Era uma manhã agitada como outra qualquer em uma extensa floresta.

Dentro dela encontrava-se uma caverna, que era propriedade - autoproclamada - de um belo jovem de cabeleira ruiva e olhos carmesim.

Usava uma bandana de cor vermelha, com alguns detalhes escuros, e seu peitoral era praticamente todo exposto, com apenas uma pequena peça de roupa que não cobria praticamente nada, além das calças e botas de couro.

Chamava-se Kirishima Eijirou, e guardava consigo um segredo. Ele possuia outra forma, sua forma original, uma dracônica, que justamente lhe permitia transformar-se em um dragão vermelho e enorme, mesmo que ainda fosse um adolescente. Nem parecia que quando humano tinha uma carinha de anjo inocente que sorria lindamente com seus dentes pontiagudos.

Eijirou estava com a cabeça nas nuvens, divagando sem rumo e pensando em o que fazer no momento, já que passava grande parte de seu dia com tempo livre. Porém esse pensamento logo se dissipou quando chegou a entrada da caverna.

Tinha algo incomum.

Deparou-se com um rapaz de cabelos louros, que aparentava ter sua idade, caído na beira do riacho de frente para a caverna. Ele usava uma capa, que no momento cobria quase todo restante de seu corpo. Ainda era possível enxergar calças e botas de couro, nos braços haviam algumas tatuagens com símbolos estranhos, especialmente uma com a letra K no ombro.

Eijirou ficou apreensivo, pois logo percebeu que tratava de um humano, mas ele não era um monstro sem empatia, então tratou logo de se aproximar para socorrê-lo. Aproximou-se do loiro com cautela , colocando suas mãos sob seu corpo, que se encontrava molhado. Haviam diversos machucados e arranhões em seu corpo, mas não eram tão sérios.

Verificou se seu coração ainda batia e se havia alguma movimentação em seu tórax.
Por sorte, ainda respirava, mas era uma respiração fraca, e sua pele não estava tão quente.

Isso levou o dragão a desesperar-se, e por mais que evitasse qualquer envolvimento com humanos, não queria deixar alguém morrer na sua frente.

Levantou o corpo do loiro e o apoiou em si, em seguida se direcionado à caverna.

*

Depois do ocorrido, alguns minutos haviam se passado. O jovem loiro já se encontrava mais quente por conta do calor que a fogueira, a qual Eijirou fez com alguns galhos de árvores e seu próprio fogo, emanava ao seu corpo, além de sua capa que estava servindo de coberta no momento. O Loiro dormia pacificamente, mas logo acordara.

Acordou confuso. Queria saber onde estava.

Também possuía uma íris avermelhada, porém um vermelho mais profundo que o do ruivo.

Quando se levantou, procurou por algo que indicasse sua localização, vendo a fogueira, breves aberturas por onde adentrava a luz do sol, e sentia o chão gélido debaixo de si.
Notou rapidamente que se tratava de uma caverna, mas ainda não entendia o porquê de estar ali.

Virou-se rapidamente ao captar uma presença desconhecida se aproximando.
Deu de cara com o rapaz ruivo olhando para ele com os olhos arregalados pela agilidade com qual o loiro agira.

- QUEM DIABOS É VOCÊ? - questionou, esbravejando irritado e meio assustado com a aparição repentina do outro.

- Ei! Se acalma aí, fui eu quem te salvei. - respondeu os gritos do loiro da forma mais tranquila que poderia.

- Me...salvou? Mas como caralhos você me achou? E que lugar é esse? - o outro continuava com diversas dúvidas, afinal, acordará em um lugar desconhecido, com um ruivo desconhecido de cabelo estranho - e dentes mais ainda - aparecendo repentinamente afirmando ter salvado a si.

- Relaxa! Eu irei te explicar logo.
Mas não acha que é melhor comermos algo antes? Você parece não comer nada faz tempo. - Kirishima disse em resposta, mostrando um sorriso amigável, que certamente acabaria com qualquer resistência do loiro.

- Tanto faz... - respondeu sentindo um rubor formar-se em sua face fazendo-o desviar o olhar. Nunca admitiria - Não tão cedo, ao menos - que aquele sorriso era o mais belo que já havia visto. Focou-se em acompanhar o ruivo a fim de sanar sua fome.

[...]