Capítulo 45
ALEX
Bati à porta em minha frente incansavelmente, até ela ser aberta. Quando Kate se revelou na porta, ela me olhou surpresa e depois sorriu.
- Eu sabia que uma hora ou outra você voltaria para mim. - Soprei uma risada e entrei em sua casa.
Então, ela fechou a porta e veio até mim, tentando me beijar, mas eu a impedi, segurando seu maxilar.
- A sua sorte é que eu não bato em mulher, Kate. - Ela me olhou, horrorizada.
- O quê?
- Da próxima vez que você abrir sua boca para falar algo que envolva estarmos juntos, eu irei fazer com que você perca tudo o que tem. E, então, você dirá adeus à sua vida de luxo.
Seus olhos se encheram de lágrimas e ela soluçou, abraçando o próprio corpo.
- É tão difícil assim me amar, Alex?
- Não, Kate, não é difícil amar você. Apenas busque esse amor em outra pessoa, porque de mim, você não terá mais... O aviso foi dado. Agora, me deixe em paz!
- Está apaixonado por outra não, é? A garota da festa, gosta dela? - Então, olhei para Kate e pensei em uma resposta para sua pergunta.
Lembrei-me de como doeu vê-la em uma cama de hospital, de como doeu saber que não se lembrava de mim e de como doeu quando se afastou. Lembrei-me também de como me sentia estranhamente bem ao seu lado, de como iluminou meus dias, de como abriu meus olhos, de como me fez sorrir e de como meu coração errava a batida quando estava perto ou quando sorria.
Eu não sabia explicar, pois eram sentimentos que nunca havia sentido. Mas uma vez, descobri que o amor é algo inexplicável.
- Eu descobri o que é amar... E foi ela quem me ensinou.
[...]
Assim que cheguei em casa, desfiz o nó da gravata e a tirei pelo pescoço, jogando-a para o lado. Após, deitei-me na cama e respirei fundo. Então, era isso, eu a amava. Finalmente, havia entendido.
Por anos, estive com várias mulheres, mas nenhuma tinha despertado tal sentimento em mim. Mas com Amália... Eu me apaixonei por ela em poucos meses. Qual feitiço Amália havia me lançado?
Às 6 horas da noite, estava passando pela porta do quarto do meu pai, quando, sem querer, ouvi o nome do pai da Ana ser mencionado. Então, parei em frente à porta e encostei meu ouvido nela para escutar a conversa.
- Ele não fala muito sobre ela para nós. Talvez, tenha se esquecido. - Silêncio. - Talvez, um dia, eu lhe conte. Sei que o Alex é adulto, mas temo sua reação ao saber que Ana poderia estar viva, se não tivesse dado sua máscara de oxigênio para a amiga em meio a uma crise respiratória.
Imediatamente, empurrei a porta e ele me olhou com os olhos arregalados.
- O que disse?
- Alex... - Ele encerrou a chamada.
Não podia acreditar no que havia ouvido. Ana poderia ter sobrevivido? Ela poderia estar aqui?
- Por que ela faria isso? - Perguntei em um fio de voz.
- Você sabe como era a Ana, filho. Ela sempre se preocupou mais com as pessoas do que com ela mesma.
- Mas... Sacrificar sua vida por outra garota que nem ao menos sabemos se ainda está viva?
- E se os papéis fossem invertidos? E se fosse Ana que estivesse em meio a uma crise respiratória e essa garota doasse a sua máscara de oxigênio, mesmo arriscando sua vida?
Então, engoli em seco, sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.
- A minha Ana... Ela não podia ter feito isso. - Meu pai veio me abraçar.
Por que Ana tinha que ser tão boa? Por que não pensou em mim? Será que a nossa amizade não valia nada? Estava me sentindo perdido, nada disso tinha sentido. Ana era apenas uma criança, mas por que agia como uma adulta que tomava suas próprias decisões? Por que ela não foi uma criança normal?
Saí do quarto e desci as escadas, correndo. Eu não sentia nada, parecia que estava flutuando no ar. Por fim, encostei-me em uma mesinha.
Por que Deus não viu seu sacrifício e a salvou? Por quê? Por quê?
Pela minha frustração e raiva, passei minhas mãos pela mesa, derrubando todas as coisas que estavam sobre ela. Então, imediatamente, alguns funcionários apareceram.
Olhei para a bagunça no chão e, depois, subi meus olhos para Amália, que me olhava com preocupação evidente no rosto. Quando ela tentou se aproximar, empurrei a cadeira e lhe dei as costas, saindo de casa.
Minha cabeça doía e meu coração também. Era como voltar naquele dia. O dia em que a vi morrer. O dia em que a perdi.
[...]
Peguei meu carro e parti sem rumo. Quando estacionei em frente à boate que costumava frequentar, repreendi-me mentalmente por ter voltado. No entanto, apenas adentrei o local e fui ao bar. Então, o garçom logo me trouxe um copo, que eu o virei de uma vez só, enquanto uma menina estava ao meu lado me observando.
Depois de sei lá quantos copos, eu já não sentia mais nada, apenas um vazio.
- Alex? - Então, olhei para o lado, sentindo minhas vistas ficarem embaçadas.
- Amália? - Desci meus olhos e os subi novamente. Ela estava usando um vestido apertado?
- Está bêbado. Você odeia ficar bêbado.
- Como sabe?
Ela parou em minha frente, depois segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou.
Deixem a estrelinha e gostou do capítulo.❤️😍
Obrigada por estarem comigo em mais um capítulo ❤️🤧
Até o próximo ❤️✅
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro