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Surpresas

Eu nunca senti tanta dor na vida. Mas era meu filho e eu faria tudo de novo para tê-lo em meus braços. Sem contar que o  Henri estava ali do meu lado segurando minha mão toda vez que a médica dizia para eu empurrar. Foi quando ouvi um choro  que meu mundo congelou. O médico colocou ele em cima de mim por alguns minutos e eu chorei por finalmente conhecê-lo. Olhei para o Henri que também estava emocionado e sorri. Ele beijou meu rosto com lágrimas rolando.
- Obrigado, amor.
Eu sorri para ele e voltei minha atenção para o meu filho.
- Seja bem-vindo, meu amor. - 
Os enfermeiros tiraram ele de perto de mim para limpá-lo e eu já estava com saudade dele quando fui enviada para outro quarto. Ficamos a espera do Gabriel. Pouco tempo depois, uma enfermeira entra no quarto com meu filho em uma espécie de berço e assim que ela me entregou, eu me senti a mulher mais completa desse mundo. Enquanto isso, Henri não saia de perto de nós, olhando toda a cena admirado e emocionado.
- Você quer carregar?
Ele me encarou com os olhos brilhando e eu ajeitei o Gabriel em seus braços. Pude ver as lágrimas caindo e foi nesse momento que eu percebi que eu o amava como nunca amei ninguém. Ele embalou o nosso filho que dormia tranquilo em seu colo com a expressão de um pai orgulhoso.
Ao longo do dia, recebemos várias visitas e o quarto foi se enchendo de ursos e balões. O médico veio me examinar e disse que dali algumas horas iria me liberar já que não tinha nenhuma intercorrência e foi parto normal. Depois que todos foram embora, Henri se aproximou de mim, sentando na ponta da cama.
-Tenho uma surpresa pra você. - Ele me encarou, enigmático.
Eu me ajeitei na cama, quando minha família entrou em peso no quarto e eu não podia ficar mais feliz. Afinal eles eram meu porto seguro e eu sentia tanta falta deles. Recebemos presentes e abraços que não acabavam e eu olhei para o Henri e sussurrei:
 - Eu te amo!
Ele sorriu e ali estava o Henri que eu conhecia, com o sorriso no rosto, esbanjando alegria. A bagunça estava formada quando o médico chegou e colocou todo mundo para fora, já que, pedir minha família silêncio era quase impossível. Assim que ficamos só eu, Henri e nosso filho ele se aproximou e disse:
- Eu tenho mais surpresas quando sairmos daqui. - Henri anunciou.
- O senhor não acha que está me paparicando demais não? Olha que eu me acostumo mal.
- Giovanna, Giovanna.
Nós rimos das provocações. Ele me beijou tranquilamente e depois disse:
- Eu pretendo te paparicar o resto das nossas vidas.
E então eu sussurrei:
- Se você continuar me provocando assim eu vou te agarrar nesse hospital.
Ele deu um sorriso malicioso e respondeu:
-Temos um de menor no recinto por isso se comporte.
Nós rimos e então o Gabriel começou a chorar tomando nossa atenção. Depois de amamentá-lo, a enfermeira veio para ajudar com o banho e Henri me ajudou a ajeitar tudo. Passamos no consultório e o médico passou uma lista de precauções e recomendações. A parte ruim? Nada de sexo durante um tempo. Olhei frustrada para Henri que segurou o riso e só então fomos embora. Colocamos Gabriel no assento para bebês e durante a trajetória eu percebi que não estávamos indo em direção ao meu apartamento.
- Henri! Onde estamos indo?
- Para a segunda surpresa...
Comecei a ficar ansiosa, quando ele estacionou perto de uma casa linda, com um jardim enorme.
- O que...?
- Bom, já que começamos uma família achei que precisaríamos de um lugar para recomeçar, então comprei essa casa.
Ele abriu a porta do carro e me ajudou a descer. Depois pegou o Gabriel no colo e me guiou até a entrada. Ao abrir a porta da casa eu me surpreendi com tamanha beleza e simplicidade. Olhei para ele maravilhada com tudo, quando ele abriu outra porta. Era um quarto todo decorado em azul, todo ornamentado.
-Quando você fez isso tudo?
- Bom... Fiz algumas ligações e minha irmã ajudou na decoração.
Me aproximei dele, sentindo a emoção se espalhar por mim.
- Você tem sorte de nós não podermos fazer nada, se não você estaria perdido Sr. Henri! - Brinquei.
Ele me deu um leve beijo e continuamos a exploração pela casa. Henri colocou Gabriel em um carrinho que estava no quarto e nos guiou até outra porta. Quando essa foi aberta, me deixou sem fala. Tudo porque tinha um jardim enorme com uma mesa no centro, uma bacia com champanhe e o lugar estava cheio de rosas. E então quando me virei para encará-lo, ele estava ajoelhado com uma caixinha aberta e um sorriso maravilhoso.
- Eu sei que começamos tudo ao avesso, mas dessa vez quero fazer a coisa certa. Eu nunca amei ninguém como eu te amo, nunca me entreguei dessa forma e hoje já não vejo minha vida sem você, por isso o que eu quero e me deixaria mais feliz do que já sou é que você aceite ser minha mulher daqui a eternidade. Giovanna. Quer casar comigo?
Eu não sabia se ria ou chorava. Puxei ele para um abraço e acabamos caindo na grama. Tomei o rosto dele, fazendo nossos olhares de encontrarem e respondi.
- Eu aceito!
E nos beijamos, selando assim algumas certezas para o futuro. Afinal nós não somos perfeitos mas o nosso amor nos tornava um só e tudo isso já era mais que suficiente.

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