gostem do livro e ele será todo construído em primeira pessoa, mas, os personagens principais e secundários irão estar sempre aparecendo (que são o elenco postado antes aqui no livro). Fiquem com Deus e Toda Honra e Glória sejam do Pai, Filho e Espírito Santo! Só o Senhor é digno de tudo isso, sinta a presença dEle tocando amorosamente o seu coração... beijinhos a todos os meus anjos do Pai! ♥ Hino na Mídia: Deus que Sara - Arianne. Aproveitem. ♥
♥ Boa Leitura... ♥
♥ 01 - Começando a História! ♥
Deus que sara
Infinito em amor
Levou minha dor
Se entregou
Deus que sara
Enviou o Redentor
Me amou, me amou, me amou
♥ Deus que Sara - Arianne. ♥
— Acho que não é tão ruim assim, não concorda?
— Concordo. — Concordei com Amanda, sobre a aula de matemática.
Eram 8:15 am e estávamos sentadas a volta de uma mesa redonda de mármore, aproveitando o ar fresco do mais novo dia, enquanto estudava para uma prova muito importante. O cheiro da grama recém-molhada por uma garoa fraca me agradava. Tenho certo afeto pelas gotículas que cai em certos dias no céu, e nos proporciona um aroma maravilhoso.
— Soube que as inscrições para o Colégio White Rose estão sendo abertas. Apenas os jovens com pais bem sucedidos conseguem entrar. — O padeiro comentava com seu colega.
Amanda e eu sempre íamos estudar nessa padaria na esquina da nossa rua. É considerada uma das melhores em beleza e sabor, por isso, amamos vir aqui, no entanto, não é só isso que nos agrada, mas, sim pelo fato do pai dela ser um dos sócios do estabelecimento. Significa: Refeição Gratuita!
— Vocês vão tentar fazer a prova? — O padeiro se aproximou de nós. Usava um avental sujo de farinha, com uma touca na cabeça e luva nas duas mãos. Ele veio até a varanda onde estávamos e encostou as costas na coluna do parapeito.
Eu e Amanda nos entreolhamos. Não sabíamos ao certo o que cada uma pensava em relação a isso. Colégio White Rose é o lugar mais disputado mundialmente para se conseguir uma bolsa integral. É um local de grandeza é nobreza. As pessoas que entram ali são bem-sucedidas no mundo todo, ou tem sangue real nas veias. Constatando então que todos os alunos são "filhinhos de papai" e possui um alter-ego maior que o próprio universo.
Eu não estava nesse patamar tão elevado, também não desejo conquista-lo. Para mim, o importante é Deus na minha frente, Jesus ao meu lado e o Espírito Santo no coração, Eles já são a maior riqueza que eu posso pedir nessa vida passageira.
— Não me importo com isso. — Respondi não o dando muita atenção, apenas folheando meu livro de estudo. Olhei de soslaio para Amanda e ela mordiscou o lábio inferior, parecendo esconder algo de mim e prestes a revelar. — Diga. — Repousei o objeto na mesa e lancei lhe um olhar persuasivo.
— Eu vou mandar minha inscrição ao Colégio e queria que viesse comigo. — Amanda sorriu amarelo.
Eu acabei sendo agressiva e batendo o copo de café na mesa.
— Melhor eu ir indo. — O padeiro saiu rapidamente do recinto, deixando-nos a sós.
— Desculpa não ter dito, mas, pensei que não iria gostar, sabe? — Ela tentou se justificar. Eu não estava brava com ela, apenas surpresa.
— Estou em paz. Faça o que quiser. — Os olhos castanhos de Amanda vieram de encontro aos meus enegrecidos. Ela esperava que eu concordasse com sua ideia de querer estudar com pessoas soberbas, mas, mesmo eu discordando, sei que a teimosia dela não mudará de ideia e ira até o fim pelo que deseja. — Okay... — Ela me interrompeu para dar um grito de alegria. — Mas, não venha correndo atrás de mim, viu? Quando for... esqueça-me até sair de lá.
Ela esboçou um sorriso contrário e revirou os olhos. Já dei minha permissão, porém, não significava que eu aceitava realmente essa ideia. Então, aguente minha amiga.
— Vamos então? — Amanda perguntou. Ela começou a guardar suas coisas, enquanto eu ia comprando alguns Pães diversos para tomar com minha família. Meu celular começou a vibrar, no momento em que estava no caixa da padaria.
Nuttelinha: Não esqueça a minha Nuttela! - 9:10 am.
Eu: Pergunte a Samara e Miranda, nossas irmãs, sobre o que elas querem sua nutteleira. - 9:12 am.
Nuttelinha: Elas querem Nuttela. - 9:12 am.
Eu: Elas ou você, nuttelinha? - 9:13 am.
Nuttelinha: Pão doce, biscoito de polvilho e muita Nuttela, coisa. - 9:14 am.
Eu: Obrigada, beijinhos de Kitkat. - 9:15 am.
Nuttelinha: Prefiro Nuttela. - 9:15 am.
Às vezes me pergunto como essa pessoa pode amar tanto assim Nuttela? Ela é completamente viciada nisso e não há o que discutir com minha irmã mais nova. Ela vai dar mil e um argumentos para nos calar, como sempre.
Saindo da padaria com Amanda. Andamos pela calçada da rua em direção às nossas casas de frente uma para outra. Era um belo conjunto habitacional com residências iguais para todos. Aos poucos as nuvens iam cobrindo o sol radiante fixado no céu, com certeza, pingos de água iriam nos atingir novamente, só que dessa vez, com muito mais intensidade.
— Amanhã começa as inscrições. — Amanda caminhava ao meu lado, ajudando a carregar as sacolas de compra. Eu olhava para o chão, pensando nessa história de colégio real. Ela parou de repente e virei o rosto para encara-la. — Você vai comigo pegar o formulário e preencher?
Franzi o cenho e meneei a cabeça negativamente.
— Ah, por favor! — Suplicou. — Eu não quero ir sozinha. Vai ter muitas meninas ali e com certeza irão com alguém. — Tentou argumentar comigo, enquanto eu permanecia em silêncio.
Comecei a andar sem ela ao meu lado, rapidamente Amanda me parou ao segurar meu braço e tentou olhar-me profundamente nos olhos. Ela juntou as mãos em oração e formou um beiço nos lábios. Com apenas um olhar ela implorou insistentemente em eu acompanha-la.
— Tudo bem, mas se atrasar... — Ameacei com o olhar.
— Obrigada amiga! — A empolgação foi tão grande que ela me abraçou. — Tchau. — Atravessou a rua para ir pra sua casa, enquanto eu caminhei pela grama baixa do jardim da minha morada.
Dei uma olhada para o céu... Ele está ali, me observando e guardando. Como sempre...
Ao abrir a porta de entrada, eu adentrei o hall da sala e encontrei Nayara sentada na escada da parede. Ela levantou do degrau e veio me auxiliar com as compras.
— Obrigada. — Ela carregou as sacolas até a mesa quadrada de madeira atrás do sofá da sala. — Onde estão as meninas? — Perguntei ao ver que Samara e Miranda não estavam no mesmo andar.
— Estão lá em cima se preparando para a escola. — Nayara respondeu, ela toda alvoroçada rasgou a sacola com sua nuttela dentro.
— Vai ter dor de barriga o nuttelinha. — Comentei, ela apenas deu as costas pra mim e se dirigiu para pequena cozinha. Eu caminhei para dentro da sala e sentei no sofá marfim, estava muito cansada. Mas, precisava fazer as coisas antes de ir estudar.
Liguei a televisão e justamente estava passando uma notícia sobre o colégio White Rose. Ele se localiza mais precisamente na Inglaterra. Há anos que o continente não era mais o mesmo, pois, há quase um século que os americanos conquistaram esse território, mas, depois de anos no poder, um homem chamado Marcos reconquistou tudo novamente e a Europa não foi mais a mesma; ele mudou o nome para unicamente Fidei e os países se juntaram em um só, porém, algum tempo depois, oito reinos foram criados e agora, quem está no poder é o ministro Lorde Harrison. O rei havia falecido há meses e as filhas da rainha foram consideradas inaptas para tal cargo nobre de liderança.
Disseram que elas são muito arrogantes e que podem levar o continente ao fim dessa vez. Mas, avisaram que as duas irão ingressar o Colégio White Rose para poderem encontrar sua vocação de rainha. Que perda de tempo tudo isso! Por isso mesmo não quero ir para esse lugar, estudar com as duas deve ser insuportável e prefiro nem imaginar como seria.
— Irmã! — Samara desceu rapidamente as escadas, censurei-a antes que sofresse um acidente. — Desculpa. — Falou de modo infantil. Eu revirei os olhos e ajudei-a colocar seu casaco.
— Onde está Miranda? — A perguntei.
— Está conversando com o Diego. — Eu esfreguei o rosto.
— Ela fica o dia inteiro falando com ele. Era melhor casar logo e ir morar juntos. — Exclamei com a voz elevada, não queria que Miranda se distraísse tanto assim.
— Concordo com vocês. — Nayara se aproximou, entrando na conversa. — Ela desde ontem está falando sobre alguma viagem a Austrália com ele. — Ela entregou uma xicara de cappuccino pra mim. — Devia falar com ela. — Pediu.
Samara olhou-me preocupada. Eu perpassei por elas e caminhei até o andar de cima, de longe podia ouvir Miranda conversando com Diego sobre qualquer assunto insignificante, porém, eu entrei no quarto dela e peguei abruptamente seu celular, deligando a ligação.
— O que pensa que está fazendo? — Ela vociferou. Levantou-se da beirada da cama e olhava-me intrigada. — Ele é meu namorado!
— Namorado ou não, você vai descer agora e tomar café. — Firmei a voz.
— Você não é a nossa mãe. — Lá vamos nós de novo com essa história.
— Não sou, mas, enquanto eles não retornam de viagem... eu comando aqui. — Olhei seriamente pra ela. — E digo que vai ficar sem seu celular até o fim do dia.
— Você não seria capaz! — Miranda rangeu os dentes. A cama dela estava uma bagunça, as cortinas fechadas e o notebook ligado desde ontem à noite. Sei disso, pois, quando acordei eu pude observar a luz da tela acesa hoje as 6:00 am. Constatei que ela estava o utilizando à madrugada toda.
Mantive-me em silêncio e senti que Miranda avançava por trás para pegar seu celular, mas, eu virei rapidamente e segurei seus braços, nos encaramos e os soltei levemente para não machuca-la.
— É para seu bem. Nem mesmo ir pra igreja está indo paçoquinha. — Ela abaixou o olhar, mas, sorriu ao ouvir seu apelido. Coloquei a mão no seu ombro. — Por favor, acredite em mim, é para que melhore.
— Tudo bem. — Ela respondeu baixinho.
— Ajudem-na a se arrumar para escola. — Chamei nossas irmãs que estava há tempos na porta observando a discussão, elas entraram rapidamente e auxiliaram Miranda na organização do quarto e na sua limpeza pessoal.
Eu percebi meu celular vibrando e notei que Amanda havia mandado uma mensagem pra mim::
Mana: Não demora jovem, precisamos ir pra escola! – 10:30 am.
Eu: Já estou indo. – 10:31 am.
Depois disso, eu o guardei no bolso e me afastei das minhas irmãs e ouvi a campainha tocar, desci as escadas e David – meu melhor amigo – me cumprimentou. Ele estava carregando algumas sacolas com marmita.
