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A familia

Acordei com a luz entrando pela janela, inundando e iluminando o meu quarto. Tratei de levantar e me arrumar para mais um dia de trabalho. Entrei no banheiro, tomei um banho rápido e escovei os dentes. Como estava muito calor, optei por uma blusa curta, uma saia longa e prendi meus cabelos em um coque bagunçado. Saí do meu quarto e ouvi pessoas conversando no andar de baixo. Desci as escadas correndo e já estavam todos à mesa!

Minha família é enorme, e posso dizer que algo que é característico nosso é a energia e disposição! Só na parte de meus pais, somos seis irmãos. O Sandro é o mais velho. É casado com Milena, com quem tem dois filhos: Luna e Luca. Depois do Sandro vem a Bianca, que é casada com o Enzo e está grávida da Giulia. Em seguida, vem a Francielle, que está noiva do Lorenzo. Também tem a Rita, que é casada com o Pietro e tem três filhos - o Giovanni, o Paolo e o Benito - e o Enrico, casado com a Mia, que está grávida da Paola. E tem eu, a caçula solteira da família. Em uma família extensa como a nossa, é de se esperar que todos os filhos a certa altura já tenham se casado, construído uma família. Ou pelo menos é o que meus pais esperam de mim. E eles amam cobrar um casamento!

Meus pais estão casados há muitos anos e adoram ter a casa toda cheia! No café da manhã, da tarde, no almoço, no jantar... são panelas e panelas de comida e há sempre crianças correndo em volta da mesa fazendo bagunça. Foi nesse ambiente barulhento, acolhedor e principalmente amoroso que eu me criei. E é nesse mesmo ambiente que eu vejo meus sobrinhos crescerem. Mas eu amo essa nossa identidade de família italiana. La nostra famiglia!

Assim que chego na mesa, todos me olham e me cumprimentam com o famoso "buongiorno" (bom dia, em italiano) e eu me sento perto do meu pai. A mesa como sempre está farta, e eu pego um pãozinho, café e leite. Ao meu lado, meu pai diz:

- Minha bambina, hoje o dia está belíssimo e tenho a sensação de que vamos ter uma safra enorme! - os olhos do meu velho brilhavam de expectativa e animação.

- O senhor e suas sensações, pai! - eu digo para mexer com ele. Sei que no fundo isso é fruto de um conhecimento acumulado de anos sobre plantação e colheita. E ele sempre acertava nas previsões.

Estavam todos conversando sobre o casamento da Fran, que seria daí a duas semanas, quando minha tia entra gritando:

- Buongiorno, família linda! - Minha tia, que é irmã da minha mãe, é querida por toda a família. Ela tem quatro filhos que viviam praticamente lá em casa. Sabe aqueles primos que crescem junto da gente, que parece até irmão? Pois era assim com os filhos da tia Donatella. Tínhamos um carinho especial por todos eles e por isso não nos largávamos.

Assim que acabamos o café, fomos todos para as videiras, participar da colheita das uvas para a festa deste mês, enquanto minha mãe e minha tia ficaram em casa para arrumar a bagunça. O período de colheita é tradicional em toda Itália, principalmente na região da Sicília, onde morávamos. Era uma época de celebração e festas, além de dar início à produção do vinho. Nossa família era tradicional no mercado viticultor. Apesar de sermos produtores locais, éramos conhecidos há gerações pela qualidade dos vinhos Pinot Noir. E sempre prezamos pela qualidade acima de tudo. Esse ano não seria diferente.

Sempre tivemos muito cuidado ao escolher as melhores uvas. Parte da nossa colheita era feita a mão, parte por máquinas, para manter o ritmo sob controle. Meu pai havia nos ensinado desde pequenos como escolher as melhores, e simplesmente sabíamos só de olhar quais cachos estavam ideais para irem para os tanques! Eu, meus irmãos e meu pai nos preparamos para o dia. Chegamos à vinícola e de lá nos dirigimos para as plantações. Peguei a minha cesta e comecei a colher, pois o dia seria longo. Como a família era enorme, o trabalho era cercado de risadas e discussões! Demos uma pausa para o almoço e estávamos dando um tempo para retornar, quando meu irmão Enrico chegou perto de mim e disse:

- Você já conversou com o pai? - ele perguntou a meia voz.

Fiz sinal para que ele fizesse silêncio e respondi baixo:

- Ainda não, Enrico, e você me prometeu segredo.

-Gio, eu não contei nada para ninguém, mas você sabe que o pai não vai concordar com essa ideia! - o tom dele era de preocupação. Embora eu soubesse que meu irmão torcia por minha felicidade, ele conhecia nosso pai muito bem. E eu também. Acho que por isso estava adiando essa conversa. Mas eu sabia que meu desejo era maior que o medo da reação de nosso pai.

- Não custa tentar, Enrico! Eu não quero ficar aqui para sempre. Eu quero estudar! - eu disse, sabendo que meu pai estremeceria com a pequena menção de faculdade que eu fizesse.

- Gio, o pai quer todos aqui. - ele disse em tom de advertência - Mas eu estou do seu lado. - acrescentou.

Eu sorri para ele. Sabia que poderia contar com meu irmão. Ele entendia meu desejo e me apoiou desde quando eu contei para ele sobre a minha vontade de ir para a faculdade.

- Vou conversar com ele essa noite. - respondi. Enrico se afastou e eu fiquei pensando em como abordaria o assunto com o meu pai. Sabia que não seria fácil convencê-lo a me deixar ir. Mas era meu sonho e eu precisava lutar por ele.

A noite chegou mais rápido do que pensei e, antes do jantar, chamei o meu pai para conversar. Ele achou estranho mas me seguiu. Fui em um canto que só estávamos nós dois. Percebendo meu nervosismo, meu pai disse:

- Pode falar, minha bambina!

Mal sabia ele o que eu estava prestes a pedir. Não tinha como mais postergar, essa era a hora.

Olhei para ele e respirei fundo. Precisava ter coragem nesse momento.

- Pai, eu quero estudar! - eu falei, com convicção.

Assisti o semblante dele mudar, o rosto ir de branco para vermelho. Várias emoções passaram pelo rosto dele. Raiva, indignação, frustração, dúvida. Dei um tempo para ele processar. Até que ele arregalou os olhos e disse:

- Tem muitas escolas italianas...

- Não, pai! Quero fazer faculdade! - eu continuei.

Ele começou a elevar a voz:

- Você quer sair de casa? Giovanna, não te falta nada aqui! - e eu sabia que seria uma batalha difícil de ser vencida. Para o meu pai é difícil imaginar a família "se desfazendo", mesmo que eu não estivesse de fato indo embora de casa.

- Papa, eu sei, mas o mundo mudou e eu quero estudar. Talvez ajudá-lo a administrar isso aqui! - segui argumentando. Queria que meu pai entendesse a importância que tinha para mim, mas ele parecia irredutível.

- Não admito isso em minha casa, Giovanna! Sabe do que você precisa? De um casamento! - de novo essa história de casamento. Eu já estava cansada de ouvir isso.

Eu comecei a ficar irritada e respondi:

- Pai, o que isso tem a ver com o fato de eu querer estudar? - por que essa ideia ultrapassada de casamento?

- Tudo! Se já tivesse casado e cheia de bambinos não pensaria tanta besteira...

-Pai! - aquilo estava me irritando. Parecia que tínhamos chegado a um impasse e não sairíamos do lugar. Nenhum de nós ia ceder. A teimosia pesava dos dois lados.

Ele me interrompeu e disse:

- Você não vai e pronto! - a voz dele era firme e indicava que ele já havia tomada sua decisão.

- Mas... - eu comecei.

- Mas nada! Assunto encerrado! - e saiu batendo a porta.

Eu comecei a chorar. Eu queria mais para mim. Entendia o lado dele. Família era tudo para o meu pai. Mas eu queria mais que isso para mim. Queria estudar, trabalhar, conquistar as minhas próprias coisas. Meus irmãos já estavam seguindo esse caminho que ele queria. Por que eu não poderia ter direito a uma escolha diferente?

Minha mãe entrou no quarto e se juntou a mim:

- Bambina, eu vou conversar com seu pai. Ele precisa parar de ser tão cabeça dura. - ela intercedeu,

- Mãe, eu não vou abandonar vocês! Eu só quero estudar. Eu já tenho 24 anos e não comecei até hoje! - não era justo.

- Se é o que você quer é o que você vai fazer! - minha mãe me aconchegou. Por incrível que pareça, ela estava do meu lado nessa. Eu tinha ganhado uma aliada forte, porque se tinha alguém que meu pai ouviria, esse alguém era a minha mãe.

Abracei ela mãe fortemente e disse:

- Obrigada, mãe! - e me acalmei. Teria que usar todos os artifícios se eu quisesse mesmo ir estudar.

- Oras! Você é minha bambina e merece ser feliz! - Ela apertou minha bochecha e foi para a cozinha.

Todos chegaram para o jantar mas eu não estava com nenhuma fome. Ao invés de descer, me tranquei no quarto e fiquei ouvindo meu pai contando para todos que eu coloquei na cabeça que queria estudar. Como se eu tivesse dito a ele que queria destruir toda nossa plantação. Para minha surpresa, todos me apoiaram, o que deixou meu pai ainda mais furioso! Talvez não estivesse tudo perdido. Se eu tivesse apoio suficiente, talvez conseguisse convencer meu pai de que era uma boa ideia.

Um tempo depois, minha mãe bateu na porta e, quando eu abri, ela me entregou um prato de comida. Para ela, a comida fortalecia e curava qualquer coisa:

- Coma, Giovanna, e não deixe esse seu pai abalar seus sentimentos! - ela disse com ternura.

Sorri para minha mãe e peguei o prato. Até hoje não entendi como eu não engordava. A "mama" sempre nos enchia de comida! Na alegria, na tristeza e em todos os momentos.

Comi um pouco para não desapontá-la e me deitei na cama. Peguei meu caderno e comecei a escrever. Desde criança, essa era a coisa que eu mais gostava de fazer. Quando eu estava escrevendo, tudo ao meu redor sumia. Só havia eu e as minhas palavras!

Em certa altura da noite, acabei adormecendo. Acordei em cima do meu caderno, com a luz batendo no meu rosto. Levantei depressa e fui me arrumar para mais um dia de trabalho.

Entrei na fila do banheiro para esperar a Fran terminar de usá-lo. Era sempre a mesma coisa: ela entrava no banheiro e demorava a sair. Mas hoje eu não estava com muita paciência. Bati na porta e disse:

- Fran, assim você vai acabar com a água do mundo!

Ela gritou:

- Já vai! - mas não fez nenhuma menção de sair do banho.

Benito chegou perto de mim e disse:

- Tia, eu estou muito apertado! - era só o que me faltava.

Depois veio a Mia e bateu na porta:

- Fran, eu estou grávida e preciso usar o banheiro rápido! - meu Deus, por que uma família tão grande? Nós precisávamos de mais banheiros nessa casa.

Nesse momento, Fran saiu do banheiro, dizendo:

- Nossa! Vocês nem deixam a gente usar o banheiro direito e ficam nessa gritaria!

Comecei a rir da falta de tato da minha irmã, enquanto o pessoal começou a disputar quem iria primeiro. Acabou sendo a Mia, por estar grávida. Depois de um tempo, com muito custo, consegui entrar e fazer minha higiene matinal.

Fui para o meu quarto e coloquei um short e uma blusa mais solta. Calcei uma sandália e tentei alinhar as mechas do meu cabelo em um rabo. Estava descendo, me dirigindo para o campo, quando minha mãe me interrompeu:

- Giovanna, sua tia precisa de você no comércio hoje. Seu primo adoeceu e não tem ninguém para substituí-lo!

- Tudo bem, mãe. - eu mudei meu rumo.

- Aproveita e leva essa canja para ele. O coitadinho deve estar bem fraquinho!

Sorri, beijei o rosto de minha mãe e disse:

- Levo sim, mama! Vou indo de uma vez.

Quando eu estava na porta, ela me chamou novamente e me jogou uma maçã.

- Nada de ficar sem comer! - disse em um tom carinhoso. Essa era minha mãe, sempre atenta às necessidades dos outros.

Despedi dela novamente e sai de casa!

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