bônus
Hanz
Eita que foi sangue suor e lágrimas
Mas bora lá que ainda tem história a ser contada por aqui,
Era o primeiro ano do ensino médio, adolescentes a flor da pele fazendo barulho no jardim de entrada do colégio, eufóricos com a ideia de um ano inteiramente novo, para exibir os seus all-stars, seus conjuntos de lápis Faber Castell, conseguir um assento na mesa dos populares ou entrar em clubes variados disponíveis na Junípero High.
Balé, teatro, luta greco-romana, karatê, xadrez,clube do debate, de espanhol, de RPG, além do próprio time do colégio eram algumas das opções que os colegas tinham naquela prestigiada escola, que Miguel conseguiu pôr entrar.
"Eu tô muito feliz que você conseguiu uma vaga aqui cara" disse Demetri empolgado de estudar com o amigo, eles não passariam a partir dali só o tempo de lazer jogando bola, na quadra ou em partidas de GTA no videogame do porão.
Eles passaram pelo portão de entrada dando de cara com o grande corredor branco repleto de armários vermelhos brilhantes recém pintados, que estava barulhento e infestado de jovens falando bem alto.
"Minha mãe disse que não tinha com o que se preocupar, ela começou em um emprego novo, e o que é mais importante é a minha educação" Miguel estava otimista as oportunidades eram muitas, e apesar de não se achar a altura daquilo tudo, ele iria se esforçar.
"O meu armário é o treze e o seu é o doze, grave uma combinação colocando quatro sequências de números no leitor e apertando o verde, e repita o processo novamente no leitor do seu armário e não esqueça, o protocolo para recuperar e abrir é um saco"
Miguel ouviu atentamente os conselhos do seu amigo, e colocou alguns livros dentro de seu armário, assim como um frasco de shampoo caso algo sujasse seu cabelo ondulado, ele não precisaria pedir emprestado a ninguém um shampoo qualquer que resseca-se suas madeixas, ele não queria correr o risco de ficar sujo também por horas caso algo acontecesse então sua mãe o alertou a levar sua própria toalha para evitar fungos.
"Pra que tanto bagulho cara" Disse Hawk já o abraçando, seguido de Doug e Kyler
"São apenas itens essenciais" retrucou ele se justificando
"Não tô vendo as camisinhas nesse meio"
Kai não perdeu tempo, ele podia até ser ruim em espanhol mas na matéria saliência ele tirava um dez sem piscar.
"Tem crianças no recinto seu tarado" Devolveu Demetri
"Tá chamando quem de criança burrão?" Keene pulou nas costas do Diaz, feliz por ver ele também alí no colégio.
"Se você não é criança então sabe para que serve uma camisinha"
"Ele deve achar que é uma camisa para porquinhos da índia" Doug não perdeu tempo para ajudar naquele papo aleatório.
"Se eu tivesse o seu nível de inteligência talvez, eu sei que camisinha é pra cobrir o..."
Antes que terminasse os meninos num coro fizeram um barulho alto "woooo campeão, ok você sabe pra que serve, mas já usou alguma vez, homem crescido?"
Nesse momento o teor daquela conversa já não o interessa mais, e sim a figura que se aproximava a alguns metros de distância, fazendo com que todos alunos abrissem o caminho para ele sem que ele precisasse dizer uma só palavra.
Uma garota que falava alto de um jeito bem animado no meio do corredor foi puxada por uma amiga atenta antes que ela se chocasse com o rapaz, que parecia reluzir, usando uma polo Ralph Lauren verde oliva, um jeans branco e um sapato da mesma marca que a camisa.
Miguel reconhecia ele, era o Robby, o seu amigo de infância que havia se afastado dele, sem mais nem menos.E ele já não parecia o mesmo, tinha crescido, devia ter quase um metro e sessenta agora, seu corpo havia ganhado músculos mais aparentes e seu rosto já estava tomando uma forma mais madura, não era mais aquele garoto franzino que ele carregava em suas costas após brincar a tarde toda. Mas uma coisa não havia mudado, os olhos verdes, que ele a muito já não admirava mais, ele sem dúvidas estava ainda mais bonito do que antes e isso fazia o coração de Miguel errar as batidas, esse nervosismo era normal ao ver um antigo amigo?
O garoto caminhou despreocupadamente até o armário de número quinze, ignorando os alunos agitados abria o seu próprio armário e deixava o seu macbook em seu interior, quando notou que alguém o fitava, era Miguel, cercado daqueles colegas que o fizeram se afastar dele, "perdeu alguma coisa na minha cara?" Sibilou de maneira rude, o Diaz o estava encarando como se tivesse vendo um bicho.
"Ah... Desculpa não..." Aquela reação deixou o moreno tonto, não esperava ser recebido de maneira tão grosseira "sou eu o Miguel..."
Ele tentava se reapresentar, enquanto os demais garotos davam risada, da situação, e Robby tinha a sensação de que riam dele.
"E você quer o que? Um troféu por ter esse nome?" Bateu o armário e saiu a passos duros dalí.
Ele ficou transtornado, não era isso que ele esperava ao reencontrar o pequeno.
...
,Ele estava cansado daquela festa, se não fosse pelo Diaz ele com certeza não teria ido, e agora já estava farto de horas no meio de adolescentes bêbados se pegando, foi molhado com uma batida de cor azul que uma garota desequilibrada derramou nele, e teve de escapar das investidas de Kyler.
"Deixa de ser nerd otário" o asiático não se dava por vencido, ele queria tirar uma casquinha do garoto, "eu não estou interessado Kyler" ele não tinha muito espaço, estava na ilha da cozinha, encurralado pelo mais velho, "A gente pode ficar junto com a Moon, ela é muito gostosa" ele não achou que falharia em seguida, "eu também não estou interessado nela" e o que recebeu em retorno foi um olhar estranho, "nem homem nem mulher, eu sei que eu sou gostoso caralho não tem uma mina hétero que não me queira, e não tem um cara que seja gay ou bi que não queira meia hora comigo, e ela é gostosa pra porra, só falta você dizer que é um desses esquisitos assexuados"
Demetri nessa altura já estava a ponto de perder a paciência, ele estava em dúvida entre mandar ele jogar aquela garrafa de vodka barata na cara dele, ou dar um salto na mesa e escapar daquela emboscada. Mas foi interrompido.
"Hey Ky, o Mitch vomitou no sofá" Kyler virou rápido pistola da vida com o que havia ouvido, "Ele não tá com a peste não, meus pais vão me matar mas antes eu mato ele, Mitch esse sofá vale duas casas da que você mora" ouviram ele se afastando.
"É mentira o Mitch parece um Fiat de oitenta e nove, nunca vi alguém aguentar beber como ele" o rapaz tinha um sorriso convencido no rosto pela estratégia que usou para afastar Kyler de Demetri. "Então devo te chamar que? De herói?" O mais claro tripudiou, "Um obrigado também serve Demetri" ele suspirou e percebeu sua falta de educação, não gostava de dar o braço a torcer mas tinha que admitir que se não fosse pelo outro teria de sair nos tapas com o anfitrião da festa pra não ter aquela língua invadindo sua garganta, e pensar que várias mulheres tem que lidar com babacas assim não só em festas como no dia a dia.
"Eu já não sabia o que fazer, aquele imbecil não pode ver algo se mexer que já quer se esfregar, a definição dele de bissexualidade é usar todo mundo como se fosse um objeto"
O que o salvou pegou um punhado de doritos que estava em uma tigela vermelha no balcão e colocou na boca, e disse "nem me fala acabei de pagar um boquel para ele no armário de vassouras" Demetri arregalou os olhos, e ouviu gargalhadas em seguida," eu tô te zuando, você já é branco, ficou parecendo Gasparzinho de carne e osso, a estratégia para se livrar do libido dele é dizer que quer comer ele, o doido morre de medo de dar" E os dois riram.
Logo interromperam a conversa ao ver uma garota descer tropa pelas escadas se esbarrando em outros estudantes e rindo alto "Você não vai acreditar" disse ela assim que viu os dois rapazes, "Você estava fumando baseado em algum quarto lá em cima?" O mais velho notou os olhos avermelhados e a expressão brisada da cacheada.
"Ah não me julgue, uma galera estava com um círculo de narguilé e erva da boa em um escritório que tem aqui, era o que eu podia fazer pra relaxar depois de ter quase dado pra o ladrão do lixão da escola"
Quando Demetri achou que não teria mais nenhuma surpresa aí que se deu por vencido, ela a garota que Miguel estava ficando quando chegou na festa e logo depois sumiu, ela estava falando mal do seu amigo, e ele temeu que ela tivesse o humilhado e ter feito mau a ele com aquelas palavras duras.
"Você está falando do Diaz?" Ela parecia ainda mais afetada pelas substância nesse ponto, "Eu não lembro nem meu nome quanto mais o dele Hawk" "Pelo menos sabe o meu né, Beatrix" rapidamente, o mais alto perguntou,"Onde o Miguel está agora?"
Ela apontou para o andar de cima e saiu vasculhando a cozinha procurando algo para comer, e achou na geladeira um prato de sobras de frango e tirou para comer.
Ele já estava saindo da cozinha, e escutou Hawk, "Você já tem carona pra sair daqui?" O mais alto parou no pé da escada, "para dizer a verdade não temos" e não esperou que o outro lutador continuasse o que tinha para dizer, e despontou para o andar de cima, deixando um Eli, confuso e interrompido embaixo, enquanto o mesmo se perguntava o que se passava na cabeça de sua amiga para comer aquele frango gelado.
"Que porra é essa" as palavras de Demetri definiram exatamente a sua confusão,
seu melhor amigo estava abraçado com o que era responsável em fazer o próprio passar por anos de tortura psicólogica e bullying, era quase tão contraditório do que ver o pinguim e o Batman abraçados, isso se no pior dos cenários os dois estivessem sem roupa, que se bem diga, nenhuma roupa.
"Demi..." O Diaz não sabia nem bem explicar aquilo não havia sido premeditado, simplesmente aconteceu. Miguel ainda estava próximo de Robby e ao ver pessoas passando distraídas pelo corredor o mesmo fez um pedido ao amigo "fecha a porta Demi", e se engana quem acha que ele fechou e aguardou do lado de fora, ele entrou e bateria porta, "mas que caralhos aconteceu aqui" Ele tinha algumas hipóteses, após a foda frustada do moreno o líder do grêmio estudantil entrou lá e brigaram até que os dois ficassem nus, mas era meio difícil explicar, por que depois que levou a ponta de seus dedos a barriga do amigo e analisar a viscosidade ele perguntou.
"Essa coisa não é creme de cabelo é?" Demetri era um garoto estranho e nada convencional, ele pretendia esculhambar o mais baixo alí, sem dúvida ele era o culpado de seja lá o que aconteceu, mas olhando ele freou os lábios no mesmo instante, Robby estava com o rosto molhado por lágrimas e tinha marcas em seu pescoço ombro e abdômen, ele estava visivelmente abatido. E o seu amigo parecia desnorteado e estava com uma proximidade estranha.
Ouviram batidas na porta, e Miguel e o Keene se assustaram, "melhor a gente ir" e começaram a pegar as roupas, em pouco tempo o Dia já estava com o jeans e sua camiseta, e Robby com dificuldade estava fechando o zíper de sua calça, então Miguel catou a camisa dele que estava jogada no chão e o entregou.
Passaram pela porta, dando de cara com o Kyle, "fizeram um ménage e nem me convidaram" o asiático fingia desapontamento, e continuou, "então o seu tipo são caras latinos bem dotados e projetos de boneco Ken de baixa estatura não é Demi?"
"Se você pensa que vou gastar meu córtex frontal pra te dar uma resposta está equivocado" o mais alto seguiu direto com seus amigos descendo pelas escadas, o mais baixo descia com dificuldade segurando pelo corrimão, sendo acompanhado com os olhos por Miguel, que estava atento a cada passo do de olhos claros.
Sentindo o celular vibrar Robby viu o nome que mais temia, era o seu pai reparou que havia várias chamadas perdidas, e atendeu, "oi senhor Keene" ele falou exausto "porra de senhor Keene, você já viu as horas Robert, onde caralho você está que não avisou, você está em algum buraco cheirando pó como esses adolescentes que tem merda na cabeça ou está tentando engravidar alguma puta?"
O garoto não podia aguentar mais, pelo menos não nesse momento, "estou indo pra casa pai" e desligou a chamada. "Você já está indo embora?" Hawk aparece vendo eles em rumo para a saída. "Essa festa já deu o que tinha para dar, estamos indo sim" o rapaz de cabelo moicano foi ligeiro ao dizer, "eu te levo!"
Isso surpreendeu a Demetri, ele não tinha tido muito contato com o mais velho eles tinham aulas diferentes, e não ficam tão próximos em rolês,mas ele parecia alguém mais simpático do que a sua reputação problemática sugeria nos corredores do colégio.
"Beleza" respondeu incerto, "Pode levar o Diaz também" apontou para o amigo, "E o Robby" o latino acrescentou, ele estava preocupado com o menor, não queria que ele fosse sozinho para casa.
Isso também pegou Hawk de surpresa, não é novidade para ele e para boa parte dos ali presentes que tudo que Robert fazia era o infernizar. "Depois de tudo que aconteceu você vai dar carona a esse saco de merda metido a bosta?" O de moicano não ia deixar essa passar, eles estavam dentro de um terreno neutro, fora das dependências do colégio, se fosse pra vingar o amigo ele faria isso ali na hora.
Em dias normais Robby responderia a altura e não ligaria de cair na mão com o cara mais alto que ele. Mas naquele momento tudo que ele queria era sumir dali.
"Não precisa Miguel, eu vim com meu carro" o moreno reagiu com uma careta, "Você não está em condições de dirigir, pode buscar o carro depois, ou eu pego se quiser amanhã, não é muita coisa, mas é o que posso fazer, e Hawk..." Ele emendou virando para o rapaz "me diz quantas vezes eu já vacilei com você " confuso o rapaz disse "nenhuma" como resposta, e quantas vezes eu já tive de te ajudar a sair da enrascada" Hawk apenas bufou em resposta.
"Vamos logo então, aqui está todo mundo com bafo dessa vodka vagabunda do Kyler"
Robby não queria, mas ele não se sentia em suas melhores condições, então ao ver o olhar insistente do Díaz decidiu que era uma opção melhor não voltar sozinho, e pegar o carro no dia seguinte
E então caminharam para fora da grande casa passando pelos poucos jovens que ainda estavam por lá naquelas altas horas. Robby caminhava de um jeito estranho e Demetri reparava nisso, e também no fato de que Miguel não tirava os olhos do mais baixo, como que temendo que ele fosse cair, segurou no braço do outro, o dando aquele apoio meio que sem jeito.
Entraram no Chevette cansado da guerra do mais velho, Demetri se adiantou a ocupando o assento do passageiro, enquanto Miguel colocou Robby sentado na parte de trás, vendo o mesmo se remexer de desgosto provavelmente com dor ainda, e sentou ao seu lado.
Hawk deu partida ainda relutante e saiu com o carro, ligando o ar condicionado em seguida.
"Que cheiro de sexo é esse?" O motorista estava intrigado com o odor
"Cheiro de sexo?" Demetri ao mesmo tempo que estava confuso estava preocupado com a reação do rapaz caso ele descobrisse o que aconteceu na festa a menos de meia hora atrás..Quanto ao Diaz, ele temia que seu amigo boca grande simplesmente soltasse que ele e Robby tinham fodido com força.
"Sim,esse cheiro forte de porra, eu conheço muito bem, quem aí fodeu? O virjão aqui do lado eu sei que não foi" disse ele olhando pelo retrovisor, enquanto um breve silêncio se instaurou, Keene parecia que ia passar mal, e Miguel ia inventar uma desculpa quando Demetri se adiantou.
"Você tá muito familiarizado com cheiro de gala né Eli" "Vá se foder Demetri,aliás bora lá pra casa que eu te fodo, aí você perde logo esse cabaço"
Demetri pega uma lata vazia de refrigerante e joga os restos da bebida no motorista, "para com isso magrelo, e abre a janela pra ver se esse cheiro de gala sai do meu carro", diz Hawk desligando o ar condicionado.
"Satisfeito?" Demetri retruca "Não basta só o zé punheta, abrir as janelas dele, abram os vidros da de trás também" manda aos rapazes do banco de trás.
Miguel abre rapidamente a janela dele. "Tem algum problema com seus ouvidos, filho do diretor?" reclama o dono do carro.
Robby que estava de cabeça abaixada ainda perdido em seus pensamentos , faz um sinal de com a cabeça demonstrando que não entendeu para Hawk
Miguel atento passa o seu braço por Robby e abre ele mesmo a última janela fechada, causando ainda mais estranheza ao motorista e ainda ao Demetri.
"O que porra está acontecendo aqui?" Pergunta ele ao amigo no banco do passageiro, e o mesmo só faz um sinal de confusão com o rosto, "Você só pode ter matado alguém e ele tem provas contra você, não tem outra explicação" e cuspiu para fora virando a direção do carro. "Você só fala merda" "E você só faz já que o responsável pela demissão da sua mãe e sua saída do colégio está aí do seu lado" E isso doeu no mais baixo, ele sentiu vontade de dar uma resposta a altura como faria em qualquer outra situação anteriormente, mas não se sentia em posição de se defender, estava arrependido de verdade.
"Nem o Diaz nem a mãe dele vão a lugar nenhum,você se preocupa tanto com isso, e não se preocupa com a surra que vai levar do Doug na disputa da semana que vem"lança o jovem Keene como estratégia para mudar o foco mental do agitado rapaz, que morde a isca como um peixe em uma suculenta isca. "Mas nem fodendo, aquele babaca não tem nem preparo para isso, ele tem só tem tamanho mais nada".
Miguel estava a ponto de mandar Hawk calar a boca então faz uma anotação mental para elogiar ao menor ao seu lado por essa cartada de mestre. O resto do caminho segue tranquilo, e a primeira parada é na frente da porta enorme da casa nada modesta do Keene, o rapaz agradece a carona e olha para Miguel saindo do veículo dando passos dolorosos que não passam despercebido, em frente a porta ele tateia a calça a procura da chave para entrar em seus jeans, não achando toca a campainha sendo recebido nada contente pelo seu pai.
"O que caralhos ouve com você? Finalmente alguém te deu a surra daquelas que você estava precisando, e eu não pude dar ainda?"
Disse o diretor Keene, vendo os machucados no filho com desgosto, Miguel percebeu que o celular do garoto
havia ficado no banco e foi rapidamente o entregar "Espera um pouco Hawk" chegando a porta tão rápido o mais
velho estranhou "seu celular, você deixou no banco" e entregou ao menor, que agradeceu em seguida vendo o moreno
dar boa noite ao diretor e retornar para o carro que seguiu seu caminho.
"Será que eu posso passar?" O jovem estava cansado e só queria tomar um banho e ir para sua cama.
o mais velho abriu caminho para que ele passasse, e o rapaz pensava estar com sorte por não passar por atrito com seu
pai naquela noite. "Onde está a Mercedes Robert?"Simplista ele respondeu enquanto tentava andar sem
aparentar desconforto "Deixei na casa de um colega amanhã eu vou buscar".
"Espera aí um pouco" E alcançando o rapaz o puxou pela camisa, "está brincando comigo, você deixou aquele
carro que vale um milhão em qualquer lugar e está dizendo isso pra mim como se não fosse nada?" e apertou ainda mais
a camisa dele "Eu já disse, está na casa de um amigo, amanhã eu vou buscar, posso ir dormir agora?"
o progenitor esboçou uma careta "amigo? Você não tem amigos garoto, você é um mala com todos no colégio, acha que
eu não sei que todo mundo te detesta?" Ofendido ele sabia que o pai estava falando a verdade, mesmo as pessoas que
pertenciam ao grêmio e ao clube de luta, só o tolerava por medo de represálias,mas também não queria prolongar aquela
conversa então preferiu encurtar. "Eu sei pai, eu sou desprezível, ninguém me suporta só me dá um tempo beleza"
Essa resposta franca e condescendente pegou o mais velho de surpresa, fazendo-o pegar o rapaz pelo queixo para
olhar melhor o rosto dele, e abriu as pálpebras do filho com os dedos para checar as pupilas, "você está metido com
craque, LSD ou alguma dessas drogas de hoje em dia?" "Claro que não pai" responde chateado
"Primeiro você faz a funcionária ser demitida e se dá conta que fez merda e desfaz isso, Vai pra uma festa tarde da noite
do nada e volta depois de levar uma surra, e ainda volta de carona com o colega que você infernizava,porque fez as pazes"
"Eu tenho que usar substâncias químicas para tomar responsabilidade pelas minhas ações?" "Aparentemente não" disse
o pai soltando o filho. "Acho bom que você não tenha dado fim naquele carro, se não eu juro que te faço andar de ônibus."
E ele vê o filho andando estranhamente em direção a seu quarto.
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Dois dias depois, Miguel regressa para a escola, o que deixa a turma toda contente, por ter seu lutador de volta,
a sua mãe recebeu a ligação e o pedido de desculpas, ela com um aumento razoável de salário, o diretor não queria
arriscar um processo e ele simpatizava com a funcionária,ela sempre foi competente, nunca recebeu reclamações
a respeito de seu trabalho.
"Você ainda não me explicou Serpiente, você transou com o Keene?" O grupinho que estava nos armários ficou espantado
ao ouvir a conversa alheia. "Você não quer anunciar no jornal Demi?" E empurra o amigo o apressando para sair do colégio.
"Nem eu sei dizer na verdade satisfeito? Eu estava me pegando com uma mina, e ele invadiu o quarto colocou a menina
pra fora, a gente discutiu, ele queria que eu ouvisse ele, e eu queria ir embora, me beijou do nada e acabei fodendo ele
com raiva" O mais alto ficou boquiaberto. "Você meteu com raiva no Keene, puta que pariu, mas e agora? Eu flagrei
aquele abraço pós- sexo, não pense que eu esqueci"
"Eu sinceramente não sei, ele disse que ficou magoado depois que fiz novos amigos, que sentiu que foi deixado de lado
por mim, e que sentia muito por ter sido tão filho da puta todo esse tempo e que ia reparar os danos, Demi... nem eu
sabia que eu sentia tanta falta de ter ele por perto." desceu os últimos degraus sendo surpreendido por Kai.
"Diaz o cuzão do Keene largou o carro dele estacionado lá em casa e ainda não foi buscar, a chave dele estava em cima da cama do quarto de hóspedes, toma aí" o moreno pegou a chave, "porque está entregando a chave pra mim e não a ele?"
pondo um chiclete na boca o asiático respondeu, "Ele não veio pra escola nem ontem nem hoje, já que agora você é a
pessoa mais próxima dele no colégio segura esse abacaxi, e manda ele buscar se não eu vou levar aquela belezinha para o desmanche hoje mesmo."
Já havia se passado dois dias desde a festa, Miguel ficou preocupado que mesmo após eles terem prometido tentar se resolver ele tenha decidido não mais estudar alí. E o mais estranho, o garoto não deu falta de seu carro de luxo.
o latino não tinha o número de telefone do outro, então o melhor a fazer era levar o carro ele mesmo até a casa do garoto.
"Hey Kyler, eu vou com você pegar o carro" gritou o rapaz para o outro que já estava de saída me leva num posto antes pra
eu pegar um galão de gasolina" o alto assentiu.
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Estacionou na frente da casa dos Keene e resolveu tocar a campainha sendo recebido por uma empregada de cabelos
grisalhos
"Oi boa tarde, sou Miguel colega do Robby, eu vim deixar o carro dele" a senhora levantou a sobrancelha surpresa
"Miguel? Miguel Diaz filho de Carmen Diaz?" o moreno tombou a cabeça para o lado "sim sou filho dela, nos conhecemos?"
Ela bateu a mão nas próprias coxas "A Carmem trazia você pra brincar com o Robby enquanto estava trabalhando aqui,você impedia ele de pôr a casa abaixo e se entupiam de cereal com leite." O moreno ficou sem graça ele não lembrava da mulher em sua frente "Então deve ser eu mesmo, eu queria deixar a chave aqui, pode dizer a ele que quando ele puder eu quero falar com ele" a mulher abriu mais a porta "Você mesmo pode ir lá falar com ele, o jovem keene não estava se sentindo bem esses dias, ver um amigo vai o fazer bem quem sabe convence ele a tomar alguma coisa ou ir ao médico"
Ele entrou na casa e foi guiado pela mais velha até o andar de cima,
"Robby" ela bateu de leve na porta que estava quase aberta "Oi Johnah pode entrar" a mais velha abriu a porta e disse
"Como está se sentindo? Seu amigo veio te ver" os olhos verdes não podiam estar mais confusos naquele momento. Até que o moreno apareceu meio sem graça na frente da porta. "Vou deixar vocês conversando aí ,eu trago um suco já já"
"Oi Robby, eu trouxe sua BMW a chave está aqui, disse o rapaz deixando em cima de uma mesa de canto no quarto"
"Obrigado Miguel" disse o garoto meio sem graça "Não precisava se incomodar", o moreno olhou a decoração do quarto
admirando a organização do mais novo mas sua atenção não estava nisso, ele foi até a cama e seu olhar estava vidrado
em Robby, o que fez o garoto pálido corar um pouco, ele tocou no pescoço do menor o surpreendendo de imediato, e em seguida puxou o edredom, deixando o mais baixo sem palavras.
"Tira esse moletom Robby" o rapaz resolveu não retrucar removeu a parte de cima,ele achava que o Diaz queria ter relações com ele, e Robby ficava contente de ao menos ser ele a escolha do latino.
"Só vai devagar por favor Miggy" Ele pediu baixo.
"Devagar?" o moreno foi ao closet que se encontrava aberto e tomou a liberdade de pegar uma blusa branca com mangas
de material leve, e uma calça sarja.
"Veste" ele mandou entregando a roupa. "Você está queimando de febre Robby, a gente vai no médico agora"
"A gente?" Um pequeno sorriso escapava do mais novo "Sim, eu não vou deixar você aqui desse jeito" Ele olhou
para o menor e para o prato de sopa que já devia estar frio no criado mudo.
"troca de roupa Robby"
Ao saírem do quarto Miguel lembrou de pegar a chave antes.
Na saída do quarto deram de cara com a última pessoa que Robby queria ver naquele dia, "Posso saber aonde está indo?"
o moreno soltou o ar, "Vou ao médico pai" E o mais velho alí notou o latino, "boa tarde senhor Keene" o mais velho
o olhou de cima abaixo, "boa tarde Diaz a que devemos o prazer da sua visita, o meu filho grosseiro aprontou mais alguma covardia com você outra vez?"
"Eu vim trazer o carro, ele foi muito gentil conseguindo o emprego de volta da minha mãe e pagando as despesas do
tratamento da minha avó, ele não está muito bem, então estou levando ele ao médico, algum problema?"
O homem estava consideravelmente desconfiado. "ele não está bem? Isso é só corpo mole, ele não quer ir para o colégio porque se deu conta da quantidade de merda que fez e está com vergonha de encarar os colegas."
"Ele está com febre senhor" o pai tocou bruscamente na testa do filho,comprovando o que ouviu.
"Está quente.Você já foi mais resistente Robert, vá no hospital central, aproveita e usa aquele plano de saúde, trate
de tomar os remédios e se alimentar não tenho tempo pra besteira, não seja negligente."
O filho engoliu em seco e saíu, Miguel julgava o mais velho pelo olhar, e o mesmo percebeu e estava esperando
ouvir meia crítica do "amigo" improvável do filho para estourar. Se não fosse pelo trabalho da mãe e até sua permanência
na escola ele teria dito o quanto ele está sendo um pai de merda, mas ele além de tudo temia que isso piorasse a relação
de pai e filho. Então se despediu do amargo homem e seguiu Robby.
"Eu vou chegar tarde ou talvez só amanhã então não me espere." Cuspiu o progenitor que já estava com mil coisas se passando pela cabeça com a aproximação dos dois. Ao passo que o menor já se conformava,o pai preferia passar a noite jogando poker e enchendo a cara para afogar as mágoas, como fazia com certa frequência, do que zelar pela sua saúde.
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No hospital Miguel estava impaciente, várias pessoas haviam sido atendidas antes que Robby,já era a terceira vez
em mais de duas horas que ele perguntava a moça da recepção quando seria a vez deles."Enquanto ouvia a mesma resposta "aguarde mais um pouco por favor" isso já estava o aborrecendo.
"No puedo aceptar algo asi" Ele já estava elevando o tom de voz,o mais baixo tocou no ombro dele "Miggy vamos embora" e em resposta o Diaz disse "Sua febre está alta cariño,eles não podem agir com esse descaso."
"Lícia eu vou atender eles agora, disse o doutor que havia escutado o apelo a recepcionista, me acompanhem por favor" seguiram ele até a sala se sentando em frente a mesa do médico em seguida.
"Então Robbert Keene, o que você está sentindo"ele meio perdido olhava para Miguel, esperando ajuda,ele e o pai
praticamente nunca iam ao médico, então ele não tinha o hábito com a dinâmica.
"Ele está com uma febre alta, senhor"
"Me chame de, Hanz,ou doutor Hanz como preferir" Respondeu o doutor que parecia ter não mais que vinte e nove anos.
"Eu te conheço!" afirmou o doutor "Minha avó faz tratamento nesse hospital eu venho acompanhar ela aqui com alguma frequência."
"Está explicado...?" ele pausou para ouvir o nome do cacheado, "Me chamo Miguel"
Ok Miguel, agora me diga Robbert estou vendo alguns machucados em você..." Ele fez uma pausa e disse,
"Essa é a hora que você diz, você tinha que ver o outro cara" brincou o doutor para quebrar gelo.
"Eu faço parte do clube de luta do colégio" era uma meia verdade, "Ok campeão".
O doutor fez alguns exames adicionais, e observou que a temperatura corporal do mais novo estava um pouco acima
do normal mas não havia sinal de gripe ou vírus, apenas uma irritação pouco convencional mas não desconhecida pelo
médico na garganta, revelada com ajuda de uma lanterninha.
"Você está com algum desconforto em algum outro lugar, Robbert?" "Desconforto?" o mais novo estava com vergonha e procurava o olhar do moreno.
"Não estou aqui pra julgar Robby, só que pra ajudar eu preciso saber o que está sentindo"
o moreno resolveu dizer baixo "conta para ele" assentindo ele preferiu não olhar nos olhos do mais velho no recinto,
"Eu fiz sexo e estou com dor,lá atrás" falou de uma vez.
"Quando foi isso?" O mais baixo respondeu "A dois dias atrás." O doutor ajeitou a postura e com tom de voz calmo
mas firme disse "Se ainda está sentindo desconforto quer dizer que você não se preparou Robbert."
Diaz achava que tinha de ser um homem então falou "A culpa foi minha doutor, eu fui descuidado com ele"
Então o doutor suavizou a expressão, "São jovens, isso fica como experiência,vou te receitar um anti térmico, um spray de própolis para a garganta,e uma pomada para aliviar a ardência" o mais baixo assentiu "Presumo que tenha sido a
primeira vez, usem um bom lubrificante e proteção, e garanhão..." virou sua atenção para o cacheado."Vá devagar com ele pra vocês pegarem o mesmo ritmo" Disse divertido e com um tom de cuidado pelos jovens com pouca experiência" fazendo o latino sorrir envergonhado, e o mais baixo corar.Estendeu a receita ao moreno e os levou até a porta.
"Se certifique que ele tomou os remédios, se alimente e se mantenha hidratado" e Miguel acenou confirmando que entendeu.
"Vocês formam um casal muito bonito" Disse o doutor sincero "Estou na torcida,e Robbert um check-up de seis
em seis meses ou uma vez ao ano faz bem, volte semana que vem para fazer alguns, no prontuário não consta nenhum exame anterior, e diga a seu pai pra ele usar o plano de vez em quando também, se os pacientes
viessem fazer exames de rotina, nosso trabalho seria mais fácil."
"Ok doutor Hanz" agradeceu com um aperto de mão
"Caso precisem podem me procurar com a Lícia ou a Kelly na recepção"
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Na farmácia que fica no caminho de volta Diaz entregou a receita a balconista morena que sorria como um sol
para ele, e pegou com agilidade os itens ali contidos "Está com febre? Eu posso aferir sua pressão se precisar"
o moreno negou "na verdade não é pra mim" a expressão de interesse da atendente não se desfez.
"É para sua namorada?" Ela parecia descarada para alguém que deveria ser profissional, e Miguel estava ignorando isso.
"Não tenho namorada" Ela enrolava o cabelo com os dedos reagindo. "Porque quer né!"
Diaz disfarçou e mudou de assunto: "Qual o valor daquelas camisinhas? Pode pegar dois pacotes por favor" ela pegou
e se debruçando no balcão disse "Essa marca é excelente, indico a extra sensível, dá uma sensação de pele com pele" antes que o latino pudesse responder algo, foi interrompido "Esse modelo é pequeno, pegue um maior" A atendente ficou surpresa e trocou as camisinhas, Miguel estava abrindo a carteira e contando as notas, quando Robby sacou o cartão e disse "deixe comigo Miggy, passe tudo no débito por favor moça , e esse frasco de lubrificante também" E a empolgação da atendente morreu.
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Ao voltar para casa Miguel levou Robby até o seu quarto,"Você pode tomar um banho agora?" o Keene acenou que sim,
"eu vou pedir algo pra você comer enquanto isso". disse puxando o celular, "Não precisa, Jhonah me avisou por
mensagem que fez um steak com purê de batatas, e legumes na mesa da cozinha e suco na geladeira.
"Eu posso usar a bandeja-mesa da cama?" "Robby concordou E Miguel foi buscar o prato grande e pegou suco na geladeira enquanto o Robby terminava o banho.
O mais velho levou tudo até o quarto, e se atreveu a trocar os lençóis e os edredons já que a roupa de cama limpa
estava fácil no closet aberto,ao terminar colocou a bandeja-mesa na cama,e foi ao closet separar uma roupa
confortável para o mais novo, colocando na beira da cama, sendo observado por um Robby molhado com toalha na
cintura secando os cabelos com uma toalha menor.Seus olhos brilharam.
"O que foi?" Perguntou o mais novo com um sorriso no rosto se sentindo admirado.
"Você é muito lindo" Foi sincero com ele, e Keene sorriu contente, "Você tem secador? Melhor evitar ficar resfriado e a comida esfriar"
então Robby voltou ao banheiro ligando o secador que estava lá e usando nos cabelos, Miguel entrou e pegou delicadamente o secador da mão do mais novo com um "deixa comigo." Na temperatura morna foi secando os cabelos do keene passando os dedos gentilmente entre as mechas para que não restasse partes muito molhadas, e as borboletas dançavam livremente nos estômagos enquanto seus olhares
se cruzavam.
"Me levou pra o médico, quis pagar meus remédios, queria pedir comida pra mim, trocou meus lençóis e separou
roupas pra mim vai acabar me deixando mal acostumado."
o Latino com um sorriso sapeca respondeu, "o doutor Hanz me mandou cuidar de você, não tenho escolha, são ordens médicas." os dois riram.
Ao ter o excesso de umidade removido do cabelo, o mais baixo pegou a roupa na beira da cama e tirou a toalha, o latino
tentou não olhar por respeito, o mais claro achou isso fofo.
Confortavelmente se deitaram e Robby preferiu beber o suco, alegando ainda estar sem fome, Miguel não
contente pegou um pouco de comida com o garfo, e estendeu para boca de Robby, "Vai de aviãozinho" e caíram na
risada "Come Robby, a gente está extrapolando todo nível de ser piegas" e riram mais ainda.
"Eu não estou reclamando estou?" Perguntou Robby comendo a comida, incentivando Miguel a comer também.
Eles decidiram ver uma série na netflix enquanto comiam, e era confortável o clima ali no quarto.
Robby perguntou se ele queria dormir ali mesmo. "Preciso ajudar mamá com a Yaya, vai ter que ficar para a próxima"
Robby levou ele até a porta e quando o uber chegou, o maior puxou o queixo de Robby gentilmente e deixou um selinho em seus lábios, deixando o menor corado. "Amanhã eu venho te ver" prometeu o mais velho.
Robby estava assistindo televisão e só pensava em ver Miguel de novo, foi até o instagram dele, o seguiu e curtiu todas as suas cinco fotos, pensou ser desespero demais e removeu a curtida de todas exceto da mais recente, que mostrava o sorriso claro em contraste com a pele amorenada e cachos no fundo um céu azul, e com essa imagem em mente, e a do beijo que ganhou no rosto, foi dormir contente, apesar de não estar muito bem de saúde, foi o melhor dia que ele teve desde muito tempo.
Acordou no meio da noite com o barulho alto da sua porta batendo, levantou no susto com o coração batendo forte, e viu a silhueta de seu pai raivoso no escuro.
"Não me basta todo o trabalho que você me dá Robbert, tudo que eu suporto, é desse jeito que você me recompensa?"
o mais novo passa a mão nas vistas e tenta raciocinar.
"O que está acontecendo pai?"
Jhonny tira o frasco de lubrificante da sacola que ele encontrou na mesa da cozinha e aponta meio fora de si"
"Pai o senhor está bravo porque achou uma sacola com lubrificante e preservativo, mas o senhor mesmo disse que não quer que eu engravide uma puta, não foi?"
O mais velho ponderou olhando para o frasco de lubrificante, o arremessando e acertando o rosto de Robby,que gemeu
dolorosamente, o pai largou a sacola no chão e disse "Como você vai engravidar uma garota se está deixando aquele
garoto enrabar você" As lágrimas começaram se formar no rosto do mais jovem.
"Pai..." ele clama enquanto o mais velho pega nele pelo maxilar, "Não tente mentir pra mim, eu estava muito desconfiado dessa aproximação repentina, o Silver estava me contando hoje no poker dos rumores que estavam se passando pelos corredores que você estava dando pra ele" e Robby tenta afastar as mãos do pai tendo o seu cabelo puxado com força por
ele, "imaginava a vergonha" disse entre dentes "Quando eu abri o aplicativo da câmera e "vi vocês trocando beijos na porta de casa" abalado mas ainda firme Robby olhou para ele dizendo, "Além de ser um bêbado viciado em apostas e um pai ruim você ainda é homofóbico? Não acha que você exige demais de mim tendo uma personalidade tão ruim?"
Aquilo era a gota que faltava, Jhonny derrubou ele da cama pelos cabelos, jogando um copo com água que estava na sua mesa de cabeceira, fazendo o mesmo o cortar. "Eu prefiro ter um filho morto, do que ter um filho viado" pisou na canela do garoto, que gritou de dor, em um golpe ágil desequilibrou o pai com as pernas, se levantando tão rápido quanto pôde.
Mas não conseguiu alcançar a porta e sair dali, pois o mais velho deu nele um mata-leão, as vistas do menor começaram a ficar embaçadas, ele sentia o hálito de cachaça do pai e o ódio emanando por entre seus poros, e por um instante o que se passava na mente dele é que nunca mais veria Miguel, mas decidido a não perder a esperança usou os cotovelos, uma, duas, três vezes.
Johnny grunhiu de dor e o soltou se afastando um pouco, enquanto se recuperava do golpe defensivo do filho observou o olhar que o jovem lhe lançava, desesperança, decepção, desapontamento, ele atentou
contra a vida do próprio filho.
"Você está morto pra mim" disse Robby deixando uma lagrima escapar,pegando as chaves e desaparecendo dali, ele deu partida no carro, sem nem saber aonde ir, pensou em ir para a casa de Miguel, mas ele não queria incomodar e o braço estava sangrando muito por conta do corte do copo de vidro. Então mesmo atordoado dirigiu até o hospital.
Chegando lá, perguntou a enfermeira Kelly se o doutor dele o Hanz estava de plantão.E ela vendo o estado do jovem usou seu número de identificação e foi em busca do doutor, que voltou em poucos minutos com ele, "Caramba Robby o que aconteceu, vamos pra sala de curativos, agora mesmo, Kelly me faz um favor, cochichou,algo no ouvido da mais nova" ouvindo um "não sou sua assistente Hanz" ele sorriu e acompanhou o jovem até onde ele seria atendido, o mais novo explicou ao doutor de início o que houve, enquanto o enfermeiro cuidava da ferida.
Havia um bolo enorme na garganta de todos os três presentes ali, mas todos seguiam firmes.
Kelly abriu a porta dando passagem pra mais duas pessoas, "Cariño" recebeu um olhar preocupado do jovem que o abraçou logo, me diz o que houve!
"Meu pai descobriu, ele disse que prefere ter um fiho morto do que viado, e tentou me matar" resumiu porque não tinha
forças pra repetir tudo naquele momento, e desabou, o choro era doloroso, as lágrimas eram pesadas e os soluços também se fosse um ataque de um estranho não machucaria tanto, e um tiro doeria menos,nesse momento o enfermeiro já estava escondendo o rosto pra não mostrar as lágrimas e o doutor Hanz tentava controlar a própria respiração pra não perder o controle na frente da equipe e os pacientes, enquanto algumas lágrimas saíam teimosas.
"E depois dizem que somos mais fracas, somos as únicas aqui com os rostos secos" disse a enfermeira Kelly a senhora Diaz.
"Mamá" o moreno de olhos cheios de lágrimas dirigiu sua atenção a mãe dando as mãos a Robby,
"Eu estou apaixonado por um cara mama"
Sem rodeios a mãe respondeu:
"Eu percebi, agora temos que dar um jeito no diretor, cuida dele Miggy, eu vou fazer umas ligações"
"Para a polícia?" "não, bem pior querido" respondeu a equatoriana "bem pior!..."
A Diaz conversou com a direção do hospital, os mais jovens foram ver a avó de Miguel que havia passado
por um procedimento, e estava descansando em um quarto em outra ala, a idosa ficou contente com o bom gosto
do neto, encheu Robby de elogios e brincadeiras o que fez se sentir querido e amado.
"Uma última pergunta, na hora do vamos ver, quem pega quem?" Os garotos ficaram vermelhos "Yaya?"
a mais velha sorria como se não tivesse dito nada.
"O que foi? Acho que todo mundo tem essa curiosidade, se for você Miguel vai devagar, esse garoto tem cara
de que não aguenta que peguem pesado com ele"
o latino riu enquanto o mais novo só queria cavar um buraco e se esconder, salvos por Carmem, que avisou que
todos podiam ir embora.
Chegando na casa já de madrugada, Carmem disse que Robby podia dormir com Miguel, e a avó disse
"Eu estou velha mas não estou surda, vamos ter que alugar um canto pra eles ou providenciar abafadores de
ouvidos, eu já fui jovem e já fiz muito barulho com seu avô"
Miguel tapou os ouvidos do mais novo "yaya!"
"Hora de dormir mama" "Estou falando sério Carmem as paredes são muito finas". Miguel riu acompanhando Robby
ao banheiro para um banho rápido que tomaram juntos já que não podia molhar o curativo. Deitaram na cama,o moreno
posicionou o menor entre seus braços de forma que não magoasse o machucado dele,Robby estava com
receios, mas sabia que teria apoio.
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Acordaram tarde, perto do meio dia, e apenas porque Carmen os chamou, após é claro tirar uma foto deles dois
dormindo, os chamou para tomar café e sair, chegaram na escola sem saber porque a mais velha fez questão
de todos irem para lá, viram os colegas os olharem e foram com ela até a direção, "mamá" Miguel colocou
Robby atrás dele, enquanto ela abriu a porta.
"Oi Carmen" a loira a abraçou.
Robby ficou pasmo, "Venha dar um abraço em sua mãe Robby" Disse Shannon, ele não parecia acreditar. E notava que com ela tinha dois homens vestidos de branco.
"Agora podemos conversar, e eu prometo ser bem ponderada e razoável.Os carros que você dirige estão no nome da minha família, a casa onde você dorme está no nome da minha família,este colégio está
no nome da minha família, até as roupas você veste estão no nome da minha família, eu te deixei com o Robby durante a separação porque eu sabia o quanto ele amava as lições de karate que tinha com o pai, mas isso foi um erro que irei corrigir nesse momento.
"Robby você tem duas escolhas:
Vamos a polícia e garanto com os melhores advogados que o dinheiro pode pagar que esse homem bem ácido vá
para trás das grades com as provas que temos e fique sem um centavo nosso no bolso.Ou damos a opção a ele de ir para uma clínica de reabilitação,para se curar do alcoolismo?"
O mais novo olha para o progenitor que está com um rosto abatido e cansado e aflito, e enxerga talvez
uma chance de melhora, "eu nunca vi ninguém melhorar na cadeia mãe, prefiro que ele tenha chance de
ficar bem sóbrio pra refletir no que fez." O mais velho tinha soltado o ar que tinha prendido.
"De acordo Jhonny?" Ele pareceu voltar a realidade, "sim eu vou me tratar" e assinou o documento estendido
pelo profissional em um segundo com a rubrica. "Robby!", ele chegou perto do filho com Miguel se pondo em frente
rapidamente em posição de defesa, Miguel estava pronto para uma luta severa alí.
"Filho me perdoa?" Robby saiu de traz do moreno dizendo, "tudo bem Miggy... Você disse que preferia ter um filho morto
a um filho viado, pois bem,pode
considerar que ele realmente está!" E dando as mãos a seu amado, saiu da sala. E logo Jhonny saiu da sala acompanhado
dos funcionários da instituição de reabilitação C.A.E.P.
"Preciso ser franca, não fiquei feliz com meu filho sendo homoxessual, mas caramba garoto você se oferecendo para
ser escudo da minha cria alterou demais o meu conceito, vamos almoçar Carmem? Temos que pôr o papo em dia, e pombinhos, achem o Terry Silver, quero ter o prazer de olhar na cara dele e dizer que está demitido. Sempre
detestei aquele filho da puta."
"namora comigo Robby?" Corando com um sorriso no rosto o mais baixo respondeu "Eu achava que a gente já era namorado e namorado" ele deu um
beijo na testa do de olhos verdes e concordou, "Eu também achava,mas queria oficializar com o pedido" e deu um beijo doce na boca dele em frente de Demetri,Kyler, Hawk,Kenny,Moom e outros colegas que assistiam a certa distância. "Vamos lá quero ver sua mãe demitindo o senhor Silver."
FIM?
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