— Ainda não é hora de almoço menino. — Comentei.
— Bom dia pra você também. — Ele riu com divertimento e foi entrando na casa. Seus cabelos flamejantes e repicados balançavam com o soprar do vento, David estava um tanto molhado pela chuva e gritei para que uma das meninas me jogasse uma toalha.
— Aqui! — Samara jogou e eu peguei. Aproximei-me de David que estava na cozinha depositando as sacolas no balcão da pia e comecei a seca-lo. Apesar de me sentir um pouco envergonhada, eu continuei e ele permitia.
— Queria que fizesse isso sempre. — Ele disse com um sorriso verdadeiro. Eu parei aos poucos de seca-lo e fitei seus olhos verdes, ficamos fixos um no outro e o percebia aproximar-se de mim levemente. Seus lábios estavam tão pertos dos meus. Sentia meu coração acelerar demais naquele momento, e queria para-lo antes do inevitável, mas, eu também desejava aquilo... muito.
— David. — Respondi num fiapo de voz. Quando estávamos prestes a nos beijar...
— Rosa Branca! — Nayara estava se aproximando da cozinha e nos afastamos instantaneamente. Ela entrou na cozinha e olhou-nos intrigada. — Interrompi alguma coisa? — Perguntou.
— Não. — Falei saindo da cozinha a deixando com David, entrei no banheiro em baixo da escada e enxaguei meu rosto. Ainda sentia os batimentos acelerados e os pensamentos bagunçados. Minhas mãos tremiam e a sensação de querer que aquele beijo ocorra estava me corroendo por entro.
Calma Branca... Tenha em mente que Deus preparou o homem da sua vida, Ele trará até você. Não pode simplesmente passar por cima dos planos do Senhor por causa de desejo carnal, se entregue apenas ao escolhido que estará contigo até o fim. O seu marido, somente ele é digno de se deleitar contigo. Seja forte!
Samara batia na porta com insistência, eu a abri logo após várias batidas e caminhei até a cozinha para pegar comer a refeição matinal. Orei a Deus em silêncio, o agradecendo pela comida e me alimentei rapidamente para ir à escola. Não haveríamos aula realmente hoje, era apenas um treino de vôlei importante; eu e Amanda participávamos do time e as finais estavam chegando, tínhamos que nos esforçar para ganhar. Mas, eu sempre disse a todas as meninas assim: — O importante não é perder ou ganhar, mas, sim a sensação de trabalho bem feito. Jesus, Ele sabia o quão difícil seria para ser aceito pelas pessoas, mas, não desistiu e alguns hoje falam que Ele perdeu naquela cruz uma vida longa. Mas, eu lhes digo que quando o Senhor se entregou para nos salvar naquela madeira com pregos, Ele ganhou desde o momento que veio nos salvar. Ele retornou para os braços do Pai e até hoje vem ganhando seguidores e almas, por isso Ele se sacrificou. Creiam na força de Jesus e saibam que já somos ganhadoras apenas por tê-lo ao nosso lado!
— Branca? — Nayara chamou. — Amanda está ai te esperando. David disse que irão leva-las.
— Tudo bem. Já estou indo. — Respondi, Nayara se virou e eu a chamei. — Nayara. — Ela se virou pra mim. — Fique de olho na Miranda, por favor. — Pedi.
— Okay irmã. — Ela concordou. Lavei a louça do café e depois fui até o hall de entrada, peguei minha bolsa de treino e me despedi das minhas irmãs.
— Fiquem com Deus meus anjos. Se comportem as três. — Pisquei e elas reviraram os olhos. — Vou receber isso com um "sim".
Depois dei as costas a elas e sai caminhando pelo jardim até a calçada da nossa casa, a blazer preta de David estava estacionada na esquina e ele foi busca-la, enquanto eu fiquei aguardando com a Amanda.
— Então, pensei em algumas coisas para o...
— Eu quase beijei o David. — A interrompi e ela olhou-me com total espanto.
— O... que? — Amanda arregalou os olhos como uma coruja, tive que me conter para não rir.
— Te conto no treino. — Respondi e ela se silenciou, mas, ficou me olhando de soslaio o tempo inteiro.
David parou o carro próximo a nós, eu entrei no banco de passageiro na frente e Amanda atrás, coloquei o cinto e ele deu ligou o automóvel. Quando estava prestes a sair, minha melhor amiga se pôs a falar:
— Você realmente gosta da minha amiga? — David freou o carro no mesmo instante.
— AMANDA! — Exclamei a olhando mortalmente.
— Calma lá... precisa da minha permissão nesse relacionamento. — Ela respondeu como se estivesse falando de qualquer coisa.
— Não estamos em um relacionamento. — Falei pausadamente para que ela entendesse.
— Porque não podemos estar em um relacionamento? — David se intrometeu na conversa, eu virei meu olhar pra ele incrédula daquilo.
— Porque precisamos da permissão de Deus! — Respondi um pouco perdida com as próprias palavras.
— Sim, mas... — Ele foi interrompido por Amanda.
— Mas, oque? — Ela o questionou. Ele ficou em silêncio por alguns segundos e o intimidávamos com nossos olhares fixos nele.
David olhou para frente e pressionou os dedos no volante do carro, ele empurrou o corpo para trás, parecendo querer desfazer a tensão dentro de si.
— Mas, o que? David. — Insisti. Ele voltou seu olhar pra mim.
— Não quero apenas um beijo. Eu quero você por completo, eu te desejo. — Eu estava com os braços cruzados à frente do peito e de repente sentia-me sufocada pelo próprio ar.
— O-oque? — Me engasguei com os próprios pensamentos.
— Amigo. — Amanda deu leves batidinhas no ombro dele. — Você está precisando de libertação. — Ela olhava vagamente para frente. — Entenderam? Libertação... — Começou a rir com uma piada tola.
Eu meneei a cabeça descrente daquela cena. Amanda tem horas que precisa ficar de boca fechada, essa menina!
— Entenderam? Libertar-se do a...mor. — Sua voz foi falhando a medida que ela ia dizendo a frase. — Ah esquece. — Percebeu que não havia atenção sobre si e encostou-se no banco, prestando atenção na paisagem de fora do carro.
O que mais me importava era que David me queria, muito mais que uma amiga, mas, será apenas que ele desejava a mim? Ou ao meu corpo?
Meu corpo é um altar de Deus. Algo que não pode ser violado sem a permissão dEle. Devo ser pura até o meu casamento e assim, farei. David que não venha com suas ideias, se não ele irá levar um baita fora.
Minutos após chegarmos ao treino, enquanto eu estava no vestiário vestindo meu uniforme, fiquei censurando a Amanda pela sua atitude desnecessária no carro.
— Precisava mesmo daquilo? — Eu estava com a voz alterada. Realmente não gostei daquilo.
— Já pedi mil desculpas, por favor! — Ela suplicava de uma forma manhosa.
— Agora eu e David ficaremos com uma nuvem negra sobre nós, realmente suas desculpas não vão ajudar em nada. — Respondi rispidamente, amarrando meus tênis.
As meninas se aproximaram de nós para orarmos. Levantei-me do banco e todas nós seguramos a mão de cada uma, formando uma roda. Amanda se aproximou com o olhar abaixado, eu já havia perdoado desde o momento que ela abriu a boca para dizer asneiras, mas, ainda não achava certo a sua atitude.
— Ore por nós Amanda. — Ela de cabeça baixa, ergueu o rosto e me olhou surpresa. — Eu? — Perguntou para confirmar.
— Tem outra Amanda aqui? — Respondi cinicamente.
— Eu! — Uma das meninas respondeu. Eu franzi o cenho pra ela. — Sou Amanda Ramalho, a atacante... do... time... — Ela abaixou a cabeça intimidada com tantos olhares em si.
— O...kay. Amanda Ramalho. — Falei ainda um pouco confusa naquele momento, mas, relevei. — Ore pra nós, Amanda Silva, ore, por favor.
— Tudo bem. — Ela começou. — Querido Deus eterno, mais uma vez nos colocamos em sua presença para pedir que esteja conosco nesse mais novo treino, somos falhas e pecadoras, mas, reconhecemos a tua grandeza e deixe-nos sermos preenchidas pelo Espírito Santo, por mais uma vez nesse momento. Guarda-nos debaixo das tuas asas e guie nossos caminhos. Em nome de teu filho Jesus eu dou graças a ti e Amém.
Após a oração, fomos ao ginásio treinar por algumas horas, no entanto, no meio do treino a Amanda começou a se corroer de dor, olhei para sua perna e quando tocávamos ela reclamava muito. Talvez, seja tensão muscular, pois uma das garotas acabou correndo e chutando a coxa dela sem querer. Chamamos uma ambulância e agora eu estava num quarto acompanhando minha melhor amiga, enquanto seus pais chegavam.
— Branca? — Ela chamou, eu estava perdida em meus pensamentos, mas, virei-me para ela.
— O que? — Balbuciei.
— Se algo acontecer comigo...
— Nada vai acontecer com você, Amanda. — A interrompi já esperando seu drama habitual, qualquer coisa que acontecia com ela, tinha que virar a rainha do melodrama.
— Mas... — Começou. — Se acontecer alguma coisa comigo, quero que me prometa uma coisa. — Ela firmou a voz, tentando parecer séria.
— O que Amanda?
— Que vai se inscrever para entrar no "White Rose".
— Vai sonhando. — Respondi cinicamente, gracejando um pouco por causa desse absurdo.
— Eu estou vendo a luz... — Lá vem ela partindo para o emocional. — Por favor, não me deixei ir.
— Ah, me poupe Amanda... — Eu girei o pescoço para aliviar a tensão e logo após, percebi que ela se silenciou. Olhei-a de longe e estava com os olhos fechados, comecei a me preocupar, mesmo meu subconsciente dizendo que aquilo era um "joguinho teatral" dela. — Amanda? — Chamei me aproximando. — Amanda? — Me coloquei ao seu lado e ela não respondia, comecei a chacoalha lá. — AMANDA! — Gritei e ela gemeu.
— Vo-vo-você me-me pro-pro-me-me-te? — Ela gaguejou baixo.
— O que? — Perguntei fazendo uma careta involuntária e confusa.
— Você me promete? — Ela clareou as palavras.
— Mas... — Tentei contestar.
— AI! QUE DOR! MEU DEUS! VOU MORRER! — Ela começou a gritar e espernear de dor. A única alternativa era levantar bandeira branca, antes que os enfermeiros a levassem para a ala psiquiátrica.
— EU PROMETO! — Acabei por fim gritando e em um segundo ela se sentou na cama e sorriu com um brilho nos olhos pra mim.
— Não pode voltar atrás viu? — Um sorriso astuto dançava em seus lábios rosados, seus cabelos castanhos e curtos estavam bagunçados pelas vezes em que ela se remexeu na cama.
— Você é louca e sabe disso né? — Respondi suspirando aos poucos, antes que Amanda conhecesse Deus do que o previsto.
Sentia meus braços gelados, o ar condicionado do quarto estava forte demais, sairíamos do hospital doente, se me entenderam? Observando a janela do quarto na parede da porta, via um médico caminhando para cá, ele entrou e analisou a perna da Amanda. Disse que ela precisava apenas repousar por uns três dias e tomar um remédio para relaxar os músculos.
— Obrigado doutor. — O agradeci, enquanto Amanda se sentava na cadeira de rodas, ele passou para mim o atestado dela e comecei a conduzir minha melhor amiga para fora daquele lugar. — Ser emancipada ajuda em certos casos.
— Se você não fosse emancipada, não teria o direito de me acompanhar aqui no hospital. Obrigada Branca.
David havia se oferecido para nos levar, ele ajudou Amanda a se sentar no banco e nos dirigiu para casa, estava um frio congelante e meus braços tremiam por ainda usar a roupa do treino, por sorte, meu amigo guardava um cobertor no carro para esses eventos repentinos e por que viajava algumas vezes com seus irmãos mais novos; ele entregou a minha amiga, mas, ofereceu sua jaqueta o que me ajudou bastante.
Chegando em casa eu deixei Amanda primeiro na dela e ela fez questão de me lembrar em não me atrasar amanhã para inscrição. Garantiu que milhares de garotas devem estar dormindo nesse instante, as 21:00 pm. Lá nas portas da prefeitura que ficou responsável por fazer cada ficha, apenas faremos a prova em nossa escola.
— Vai jantar e depois dormir, amanhã é outro dia. — Respondi. Não estava nem ai para esse colégio, mas, promessa é divida.
— Boa noite amiga. — Nos abraçamos e ela acenou ao David que estava encostado no carro, estacionado na frente da sua casa. — Estou de olho, viu. — Me avisou.
— Amanda. — A censurei.
— Tchau, fique com Deus e até amanhã. — Ela entrou e fechou a porta. Dei as costas e caminhei até David para agradecê-lo por tudo que fez hoje.
— Obrigado. — Eu disse.
— De nada, amigos são para isso. — Respondeu normalmente. — Desculpe pelo que eu disse, mas, é a verdade, estou apaixonado por você desde criança. Não posso mais negar.
— Não posso entrar num relacionamento sem a aprovação de Deus, David. — Expliquei e ele bufou. — Você sabe disso. — Tentei abrir seus olhos para realidade.
— Eu sei. — Respondeu ríspido. — Mesmo assim, tenho vontade de sentir o toque dos seus lábios nos meus. — Eu abaixei o olhar. — Eu te amo. — Falou mansamente, levantei meus olhos e eles foram de encontro a sua grama verde e límpida.
David colocou sua mão no meu pescoço calmamente e puxava-me aos poucos para um singelo beijo, eu estava atraída e queria aquilo mais do que ele.
Não se deixe vencer pela carne... Rosa Branca!
Tudo parecia acontecer de câmera lenta, aos poucos que eu fechava meus olhos, era como se estivesse embriagada e não respondesse mais por mim.
— Filha! — Uma voz me despertou desse transe. Era o Senhor não querendo que eu errasse. Eu arregalei os olhos e retesei os braços me jogando para trás.
— Eu vou para o colégio White Rose, David. — Ele me lançou um olhar ferido e isso doeu dentro de mim.
— Você? Rosa Branca com um monte de filhinhos de papai? Nossa, agora vejo porque não quer me beijar. — David estava debochando de mim de um modo sarcástico, seu olhar era de desdém naquele momento.
— Para, agora. — Avisei, já estava a ponto de explodir com essa história.
Ele arrumou a postura e por ser mais alto que eu, abaixou o olhar para me encarar, estávamos um centímetro afastados e ele olhava-me com desprezo.
— Espero que a nobreza goste de imundice como você. — No mesmo instante eu dei um tapa bem forte na cara dele. Sentia as lágrimas brotarem dos meus olhos, elas caiam em abundancia e meu rosto já se tornava quente pelo nervosismo dentro de mim.
Ele espalmou a região e virou seu olhar pra mim, eu tentei me segurar, mas, levantei o dedo para dizer minhas palavras finais.
— Nunca mais apareça na minha frente... — Eu cutuquei o peito dele com autoridade. — Nunca mais... — Repeti pausadamente para que ele entendesse.
