Dor!
Você me fez, você me fez acreditar, acreditar
Dor!
Você me destrói e me reconstrói, eu acredito, acredito
Dor!
Oh, deixe as balas voarem, oh, deixe-as chover
Minha vida, meu amor, minha motivação, eles vieram da
Dor!
Você me fez, você me fez acreditar, acreditar
(Believer)

Tradução: Juntos somos fortes

Dulce

Esperança estava no colo de Chris, enquanto Lily estava de mão dada comigo. Seu corpo parecia se arrastar ao meu lado, de tão cansada, mas infelizmente tínhamos que continuar. Minha boca está tão seca, faz tanto tempo que não sei o que molha-la, sinto que logo meu corpo não vai aguentar, de tanta falta de água, poderia pelo menos chover.
Continuamos caminhando pela longa estrada entre a floresta, quando paramos de repente. Eu não sabia o que era, porque estava mais atrás do grupo, então comecei a passar entre eles e ver o que haviam acabado de achar. Eram garrafas de água, com o bilhete escrito "Presente de um amigo". Eu senti minha boca salivar apenas de imaginar o gosto daquela água descendo por minha garganta, quando fui dar um passo a frente, senti a mão de Poncho me segurar.
Não podemos beber essa água, pode ser uma armadilha - disse firme
Mas está dizendo que é de um amigo - rebati sedenta
Eu sei, mas quantos amigos encontramos até hoje? Não podemos confiar
Droga!Droga - soltei a mão de Lily, e irritada sai batendo em todos

Eu cai de joelhos no chão e comecei a chorar com as mãos em meu rosto. Estou tão cansada disso tudo, de sempre ter que lutar e sobreviver.
Eu senti os braços de Christopher me envolver e fazer um carinho em minha cabeça.
Vai ficar tudo bem...acredita - ele pediu

Eu já estava pronta para blasfemar algo, quando senti gotas geladas caírem por meu rosto e percebi que não eram minhas lágrimas. Eu e Chris nos levantamos e nos olhamos, era a chuva começando. Todos começaram a rir e dançar na chuva, eu e Chris nos abraçamos contentes, aquilo era a melhor coisa que nos acontecia a tempo. Nos soltamos, e eu fiz uma concha juntando as minhas mãos para levar a água até minha boca seca. Fiz isso por pelo menos quatro vezes e então abri os braços, olhando para o céu com os olhos fechados e deixando a água limpar todo meu corpo, que sensação maravilhosa, era tudo o que eu precisava para reunir minhas forças. Olhei para o lado e vi as crianças pulando nas poças d'água, Lexa e Mai deitavam no chão para deixar a água cair nelas, pareciam duas crianças também, se divertindo. Os outros pegavam tudo o que tinham que servir para armazenar a água, para termos o que beber mais tarde. Logo a chuva começou a se intensificar, com relâmpagos e raios, se tornando uma tempestade, da qual precisávamos nos proteger. Daryl que havia desaparecido pela floresta, voltou com a notícia que havia encontrado um celeiro e todos nos o seguimos. Esperança que estava com Sasha, veio para meu colo e eu a abracei contra meu peito, para protegê-la, enquanto ela parecia despreocupada, sem entender o que estava acontecendo.
Agora estávamos molhados e com frio e precisávamos nos esquentar. Fechamos o celeiro e fomos sentar em algum lugar, todos juntos, para tentar nos manter aquecidos. Abraham e Daryl conseguiram fazer uma fogueira, então aos poucos o lugar foi ficando menos frio e quando dei por mim, já estava dormindo encostada no ombro de Chris.

{...}

Christopher

Dulce adormeceu em meus braços e eu também estava bem cansado, mas não queria baixar a guarda. Lily e Esperança estavam com Lexa e Maite, que pareciam finalmente terem feito as pazes e voltaram a ser amigas. Acabei deixando meus olhos pesados se fecharem.
Acordei com um barulho, abri os olhos e vi Daryl e Maggie tentando segurar as portas do celeiro, a tempestade estava com uma grande ventania e com certeza estava trazendo coisas com ela. Me desvenciliei com cuidado de Dul e então corri para ajudá-los. O vento era muito forte, estávamos quase cedendo, quando vi, um por um do nosso grupo, acordar e correr para nos ajudar. Aquela velha história de juntos somos mais forte, nunca fez tanto sentido. Ficamos bastante tempo ali, segurando aquelas portas, enquanto só as crianças se mantinham afastadas. Quando finalmente o vento parou e as portas já não mais parecia querer abrir, aos poucos cada um foi se dispersando e voltando a descansar.
Você foi um herói hoje - Dulce segurou minha mão
Todos fomos querida - eu sorri e beijei sua testa
Eu sei, somos tão fortes juntos, como uma família - disse orgulhosa - ainda bem que tenho vocês
E ainda bem que naquele dia, dentro daquele tanque militar vocês me encontraram - eu dei uma risada leve - uma baixinha invocada quase quis me matar
Você nunca vai esquecer essa história, né? - revirou os olhos
Jamais, se foi exatamente ali, a primeira vez que olhei para a mulher da minha vida
Ainda bem que eu não te matei então - disse brincando

Eu beijei seus lábios delicadamente. Foi um beijo calmo e leve, para então puxá-la para meus braços e sentir que agora estava tudo bem. Pegamos no sono novamente e quando abri os olhos, a claridade do dia já incomodava. Olhei ao redor e vi que alguns já estavam de pé. Vi Dulce resmungar e se mexer em meus braços, com carinho a acordei, já estava de manhã e tínhamos que decidir se iríamos seguir estrada. Foi então que Maggie, Maite e Lexa entraram no celeiro com um homem desconhecido. Me coloquei de pé depressa, já em posição de alerta.
Quem é esse cara? - perguntei sério
Ele disse que é o tal amigo das garrafas d'agua - Maggie responde
Meu nome é Aaron, eu eu quero ajudá-los

Todos do grupo nos entreolhamos, que diabos aquele homem fazia ali e dizendo que queria nos ajudar, como nos encontrou e da onde ele vinha?