♥ Capítulo 03 ♥ Não revisado!
Nota: Os detalhes desse capítulo será melhorado, espero que gostem dele e comentem, para eu realmente saber se posso continuar ou não... beijinhos e boa leitura! Foto acima, só ideia do tamanho do colégio ta?
Era de noite, eu estava esperando que todos fossem dormir para que pudesse mais uma vez, deslumbrar o céu num tom azul escuro, iluminado pela lua branca e pontinhos brilhantes, chamados de estrelas. Amanhã, o dia em que irei partir com Samara, Miranda e nossas amigas inseparáveis para CWR ou Colégio White Rose. Enquanto as duas permaneciam animadíssimas, eu tentava de algum modo, gravar cada pedacinho do meu país na caixinha de memórias, antes que esquecesse tudo.
— Sabe Deus? — Olhava para um ponto fixo no céu. — Sei que mesmo quando eu estiver com medo, o Senhor vai me amparar. Obrigado.
Um sorriso doce dançou em meus lábios. Imaginava o Senhor contente por minha causa, esse é o melhor presente que posso receber em toda minha vida. Aproveitei minha última semana para me divertir com os amigos e ir bastante na igreja, o pastor orou por mim e família, minhas amigas também foram e era amanhã... desejava no fundo do coração que fosse uma mentira, apenas imaginação da minha cabeça, mas quando meus olhos avistavam o passaporte, mala arrumada e outros documentos tudo junto, próximo a minha cabeceira... eu sabia que era verdade, não podia mais negar a mim mesma.
Estou partindo para White Rose.
(...)
— Tem certeza que não quer desistir? — Meu pai perguntava pela milésima vez, intimamente eu queria isso, mas imagina as oportunidades que se abriram para nós se eu conseguir chegar até o fim? Finalmente poderei dar uma vida melhor a minha família, era isso que me motivou a prosseguir.
Mamãe deu um belisco no braço dele, o mesmo choramingou e fez cara de poucos amigos.
— Poxa amor... nossas bebês estão partindo, você não tem dó não? — Manhosamente, ele respondeu, espalmando o local dolorido.
— Sério? — Mamãe debochou dele. Papai fez beiço com os lábios, minhas irmãs começaram a gargalhar com o dengo dele.
— Mamãe é má... — Ele constatou, usando uma voz doce.
— Tem certeza que deseja uma panelada na cabeça?
— Estou quietinho. — Ela revirou os olhos para ele, os dois sorriram um ao outro e depois roçaram os lábios rapidamente.
Ouvimos o barulho da buzina do carro particular que nos levará para o aeroporto. Cada selecionado(a) será levado individualmente para o local do embarque. Senti meu coração queimar por dentro, a hora havia chegado tão rápido.
— Está na hora meninas... — Mamãe comentou, nos acompanhando até a porta, com papai ao seu lado. Era perceptível as lágrimas que escorriam de seus olhos, mesmo ela tentando esconde-las.
— Tchau mãe... — Nos abraçamos. — Tchau pai. — O abracei, o mesmo não queria me soltar, mas minha mãe o repreendeu, sei o quanto ela queria que ficássemos, porém também desejava o nosso melhor. Creio nisso.
Entrando no carro, decidi não olhar para trás, da última vez que fiz isso, deixei de participar do acampamento na igreja, porque quando observei meus pais se despedindo de mim, o coração mandou voltar. Doía demais ter que ficar longe deles, minhas irmãs se derramam em lágrimas, já a minha pessoa, tentava ser forte até o último segundo; antes que eu desistisse.
— Deus está conosco... sei disso. — Sentada ao lado da janela, apoiei meu rosto na mão, vendo o céu limpo e um sol quente. Eu tinha a plena certeza, Ele estava com a gente.
(...)
— Acho que nervosa não está, né verdade? — Amanda sentada ao meu lado, no banco de espera do aeroporto, começou a me questionar sobre um tanto de coisas, fiz pouco caso das suas palavras e olhei diretamente para a minha frente, cobrindo o rosto com as mãos, tentando manter meu pensamento no lugar.
— Estou quase desistindo se quer saber, mas a sua pessoa não me deixa em paz.
A ouvi bufar, então fechei os olhos e fiquei no modo pensativo, somente aguardando o avião particular chegar para embarcarmos e seguir com a viagem adiante. Margareth, uma mulher esbelta e vestida socialmente, era nossa monitora do Estado de São Paulo, ela mantém uma expressão simpática no rosto, apesar de eu não confiar em qualquer um de primeira.
Ela nos chamou, pedindo que ficássemos numa fileira indiana, Amanda permanecia na minha frente, enquanto Veronica estava atrás. Caminhamos após a ordem de Margareth, para pista de voo, ali entramos no avião, silenciosamente, apesar da maioria estar cochichando baixinho e de longe, podíamos enxergar as emissoras de televisão, pessoas e fãs nos desejando sorte, sabia que o Brasil estava nos assistindo, assim como os outros selecionados de cada estado do país. Não sabia como reagir em relação a essa atenção dada, apenas acenava com um sorriso gentil e entrei, deixando isso para trás.
O avião era primeira classe por completo. Sentei no lugar reservado para mim, do lado da janela para minha alegria, e Lilla se sentou ao meu lado. As malas foram guardadas no bagageiro e após, algumas informações passadas sobre a decolagem, saímos da pista e... estávamos sobrevoando o nosso país para sair dele. Já sentia saudades da feijoada, arroz branco, pão de queijo e brigadeiro de panela... ai que delícia!
— Pensando em comida? — Lilla chamou minha atenção, olhei para ela e franzi o cenho.
— Como adivinhou?
— Dá para ver pela saliva escorrendo da sua boca. — Apontou com os olhos, para a pequena camada de baba em mim, limpei rapidamente e acabei rindo de mim mesma.
— Ansiosa para conhecer nossos colegas?
— Com certeza. — Respondi desinteressada do assunto, sorrimos uma a outra e eu prestei atenção na viagem, enquanto minhas colegas conversavam sobre variados assuntos que se enquadravam na categoria: Realeza. Lilla conversava com elas, enquanto eu preferia ficar em silêncio.
Não sou muito apta a conversas... gosto do doce e calmo silêncio.
Ouvimos uma porta se abrir violentamente e um dos guarda-costas que acompanhavam a equipe de monitora do colégio, entrou na nossa ala, segurando duas meninas pelo braço, cada em uma mão dele. O pior de tudo não foi descobrir que o avião havia sido invadido, mas sim porque...
— Nayara! — Samara e Miranda exclamaram em seus lugares, estáticas.
No momento que virei meus olhos para avista-la, cruzamos ao mesmo tempo e ela desviou, não conseguindo me confrontar. Levantei da poltrona, caminhando até ela e sem dar atenção a outra menina, olhava particularmente para Nayara.
— Você está numa enrascada. — Rangi os dentes, seriamente querendo dar uma ótima bronca aquela menina.
— O que pensava estar fazendo? — Miranda tentou intervir, mas no mesmo segundo, lancei lhe um olhar feroz, ela então sentou novamente no banco e não se intrometeu mais.
— Diga. — Mandei. Nayara se encolheu envergonhada. Percebi que a mão daquele homem, estava apertando o braço dela, olhei para ele e arqueei a sobrancelha. — Poderia solta-la? O braço dela é magro e com certeza, a sua mão ficará marcada.
Com desdém ele me olhou, um sorriso sarcástico formou em seus lábios e o homem de estatura alta e corpo forte, avançou seu rosto até o meu e com olhar intimador me confrontou.
— Não recebo ordens suas, jovenzinha.
— Obrigado pela sua soberba irrelevante para mim. Mas realmente é necessário segurar fortemente o braço dela? Por acaso somos ameaças a sua pessoa? Porque nem a metade dessas garotas conseguem permanecer sérias para você... — Ele riu zombeteiro. — Porém... eu não sou como elas.
Um ar tenso emanava sobre nós dois, aquele homem queria me dizer poucas e boas, sabia profundamente disso, mas se manteve calmo. Realmente não éramos ameaças alguma para ele.
— Solte a menina, senhor Parkson. — Margareth ordenou, olhando por cima do meu ombro e o arrogante em pessoa, jogou Nayara em meus braços.
— Você está bem? — A perguntei. Nayara assentiu com a cabeça e verifiquei seu braço, estava um vermelho claro, aonde aquele homem segurou. Que vontade enorme de mostrar a ele do que sou capaz, ninguém machuca a minha família.
Margareth coçou a garganta, chamando nossa atenção e me virei para encara-la, colocando Nayara atrás de mim.
— Sua irmã deve ter puxado a sua ousadia. — Margareth disse diretamente para mim, com os braços cruzados a frente do peito e seu sorriso de quem encontrará um tesouro, me assustou.
— Perdoe meus modos, senhora. — Respondi. — Mas não tolero que machuquem a minha família, simplesmente por possuírem uma posição nobre, somos todos humanos e arcarei com as consequências, pelos atos de minha irmã mais nova.
Seriamente eu dizia, olhando fixamente em seus olhos, tentando desvendar os pensamentos de Margareth em relação a essa situação. Esperava que ela não desse uma de louca e jogasse minha irmã do avião.
— Admito que os modos de Parkson foram ultrajantes, entretanto, regras são regras minha jovem e sua irmã descumpriu uma delas.
Segurei fortemente a mão de Nayara, orando em pensamento para que nada de ruim acontecesse conosco.
— Mas... vou estar dando permissão a ela, abrindo uma exceção por já estarmos em direção ao colégio, não podendo retornar. — Respirei aliviada. — Entretanto, ela terá que se mostrar capaz de permanecer conosco e isso se dá também a jovenzinha que a veio acompanhando.
Todos olharam para a menina que foi encontrada com minha irmã. As duas estavam estudando na mesma sala, 9° ano e decidiram tentar a sorte, adentrando de forma estratégica o avião que iria em direção ao colégio, como? Bem... só sei que na hora que estávamos todos adentrando as portas do aeroporto e com as atenções tomadas, Nayara e Hannah, nome da jovem, saíram dos capôs dos carros – não me pergunte como elas entraram lá; e entraram escondidas atrás de nós, passaram pelo detector de metais e na hora que o funcionário levava nossas malas, as duas contaram uma história falsa, o despistaram e entraram em uma das grandes malas.
Me pergunto como foi que aguentaram entrar num espaço tão pequeno, apesar de baixar e magras, as duas possuem quinze anos, então me sinto realmente fadada a descobrir como conseguiram essa façanha, mas meus pensamentos agora são outros.
— E como você vai se vestir? Nem trouxe roupa! — Samara perguntava a Nayara, depois de eu ter dado a nossa irmã, uma excelente bronca que ela nunca mais iria esquecer na vida, nuttelinha não se atreveu a nem mesmo me olhar a viagem toda. Eu estava muito brava, ela se colocou em perigo.
— Dou meu jeito. — Ela disse.
Dou meu jeito... pensei comigo mesma. Quero só ver esse jeito dela.
(...)
— Meninas? — Ouvi a voz de Margareth. Depois de um tempo, todas havíamos dormindo metade da viagem e quando reabri meus olhos, o avião estava parado no chão e a nossa volta, havia somente bosques com árvores longas e copas cheias. Ali era o meio do nada, para ser mais clara.
— Aonde estamos? — Kathy questionou Margareth, parecendo zonza.
— Estamos no local de pouso dos aviões exclusivos de Vossa Majestade, que são utilizados também pelo colégio. — Margareth informou, em pé nos observando. — Vamos?
Todas nos levantamos calmamente das poltronas, formamos uma fileira alinhada e Nayara estava atrás de mim, por enquanto, precisava protege-la, até ter a certeza de que tudo estava bem.
— Não saia de perto de mim... você entendeu? — Rigorosamente ordenei a ela. Nay apenas meneou a cabeça afirmando e segurei na sua mão, enquanto Miranda e Samara seguiam na nossa frente.
Saímos do avião em silêncio, apesar das meninas cochicharem entre si, no mesmo local de pouso, havia mais aviões com os selecionados de outros estados. Todos eram conduzidos por seus monitores, assim como nós. Ônibus nos aguardavam para levar até o colégio que ficava a alguns quilômetros daqui; estava de noite e minha vontade era de me jogar em uma cama o mais depressa possível e dormir. Sentia-me receosa, pois não sabia com que iria dividir o quarto.
Uma coisa que soubemos é que haverá uma cerimônia de boas-vindas no dia seguinte após nossa chegada, também que há uma lista de honra, aonde quem mantiver uma posição do 1 ao 5, ganhará um título nobre.