David estava pasmo demais consigo mesmo, eu presumo. Pois, ele nem mesmo disse mais nada, apenas deu as costas e entrou no seu carro como se nada tivesse acontecido, deu a partida e foi embora. Ele era o meu melhor amigo e me abandonou simplesmente por não querer me jogar em seus braços e deixar que o prazer nos envolvesse.
Eu sequei as lágrimas e recompus-me antes de entrar em casa, atravessei a rua e percebi que ainda usava a jaqueta dele. Parei ao lado da lixeira externa de casa e a tentação de jogar aquela peça de roupa no lixo era instigante, mas, eu não era assim e nunca seria. Não darei esse gostinho ao David. Então, apenas entrei em meu lar e fui direto subindo as escadas.
— Branca!? — Miranda gritou lá de baixo para mim, mas, fui direto tomar um banho para relaxar-me por completo. Em pleno banho, minhas lágrimas insistiam em me perturbar e eu gemia de dor e decepção. — Irmã? — Miranda chamou do outro lado da porta. — Está chorando?
Eu abracei a mim mesma, sentindo a água quente me tocar.
— Não precisa se preocupar. — Tentei soar calma, mas, minha voz falhava em meio ao choro sufocante no meu peito.
— Pedimos pizza Branca. — Sua voz revelava que ela estava preocupada comigo. — Por favor, vem jantar conosco.
Eu respirei tentando conter o nervosismo, minhas mãos tremiam com essa situação, mas, tentei permanecer tranquila e não pensar muito nisso.
— Eu estou sem fome, por favor, me deixa sozinha? — Respondi, pedindo em suplico que Miranda me deixasse em paz, orava em pensamento para que ela fosse embora e desistisse de querer saber o que estava acontecendo, porque, nem mesmo eu sabia como responder.
— Tudo... bem. — Miranda desistiu e logo após, não se ouvia mais ela falar. Eu suspirei aliviada e sai do chuveiro, secando-me dentro do box e abrindo a porta do banheiro. Caminhei pelo meu quarto e coloquei um conjunto de pijama da cor rosa, com estampa de bolinhas.
Apaguei a luz e ajoelhei-me no chão, coloquei as mãos em cima da beirada da cama e as entrelacei, começando a minha oração.
— Deus, como está doendo o meu coração! As palavras doem mais que uma adaga penetrando o meu peito, Senhor! Consola-me com teu Espírito e permita que eu durma em paz, com a mão de Jesus me tocando e dando forças. — As lágrimas molhavam minhas mãos. — Ajuda-me papai... — Chorei com sofrimento no peito. — Ajuda-me... — Olhei para o chão, enquanto o nariz escorria e os olhos ardiam já com tantas gostas saindo deles.
(Salmos 34:17, 18.).
Veio em mim esse pensamento. Eu enxuguei as lágrimas e procurei pela minha bíblia, ela estava acima da minha cômoda e assim eu abri onde – creio eu fielmente – o Espírito Santo mandou.
"Os justos clamam, e o Senhor os ouve e os livra de toda as suas angústias. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito." (Salmos 34:17, 18.).
Então eu suspirei profundamente, levei a bíblia até o coração e o agradeci totalmente em paz por aquela palavra linda.
— Obrigado Senhor... obrigado. — Eu limpei o rosto e após finalizar minha oração, deitei-me na cama e fui descansar.
Uma paz invadiu o meu quarto... Deus está aqui comigo, eu sabia profundamente disso.
— Obrigado papai... — Sussurrei já despencando de sono e dormir.
♥♥♥
♥ Se você chegou até aqui, deixe sua opinião e voto? Ajuda-me muito! Obrigado realmente pelo carinho e espero te ver no próximo capítulo, okay? ♥
♥ Participações:
♥ Amanda - PrincessesinGod ♥ Nayara - Naaayaah ♥ Samara - Samaraalencar3 - ♥ Miranda: WildymaraMiranda ♥ Helen - HeleneValter ♥
♥ Por enquanto, vou marcando as participações, tchau! ♥
♥ Até a Próxima... ♥
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