E a bruxinha virou princesa?
Ela nem precisou responder... Com todo romantismo que o príncipe Felipe sentira por ela, parecia que tudo havia se resolvido. Eles se casariam no último dia de Primavera, seria o destino? Ou a flecha do cupido que cuspira água pelas narinas? Um feitiço? Ou simplesmente, um belo presente que a sorte reservara aquela bruxa menina? Após resolver seus encargos políticos, e coroar-se rei diante de seus súditos, Felipe retornara para o Castelo di Trento, acompanhado de sua noiva Celeste, de vossa mãe, a rainha Vitória Augusta I, de alguns nobres e da guarda britânica. Em seus aposentos, foram acomodados, já que a viagem fora longa e exaustiva. De boas vindas, os noivos foram recepcionados com presentes e margaridas. Um famoso chef francês chamado Olivier, havia sido contratado para elaborar o menu da cerimônia.Peixes, lagostins, trutas, empadas de Paris, tortas, pudim de ovos, queijos, castanhas, mostarda, peras, faziam parte do cardápio. Mas o casal apaixonado da realeza, nem imaginara que a rainha Eleonora preparara uma festa surpresa, um almoço de noivado. Ela pensara em recepcionar a todos os convidados na véspera do casamento. Na noite anterior, vossas altezas, o príncipe e a princesa, apenas sabiam trocar juras de amor. Jantaram, dançaram e beberam licor. Antes de se acomodarem em seus leitos, ele novamente beijou-lhe a mão e lhe deu mais uma flor. Tomaram um banho refrescante, trocaram olhares feito dois amantes, rezaram e pediram a Deus que abençoassem seu romance. Ela ainda abriu a janela e permaneceu por alguns minutos, sentada na varanda, sentindo o frescor da brisa da Primavera. Olhava para lua que por instantes foi coberta por um nevoeiro. Teve um pressentimento, algo passageiro. Deu boa noite para o cozinheiro que atravessara o jardim, e percebeu que uma estrela caíra do céu sem fim.
Na manhã seguinte, despertou na terceira badalada do sino da igreja. Recebeu um beijo de amor, flores, café na cama com croissant e um bolo de cereja. O bispo Nicolás Franco já havia chegado, assim como entre tantos outros nobres e plebeus que haviam sido convidados. Os jardins estavam enfeitados e os empregados corriam desesperados para todos os lados. Sob a vasta paisagem, carruagens repousavam embaixo das árvores. Traziam gente de toda a realeza, entre duques, condes, príncipes e princesas. Até algumas camponesas passeavam pelos bosques e arredores vendendo doces e sobremesas. Celeste tinha certeza de seu amor por Felipe, mas demonstrara-se um tanto apreensiva.
̶ O que sentes minha amada? Não estás feliz? Se fora da vossa vontade, posso ordenar que o nosso casamento seja adiado e o cupido deslocado para outro chafariz! (Risos).
̶ Não, não é isso, não há necessidade de dar um sumiço no pobre cupido!
̶ Pois então alegre-se e venha dançar comigo!
Ela dançou e por um momento sentiu seu coração aliviado. Lembrara-se de sua tia e de seu passado. Subitamente, um empregado chega, bate à porta, trazendo um recado:
̶ Vossa alteza, príncipe Felipe, a pedido do rei, venho trazer-te o vosso anel de noivado.
̶ Noivado?! – estranharam os dois.
̶ Vossa alteza, queira desculpar-me por minha indelicadeza. A rainha assim ordenou que fosse preparado um almoço, uma recepção para a princesa, para apresentar-lhe à realeza de distintos países. Perdão vossa alteza, precisas que sejas auxiliado com as vossas vestes? As damas já estão a caminho com o vestido da milady Leonor di Fiore.
̶ Obrigado Stefano, por obséquio, deixe o anel ao chão perto da porta e pode retirar-se. Peça ao príncipe Ricardo que se apresente em meus aposentos.
̶ Com toda a vossa licença...
̶ Celeste? Perdoe-me, princesa Leonor, parece apreensiva? Anime-se! A vida na corte é um tanto agitada, mas suave como o doce perfume das margaridas. Sorria, vamos, diga-me bom dia, bonjour, e esteja radiante aos meus olhos. Amo-te e a verei em breve.
Alguns minutos mais tarde, as damas de companhia chegam para vestir a princesa. Arrumaram seus cabelos e fizeram um lindo penteado todo trançado com uma coroa de diamantes. Seu vestido era da alta costura italiana, rosa prateado, rendado de um fino e elegante cetim. Usava um colar de rubi. Uma tintura foi feita para lhe colorir suavemente os lábios. Desceu as escadarias, acompanhada de Ricardo, seu futuro cunhado. O rei muito emocionado a concebera com muita alegria e a conduzira até os jardins. Todos estavam impressionados com a vossa graça e com o vosso encanto. Príncipe Felipe vestia um manto branco e uma farda imperial britânica. Um consorte de flauta doce e de viola da gamba fazia ecoar um som requintado ao ambiente. Todos festejavam aquela abençoada união. Felipe não soubera disfarçar sua comoção ao receber Celeste repleta de esplendor. Ele a convidara para dançar com todo o vosso amor. Enquanto alguns convidados se divertiam bebendo Champanhe, outros se degustavam das mais variadas iguarias. A fartura era eminente. Enquanto Felipe fitava Celeste com candura, de repente todos são surpreendidos com a chegada de um convidado inesperado, a verdadeira princesa Leonor Trento di Fiore. A rainha desmaia, deixando sua taça cair ao chão. Um cortesão corre para socorrê-la com um leque na mão, enquanto o rei faz um sinal para o capitão da guarda real.
̶ Alguém, por obséquio, saberia informar-me o que está por acontecer neste palácio? – entoou sua voz o rei.
̶ Ora meu pai, não está por me reconhecer? Sou eu, sua filha caçula, Leonor, não compreendo a razão para tanto espanto.
̶ Leonor?! – impressionou-se o rei.
̶ Na floresta, uma condessa ofereceu sua carruagem para que eu fosse conduzida até meu próprio casamento? Estou um tanto confusa, já que o conde Rafaello se encontra aqui junto a mim.
̶ Rafello, meu filho está vivo! – gritou o conde de Montenegro.
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