Os ônibus foram separados por estados também. Entrei como todos e me sentei no banco, após uma breve organização de assentos, seguimos em direção ao White Rose.
— E agora? — Vitória perguntou, com os nervos à flor da pele.
— Príncipes e princesas... — Letícia sonhou, ansiosa para conhece-los.
Minhas amigas estavam tão animadas... dava vontade de rir.
— Será que vamos nos apaixonar? — Carol Nascimento disse. Pensei nisso, só vou entregar meu coração ao prometido por Deus, nada além disso.
— Já está pensando em casar com alguém da realeza? — Ingrid brincou, as meninas gargalhavam entre si.
— Psiu meninas... — Margareth pediu. — Peço que sejam bem-educadas e gentis, está de noite e Vossa Majestade, também diretora do colégio, deve estar descansando em seus aposentos, assim como todos os outros alunos... mantenham a conversa baixa e um tom de voz bem imperceptível para os outros ao seu redor.
As meninas se silenciaram, se encolhendo em seus lugares e mantendo o tom de voz baixinho, quase não se dava para ouvir o que falavam e também não me importei. A estrada era bem feita, não sentíamos o ônibus andar e isso me impressionou. Na hora que estava quase dormindo, ele parou.
Da minha janela, consegui enxergar o portão fechado muito bem assegurado por vários guardas, todos portando espadas e armas para a segurança do pessoal. Enfileirados, os ônibus passaram e demoramos uns três minutos para chegar até o chafariz do pátio do colégio, pois a distância toda era por causa da enorme área gramada que havia, com apenas uma abertura para passar automóveis. Paramos ao lado da escadaria, do prédio escolar, enquanto dos dois lados paralelos a ele, eram outros edifícios que são os nossos dormitórios.
Dormitório Feminino e Masculino. Após sairmos dos ônibus, fomos separados por gênero e cinco monitoras mulheres no levaram ao prédio, os dois meninos eram a mesma quantidade, porém masculinos. O terreno em si do colégio, sem brincadeira, dava mais cinco estádios do Maracanã.
Num estilo bem vintage, eu e as meninas entramos no saguão do nosso dormitório. Ele era enorme e a nossa frente, havia uma escadaria que levava aos quartos, eram cinco andares e descobrimos que será divido um aposento para cada duas meninas. As duplas já foram listadas e me senti acudida naquele momento, sem saber quem irá me acompanhar.
— Rosa Branca? — Meu nome foi chamado por Margareth.
— Sim?
— Dê um passo à frente. — Ela pediu, as meninas abriram caminho para eu passar, segurando o nervosismo e transmitido seriedade com o olhar, me aproximei das monitoras e Margareth se colocou a minha frente. — Você dividirá o quarto com Helen do Estado do Ceará.
— Sou eu! — Uma jovem ergueu a mão, chamando minha atenção, calmamente ela se aproximou e gentilmente sorriu para mim, retesou o braço para um cumprimento e retribui o gesto. — Prazer, sou Helen.
— Rosa Branca. — Respondi.
— Agora que todas já estão com os pares formados, aquelas que são de um determinado andar, serão guiadas pela monitora desse andar, tudo bem?
— Sim! — Dissemos em uníssono. Foram nos entregado chaves e Marília, nossa monitora do 3° andar, guiou as meninas para seus dormitórios. Caminhando ao lado de Helen, começamos a nos conhecer devagarinho, ela disse estar muito ansiosa para os estudos e sentir um receio em relação ao pessoal da nobreza. Tentei ajudá-la a relaxar, apesar de eu sentir o mesmo.
Chegando ao terceiro andar, nosso quarto era o 321 e para que não percamos as chaves, toda vez que sairmos do dormitório, iremos pendurar nossa chave em um painel vistoriado pela monitora. Ao entrar no aposento, quase caí para trás de tão luxuoso como ele era.
— Tenha uma boa noite meninas, lembrem-se que a hora da primeira refeição é as 8:00 da manhã e não toleramos atrasos. — Marília relembrou, a agradecemos e nossas camas também já foram marcadas.
— Que luxo! — Helen exclamou surpresa. Nossas camas eram casais, com uma espécie poltrona no pé. Os guardas grandes e espaçosos, quando abri o meu, percebi que minhas coisas já estavam organizadas e as roupas, cheiravam a recém-lavadas. Isso porque, eu percebi que nossas malas haviam sido levadas antes mesmo que descêssemos do avião após o pouso dele, talvez a lavanderia seja gigante aqui, para tal serviço.
Dos dois lados da minha cama, havia duas cômodas com abajures brancos e numa delas, estava porta-retratos da minha família.
— Eles são tão cuidadosos que já deixaram tudo preparado para gente. — Comentei a Helen, que sem eu perceber já havia deitado na cama e dormido. Sorri ao vê-la daquele jeito, realmente parecia estar cansada.
Me aproximei das compridas janelas que continham cortinas finas de seda e observei o pátio ao longe, muitos guardas verificando os arredores, os ônibus já partiram e na hora que eu ia ver o banheiro, retornei meu olhar para verificar se não estava sonhando. Um lindo rapaz, conversava com uma mulher vestida socialmente, era ele... Thomas.
Gelei no lugar e no exato momento que ele iria me ver, escondi-me atrás das cortinas, não queria encontra-lo e muito menos conversar com ele, prefiro distância apesar dele ter sido gentil comigo. Não quero me envolver, nem mesmo pensar nisso.
Caminhei até o banheiro que tinha até banheira e para minha alegria, duas pias quadradas com nossas escovas e toalhas já separadas, os boxes do chuveiro eram privativos, até mesmo o vaso sanitário era como de banheiros de escola, mas bem diferente e luxuoso. Esse lugar é pura nobreza.
Como eu também estava exausta demais para fazer qualquer coisa, caminhei até minha cama, coloquei um pijama que estava em cima dela e literalmente me joguei naquele colchão tão macio que eu pensei estar nas nuvens ou flutuando, os cobertores e edredons são grossos, mas leves e nosso quarto continha além da decoração vitoriana, uma lareira pois aqui neva em dias muitos frios, e estou acostumada com clima tropical.
Antes, eu orei mentalmente o Pai Nosso que Jesus no ensinou e agradeci a Deus por essa vitória, pedi também que guardasse meu coração e dormir olhando para a fotografia da minha família.
(...)
— Bom dia damas. — Ouvi uma voz ecoar em meus ouvidos, também a cortina sendo aberta para que os raios solares invadissem o ambiente e quatro jovens vestidas com roupas de empregadas, mais uma senhora com aparência de ser a supervisora delas, acordaram a mim e Helen. Mas a voz era de Marília.
— Bom dia... — Balbuciei.
— Já são 6:30 e devem se arrumar para a primeira refeição do dia. — Marília informou. — Me deem licença, vou acordar as outras meninas, não demorem. — A observei sair do quarto e levantei para meu banho matinal.
Logo após o banho, meu uniforme lavado e passado estava em cima da cama. Cheirava a perfume floral eu amei. Ele é composto por uma camisa branca e por cima um blazer com detalhes que lembra o caule das rosas. Uma saia detalhada em vermelho com desenhos de rosas, e uma gravata vermelha igual a estampa da saia.
Também uma meia preta comprida até o joelho e sapatos da mesma cor. Sequei os cabelos com o secador disponibilizado a nós e os deixei soltos.
— Vamos Rosa Branca? — Helen chamou, assenti e caminhei ao seu lado, até fora do quarto, o mesmo será trancado pelas empregadas e descemos a escadaria até encontrar todo mundo no saguão de entrada, já com as monitoras.
— Todas aqui? — Margareth perguntou, verificando. Respondemos que sim e tentei procurar minhas irmãs e as amigas, mas as mesmas estavam no meio da multidão, então fiquei acompanhando Helen. Ao invés de sairmos por onde entramos, havia salas dos dois lados e uma dela, levava há um caminho com arcada que adentrava diretamente no corredor da escola.
Era enorme o lugar, com muitos corredores repletos de janelas do teto ao chão, bem iluminados e a cada passo, um guarda posicionado. Só sei que andamos muito até chegar ao refeitório real, o teto era como das igrejas católicas, com pinturas e no entanto, de vidro, uma palavra: lindo. O sol que passava pela vidraça, iluminava o local. Pelo local ser bem alto, havia uma espécie de primeiro andar ali que chegávamos pela escada, eram uma outra parte com parapeito, então podíamos enxergar o refeitório abaixo.
O self-service do local é bem recheado de comida. Tudo bem limpo e confortável. Cada mesa comportava oito pessoas e me sentei com Helen em uma delas, no térreo mesmo. As comidas eram de variados países, feito especialmente para os alunos, apesar de falarmos todos a mesma língua no momento, o inglês... ainda somos diferentes por causa do lugar que nascemos, significa que a cultura, comida e outras coisas também, mas parece que a diretora pensou no melhor para seus alunos, colocando um pedacinho da nacionalidade aqui.
— Oi meninas! — Amanda apareceu, acompanhadas das garotas.
— Lá vem a louca... — Cochichei e Helen riu.
— Escutei o chata. — Amanda garantiu. — Olha... essa aqui é a Kathleen. — Me apresentou uma jovem de pele branca, cabelos escuros e ondulados nas pontas e olhos castanhos.
— Oi... prazer. — Ela esticou o braço para um cumprimento, retribui o mesmo.
— Ei? Vamos juntar as mesas para agrupar todo mundo? — Le Freire sugeriu, vendo que havia muitas meninas.
— Ótima ideia! — Victória gostou, começando a puxar as mesas e a junta-las.
— Você não vai ajudar? — Amanda me questionou.
— Estou tomando café... — Respondi, havia mais de trinta meninas ali, realmente ela queria atrapalhar a minha refeição?
Amanda mostrou a língua e percebi que aquele lugar era lotado, com certeza havia mais trezentos alunos no mesmo local e provavelmente, eu iria encontrar Thomas de um jeito ou de outro. Só esperava que isso demorasse muito!
— Ei... o que pensam estarem fazendo? — Uma voz ecoou pelo refeitório e todos se calaram, como se neste momento, algo importante fosse acontecer. — Por acaso possuem ordens para fazer isso? — Observei de soslaio, era uma jovem muito bem vestida, esbelta e com longos cabelos negros, com apenas uma única diferença... ela possuía uma coroa de cristal na cabeça.
— Pensamos que não haveria problema... — Respondeu Anny, em nossa típica língua.
— Pensaram errado! — A jovem exclamou. — Só podia ser... brasileiros, me informaram que vocês realmente não tem muita educação.
— Epa... calma ai menina, não precisa apelar para a ofensa. — Miranda interviu, ferozmente.
— Você sabe quem eu sou? Para falar comigo desse jeito? — De forma debochada ela disse.
— Deixa eu adivinhar... — Me intrometi.
— Agora estamos lascadas... — Amanda murmurou.
Permaneci sentada, bebericando meu chá.
— A filha da diretora ou como todos devem saber... vossa majestade. — Olhei pra ela, com um meio sorriso.
— Realmente nem todos são tolos, sim... eu mesma. — Naquele momento, eu me levantei do banco e fui na sua direção, parei a centímetros dela e nos encaramos.
— Então como uma princesa, deve saber que o seu dever é aceitar todos os povos, apesar da falta de educação de alguns, também ser um exemplo de graça e gentileza. Não é mesmo?
— Sim. — Ela estalou a língua.
— Infelizmente, vossa alteza, a senhorita ainda tem muito o que aprender. — Respondi, a mesma arregalou os olhos, abrindo a boca para me responder, mas se manteve paciente. — Com licença.
Passei pela multidão, vendo todos me olharem surpresos pela minha atitude e ouvi a princesa me chamar.
— Ei! — Ela disse e quando me virei, uma montanha de comida estava vindo na minha direção, rapidamente eu iria me afastar, mas no mesmo instante, um corpo masculino se colocou a minha frente, protegendo-me.
— Nossa... — O pessoal exclamou espantados.
— Thomas! — A princesa gritou, ouvi os passos dos seus sapatos vindo na nossa direção e aos poucos, fui vendo que era ele... o jovem que me acudiu naquele dia da prova.
— Rosa Branca... — Ele disse de tal forma meu nome, com uma doçura sem igual que... me apaixonei de cara pelo seu sorriso... lindo.
Eu me rendi ao coração.
♥ Não esqueçam de comentar e votar, obrigado pela sua visualização... fique com Deus e até a próxima! ♥
♥ Toda Honra e Glória sejam do Pai, Filho e Espírito Santo!♥
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro