Capítulo 27
AMÁLIA
Ainda estava confusa por Alex ter se disponibilizado a me trazer. Janette apareceu, o que foi uma surpresa muito boa por vê-la bem. Eram elas quem estavam com a tia Estela.
Ela me tranquilizou, dizendo que todos estavam bem e que a maioria estava com Raquel em sua casa. Além disso, ela havia falado que apenas tia Estela, que havia inalado muita fumaça, e mais duas crianças, Suzy e Tomy, que haviam sofrido queimaduras um pouco mais graves, tinham ficado no hospital. Os três estavam dentro do orfanato quando o incêndio começou, já os outros, estavam fora e, por isso, conseguiram sair ilesos.
Quando já podia ver a tia Estela, tinha questionado a Alex se ele queria ir junto e, para minha surpresa, ele havia aceitado.
Não consegui conter minhas lágrimas quando entrei no quarto, pois vi tia Estela deitada naquela cama com aparelhos ligados a ela. Ao contrário do que Janette havia dito, ela não parecia muito bem.
Passando um tempo, a porta foi aberta e Raquel passou por ela. Raquel era uma das cuidadoras e muito apegada à tia Estela, assim como eu. Ela olhou para meu patrão, o qual pediu licença e saiu em seguida.
— Amália. — Raquel veio até mim e me abraçou. Ela se afastou, secando algumas lágrimas, e, então, pude ver que ela tinha alguns arranhões.
— O que aconteceu?
— Eu não sei direito. Eu estava no jardim, de frente ao orfanato, junto às crianças. Os que mais se feriram foi porque estavam dentro da casa. Mas ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Alguns bombeiros falaram que poderia ter sido algum curto circuito nos fios. — Assenti, olhando para a tia Estela.
— E agora?
— Agora? Bem, iremos juntar forças e recomeçar.
— Raquel, como? Com o quê? Eu vi na televisão como ficou o orfanato. — Abaixei a cabeça.
— Minha querida, cadê sua fé? Eu, Estela e Janette, nós vamos dar um jeito e Deus proverá. Nunca é o fim.
— Eu sinto muito. — Deixei algumas lágrimas caírem, talvez pelo alívio de todos estarem bem ou pelo fato de, naquele momento, eu não ter pensado com a fé. Por sua vez, Raquel sorriu e enxugou minhas bochechas.
— Aquele homem que estava aqui, quem era? — Ela tentou mudar de assunto.
— Ah, é meu patrão, Alex Backer. — Enxuguei minhas lágrimas.
— A relação de vocês deve ser muito boa, não é? E ele deve ser muito bom por ter acompanhado você. — Crispei os lábios.
— Digamos que ele seja diferente. Bem, eu preciso ir, não posso abusar da boa vontade do patrão. — Já que é bem rara, completei a frase na minha mente. — Me avise se algo acontecer. — Abracei-a mais uma vez. — Ah! Onde estão as crianças? Quero falar com elas antes de ir.
Depois que Raquel me falou o número do quarto delas, saí de onde estava, encontrando Alex no corredor.
— Eu… Vou ver as crianças. Tudo bem para você? — Ele assentiu e eu sorri, agradecida.
Após, entrei no quarto para procurar por elas e logo vi os dois em camas separadas. A primeira a me ver foi Suzy, depois Tomy.
— Vocês estão bem?
— Sim, mas eu senti tanto medo. — Disse Tomy, abaixando a cabeça.
Avaliei-os, passando os olhos por todo seus corpos, e vi que tinham algumas queimaduras nos braços e nos rostos, o que deixou meu coração em pedaços.
— Ela vai ficar bem, não vai? — Tomy perguntou, chamando minha atenção. Eu sabia que ele se referia à tia Estela.
— É claro que vai, meu amor. Logo logo vocês estarão todos juntos brincando.
— A nossa casa está destruída. — Sussurrou o menininho de pele amorenada. Com sua fala, meu coração se apertou no peito.
— Então, uma nova será construída. — Falei, mesmo sem saber se isso iria acontecer, para animá-los.
— Promete?
— Eu prometo.
Então, após, passeei pelos corredores, procurando por meu chefe, porém ele não estava em lugar nenhum, nem na recepção. Portanto, deduzi que já estivesse no carro. Por fim, deixei o hospital e, como previsto, avistei-o no veículo. Eu me aproximei e entrei. Então, ele ligou o carro e partimos em silêncio. Porém, por mais incrível que pareça, Alex o cortou.
— Eles vão ficar bem?
— Graças a Deus, sim. — Respondi, olhando pela janela do carro.
— Graças aos bombeiros e aos médicos que os socorreram, não? — Olhei para ele.
— É isso que o Senhor pensa? — Ele me olhou de relance. — Ou é o que quer pensar? — Concluí. Observei ele apertar os dedos em volta do volante. - Deus, é Deus, Senhor… Ele é o Deus do milagre, o Deus da ciência. Então, sim, dou graças a Deus, porque minha tia e as crianças estão bem, pois sem Ele, não existiria a ciência, assim como os médicos, Senhor Backer. — Ele permaneceu em silêncio, com o foco na estrada. Já eu, voltei a encostar minha cabeça na janela do carro.
— Que seja. — Ouvi ele murmurar.
Queria entender o porquê de ele não acreditar em Deus. Eu o respeito, mas queria entender, porém sei que cada um tem o seu modo de pensar e cada um pode escolher no que acreditar, pois Deus nos deu o livre-arbítrio.
Oii
Gostaram do cap?
Desculpem pelos erros >_<
Deixem a estrelinha, irá me ajudar muito. Fico muito feliz por vocês estarem comigo em mais um capítulo ❤️🌻
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