♥ 13 ♥
Nota: Como eu já terminei o livro. #PartiuMaratonarWhiteRose.
Um estrondo assustador faz com que gritos de pavor sejam ecoados pelos corredores de White Rose. As pessoas nem bem puderam aproveitar a comemoração da Competição, pois estavam sendo atacados por homens mercenários e rebeldes revoltados. Rosa Branca não conseguia raciocinar direito, o barulho das pessoas mais as construções das modalidades sendo destruídas, impediam qualquer um de pensar. Mas ela sabia o que fazer... tinha que encontrar suas amigas!
Antes que Geovanne a impeça, ela o empurrou com força, fazendo-o cair de bunda no chão e partiu em direção ao Dormitório Feminino. No caminho, era empurrada por grupos de pessoas buscando abrigo e guardas armados. Os homens invadiram o colégio e atiravam com arcos e flechas ou armas de fogo, teve minutos que Rosa Branca teve que se agachar, para não ser atingida.
Conseguiu com êxito chegar até o dormitório, mas onde estavam as meninas? O pátio do colégio estava em chamas, pessoas tentavam apagar o fogo que se alastrava pelo chão até chegar aos prédios. Branca correu para dentro, vendo um grupinho de meninas guiadas por duas professoras, que a estavam levando a uma passagem secreta.
— Onde estão as outras? — Rosa cochichou, se juntando ao grupo.
— Vários grupos foram feitos. Há várias passagens pela escola que darão ao mesmo lugar, assim todos ficaram juntos de novo. — Anny garantiu.
Rosa se aliviou, mas enquanto não entrassem nessas passagens, as meninas estavam em perigo. Ela pegou uma espada presa a uma armadura de decoração e a segurou com toda força, nunca mataria alguém, mas pelo menos defenderia a sua vida e a das outras. Agradeceu a Deus por ser boa em esgrima, artes marciais e arco e flecha, pois sempre gostou de praticar variados tipos de esporte e hoje, eles serviram para alguma coisa.
Que Deus nos proteja! — Pensava Rosa.
Observava suas amigas com medo, umas abraçadas nas outras, tão pouco tempo estavam naquele lugar e já passaram por tanta coisa. Agora precisavam ser firmes e deixar Deus guarda-las, orando também pelos outros. Os corpos tremiam à medida que ouviam um barulho do lado de fora do prédio, às vozes dos guardas abafadas pelo som de destruição. Em pouco tempo, chegaram a uma passagem secreta, a professora empurrou o quadrado e apertou um botão na parede, ele abriu uma porta que não fez som e todos entraram em segundos, tão rápidos como asas de beija-flor.
Desciam em tropeço as escadas, pois estava tudo escuro e não conseguia se enxergar um palmo à frente do nariz, mas quando chegaram no local, viram velas acesas que iluminavam pouco o ambiente, porém as meninas conseguiram encontrar as outras. Tinha em média umas duas mil pessoas, a maioria sentada no chão abraçada aos joelhos, outros escorados nas paredes e algumas abraçadas. Os professores e professoras, enfermeiras e demais funcionários, estavam ali.
— Branca! — Rebeca exclamou ao correr na direção da amiga. — Você está bem? — Perguntou à amiga. Rebeca não deixou de notar a espada na mão de Branca.
— Sim, e as outras? — Respondeu Rosa, enquanto observava o ambiente tenso e triste. Todos ouviam os barulhos acima de suas cabeças, eram tenebrosos e transmitiam pavor a todos.
— Estão bem. Estão orando ali no canto, ajudando alguns alunos feridos e tentando serem fortes... mas é difícil. — Rebeca informou.
— Onde está Mary, Camila Antunes, Destiny e Maria Alice? — Perguntou, ao ver que as princesas e a rainha, não estavam.
— Estão em outro lugar, protegida por seus guardas pessoais. — Mila comentou. Ela abraçou Branca, estava com muito medo do pior.
— Onde está Naiara? — Branca perguntou, ao perceber que não encontrava a amiga.
— Naiara Aimée? Pensei que ela estaria com você. — Kathleen se aproximou.
— Essa não... — Lorraine fez uma careta preocupada.
— Vou atrás dela, fiquem aqui! — Branca disse, mas Monique pegou na sua mão, impedindo-a.
— Não pode fazer isso... com certeza ela deve estar com alguém. — Monique tentou convence-la, mas Branca negou.
— Sinto muito meninas...ela não está aqui e irei atrás dela. — Branca se soltou da amiga e não olhou para trás, passou pelas pessoas o mais depressa possível e saiu dali.
Quando colocou os pés no corredor, viu que o clima estava sombrio. As luzes apagadas e nem sinal de vida. Branca engoliu em seco. Olhou para os dois lados, segurando a espada com toda sua força, como se sua vida dependesse disso e escolheu um dos lados para caminhar. Foi para sua esquerda, em direção a Ala Real.
Entrou em um corredor de arcos sobre coluna e observava o pátio do colégio todo destruído. Muitos corpos falecidos no chão e se escondeu atrás de uma coluna, quando viu homens de mantos negros e mascaras estilo baile, observando as redondezas.
— Onde ela está? — Bradou o homem.
— Não a encontramos senhor. — Respondeu temerosamente o subalterno.
— Precisávamos achar essa garota. Não acredito que a Princesa de Fidei está viva! Eu devia tê-la matado naquele dia... — Ele disse.
Qual princesa ele está falando? Será Lidayana ou Maya? — Pensou Branca.
Uma gargalhada sádica ecoou nos ouvidos de Rosa, ela espiou uma mulher de vestido preto de couro colado ao corpo, cabelos loiros presos em um coque, usando salto alto, de batom vermelho e mascara branca no rosto, se aproximando dos homens.
— Huh... que estrago vocês fizeram aqui. — Ela disse com uma voz sedutora. — Encontram a imprestável da minha irmã? Pois bem, estou quase indo atrás dela para lhe enfiar a espada no coração...
O estomago de Rosa Branca embrulhou. Que mulher maligna!
— Calma Samantha! Não venha estragar os planos do chefe, não quero saber dele em cima de mim. — Rosnou o homem.
— Como sempre... — Ela estalou a língua. — Meu amor, saiba que será o maior prazer eu matar a Rainha de Fidei, minha querida irmã Joana e você pode ficar com a filha dela, a qual deveria estar morta a muito tempo, não é mesmo? — Ela o provocou.
— Como eu saberia que ela não havia morrido? Lembro-me muito bem de ter dado ordens para jogar o carro do desfiladeiro, mas meus subalternos são um bando de idiotas.
— Acha que Marcos também está vivo? — Ela supôs.
— Se ele estiver... não quero estar aqui quando Digory descobrir. — Respondeu o homem.
Quem é Digory? — Pensou Branca.
O grupo se afastou, entrando no dormitório masculino. De repente, alguém coloca a mão na boca de Rosa e antes que ela dê um golpe no adversário, ele a puxa para seu corpo e os dois se encaram. Era...
Jonathan!
— Vo-vo-você? — Branca gaguejou. Não esperava vê-lo tão cedo, ainda mais numa situação dessas.
— Vamos. — Ele respondeu e puxou-a pela mão, mas mesmo sabendo que a situação era de risco, Rosa Branca relutou.
— Porque... — Ela começou, enquanto ele continuava de costas. — Você foi embora?
— Tinha assuntos importantes a tratar.
— Importantes ao ponto de me esquecer? De me fazer chorar dia e noite porque simplesmente me senti abandonada? Você não sabe o quanto eu quero esmurrar você por me fazer sofrer dessa forma... eu te odeio.
Jonathan cerrou o punho, ele detestava ver a garota que ama sofrer. Ele se virou para encara-la e viu aquilo que mais odiava, lágrimas escorrendo no rosto dela, tão dolorosas.
— Jona... — Rosa não pode terminar.
Jonathan colou seus lábios nos dela e Branca perdeu toda a linha de raciocínio. Ele era quente, suave e viciante. Seus toques transmitiam arrepios na jovem que sentia o corpo estremecer e o coração disparar no peito, ela estava entrando num estado de prazer intenso. Tudo isso porque seu amor era tão grande pelo príncipe que sentir seus lábios pela primeira vez, era como num sonho. Porém, ele estava ali... não era um sonho.
Mas de repente... memória lhe vieram à mente com rapidez. Fragmentos escondidos em seu subconsciente que estavam sendo libertados.
Primeiro viu um belíssimo casal abraçados. Tinham coroas em sua cabeça e usavam roupas deslumbrantes. Perto deles, outros casais bem arrumados e crianças. Rosa parecia reconhecê-las, principalmente a menina de cabelos loiros. Destiny! Mas como a conhecia? Depois, um menino mais velho que ela ao seu lado, com cabelos iguais aos seus. Seria Jonathan?
— Serena... vamos brincar! — Um garoto de cabelos marrons se aproximou dela. Thomas?
— Sim Tho! — Rosa respondeu, ou melhor, a sua versão criança.
— A princesa de Fidei não pode... ela é uma dama e você um cavalheiro, meu querido. — A mulher de coroa, do primeiro casal que Branca viu se aproximou. Ela segurava em seus braços, uma bebê recém-nascida e havia outra com sua irmã, Vaninha?
— Ah mãe... poxa. — Serena respondeu tristonha.
— Venha ver sua irmã, Lidayana. — Pediu a mulher. — Maya está dormindo.
— Sim! — Empolgada, Serena se aproximou da irmãzinha de bochechas rosadas, ela dormia sossegadamente e o homem que estava ao lado de sua mãe a pegou no colo.
— Minha Serena! — Ele exclamou, fazendo cócegas na filha. — Você e suas irmãs são meus tesouros.
— E eu? — Brincou a mãe.
— Também minha querida rainha... também. — O homem respondeu.
— Marcos... meu rei. — Os dois se beijaram e Serena fez uma careta de nojo. Os pais a beijaram e os cinco agora estavam juntos, prontos para uma foto em família.
Família...
O beijo se desfez e o rosto de Rosa Branca estava quente e ela sentia-se entorpecida por alguns segundos, meio zonza. Caiu nos braços de Jonathan que a pegou no colo e observou o rosto dele, tentando se manter acordada.
— Noivo... Jonathan... Princesa... — Ela dizia até o momento em que desmaiou.
— Minha Serena. — Jonathan disse a observando adormecida.
— Branca? — Thomas estava de frente para o primo que segurava a sua amada nos braços. — O que você fez com ela? — Ele rosnou.
Jonathan apenas o lançou um olhar mortífero e deu as costas, indo na direção contrária do primo, se aprofundando na escuridão no final do corredor e desaparecendo nas sombras. Thomas não teve com persegui-lo, sua atenção foi roubada quando viu, para sua surpresa, seu pai no pátio do colégio acompanhado a rainha de Fidei.
— Alteza? — Um guarda se aproximou do príncipe. — O rei, seu pai, ordena que o senhor fique com ele.
Thomas não recusou e caminhou ao lado do guarda, mas antes de ir... notou algo brilhante e caído no chão, pegou e viu que era o colar de Rosa Branca, o guardou no bolso e permaneceu em silêncio.
O grupo dos homens de capa negra com aquela mulher loira havia entrado àquela hora no dormitório masculino, mas minutos depois, saíram sem ninguém ver e esperavam que seu "aviso" tivesse sido bastante explicativo.
∞ Dois dias depois... ∞
— E agora? Rosa Branca não apareceu e não sabemos o que irá acontecer, já faz dois dias que estamos sem aula e ninguém diz nada... a maioria não tem coragem nem de sair do quarto. — Dizia Amanda.
As meninas estavam no quarto de Rosa Branca que dividia com Helen, todas reunidas pensando aonde Branca poderia ter se metido e o que deveriam fazer a partir de agora.
— Concordo com Amanda, não sei o pensar... estamos em meio a uma guerra prestes a começar. — Alicia exclamou.
— O que Rosa Branca faria? — Carol perguntou e as meninas se puseram a pensar.
— Acho que investigaria e não confiaria em mais ninguém. — Mila respondeu.
— Mas por onde começar? Nem sabemos o que está acontecendo de verdade. — Ester bufou.
— O que acham de perguntarmos a Thomas? — Helen sugeriu. — Ele e Branca eram praticamente namorados.
— Não... ele está ocupado e se soubesse de alguma coisa, com certeza diria. Depois que o pai dele chegou, parece que o príncipe foi proibido de sair de perto do rei. — Ingrid Nadille respondeu, sentada na beirada da cama de Helen.
— Claro né? Ele tem uma cara tão séria que chega a dar medo... Deus nos livre! — Ingryd respondeu, tiritando de frio para dar ênfase no medo.
— Mas e agora? Não temos muitas opções... Jonathan não está aqui, nem mesmo Mary, Destiny, Maria Alice, Camila e Breno. Todos voltaram para seus reinos. — Andreza disse.
— Só que eles voltarão hoje, já que parece que um anúncio importante será feito aos alunos, pela própria rainha de Fidei. — Ana Caroline informou.
— Poxa... estou frustrada e com medo desse anúncio, será que nos mandaram embora? — Anny temeu.
— Acho que não... seria muito arriscado mandar um bando de jovens irem embora, se esses rebeldes estiverem pelas redondezas, os guardas não iriam conseguir nos proteger. — Bárbara constatou.
— E seria perda de tempo. Estamos presas aqui. — Kathleen falou.
— Nesse momento só temos nós... sugiro andarmos em grupos de cinco a seis pessoas, é mais seguro. — Leticia Freire propôs.
— Concordo. É mais fácil e ouvirmos os gritos de seis meninas do que uma. — Leticia concordou.
— Isso se não formos mortas primeiro. — Lilla lembrou e as meninas se calaram.
— Olha... nós temos um Deus que entregou seu filho na cruz por nós, creio que Ele sabe muito bem quando iremos morrer ou não. Nossa vida está nas mãos dEle e de mais ninguém, só morreremos quando o Senhor quiser. — Lorraine exclamou.
— Até agora Deus vem nos protegendo, não podemos fraquejar muito menos se esquecer do seu amor. — Nayara acrescentou.
— Certo. Devemos ser sigilosas e atentar ao redor, não vamos desistir. — Milena tentou ser positiva.
— A primeira coisa a se fazer... é ouvir esse anúncio da rainha, depois pensamos em outro plano. — Paula Monique sugeriu.
— Mas o que será que é? A curiosidade está me matando. — Naiara Aimée disse.
— Talvez a gente vá ficar sem aulas por um tempo até as coisas se acalmarem. Viram o estrago no pátio? — Samara pensou.
— Pode até ser... mas Vaninha poderia muito bem comunicar isso e não a rainha. — Rebeca respondeu.
— Só que a Rainha tem que ser um exemplo de otimismo e força, tendo ela como anunciadora do comunicado, as pessoas terão mais expectativa em vencer essa batalha sã e salva. — Tamires argumentou.
— Ser rainha não é fácil, ainda mais tendo duas filhas que nem se importam com o próprio país ou continente. — Tay comentou.
— Ouvi dizer que a rainha tinha mais uma filha que morreu junto do pai. — As meninas se aproximaram de Veronica para ouvirem melhor. — Acho que Thais sabe melhor.
Olharam para a amiga Thais.
— Só sei que há muito tempo, a primogênita da rainha morreu num acidente junto com o rei, Jonathan também estava junto... foi o único que sobreviveu. — Thais explicou.
— Nossa... que triste. — Vanessa se compadeceu da rainha. — Mas se eu começar a ouvir histórias assim vou me desesperar.
— Vamos então ao anúncio, não podemos nos atrasar. — Vitória sugeriu e as meninas começaram a segui-la.
— Partiu saber o que realmente está acontecendo... esperamos que não seja nada louco. — Vitória disse tentando segurar o medo.
As meninas se juntaram as outras alunas e todas seguiram para o Grande Salão.
O colégio estava todo sendo vigiado por guardas, havia homens até em lugares imprevisíveis, tudo para evitar um possível novo ataque surpresa. Estavam preparados para o pior dos piores e não se importavam em perder suas vidas, lutavam por suas famílias e nação. Portavam espadas na cintura e armas de fogo, usando armaduras que cobriam todo o corpo.
Foram treinados para matar.
Quando todos os alunos chegaram no Grande Salão, a rainha já os estava aguardando no palco, próxima a um microfone e ao receber o aviso de Vaninha, dizendo que não faltava mais ninguém, ela se pôs a falar.
— Bom dia meus alunos. — Disse com uma voz suave, mas a expressão séria. — Como todos sabem... minhas filhas não estão aptas para governarem o Continente Fideniano e as pessoas que nos atacaram, não querem ficar sem um líder que os possa governar.
— Vai me dizer que eles estão com medo de não terem um governante? — Bárbara gracejou.
— Se nenhuma das princesas aceitarem seu destino, o pai de Thomas será o próximo a governar o Continente Fideniano e podem apostar... ninguém quer este bárbaro como rei. — Thais explicou.
— Todos sabem que ele maltrata o filho e principalmente a esposa. Seria o fim de Fidei se ele assumisse o trono e por isso, as pessoas se tornaram rebeldes, estão revoltadas com isso. — Ester disse.
— Misericórdia. — Amanda clamou.
— ... por isso, iremos começar a Seleção para a escolha de uma nova governante. — Anunciava a rainha.
— Como? — Mila não entendeu e as meninas se entreolharam.
— A partir de hoje, todas as meninas dos 16 aos 18 anos, estarão sujeitas a provas e lições para que uma delas... seja a nova Rainha do Continente Fideniano. Lembrando que é obrigatório e ninguém pode recusar... uma de vocês... será a salvação do povo. — A rainha olhou diretamente para as meninas.
Não havia uma pessoa que estivesse de boca fechada diante daquela revelação. Todos estavam intrigados com essa Seleção e agora... não havia volta.
Vence a melhor rainha.
Não esqueçam dos votos, comentários e visualizações. Obrigado pela paciência! Beijinhos!
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