❤ Capítulo 02 ❤ Não Revisado. ❤
Eu me sentia totalmente insana nesse momento. Permitir que Amanda me obrigasse a preencher aquele bendito formulário de inscrição, foi o cúmulo da desordem mental dentro de mim.
Eu caminhava com paciência na calçada da rua, porém, Amanda estava sendo o contrário de mim. Estava eufórica demais para ela própria e não nego que ao passarmos pelo lago, me imaginei a jogando dentro dele.
Talvez assim o seu fogo apague. Pelo amor de Deus! É só uma inscrição, nada mais...
Amanda caminhava de costas para a direção que ia, ela estava de frente para mim e seu sorriso estava de ponta a ponta. Era como se estivesse prestes a ganhar uma viagem para conhecer o presidente dos E.U.A. Eu já não aguentava mais tanta baboseira.
Lancei minhas mãos pra cima, esperando conter a pouca paciência que me restava e murmúrios invadiram os meus ouvidos me chamando a atenção.
— Desculpa. — Amanda encolheu os ombros e abaixou a voz. Ela não era muito boa em enfrentar as pessoas, no entanto, eu estava aqui.
— Algum problema? — A questionei. Amanda foi contra as costas da jovem que está aguardando na longa fila a nossa frente. A garota tinha um ar sério e antipático, mas isso de forma alguma me intimidava.
— O problema é que essa garota... — A interrompi antes que terminasse a frase.
— Amanda. — Seu par esverdeado se cravaram nos meus castanhos. Ela lançou um olhar ameaçador pra mim, enquanto eu a sustentei com minha defensiva brusca.
— Sim... Amanda foi de encontro às minhas costas e realmente elas estão doendo. — A voz grave da jovem se tornou mansa. Mais uma vez vitória pra mim. — No entanto, irei relevar a situação. — Meneei a cabeça afirmando, porém, não acreditava fielmente nas palavras gentis dessa jovem.
A garota de mexas flamejante deu as costas para eu e minha colega, ela se recompôs na fila e dessa vez, conseguiu ficar umas dez garotas a nossa frente. Semicerrei os olhos para Amanda que desviou rapidamente o olhar do meu, arqueei a sobrancelha para ela esperando alguma explicação.
Mas, deixei passar dessa vez e tentei de alguma forma descobrir para que essa fila tão longa... algo que nunca vi na vida! Andei até uma jovem de pele parda, ela segurava uma mecha loira do seu cabelo cacheado e a enrolava no dedo indicador. A cutuquei de leve e seus olhos castanhos se encontraram com os meus.
— Oi? — Ela falou sem muita atenção.
— Desculpa, mas que fila é essa?
— Essa fila está indo de encontro à prefeitura, onde será feita nossa inscrição para o Colégio White Rose em Fidei. — Engoli em seco a resposta. Virei meu olhar mortal para Amanda, ela desviou rapidamente e me voltei à garota.
— Obrigada. — Respondi a dando as costas.
— Espere...
— Sim? — Respondi.
— Sou Alicia e você? — Ela estendeu a mão para um cumprimento.
— Sou Rosa Branca... — Respondi a cumprimentando. — É um prazer te conhecer Alicia. — Sorri simpaticamente. Depois nos afastamos um pouco e Amanda veio se apresentar a jovem.
— Vocês vão fazer a inscrição? — Alicia perguntou.
— Vamos. — Amanda contou com alegria.
— Legal. — Respondeu Alicia não se sentindo afetada pela risada estranha da Amanda. — Rosa? — Me chamou e a olhei. — Desculpa a pergunta, mas porque seu nome é Rosa Branca?
Eu olhei vagamente para um ponto fixo no chão e deixei as memórias ocupar minha mente. Porque eu me chamava assim? Todos perguntavam com uma espontânea curiosidade na voz, mas eu não poderia revelar a verdade, muito menos me deixar tomar pelos efeitos que ela me traria após vir a tona.
Não... o momento ainda não havia chegado. O meu nome verdadeiro na verdade não me recordo mais, ele foi esquecido dentro de mim e está à espera do dia em que se revelará, mas não seria hoje.
— Alicia, eu...
— Rosa Branca! — A voz ensurdecedora de Ana Caroline me tocou os tímpanos. Toda vez que a encontrava, ela vinha saltitando na minha direção com um sorriso de pura alegria no rosto moreno.
— Ana. — Revirei os olhos e ela se jogou nos meus braços, prestes a me sufocar até a morte. — Tudo bem, agora solta. — Seus braços se grudaram a mim e eu não conseguia me libertar. — Monique... — Olhei para nossa colega que passeava as mãos nas madeixas cacheadas. — Me ajude... — Murmurei.
— Aquele ali não é o Ivan? — Monique comentou disfarçadamente para que nossa amiga me soltasse.
Ana se afastou bruscamente de mim e procurava o garoto por todos os cantos, segundos depois percebendo a real situação, começou a tapear com Monique.
— Parou as duas. — Elevei meu tom de voz. Apesar de nunca termos brigado seriamente e tapear era apenas um gesto bobo entre nós, eu ainda assim não gostava dessa brincadeira.
— Quem mandou engana-la? — Tamires se aproximou com um sorriso debochado. Ela arqueou as duas sobrancelhas acima dos olhos castanhos para nós. Estava tirando sarro da cena.
Eu cruzei os braços a frente do peito e esfreguei a testa lamentavelmente.
— Concordo. — Milena se juntou a nós. A verdade é que minhas colegas da escola estavam todas ali reunidas, podia enxergar muito bem os cabelos castanhos com pontas vermelhas da minha amiga.
— Viraram contra mim agora? — Respondi com a sobrancelha erguida. Observando a jovem com mechas castanhas e onduladas vindo à minha direção. Era Bia.
— Quem começou foi você... amiga. — Ela gracejou de mim e bufei impaciente com aquilo.
— O que fazem aqui? — Questionei olhando para todas as meninas. Sentia o soprar do vento na minha pele, estava ficando um pouco frio naquele dia.
— Viemos nos inscrever também... soubemos que a internet está com congestionamento e não acordarei de madrugada para realizar a inscrição. — Os olhos verdes inocentes de Vitória me fitaram. Podia observar suas madeixas medianas e douradas, ela piscou pra mim.
— Então... esperaremos juntas na fila. — Respondi, no momento instante todas ficaram de boca aberta me olhando com total espanto no rosto. — Algum problema?
— Nenhum... apenas ver você se inscrevendo é algo inacreditável. — Milena se aproximou de mim, colocando-se ao meu lado.
Lancei um olhar acusador a Amanda que sorria abobada. A culpa era dela por ter feito com que eu prometesse algo em meio a sua atuação dramática no leito de um hospital. Lembro até hoje o dia em que essa jovem entrou na minha vida, estava agachada com os pés na areia fina do parquinho, observava fixamente alguma coisa a sua frente e Miranda percebeu, começou a correr descontroladamente até a menina e acabou tropeçando-nos próprios pés, chocando-se com a garotinha e as duas caíram de cara no chão.
Amanda começou a chorar descontroladamente, eu vestindo minha jardineira jeans, uma camisa com estampa floral e um tênis all star vermelho, fui à direção dela e a ajudei para reerguer do chão. Seus olhos estavam irritados com a areia, peguei-a pela mão e guiei até o conjunto de torneiras que ficavam no canto do parque – aonde podíamos beber água, lavar as mãos e etc. – e comecei a lavar seus olhos. Ela formava um beiço nos lábios e coçava região ocular para melhorar a visão.
Minutos depois, algumas meninas desocupadas vieram nos incomodar. Eu havia comprado um sorvete para nós duas e as malvadas o derrubaram no chão. Amanda estava feliz naquele momento e simplesmente essas garotas destruíram isso.
Eu não podia deixar passar... porque o choro da Amanda era insuportável, só a ajudei porque não aguentava mais as suas lágrimas de crocodilo caindo no chão. Então mesmo eu sendo menor e aquelas meninas altas, eu segurei fortemente no pulso de uma das três e expressei a cara mais séria que ela já tinha visto na vida.
— Peça desculpas. — Mandei e ela começou a rir zombeteiro, mas apertei mais o seu pulso e ela reclamou. Ela puxou o braço bruscamente para me dar um soco na barriga, estava com as pernas abertas e naquele instante, eu joguei meu corpo para baixo e passei por baixo delas... aos poucos que fui deslizando no chão, eu me reergui e com ela de costas, dei um chute forte nas mesmas e a garota cambaleou para frente e tombou.
A segunda tentou socar meu rosto, ela vinha correndo pelo meu lado esquerdo e rapidamente virei meu rosto para encara-la e dei um passo para trás, pois ela acelerou demais os passos e não conseguiu frear a tempo de ir contra a árvore, mas acabou batendo com tudo.
A terceira avançou por trás, segurava um pedaço de madeira e quando estava próxima as minhas costas, eu inclinei-me para frente e estiquei minha perna para trás, colocando força no pé para golpear sua barriga e fazê-la cair com o dorso no chão.
A primeira conseguiu se recompuser e quando estava de pé na minha direção, eu corri de modo veloz a fazendo não raciocinar direito e fui à sua direção. Coloquei as duas mãos no seu ombro direito, erguendo meu corpo, passei minha perna esquerda por cima da sua cabeça e me sentei em sua espádua, segurando seu braço destro, estiquei as pernas para prender em seu corpo e joguei-me para trás, a fazendo rodar em direção ao chão. Tudo isso em um milésimo de segundo!
Elas desistiram de continuar e foram embora o mais depressa possível. Eu tinha uns seis anos e elas doze. Desde sempre eu sabia artes maciais, aprendi a me defender muito cedo e isso me ajudou várias vezes.
— Rosa Branca? — Absorta em meus pensamentos, Amanda me cutucou e na mesma hora, eu segurei seu braço com força. Seus olhos dilataram pelo susto e eu ainda continuava com a cabeça distante.
— Rosa! — As meninas disseram em uníssono.
— Oi? — Balbuciei e elas reviraram os olhos. Depois logo percebi o ocorrido e soltei Amanda, que ficou reclamando da marca vermelha em seu braço e disfarcei não prestar atenção nela, já estava esgotada.
Entramos todas na fila, uma atrás da outra e eu como sempre, continuei no meu silêncio habitual, só aguardando aquela besteira terminar mais cedo. Senti um cutuco nas minhas costas e lancei um olhar mortal por cima do ombro para a Amanda, ela direcionou seus olhos para certo carro preto que passava do nosso lado e notei que ele estava numa aceleração baixa. As janelas eram escuras e posso imaginar que alguém importante está lá dentro nos vigiando.
Talvez faça parte da escola ou é alguém de extrema importância. Para mim, nenhum e nem outro me afeta em nada. Vinte meninas entravam na prefeitura e quando saiam, outras do mesmo numero eram chamadas, e assim por diante até acabar. Estava uma temperatura alta e eu tenho pressão baixa, o que me afeta muito nos dias quentes. Comecei a me sentir mal, ao mesmo tempo em que, ouvia burburinhos exagerados das meninas a minha frente. Amanda avançou para conferir a situação e arregalou os olhos para mim, disse que de dentro do carro, saia um belíssimo jovem que encantou as meninas.
Nesse momento, eu só queria uma sombra para me refrescar e não um garoto lindo para me atrair a atenção.
— Rosa? — Amanda franziu o cenho, intrigada. Eu não consegui responder por que a minha cabeça latejava de dor. Ela me tocou, percebeu então que eu estava com algum problema e começou a murmurar com as meninas, chamando-as para me ajudarem.
Amanda se afastou e senti meu corpo enfraquecer e as pernas cambalearem. O homem apareceu a minha frente, ele cumprimentava e observava as meninas na fila, na mesma hora em que ele se aproximou, nossos olhos se encontraram em segundos e sua beleza realmente era fascinante. Minha visão ficou turva e eu despenquei para frente, sendo acudida por braços aconchegantes.
Eu abria e fechava os olhos pausadamente e apenas enxerguei-o me olhando com preocupação, até o instante em que desmaiei completamente.
(...)
Pestanejei os olhos para me acostumar com a claridade próxima a eles. Meu corpo estava inclinado para o lado, apoiado em alguém. Minha cabeça ainda latejava e quando minha visão se tornou clara, reparei que estava em um pequeno escritório de secretária; sentada em um conjunto de cadeiras enfileiradas e o jovem ao meu lado, deixando-me apoiada nele.
Espreguicei meu corpo e três pessoas desconhecidas me cercavam naquele cômodo. Um homem alto e robusto, vestido do terno mais escuro que tinha e usando óculos pretos. Um doutor que estava verificando meu estado e o garoto, que havia me socorrido na hora.
— O que eu faço aqui? — Geralmente eu pediria explicações de um modo mais grosseiro e ameaçador, mas estava fraca demais e eles não pareciam querer o meu mal.
— Está em um dos escritórios pouco usados na prefeitura. — Os olhos negros do jovem se fixaram nos meus, suas voz era mansa e me transmitiu certa confiança nele.
— Onde estão minhas amigas? — Questionei, vendo que nenhuma se encontrava presente.
— Estão fazendo a prova, nós não permitimos a entrada delas por estar fazendo muito alvoroço por causa do seu desmaio, tivemos que deixa-las fora para não causarem transtorno. — Ele respondeu e realmente sei bem como as meninas podem ser escandalosas, porém, eu faria o mesmo se acontecesse algo com qualquer uma delas.
— Mas eu nem lhe conheço, e se for um sequestrador ou coisa pior? — Retruquei. Ele ficou com a boca meio aberta e semicerrou os olhos para mim, enquanto eu permanecia séria.
https://youtu.be/Bu2NJmeJa3Y
Tema Romântico de Rosa Branca e Thomas, vídeo acima! De o play para perceber o tempo em que a cena vai andando com o hino. Hino: Quando Deus Criou Você - Leonardo Gonçalves e Tatiana.
"Eu sempre achei difícil entender,
como duas vidas podem se tornar apenas uma .
Mas quando eu te encontrei, eu te amei .
E um milagre aconteceu, e então eu entendi,
Que Deus tem sempre um plano para nós.
É preciso paciência e ouvir Sua voz,."
Ele relaxou os ombros e esboçou um sorriso leve, infelizmente eu me senti naquele momento atraída por aqueles olhos penetrantes. O jovem esticou o braço e me afastei dele, mas continuou e foi quando percebi que era apenas para me cumprimentar. Depositei minha mão na sua e ele beijou as costas dela.
"O que será que meu Deus pensava,
quando criou você?
acho que Ele estava pensando em mim.
Por que me deu mais do que sonhei.
Deu muito mais, do que eu podia imaginar.."
— É um prazer, eu sou Thomas. Rosa Branca. — Ele sorriu por perceber que eu fiquei confusa com aquilo. Não conseguia desgrudar os meus olhos dos dele.
"Prometo que ao seu lado eu vou estar,
nas horas mais difíceis, eu contigo vou chorar.
E onde quer que a vida te levar,
o meu coração vai junto, para sempre vou te amar.
E Deus já tem um plano para nós.
É preciso paciência e ouvir Sua voz."
O doutor coçou a garganta e eu voltei à realidade, levantando rapidamente da cadeira e dando as costas pra ele e abaixando a cabeça. Caminhei em direção à saída e não dei atenção a sua voz me chamando, abri a porta e sai a fechando atrás de mim, ergui meu rosto para encontrar Tamires e Monique a minha espera.
"O que será que meu Deus pensava,
quando criou você?
acho que Ele estava pensando em mim .
Porque me deu mais do que sonhei .
Deu muito mais, do que eu podia imaginar .."
— Rosa! — Elas sorriram aliviadas e me abraçaram em conjunto. Eu sorri de volta e começaram e me levar para fazer a inscrição e prova. Ouvi a porta se escancarar e me poupei de olhar pra trás.
"Nós dois agora somos um,
E bate um só coração.
Juntos sempre viveremos.
Para sempre amaremos .
E assim eu posso perceber,
não sou nada sem você."
Não queria vê-lo novamente, nem mesmo me sentir atraída por ele.
"Você é inspiração,
move o meu coração."
Não quero acreditar em amor a primeira vista ou qualquer coisa relacionada a isso. Deus tire isso de mim, eu não quero me apaixonar por ninguém.
"O que será que meu Deus pensava ...
quando criou você?
acho que Ele estava pensando em mim .
Porque me deu mais do que sonhei."
Meu coração não será machucado de novo. Nunca mais.
"Será que Ele lembrou,
quantas vezes de joelhos
à Ele orei?
E abençoou (Deus me abençoou),
Me deu você(meu amor)."
"Deu muito mais,
do que eu podia imaginar" .
Nunca mais quero amar... porque dói.
♥
Se gostou... deixe seu voto, comentário e agradeço pela sua leitura. Fique com Deus e até a próxima. Toda Honra e Glória é do Pai, Filho e Espírito Santo!
Participações:
Bia
Tamires
PaulaMonique
Miranda
Amanda
Vitória
Milena
Alicia
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