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Capítulo 36

— Biatriz!

Ela acordou sendo sacudida pelos ombros. E devia ter acontecido uma tragédia  pelo desespero do Fred.

— Biatriz! Acorda! Acorda! — ele continuou gritando como um louco.

As meninas! O que tinha acontecido com as meninas?

Ela tentou sentar, mas o Fred a empurrou de lado e quando ela abriu a boca para fazer a pergunta em voz alta, foi impedida por um dedo sendo enfiado na sua garganta. Enquanto engasgava e tossia, ela entendeu. Os comprimidos.

Segurando o pulso dele com as duas mãos, ela puxou para trás ao mesmo tempo em que afastava a cabeça, tossindo sem parar.

— Não! Volta aqui! Você tem que vomitar! — Ele tentou alcançá-la, mas a Bia se debateu e se afastou na cama.

— Fred! — ela tentou gritar de volta em meio ao ataque de tosse.

— De novo, não! Merda! — Ele tirou o celular do bolso com as mãos tremendo e a Bia se ajoelhou na cama e deu um tapa no telefone antes que ele conseguisse completar a ligação para o serviço de emergência. — Merda! Merda! Merda!

Ele virou para ir atrás do celular, que tinha voado até perto da parede, e a Bia o agarrou pela camisa.

— Fred! — ela conseguiu falar com mais clareza. — Tá tudo bem comigo. Me escuta! Tá tudo bem!

— Eu vi, Bia! Eu vi as cartelas vazias no seu banheiro! — Ele tentou se soltar, mas ela se agarrou com tudo o que tinha.

— Eu não tomei! Eu joguei na privada! Vem cá? — Ela pegou o mesmo dedo que ele tinha enfiado na sua garganta e colocou sobre a pulsação no seu pescoço.

Ele se acalmou um pouco e prestou atenção no ritmo das suas batidas cardíacas.

— Seu coração tá acelerado. — Ele segurou o rosto dela e examinou os olhos.

— Claro! Eu acordei com um doido gritando. Eu achei que tinha acontecido alguma coisa com as meninas. — Ela ficou quietinha deixando ele ver que suas pupilas não estavam dilatadas.

— Puta merda, Biatriz! — Ele caiu sentado na cama e enterrou o rosto nas mãos. — Nunca mais faz isso comigo. Você tem ideia do que eu passei nessa última hora?

— Eu imagino? — Ela se ajoelhou atrás do irmão e o abraçou pelos ombros.

— Não, você não imagina. Por que você não atendeu o celular?

— Desculpa, Fred. Ele tá na minha bolsa, que eu acho que eu deixei lá embaixo. Se acalma agora, não aconteceu nada.

Ele levantou a cabeça e se agarrou nos braços dela em volta dele.

— Eu liguei pra te desejar feliz ano novo e você não atendeu. Eu liguei pro Diego e ele falou que você tinha vindo embora antes da meia-noite. E você não atendia o telefone, e eu fiquei preso numa porra de um engarrafamento! — A voz dele foi ficando mais alta e rápida e ela apertou o abraço ao sentir as lágrimas pingando nos braços. — E eu cheguei aqui e não conseguia te encontrar. E eu vi os remédios e eu achei...

— Fred...

Ela começou a chorar também, se colocando no lugar do irmão. Sentindo o desespero de achar que uma coisa muito ruim tinha acontecido com ele. A Bia soltou o pescoço dele e desceu da cama.

— Olha pra mim? — Ela se agachou na frente dele. — Desculpa! Eu nunca ia te preocupar desse jeito de propósito. Você sabe disso, não sabe?

— Biatriz, o que eu faço da minha vida se acontecer alguma coisa com você?

— Eu sei. Eu também morro se acontecer alguma coisa com você. — Ela secou as lágrimas do rosto dele. — Me escuta e acredita no que eu vou falar. Eu não posso prometer pra você que eu não vou morrer, mas eu tô te prometendo que eu não vou morrer pela minha mão. Nunca!

Ele soltou um longo suspiro e a abraçou.

— E onde você conseguiu aqueles remédios?

— Eu guardei dos meus antigos — ela falou com a cabeça deitada no ombro dele, mas ao ouvi-la ele se afastou, os olhos cheios de mágoa. — Eu sei que eu não devia, mas eu não consegui ficar sem nada. Eu achei que eu podia precisar, num caso de emergência.

— E essa emergência aconteceu hoje?

— Não. Eu não vim pra casa pra tomar os remédios. Eu tirei da cartela pra jogar fora. No ano novo a gente não faz uma lista de resoluções? Então, a minha primeira é que eu não quero mais muletas. Eu não quero mais me sentir fraca. Eu mesma vou me dar meus empurrões.

Ele a olhou de lado, como se estivesse decidindo entre acreditar nela ou interná-la no hospício.

— Tá. Não aconteceu uma emergência, mas aconteceu alguma coisa. O que o Diego fez pra você vir embora antes da meia-noite?

— Ele disse que a gente devia fazer terapia de casal e desistir do divórcio.

Pela expressão do irmão, ele tinha se decidido pelo hospício.

— Verdade. — A Bia ficou de pé. — Ele tá voltando pra cá amanhã e vai pra Fortaleza comigo e as meninas no seu lugar.

Ele arregalou os olhos, a encarando de boca aberta, e ela não aguentou e caiu na gargalhada.

— Você bebeu, Biatriz? — Ele cruzou os braços, bravo de verdade, e a Bia se controlou. Talvez ele ainda não tivesse se recuperado do susto o suficiente para aceitar uma brincadeira.

— Não, Fred, eu não bebi. E nem vou voltar com o Diego. Pode ficar tranquilo.

— Então, ele não te pediu pra voltar?

— Não, essa parte é verdade. — Ela ajeitou o travesseiro em pé na cabeceira e sentou na cama, se encostando. Ela não tinha trocado o vestido branco que tinha usado na festa, e puxando a bainha para baixo com uma mão, ela bateu no colchão do seu lado. — Senta aqui que eu vou te contar.

Depois de tirar o sapato, o Fred fez o que ela pediu e escutou a repetição da conversa com o Diego, passando de duvidoso para incrédulo para revoltado.

— Não dá pra acreditar nesse cara! Ele tá te chantageando? Eu vou ter uma conversa com ele.

— Não precisa. Eu já disse pra ele que não vai acontecer.

— E você tá firme nessa decisão, não tá? Porque eu te conheço, maninha. Eu imagino como deve ser tentador fazer a ameaça de perder as meninas sumir de uma vez, mas pensa se vai valer a pena.

— Eu não vou mentir. Eu considerei, por um segundo, mas dois motivos não me deixaram aceitar. — Ela tirou o travesseiro de trás das costas e o abraçou. — No dia que eu peguei o Diego e a Vivi, quando eu entrei na sala, ela não percebeu e continuou fazendo o que ela estava fazendo, mas ele me olhou, e eu vi o exato momento que ele entendeu o que estava acontecendo, que eu estava mesmo ali, pegando ele no flagra com a Vivi. Sabe o que o rosto dele me disse? Ele não ficou com vergonha. Ele não pareceu se constranger ou se arrepender. Ele ficou irritado. E aquele olhar irritado que ele me deu, como se eu fosse uma inconveniência na vida dele, eu nunca vou conseguir esquecer. Eu mereço mais que ser uma inconveniência na vida de alguém.

— Você merece muito mais. — O Fred passou o braço pelo ombro dela e a puxou para ele, beijando a lateral da cabeça dela. — Eu tô orgulhoso por você ter jogado os comprimidos na privada.

— Eu sei que a minha decisão de ser forte não é uma lata de espinafre do Popeye, que vai me fazer ficar invencível de uma hora pra outra, mas eu cansei de ficar nesse limbo. Eu não vou passar a nossa viagem me estressando com o futuro, eu quero me divertir com você e com as meninas. Assim que a gente voltar, eu vou no Galpão. Independente do resultado da audiência, eu vou voltar pra lá. E eu não tô mais encarando a audiência como o fim de tudo. É só a primeira batalha. Se eu perder, eu continuo lutando. Tem recurso, tem apelação, e enquanto eu não esgotar toda a minha munição, eu não vou desistir.

— A lista de ano novo mais perfeita que eu já ouvi. Mas tá faltando um item, não tá? Eu imagino que o seu segundo motivo pra não querer o seu ex-marido de volta tem a ver com a gente estar aqui no quarto de hóspedes?

A Bia enfiou o rosto no travesseiro que ela abraçava e respirou fundo. A Berê tinha mudado a fronha, mas ela ainda conseguia sentir o cheiro do Lourenço lá no fundo.

— Eu quero ajudar o Lourenço com a Alícia, claro, mas...

— Bia? — O Fred segurou o rosto dela e a fez olhar pra ele. — Rolou alguma coisa entre vocês, não rolou?

— Rolou, e se depender de mim, vai rolar mais. Eu sei que você não aprova, mas...

— Ei, eu não tenho que aprovar nada. Você é adulta e ele é adulto. Vocês se resolvem. E não conta pra ele que eu falei isso, mas eu acho que ele não seria um mau cunhado.

— Claro que eu vou contar pra ele. — Ela deu uma gargalhada.

— Eu nego até a morte. — Ele bocejou junto com a resposta.

— Você tá cansado.

— Um pouco, mas eu posso ficar aqui até você dormir?

A Bia assentiu. Seu coração também ainda não tinha voltado ao ritmo normal, e ela entendeu a necessidade dele de querer ficar perto. Ela teria feito a mesma coisa.

Enquanto ele ia apagar a luz, a Bia empurrou a colcha para baixo e se cobriu só com o lençol. O vestido não era a roupa mais confortável do mundo, mas ela não queria sair daquela cama onde ela tinha dormido com o Lourenço.

Depois de ter dado descarga nos comprimidos, ela tinha buscado o quarto de hóspedes querendo se sentir perto dele, e ali, onde eles tinham passado os momentos mais incríveis da sua vida nos últimos tempos, ela se obrigou a ser honesta consigo mesma. A pensar e analisar seus sentimentos pelo Lourenço, com coragem.

Eles nunca tinham usado a palavra 'amor' um com o outro. O mais perto, foi a declaração do Lourenço, em Grumari, de que ela era a 'mulher da vida dele', mas não tinha como duvidar que o namoro de dez anos antes tinha envolvido a ligação mais profunda e legítima que pode acontecer entre dois seres humanos.

E será que era possível simplesmente deixar de sentir uma emoção como aquela? Ainda mais da maneira abrupta e inesperada como tudo tinha acabado entre eles?

Não. O que ela tinha dito para o Diego antes de sair da casa dele, não foi uma mera provocação. Não foi uma espetada para machucar. Foi a verdade. Não que ela não tenha se dedicado ao casamento de corpo e alma, ela nunca teria se casado se não tivesse voltado a se apaixonar pelo Diego, mas um pedaço do coração da Bia tinha ficado resguardado, incubado como uma semente adormecida. E quando ela se reencontrou com o Lourenço, ele fez chover naquele pedacinho de terra ressecado e a semente voltou a brotar e ela se sentia transbordando por dentro.

Ela não ia pensar nas chances que os dois tinham de dar certo ou errado, e ia viver um dia de cada vez. E ela não queria protelar mais nada, mas ela teria que ter um pouco de paciência. Ela ia fazer só um outro planozinho de nada. Ela precisava viajar. Ela precisava se concentrar na audiência. Mas depois, ela ia ligar para ele. Ele vinha ao Rio ou ela ia em Porto Alegre, mas os dois iam conversar. E mesmo tendo que levar em consideração a situação dele com a Alícia, a Bia estava muito, mas muito otimista com o futuro dos dois.

Claro que ele não estava com nenhuma modelo pendurada no braço! Era o Lourenço. O cara que tinha admitido, numa mensagem que ela quase sabia de cor de tanto ler, que ela era a única pessoa especial na vida dele, que ele se consideraria um homem de sorte se ela se casasse com ele, que ele também morria cada vez que os dois se afastavam e que tinha assinado com: para sempre seu.

Ele era tão seu quanto ela era dele, foi o que ficou ecoando na sua cabeça até ela adormecer, sentindo o cheiro dele no travesseiro, antes do Fred a acordar.

— Você dormiu? — ele sussurrou.

A Bia abriu os olhos, a claridade que entrava pela janela iluminando o irmão deitado de frente para ela, a estudando com atenção.

— Não.

— Eu não te desejei feliz ano novo.

— Feliz ano novo. — Ela pegou a mão dele, pousada no colchão entre os dois e deu um beijo, mas se lembrou de uma coisa. — Meu Deus! Eu atrapalhei o seu esquema com a Naiara, não foi? E por favor, me diz que você não passou a virada do ano dentro de um táxi, num engarrafamento, com um motorista nervoso xingando todo mundo em volta dele.

— Não. Eu passei a virada correndo pelo meio da rua atrás do táxi. O engarrafamento e os palavrões vieram depois.

— Desculpa, Fred!

— Tá desculpada. Não se fala mais nisso. E você não atrapalhou nada com a Naiara. Ela foi na festa com um cara.

— Ela te dispensou? — O ultraje da Bia ecoou pelas paredes do quarto.

— Aparentemente, eu não sou tão irresistível como eu penso.

— Humm, ela que tá perdendo. Eu não quis falar nada antes, mas eu não fui muito com a cara dela mesmo.

A gargalhada do Fred balançou o colchão.

— Sabe, a culpa de eu me achar tanto, é sua. Depois você não reclama. — Ele devolveu o beijo na mão dela. — E eu já te disse que eu não tô com pressa. Se não for pra ficar com a pessoa certa, eu prefiro ficar sozinho.

Sim, ser sozinha não era o fim do mundo, mas antes ela ia se dar todas as chances de ficar com o único homem que ela conhecia que seria capaz de levá-la perto do exemplo dos seus pais. O seu para sempre. O seu Lourenço.


***

Palmas pra todas vocês que acreditara na Bia e confiaram que ela não tinha tomado os remédios. 👏👏👏 Ela não ia fazer isso, se não por ela, pelas filhas...

Dedos cruzados pra ela continuar forte, o cap de quinta-feira é o da audiência pela guarda da Alícia e da Amanda, e a Bia vai precisar de várias latas desse espinafre do Popeye kkkk.

Espero vcs ❤️


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