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Me animei e consegui escrever outro capítulo, mesmo que eu tenha outras fics pra atualizar, ops...
Eu não corrigi muitas vezes, mas vou postar mesmo assim kk
Enfim, boa leitura! ^^
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Já faziam alguns minutos que chegaram na casa de Jirou, mas um silêncio quase ensurdecedor perdurava no cômodo. De um lado, Sero, Shoto e Denki estavam reclusos e sentados no estofado macio que jazia ali, não se sentindo muito confortáveis com os olhares afiados e de completo asco que lhes era direcionado por ninguém menos que Ashido.
A garota mantinha os braços cruzados enquanto jazia em pé ao lado contrário dos humanos, parecendo atenta a cada movimento, como um animal pronto para agarrar sua presa caso tentasse escapar. Aquilo trazia uma tensão absurda ao ambiente, fazendo com que o diálogo entre ambos fosse praticamente algo proibido.
Kyoka, Shinsou, Tokoyami e Inasa estavam no estofado do outro lado, apenas fazendo o que foi solicitado; vigia-los. Não eram rígidos nem ameaçadores como Mina, mantendo uma postura mais pacifista e calma. Não queriam assusta-los desnecessariamente, seria ridículo. Inasa se propôs a ajudá-los e trouxe Ashido junto, mas não pensou que a dragoa fosse se submeter a ações descabidas como aquela, não gostando da aura ruim que perdurava naquele local. Shinsou estava pensativo, analisando a reação de Katsuki diante da acusação e comparando a quando tomou controle de seu corpo na floresta. Bakugou, de fato, não parecia alguém ruim, pelo contrário, só era nervoso e explosivo, mas não a ponto de machucar alguém por preconceitos ridículos, afinal, a forma que ele se aproximou de Eijirou... ele pôde sentir o desespero, a saudade e o carinho que nutriam um pelo outro, aquilo não parecia falso de forma alguma.
Tokoyami apenas mantinha sua atenção, como uma águia, apesar de na verdade seu sangue ser parte corvo. Após depositar os corpos no devido lugar onde seriam devidamente tratados para consumo, ele seguiu o grupo até a casa de Jirou e agora estava apenas focando em seu objetivo, não dando aberturas à pensamentos mais fúteis que fossem o desconcentrar de seu serviço.
Jirou se sentia desconfortável com aquela tensão toda que Mina formava no ambiente, mas era inevitável dado o seu ódio para com humanos. Só foi capaz de desestabiliza-la quando aquilo se tratou de Eijirou, um dragão qual Ashido queria compensar a todo custo, mas quando se tratava de humanos, a situação já era mais complicada. Era a única que estava um pouco mais perto dos humanos, querendo arranjar algum assunto que tirasse todo aquele clima, porém, só ficava cada vez mais difícil.
- Então... vão só ficar olhando pra gente? - uma voz fora ouvida, o nervosismo disfarçado era evidente. Olharam para o loiro que coçava os cabelos nervosamente, rindo sem graça enquanto parecia urgentemente buscar mais palavras para descontrair todos ali. - Sabe, a gente podia trocar uma ideia, não acham?
- Calado, humano. - Ashido quem ditou, rosnando em ameaça
- Ei, eu tenho nome, viu? - não era possível saber se Denki era corajoso ou burro demais, mas com certeza aquilo foi uma ação interpretada como afronta à rosada que soltou outro rosnado. - É Kaminari Denki, só pra você saber antes de me matar...
Ashido pareceu indignada com aquela acusação, realmente querendo partir para cima do loiro e queimá-lo vivo com seu ácido, mas sabia que seria impedida.
Jirou piscou os olhos em confusão, mas logo um sorriso surgiu em seus lábios e foi impossível conter a risada diante daquela situação completamente inusitada. Pelos deuses, Kaminari era estúpido demais, mas esse fator era tão cômico, ele parecia até fazer de propósito. Shinsou ergueu uma sobrancelha, confuso com as risadas da parceira com algo tão imbecil, mas analisando um pouco melhor a situação, Denki sempre fazia coisas idiotas, então não era de fato um absurdo rir disso, tanto que um sorriso quase que imperceptível formou em seus lábios, e agradeceu por ninguém ter o visto.
- Ué, qual é a graça? - questionou e percebeu o olhar de total indignação de Sero para si. Shoto apenas se manteve imparcial, na verdade, ele parecia tão avoado que nem no planeta Terra deveria estar mais.
- Nada, nada - Kyoka disse, rindo do quão idiota ele conseguia ser. - Trocar uma ideia, é? Não me parece ruim.
- Estou de acordo. - Tokoyami se pronunciou.
- Me parece interessante! - Yoroashi afirmou, uma empolgação surreal ecoando em sua voz.
Shinsou não se manifestou verbalmente, mas seu olhar estava estranhamente fixado no loiro. Ele era idiota, era essa sua conclusão, mas sua tentativa de quebrar a tensão fora admirável o suficiente para dar uma chance.
- Querem nos distrair, assim irão nos atacar de surpresa, não caíam nessa. - Ashido avisou, repreendendo os companheiros por compactuarem com as ideias do loiro. Tinha convicção de que eram uma ameaça a ser neutralizada, porém sabia que tudo que seria cabível no momento era a vigília. - São humanos, sempre querem algo a mais.
- Eu não faria esse tipo de generalização se fosse você. - para a surpresa de todos, quem se pronunciou foi Sero. Ele pareceu levemente ofendido com aquelas acusações que já ouvira no mínimo umas dez vezes desde que chegou ali. Entendia que os dragões tinham receio de humanos pelo que sua raça fizera a eles, porém não era justo ser comparado a pessoas ruins constantemente. - Existem humanos ruins, mas não são todos. Assim como provavelmente existem dragões ruins também, mas não são todos que são assim.
- Está nos acusando de algo? - Ashido tomou aquilo como uma ameaça, dando um passo à frente e mostrando suas presas. - Não somos assassinos iguais a vocês!
- Não tô acusando ninguém de nada, nem que vocês são assassinos, só disse que ficar generalizando uma raça inteira não é algo bom! - o volume de sua voz aumentou por um momento, mas logo ele se recompôs, pedindo desculpas e vendo os olhares surpresos de todos ali. Percebeu que Ashido ficou boquiaberta com sua declaração, analisando as expressões da garota. - Sei que sofrem nas mãos de humanos e sinto muito pelo que fizeram, mas também não pretendo ficar quieto quando alguém está me acusando de algo que não fiz bem na minha frente.
Até mesmo Shoto pareceu surpreso pelo discurso, fazendo um manear de cabeça quando Hanta olhou em seus olhos como se questionasse se concordava com seu ponto.
- Tudo bem, podem conversar. Eu só... droga. - frustrada, a rosada caminhou até a porta da casa e saiu.
Um silêncio surgiu novamente com a saída repentina da garota, mas logo Sero fez um pedido inusitado.
- Eu posso ir atrás dela?
- Pode tentar, mas ela vai te queimar vivo se o fizer. - Shinsou explicou, imaginando esse cenário desastroso. E é claro, não deixaria o humano sair sem supervisão. - Vá com ele, Tokoyami. - e o dragão acenou, se levantando e incentivando Sero a ir para fora também.
- Então... que climão, viu? - riu alternando o olhar entre a porta e o grupo.
- Verdade... - Jirou concordou e riu. - Bom, como é a vida onde vocês moram?
E então o assunto se deu início ali, onde Shoto e Kaminari compartilharam algumas de suas vivências, e o loiro não escondeu que o amigo ao seu lado era da realeza, o que surpreendeu os dragões. A conversa se estendeu por mais alguns minutos até que uma informação fez Denki levantar-se, animado.
- Vocês têm três corações? - questionou ao ouvir aquilo de Inasa.
Hitoshi direcionou um olhar decepcionado ao maior por tê-los exposto de modo desnecessário.
Kaminari se aproximou um pouco mais deles, olhando com certo brilho em direção à Jirou, queria muito confirmar aquele fato incrível que acabara de descobrir.
- Não me olhe assim... - ela disse, suspirando ao perceber que o loiro não desistiria. Olhou brevemente para Shinsou e sorriu. - Shin...
Hitoshi ficou indignado com aquilo, e digamos que um certo ciúme também surgiu, portanto, ele se levantou, assustando o loiro ao segurá-lo contra seu peito de uma maneira meio bruta, fazendo-o sentir seus três corações batendo acelerados devido à ansiedade que o consumia.
Kaminari de fato notou que haviam três corações lá dentro, mas não foi isso que mais lhe atordoou, e sim o fato daquele dragão que parecia tão recluso estar agora tão próximo dele. Um rubor surgiu em suas bochechas, e ficou imaginando se aquilo era errado... nunca de fato achou que era, mas isto era quando se tratava de outros, não de si mesmo. Ele gostava de mulheres, sempre gostou, mas aquele dragão lhe despertou algo a mais.
- Pronto, satisfeito? - o arroxeado o afastou, virando a face para o lado, mas sendo incapaz de esconder o rubor que formou em sua face.
- S-sim... - Kaminari confirmou, olhando para baixo e se afastando, voltando para o lado de Shoto um tanto quanto sem graça.
Nunca pensou que se sentiria assim com um homem... mas o sentimento não lhe parecia nada ruim.
Shinsou sentou ao lado de Jirou novamente, questionando-se mentalmente o porquê da arroxeada estar com um sorrisinho em sua face. Foi impulsivo e fez aquilo por ciúmes, mas ao mesmo tempo Kyoka também poderia sentir isto, então por que estava sorrindo? Ela gostou do fato de vê-los juntos? E ainda teve aquele momento na floresta, onde ela simplesmente se arriscou e deixou que o humano subisse em suas costas sem sequer temer, ainda questionaria sobre isso mais tarde, o porquê de ela confiar tanto nele.
Inasa e Shoto ficaram surpresos, mas se mantiveram em silêncio, o bicolor só esboçou alguma reação ao ver a face vermelha de Kaminari, sorrindo com certo deboche com a situação do rapaz. Ele parecia confuso demais e isso era engraçado de se ver.
Quem fez a conversa retornar, desta vez, foi Inasa, que percebeu que dessa vez a pessoa que sempre quebrava o clima tenso estava desconcertada demais para exercer sua tarefa.
***
- Quem te deixou sair? - Ashido questionou indignada assim que percebeu a presença de Sero sentando-se ao seu lado na calçada de pedra.
- Ah, eu tô sendo vigiado, não se preocupe. - Apontou o dedo para Tokoyami, que permanecia lhe vigiando, recostado na casa.
- Não ligo, vai embora, seu humano ridículo... - ela rosna, ficando emburrada e se movendo para o lado, buscando ficar bem longe de Hanta. Percebeu que o moreno se aproximou de si com cautela, sentindo o ódio crescer em seu peito a ponto de fazer as garras surgirem no lugar deu suas unhas, se posicionando de forma ameaçadora contra o rapaz. - Não se aproxime ou eu vou te matar!
- Tá bem... - ergueu as mãos em redenção enquanto se afastava da garota. Não estava de fato com medo, mas não queria deixá-la desconfortável. - Bem... podemos conversar?
- Não vou me distrair com suas conversas. - avisou, lhe direcionando um olhar amedrontador. As escleras negras realçavam sua aparência estranha aos olhos humanos. Era bem peculiar, mas não realmente ruim, era até charmoso, se Sero tivesse que confessar. - Não vai conseguir me pegar de surpresa, se é isso que quer.
- Não é isso que pretendo, só quero conversar mesmo. - suspirou ao ver que a expressão firme de Mina não se desfez. - O cara de pássaro lá tá nos vigiando, você confia nele, não confia? - sua feição vacilou, e hesitante, ela acenou positivamente. - Então relaxa. - sorriu de sua maneira estranha, o que trouxe um sentimento igualmente estranho à Ashido.
Aquele humano era relaxado demais, sequer parecia com os humanos que teve o desprazer de conhecer quando...
Não, não era uma boa hora para ficar se distraindo com pensamentos negativos, tinha que ficar alerta ao moreno que estava ao seu lado, mesmo que Tokoyami estivesse os vigiando e garantindo sua segurança.
Dobrou as pernas, abraçando-as enquanto evitava fazer contato visual com Hanta. Seus instintos estavam a todo vapor, e se ele tentasse lhe machucar reagiria na hora.
- Então... qual seu nome? - Sero questionou de modo simpático. Ashido estava pronta para responder à sua maneira, mas não esperava que seu movimento fosse previsto. - Não diga que não me interessa ou algo do tipo, dizer seu nome não vai doer nem nada.
Com os olhos arregalados e a boca aberta em surpresa, Mina encarou o moreno que deixou um sorriso convencido escapar ao notar sua indignação. A rosada bufou, respondendo com os dentes cerrados.
- Ashido Mina.
- Sou Sero Hanta. - seu ânimo era evidente.
Talvez conseguiria manter um diálogo com a dragoa.
***
Kirishima lentamente abriu os olhos lentamente, levando um susto quando percebeu o par de olhos rubros lhe encarando com uma intensidade insana. Lembranças da noite anterior passaram como flashes por sua mente e sua face começou a adquirir um tom mais avermelhado, denotando a vergonha que sentia ao ser alvo daquelas írises vermelhas e vibrantes.
Mas ao mesmo tempo que estava envergonhado, também se encontrava aliviado ao constatar que não foi tudo um sonho - ainda mais por conta das dores corporais - e nem uma alucinação provocada pelo cio, que inclusive, não lhe fazia tanto efeito assim no momento. Ele foi saciado por hora, mas logo as coisas ficariam intensas novamente e corria risco de perder o controle, mas até lá, aproveitaria o máximo possível a presença do humano, daquele que amava fervorosamente.
- Dormiu bem? - ouviu-o, sua voz estava baixa, diria até que soava doce se não fosse por sua grossura. Um sorriso despontou nos lábios do ruivo e este acenou, fazendo um leve manear de cabeça. - Que bom...
O coração de Eijirou falhou uma batida ao sentir seu corpo ser envolvido pelos braços de Katsuki e ser puxado para um abraço recheado de carinho, que fora acompanhado de um beijo na testa. Sentiu sua face aquecer mais ainda com a carícia, inalando o cheiro doce que Bakugou exalava e relaxando mais um pouco.
- Se sente melhor agora? - sussurrou em seu ouvido.
- Uhum - Eijirou balançou a cabeça em afirmação novamente, sentindo liberdade para se expressar. - Me sinto leve.
Um sorriso quase imperceptível surgiu nos lábios do loiro, seus orbes transmitiam a alegria que sentia, levando-o a despejar mais carícias sob os fios ruivos.
Kirishima sentiu cócegas com aqueles beijos, permitindo-se rir enquanto retribuía o carinho que lhe era dado. Por um momento, lembrou-se do passado, da promessa de que contaria a Katsuki sobre o que ocorreu. O sorriso sumiu de seus lábios e uma pequena porção de tristeza lhe atingiu, não queria estragar aquele momento, mas era inevitável pensar que estava guardando algo importante do loiro.
- O que foi? Não gosta? - Bakugou pareceu notar, direcionando um olhar preocupado ao ruivo.
- Eu amo. - foi sincero ao se dar conta de que de fato havia estragado o momento. - Eu não queria interromper isso, mas acho que estou pronto para te contar aquilo.
O loiro arregalou os olhos, mas compreendeu a situação. Se Eijirou queria lhe contar sobre o que houve no passado, não seria ele a impedir. Queria apoiá-lo.
- Conte. - pediu, ainda com os braços envoltos no corpo do ruivo, tentando passar algum conforto naquele momento complicado.
- Bem, como você sabe, meus pais morreram... - respirou fundo, tomando coragem suficiente para prosseguir aquela história dolorosa. - Meu pai era um dragão e minha mãe era humana, e eles arriscaram morar em uma aldeia humana. Meu pai se escondeu por muito tempo, mas foi descoberto quando eu tinha oito anos e... ele foi caçado até a morte. Minha mãe também foi morta por traição.
Katsuki ouviu até essa parte, sentindo a dor transmitida nas palavras de Eijirou. A expressão do ruivo estava plena, ao mesmo tempo que sua face se contraía em dor com os detalhes. Notou a semelhança naquela história em relação à All Might. Foi sortudo de sua vila não lhe matar, e sim expulsar.
- Como eu fui ensinado a esconder minhas partes draconianas e jamais mostrá-las para ninguém, eles pensaram que eu era humano e ainda tinha salvação. - Kirishima prosseguiu, parecendo querer contar tudo mais rápido, ao mesmo tempo em que queria explicar com calma. Aquilo doía, mas era necessário. - Eu cresci com um casal que me obrigou a treinar pra caramba, eles eram muito exigentes e sempre gritavam comigo quando eu questionava alguma regra, tipo sobre me aproximar de outros meninos dessa forma... - sua expressão se tornou amarga com a lembrança e Katsuki rangeu os dentes com a informação. Sabia como era estar proibido de ser livre por conta de regras ridículas como aquelas, mas agora, de sentia aliviado por estar tão íntimo de Eijirou, por estar de fato sendo ele mesmo, por tê-lo em seus braços e ter sua confiança ao ponto de ele contar sobre seu passado.
- Bando de desgraçados... - murmurou, vendo Kirishima soltar um riso fraco por sua revolta e se aproximar, selando seus lábios em um beijo casto. Seus olhos transmitiam a tristeza que sentia com aquela vida que teve.
- Bem, passaram mais onze anos e eu conheci alguém. - pontuou, o que atraiu o olhar atento de Katsuki. - O nome dele era Tetsutetsu, e ele acidentalmente descobriu que eu era um dragão... mas ao contrário do restante das pessoas, ele me achou incrível e jurou que guardaria segredo. - sorriu um pouco com uma das poucas boas lembranças que tinha, do olhar de Tetsu brilhando em um ânimo notável ao descobrir sobre sua espécie. - Nós começamos a aproximar mais e acabamos... nos tornando "pecadores", sabe? Então um dia nos descobriram.
Bakugou já começou a deduzir mentalmente que tipos de coisas horrendas fizeram com eles, vendo a expressão calma de Eijirou vacilar e seu corpo começar a tremer. Kirishima respirou fundo, tentando recuperar a calmaria que lhe dominava segundos atrás, então começou a contar.
- Eu pedi pro Tetsu dizer que eu era um dragão, que ameacei ele a ter um relacionamento comigo daquele jeito, ou algo do tipo para ele ser perdoado, mas ele... - se levantou, sentando-se na cama por estar desconfortável depois de tanto tempo deitado. Respirou fundo mais um bocado de vezes e continuou. - Ele se recusou. Falou que eu deveria fugir enquanto ele era condenado, mas não deu tempo porque os humanos nos prenderam antes que pudéssemos fazer alguma coisa.
O loiro também se levantou, sentando ao lado do ruivo e o abraçando de lado, fazendo-o apoiar sua cabeça em seu ombro, dizendo que não era necessário continuar se Kirishima não quisesse, mas Eijirou balançou a cabeça negativamente e prosseguiu:
- Eu vi ele sendo queimado na fogueira. - seus olhos já estavam marejados com a lembrança dolorosa. Trincou os dentes e sua voz soou mais forçada que antes. - Eu fui amarrado e não pude fazer nada, Katsuki. - uma tensão formou-se em seus ombros imaginando algum julgamento sobre sua incapacidade, mas tudo que veio foi um abraço que transmitia todo o apoio que o loiro almejava dar ao seu parceiro. - Quando foi minha vez, eu não senti nada. Não sei muito bem o que aconteceu, mas acho que meu corpo absorveu o fogo e pela primeira vez eu me transformei em um dragão. Eu lembro vagamente de incendiar a vila, as pessoas que me olhavam com nojo, de tentar destruir tudo ali... eu estava com muita raiva, muita mesmo. - declarou, retribuindo o abraço e deixando algumas lágrimas caírem sobre o ombro alheio. - Depois eu encontrei aquela caverna, alguns meses se passaram e você apareceu.
- Por que me salvou mesmo depois de humanos terem feito isso com você? - Katsuki ficou genuinamente curioso, não compreendia aquilo, mas aceitaria qualquer que fossem as motivações de Eijirou. Aquele dragão o salvou, mais de uma vez, e só agora soube de tudo que passou.
- Lá no fundo eu... eu ainda sentia que poderia existir alguém como Tetsu. - olhou em seus olhos, vendo-os arregalar com a revelação. - Alguém que não fosse me julgar pelo que sou. - explicou - E bem... eu estava certo. - um sorriso terno surgiu em seus lábios enquanto fitava Katsuki.
Se surpreendeu quando viu uma lágrima surgindo nos orbes escarlates do loiro. Seus lábios de tocaram brevemente e logo Bakugou também sorriu, por mais raro que isso fosse, ele o fez, um sorriso que estava misturado de empatia e felicidade. Entendia a dor de Kirishima e estava extremamente frustrado pelo que houve com ele, mas saber que as expectativas do ruivo em si foram alcançadas deixava seu peito aquecido. Os sentimentos estavam misturados naquela manhã, se sentiam livres o suficiente um com o outro para expô-los e saberem que eram honestos.
Algumas complicações lhes aguardavam de fora daquela casa, e tinham consciência disso, mas ao menos naquele momento aproveitariam a presença um do outro.
[...]
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Bem, é isso. Espero que tenham gostado! :)
Ficou meio triste, mas eu tinha que revelar o passado do Kirishima logo... agora as coisas serão mais felizes.
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