Capítulo 11
ALEX
Olho para cada um na sala de reuniões e me contenho para não bufar diante deles. Todos falam e falam, mas não dou a mínima atenção. Ainda estou bravo com Amália, o jeito que ela me olhava em silêncio enquanto eu bufava de raiva. Respiro fundo, quando o seu sorriso vem à minha mente. Droga! Por que ela é tão diferente? Por que ela tinha que falar aquilo sobre mim? Ela está errada! Eu não sou bom e não uso uma máscara. Isso é o que eu sou!
— Está de acordo, Alex? — Sou tirado dos meus pensamentos. Olho para Jonathas e para todos que olhavam para mim esperançosos.
— Pode repetir? — Ele afirma.
— Discutíamos sobre a nossa parceria com empresas chinesas, o que seria de bom agrado para as empresas Backer. Você está de acordo com essa parceria?
— Não! — Respondo simples e todos trocam olhares, surpresos.
— Alex, o seu pai...
— Eu disse não! — Eles afirmam ainda relutantes. — A reunião está encerrada. — Digo, levantando-me da cadeira e saindo da sala.
[...]
Entro no meu quarto, jogando a gravata para o lado. Então, respiro fundo, indo em direção ao escritório. Tempo depois, alguém bate à porta e logo ouço sua voz:
— Com licença, Sr. Backer. — Ergo meus olhos até Amália, que parecia um pouco receosa, mas que ainda tinha o olhar firme.
Ela ia se sentar, mas eu a impedi.
— Não pedi para se sentar. — Ela parou onde estava e assentiu.
— Desculpe. — Ela respira fundo. — Olha, eu não sabia que o Senhor ia ficar tão bravo com eles aqui. Me dê um desconto, Sr. Backer, é meu primeiro dia. Ainda não conheço muito sobre as suas regras. — Ela fala, calma.
— Tudo bem, Amália. — Apoio meus cotovelos sobre a mesa. — Eu não irei demiti-la. — Ela respira aliviada. — Contudo, não quero saber de visitas aqui dentro da minha casa. Ainda mais pessoas como eles. — Ela me olha, juntando as sobrancelhas.
— Como assim pessoas como eles? O que tem de mal neles? — Questiona.
— Ainda pergunta? Aquela garota não tem onde cair morta e ainda parece uma prostituta. Quanto ao rapaz, nem se fala. — Observo seu queixo cair.
— O Senhor... Eu não acredito que estou ouvindo isso. — Ela ri soprado, negando com a cabeça. — Você se acha muito, não é, Sr. Backer? Apenas pelos milhões que tem. Fique você sabendo que o dinheiro que você tem não o faz melhor que ninguém. — Sorrio.
— Eu sou melhor, mas não apenas pelo dinheiro que possuo. Olhe para você, para aqueles seus amigos, vocês não têm nada. Não são ninguém.
— O Senhor não é melhor que eu, assim como eu também não sou melhor que o Senhor! — Ela fala, exaltando-se, porém fecha os olhos, respirando fundo e negando com a cabeça. — Deixa para lá, o Senhor não entende.
— Cuidado como fala comigo! — Falo, ficando de pé. — A partir de agora, você ficará responsável pela limpeza tanto do meu escritório quanto dos banheiros. — Ela me olha, incrédula.
— E quanto a comida?
— Você fará. Eu sei que dará conta.
— Como vou fazer para entregar o jantar ou o almoço no horário certo? — Ela cruza os braços.
— Peça ajuda ao Deus que tanto diz amar. — Ela suspira, olhando dentro dos meus olhos, então sorri.
— Ele irá. Assim como vem fazendo desde que… — Observo ela engolindo em seco. — Eu vim ao mundo. Não se preocupe, Sr. Backer. Não receberei ninguém aqui. — Ela vira as costas para sair, mas depois olha para mim. — O Senhor está enganado ao dizer que é melhor. Não julgue pela aparência, o Senhor pode se enganar. Espero que um dia possa entender… Com licença. — Ela abre a porta. — Ah, o jantar já está pronto, Senhor. — Então, ela sai.
Permaneço olhando para a porta e respiro fundo. Por que ela é assim? Amália me faz sentir raiva. Em vez de infernizá-la, ela quem está fazendo isso comigo. Nenhum dos meus empregados agia assim, sem medo de ser demitido, todos sempre souberam onde era o seu lugar. Amália era determinada e, merda, eu não conseguia afetá-la. Ela sempre tinha uma resposta que me deixava intrigado.
Assim, pego o telefone da casa e, por ele, falo com Otávio:
— Compareça ao meu escritório. — Então, desligo e, segundos depois, ele passa pela porta.
— Licença, Senhor.
— Otávio, encarregue-se de supervisionar a Amália. Ela agora ficará responsável não só pela comida como também pela limpeza dos banheiros e do meu escritório. — Otávio me encara com as sobrancelhas arqueadas.
— Desculpe, Senhor, mas por que isso?
— Isso não é do seu interesse! — Ele afirma, desculpando-se. — Apenas faça o que mando! Pode ir!
Por fim, saio do escritório e vou para meu quarto, jogando-me na cama.
Obrigada por esta comigo em mais um capítulo ❤✔
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro