Capítulo 66 - NOTHING WILL BE EASY
E eu acho engraçado
Eu acho isso meio triste
Os sonhos em que estou morrendo
São os melhores que já tive
Eu acho difícil dizer a você
Eu acho difícil levar
Quando as pessoas correm em círculos
É um mundo muito louco, mundo louco
(Mad Word)
Tradução: Não será fácil
Christopher
A noite caiu, havíamos conseguido chegar até a cidade. Éramos apenas eu e Dulce, sozinhos, tentando sobreviver, com fome e sede e sem saber das meninas. Eu sinto raiva, fúria, tristeza, tudo junto por não ter conseguido impedir o que aconteceu. Como faríamos para achar os outros?
Dulce está apática, o tempo todo se mantém em silêncio, fria, como se não estivesse realmente aqui. Eu entendo, afinal, ela está assim principalmente por não sabermos onde estar Esperança.
Paramos em frente a uma casa, minha arma estava sem balas, meu machado ficou para trás, tudo o que eu tenha na mão é um pedaço de madeira. A porta estava trancada, arrombei com um chute. Pedi que Dulce ficasse na varanda enquanto eu ia verificar o lugar. Ela nem ao menos se importou, só ficou lá parada, olhando para o nada.
No andar de baixo não tinha nada, então subi as escadas, entrei um dos quartos estava vazio, o outro a porta estava trancada. Eu não sabia se devia ou não abrir, então ouvir arranhões na porta e constatei que havia um morto vivo ali, então decidi não mexer. Desci as escadas e quando cheguei na porta Dulce simplesmente não estava. Já senti o corpo estremecer, olhei para os lados e nada dela, comecei a andar pela rua, e foi então que encontrei ela, parada, em frente a um Walker. O mesmo parecia ser uma mulher, que não tinha a parte da cintura para baixo. Ela se arrastava até Dulce, grunhindo. O pior era que Dul se mantinha imóvel, na frente dela, como se não estivesse disposta a fazer nada. Foi então que ela estendeu o braço, como se estivesse dando para o zumbi. Eu corri o mais rápido que pude e antes que o mesmo conseguisse mordê-la, eu acertei sua cabeça com o pedaço de madeira. Eu segurei a mulher que eu amo pelos ombros e sem delicadeza a chacoalhei.
- Você está maluca? O que está fazendo? - eu disse olhando em seus olhos que pareciam vazio - Dul por Deus, você não pode ficar assim. Vamos acha-la ok?
E novamente ela não me respondeu. Então a peguei pela cintura e a coloquei no meu ombro. Sai carregando-a de volta para a casa. A deitei no sofá e então fechei a porta e arrastei um móvel para impedir que algo ou alguém pudesse entrar. Estava escuro, então procurei por velas e encontrei algumas, acendi com o esqueiro que ainda estava no meu bolso. Procurei nos armários e encontrei apenas duas latas de feijão, vencidas, mas era o que tínhamos para comer. Subi as escadas e havia água no chuveiro. Tomei um banho rápido, e vesti uma roupa limpa, que encontrei na casa. Estava com tanta sede, que tomei a água do próprio chuveiro e usei para encher algumas garrafas que encontrei. Quando voltei para a sala, Dulce estava exatamente como a deixei. Deitada, imóvel com o olhar perdido. Dessa vez ela realmente estava em um estado de choque, que eu não sabia como tirar. Até tentei fazê-la comer, mas não consegui, pelo menos ela bebeu água.
Arrumei uma coberta e a cobri, em seguida fiz o mesmo, deitando em outro sofá. Estou tão cansado, preciso de apenas uma horas de descanso.
Não sei por quanto tempo consegui cochilar, porque parecia pouco, quando acordei com Dulce gritando, sentada no sofá olhando para o nada. Levantei às pressas, fui até ela e tampei sua boca. Se ela continuasse a fazer barulho, atrairia walkers.
- Querida estou aqui, está tudo bem - soltei sua boca quando ela parou de gritar
- Onde ela está? - ela olhou pra mim - onde está nossa filhinha? - seus olhos ficaram marejados
- Eu não sei meu amor. Mas eu prometo que vamos acha-la - segurei seu rosto e beijei sua testa
Ela então me abraçou e eu deitei com ela no sofá, nos cobrimos e acho que finalmente conseguimos dormir um pouco.
O que seria apenas uma noite naquela casa, se tornou dois dias. Fiquei com medo de sair de lá com Dulce nesse estado, ela não parecia bem para se defender ou ficar andando por aí. Porém estava com fome, e a água do chuveiro não tinha mais, ou seja não tínhamos mais água.
Ela continuava naquele sofá, o mesmo de quando chegamos. Ela não comeu, mal bebeu água, ficou apenas lá deitada, olhando para o teto. Às vezes chorava, chamava por Esperança, mas apenas isso.
Sentei na mesa que havia de frente para o sofá, para tentar falar com ela.
- Meu amor, você precisa reagir - pedi - precisamos sair daqui. Precisamos ir atrás da nossa filha
Eu percebi que quando ela ouviu a última palavra, ela se mexeu. Eu continuei a falar o quanto ela é forte, o quanto podemos sair dessa juntos. Acredito que vamos encontrá-la, mas que para isso, precisamos sair daqui e procurar. Ela finalmente sentou no sofá e olhou pra mim.
- E se não a encontramos? Eu não vou saber viver com isso Christopher. Eu sinto culpa
- Você não tem culpa meu amor - tentei tocar sua mão mas ela se afastou - Dulce você tem que me deixar ajudar você. Somos um casal, precisamos passar por isso
- Eu só quero a minha filha - ela disse seca
Eu estava prestes a falar mais, porém ouvi um barulho vindo do lado de fora. Parecia passos e não era de um zumbi. Fiz sinal para que ela ficasse em silêncio, a passos lentos fui até a parede onde havia deixado o pedaço de madeira. Fiquei perto da porta e então vi a maçaneta se mexer, e tentarei entrar, mas havia o móvel impedindo. Quem quer que fosse, eu não deixaria entrar tão fácil assim.
Alguém mais está com dó da Dulce?
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