♥ Capítulo 08 ♥
Nota: Espero que gostem do capítulo, não esqueçam de deixar seu voto, comentário e agradeço por tudo isso. Toda Honra e Glória sejam dadas ao Pai, Filho e Espírito Santo! Boa leitura e até a próxima pessoal! Hehe.
O sol da manhã era quente e suave, agradável aos meus olhos. Helen ainda dormia silenciosamente, enquanto eu levantei da cama e fui tomar um banho de banheira, desvanecendo qualquer tipo de pensamento que atrapalhasse meu dia. A única coisa que ainda me incomodava, era o fato de realmente ter beijado o príncipe Thomas e ainda mais, Jonathan ter visto a cena.
Apesar disso, Jonathan não pronunciou nada a respeito, nem mesmo perguntou. Ele simplesmente ignorou o ocorrido e se manteve quieto, apenas falando sobre outros assuntos comigo. Esse evento aconteceu há um tempinho, faltava apenas um mês para completarmos seis meses de estadia aqui.
Haverá um baile de comemoração. O Baile de Verão.
As férias também estão chegando, quem veio do exterior, ficará no colégio e poderá sair livremente em horários programados, sendo supervisionado por algum professor, coordenador ou supervisor. Minhas colegas já estavam loucas para esse evento, a procura de um par para dançar, no entanto, eu possuo coisas mais importantes para me preocupar.
— Eu quero tanto encontrar alguém... tanto. — Ana Caroline choramingava, enquanto segurava seu violão sem prestar atenção, quase o deixando cair no chão.
— Eu já tenho um par. — Paula Monique se vangloriou, esboçando um sorriso ponta-a-ponta, sem qualquer vestígio de preocupação.
— Eu conheço? Primeiro preciso aprovar... — Avisei autoritariamente, ela olhou para cima, como pedindo paciência a Deus, depois voltou sua atenção a mim.
— Sério isso? Mamãe...
— Espero estar sendo uma boa mãe...
— Posso bater nela? — Paula olhou para as meninas.
— Se quiser arriscar, só não venha reclamar de qualquer ferimento. — Samara consentiu, instigando a jovem e lancei um olhar mortal para ela. — Que foi? Só estamos brincando. — Encolheu os ombros, desviando o olhar do meu.
— Também estou, no entanto, eu espero que tomem muito cuidado com as pessoas que escolhem. — Aconselhei, esperando que compreendessem.
— Sabemos... sabemos... — Tamires respondeu, com os olhos fechados e de um jeito entediada.
— Concordo com a Rosa, toda devemos ficar espertas. — Helen me defendeu, entendendo o que penso. — Hoje em dia, os meninos só sabem tirar proveito, depois jogam foram como se fossem descartáveis.
— Sabe de verdade que nunca faríamos isso, por isso irrita quando nos trata como se fossemos crianças, sendo que temos a mesma idade, Branca. — Victoria bufou, apoiando seus cotovelos nas coxas, enquanto parecia irritada com algo.
— No entanto, Branca é a mais coerente e responsável de todas nós, apesar de ser bastante fechada e reservada, ela nos defende com unhas e dentes. — Anny comentou.
— E está disposta a se machucar só para nos proteger. — Lilla acrescentou, observando o seu baixo, sobre aonde devia afina-lo para começar a tocar.
— Parem meninas, já chega dessa conversa, Victoria sabe disso tão bem quanto todas. — Vitória defendeu nossa amiga, irrompendo aquela conversa.
— Depois iremos conversar Victória, a sós. — Falei a ela, a mesma só deu de ombros e prestou atenção no seu instrumento, ela estava triste e amargurada, com alguma coisa.
Após o silêncio andar por toda sala, o professor ou melhor, maestro de orquestra clássica, considerado um dos melhores, adentrou a sala que mais parecia um teatro. Todos estávamos assentados em cadeiras vermelhas, em cima do pavilhão e direcionados para as poltronas a nossa frente, para as pessoas nos assistirem, por enquanto era somente nós ali. Ensaiando.
Perlustrei por alguns minutos, observando cada pessoa ali presente, sempre tive a mania de examinar as coisas, querendo grava-las na mente, o que me ajudou bastante a guardar a matéria na cabeça, tirando assim notas altas.
O mastro se colocou próximo a margem do palco, segurando uma batuta em suas mãos cobertas por mangas brancas, ele usava uma roupa mais simples, no entanto, com certa sofisticação. Camisa branca com mangas compridas, calça e sapatos pretos sociais; cabelos negros levemente penteados, emanava também um cheiro refrescante, o que me chamou a atenção.
Ele era novo. Não tinha menos de vinte cinco anos, mesmo assim já se tornará um dos Grandes e com certeza, se orgulha disso. Podia ver simplesmente pela forma em que conduzia a orquestra, com suavidade e delicadeza, fechava os olhos e se permitia sentir a música como se fizesse parte dela. Seu nome? Geovanny Linceu.
Podia notar o sorriso doce que ele mantinha nos lábios finos. Seu olhar, num tom esverdeado, eram penetrantes e demonstravam leveza. Fiquei o observando por longos minutos, até nossos olhos se cruzarem e desviei. Conseguia sentir, seus olhos em mim, mas não voltei a olha-lo.
— O maestro está te encarando... — Naiara Aimee cochichou a mim.
Fingi me fazer de desentendida.
— Hein?
— Aquela não é Maryana Jasmin? — Bex comentou, olhando na direção da belíssima jovem, que conversava com o maestro, seus longos cabelos cor de avelã, são belos e possuem um brilho a mais; a pele branca, mais os olhos com a mesma cor das madeixas, lhe davam um ar bem meigo, ela tinha um rosto gentil. Parecia ser tímida e reservada.
— Quem é ela? — Perguntei as meninas, sem tirar os olhos da menina.
— Só uma pianista prodígio e futura herdeira do trono de Surgens, um dos reinos pertencentes ao continente fideniano. — Kathleen esclareceu.
— Linda, meiga e muito bem-comportada. — Ingrid acrescentou.
— Dizem que ela é antipática, não conversa com ninguém e mantém uma paixão platônica pelo maestro. — Andreza falou.
Arqueei a sobrancelha a elas, curiosa por saber aonde conseguem essas informações tão claras e objetivas. Por acaso estávamos na série Gossip Girl?
— Conseguimos essas informações no blog do reino e as outras fofocas, no site da escola, aonde todo mundo comenta sobre os nobres. — Bárbara me mostrou em seu celular, o famoso link e sim... estávamos no Gossip Girl.
— Ele é bem bonito, mas não é velho demais para ela? — Perguntei.
Ingryd me olhou com incerteza, nem mesmo sabia o que responder.
— Olha... o amor não tem idade, mas ela é a futura rainha do reino, sabe que deve escolher aquele que ama, mas também será um ótimo rei, eu acho. — Le Freire respondeu sem muita convicção.
— Deveríamos conversar com ela? — Thais sugeriu.
— Talvez, sei lá... — Veronica falou. — O que acham?
— Ela parece realmente legal, deveríamos dar uma chance, ainda mais porque ela toca piano então estará conosco nas aulas. Não custa fazer amizade. — Argumentei.
— Verdade, concordo e deveríamos mesmo, vai ser divertido. — Alicia consentiu, junto das meninas, animadas demais para conhecerem a princesa.
— Rosa Branca faz isso, todas concordam? — Lorraine sugeriu, levantando a mão em votação e todas as meninas fizeram o mesmo.
Olhei seriamente para todas, pensando estarem zombando com a minha cara.
— Você que sugeriu e sabe fazer amizades com os nobres, é amiga até do protegido da Rainha. — Amanda fez pouco caso de mim.
— Realmente você quer me desafiar, senhorita? — Pestanejei os olhos, intimidando ela.
— Bem... — Ela desviou olhar, olhando para as meninas. — Preciso estudar, licença! — Rapidamente todas se aquietaram nos bancos, no segundo que o maestro iria começar o ensaio. Mesmo assim, continuei a observar Maryana, ela tocava o piano com delicadeza e parecia alheia naquele momento, absorvida pela música.
Aquilo me encantou, ainda mais porque ela tocava o instrumento que amo de paixão, o piano. Faço aulas desde pequena, já participei de competições e ganhei algumas, amo tocar nas teclas e ouvir o som calmo sair delas.
Após o término do ensaio, todos começaram a sair aos poucos, guardando os instrumentos e indo embora. As meninas me abandonaram como sempre, ao perceber que havia pouca gente, fui na direção de Maryana, ela estava atenta as suas coisas, sem perceber a minha aproximação.
— Maryana? — Chamei e ela paralisou, virou seu rosto rapidamente e me observou dos pés à cabeça, parecendo intimidada com algo. — Sou Rosa Branca e acabei de saber que você estudará comigo nas aulas de piano, pensei em conversamos um pouco, o que acha?
Um silêncio permaneceu entre a gente. Ela pareceu pensar na ideia por longos minutos, apesar de aquilo estar me matando, esperei com paciência. Maryana pareceu incerta, sem saber se aceitava ou não.
— Bem... não quero força-la a nada, quando achar melhor, só me chamar. — Sorri cordialmente, querendo demonstrar que realmente gostaria de ser amiga dela, normalmente.
— Tu-tudo bem, é que não sou muito boa com conversas, apesar de...
— Ser uma princesa herdeira?
Ela consentiu com a cabeça, sem parecer surpresa por eu saber essa informação. Sorri amigavelmente.
— Eu ainda não lhe conheço Mary, mas vou apenas te dizer isso: Seja forte e acredite em si mesma. — Respondi. Ela arregalou os olhos espantada, sorri normalmente e pedi licença a ela, antes lhe dei meu número para conversarmos por mensagem.
— Rosa Branca? — Antes de sair, ouvi o maestro me chamando. Olhei diretamente para ele, indo na sua direção, ele sorriu.
— Diga maestro.
— Bem... vou indo. — Mary disse, observamos ela sair da sala e nos deixar a sós, estávamos sozinhos ali no palco, eu queria ir embora o mais breve possível, tinha coisas a fazer.
— Quero pedir que cuide bem da Mary, ela é uma doce garota e não conversa muito com as pessoas, pois tem muitos afazeres reais e com isso, não tem tempo para socialização. Mas você já é famosa por ser influente entre os dois príncipes mais importantes, Thomas e Jonathan. — Segurei minha língua, pois não gostei dessa informação sobre ser famosa, por causa desses loucos.
— Algo mais?
— Continuando... percebo também a forma que protege suas amigas, por isso acho que será ótima influência a Mary, ela precisa de alguém em que possa confiar, você me parece a pessoa certa.
Bocejei e esfreguei o rosto.
— Tudo bem maestro, fico feliz que ache isso, apesar de tudo, sempre protegerei as minhas colegas e se Mary quiser ser uma delas, ela é bem-vinda, todos somos iguais, com defeitos e qualidades, devemos nos aceitar assim e amar uns aos outros como Jesus Cristo fez. Algo mais? — Ele negou com a cabeça. — Tudo bem, vou indo.
Dei as costas a ele, saindo do palco e indo embora. Ao sair, sabia que precisava encontrar com Jonathan e com certeza ele já estava me esperando.
Andando pelo corredor largo, um pouco alheia das coisas, começo a notar que alguém estava me seguindo, aos poucos aumentos os passos para despistar a pessoas, mas isso não ocorre, quando encontro uma saída para esquerda, entro normalmente e espero a pessoa passar, no entanto, ela me segue e no momento que coloca os pés na minha direção, eu jogo minha mochila na cara dele.
— Quem foi a pessoa que se atreve a fazer isso? — Ele perguntou furioso. Havia caído no chão com a pancada, o ajudei se levantar e era um belíssimo homem, com belos olhos negros e profundos, cabelos curtos e castanhos, corpo formoso e bem-vestido.
— Me perdoe senhor... pensei que alguém estava me seguindo. — Pedi desculpas, ainda desconfiada dele.
— Sem problemas, mas da próxima vez, tenha um pouco mais de cautela... pode ser que se machuque... — Aquela voz me arrepiou todinha. Este, era o homem a qual havia entrado no banheiro naquele dia, eu sabia apenas pelo som da sua voz.
Gelei. Apesar dele se portar agora como um simples homem, aquelas palavras no banheiro, eram ameaças e... não sabia como reagir.
— Oh, vossa alteza, como está? — Paralisada, sinto uma mão atrás de mim, sendo repousada em meu ombro. Meus músculos se contraem e não consigo nem mesmo pensar, estava sem reação.
— Muito bem, Lorde Harrison, nos dê-licença. — Quando a voz de Jonathan ecoou por trás de mim, senti um alivio invadir meu peito e meu corpo relaxou, ele estava ali, então tudo ficaria bem.
— Essa deve ser a sua pessoa importante, não é mesmo? — Perguntou o lorde, me deixando nervosa de novo.
— Não entendi a pergunta, poderia ser mais claro? — Jonathan agressivamente perguntou, sem nenhuma simpatia com o lorde.
— Essa deve ser a garota a qual você gosta, saiba que muitos estão comentando sobre uma jovem que roubou seu coração, mas não irei me precipitar, espero poder conhece-la um dia, me dê licença. — O lorde pediu me analisando. Podia sentir o ar tenso entre ele e Jonathan.
Ele foi embora. Mesmo assim, ainda permanecia tensa e Jonathan se colocou na minha frente, ele puxou meu corpo para o seu e me abraçou.
— Não precisa ter medo, eu estou aqui para sempre, sabe disso. — Ele garantiu, me transmitindo conforto. Fechei meus olhos e desmaiei em seus braços.
***
Quando comecei a acordar, percebi que estava deitada em algo macio, pigarrei os olhos e após despertar, noto que estou em um quarto muito bem sofisticado e deitada numa cama casal. Olho ao meu redor e vejo fotos, várias na realidade, ao lado da cama, tem uma escrivaninha e nela, está um porta-retrato com duas crianças, uma menina e menino, eles eram loiros e naquele instante, constato ser Destiny e Jonathan.
Ouço a porta se abrir, uma senhora baixa, vestida com roupas de empregada, entra com uma bandeja nas mãos, trazendo alguma refeição.
— Depois que comer minha jovem, bata na porta que um dos guardas irá abrir e leva-la ao escritório de vossa alteza, ele lhe aguarda. — Ela pediu, assenti com a cabeça e comi torradas com requeijão, café com leite e uns dois croissants.
Após tudo isso, desço da cama e percebo que ainda visto meu uniforme, ao invés de ficar xeretando o quarto, decido bater na porta e um guarda abre, ele não diz nada e começa a andar, sigo-o até o final do corredor que dá para portas duplas, os homens ali parados, protegendo o caminho com duas lanças, as retiram e o meu guia abre a porta, me deixando passar, ele saiu e fecha em seguida.
Vejo Jonathan sentado em uma poltrona, atrás de uma mesa de escritório, ele usava outras roupas; camisa branca, blazer preto e cabelos soltos. Parecia concentrado com alguma coisa, decidi examinar a sala, estava um pouco bagunçada com bastante papeladas. Observei as prateleiras, recheadas de romances: William Shakespeare, C.S. Lewis, Tolkien. Aventuras épicas e demasiadamente complexas.
— Sente-se. — Jonathan pede. Viro para olha-lo e vejo a cadeira a sua frente vazia, sento silenciosamente e aguardo ele falar. — Precisamos conversar.
— Finalmente vai me contar a verdade? — Digo esperançosa, com um sorriso nos lábios.
— Veremos...
Nesse capítulo está nossa última integrante do elenco: MaryanaCanto. Ela é a Maryana que tem paixão platônica pelo maestro... beijinhos e bem-vinda minha linda!
Até a próxima...
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