28 -Julgamento do demônio
1829 Words
― Esse Kenny é mesmo incrivel! ― Harye diz ao deitar na minha cama todo folgado como sempre. ― Ele me procurou semana passada e disse que os amigos dregs dele estavam trabalhando no meu caso em busca de justiça. E agora tirou esse batman do bolso! Mano! Apaixonei! ― Esperneia balançando as pernas.
― Ele é da Katy. Nem tenta. ― Dylan diz ao atacar um travesseiro nele.
Mas a real é que eu estava todo entretido conversando com a Cloe nestes três dias
Ela não parecia tão ruim quanto o Dylan fez parecer, na verdade me parecia que ela precisava de ajuda assim como eu precisei antes. Pra ser quem ela é, quem ela quer ser. Ela parece presa por suas próprias amarras.
Mas em meio a meu papo com ela e com o Marcos acabei cometendo um erro gigantesco e mandando a mensagem na janela errada.
*~* Ele conseguiu filmar tudo. Temos as provas do abuso sexual. Podemos resolver isso na justiça.*-*
Apaguei no mesmo segundo, mas foi tarde de mais. Lógico que ela leu e me ligou em seguida.
Pra alguém como ela chegar ao nível de ligar como "uma pessoa de idade" (Era como ela pensava, não me julga pfv) a coisa devia estar explodindo na cabeça dela.
― Não era pra você ter lido aquilo. ― Já atendi totalmente em pânico, sabendo o motivo da ligação.
[― Cara! Você não pode e não vai fazer isso! ― Gritou do outro lado da linha e eu nem soube como reagir. Como pude cometer uma gafe destas? Deixar uma pessoa como ela sabendo disso? ― Já errou em me mandar. Agora termina de errar e me põe neste assunto. Quem é a garota que está sendo violentada, abusada, sei lá. ― Bem... Errada no argumento ela não está.]
Respirei fundo e tentei consertar a situação. ― Cloe. Eu não posso. Esquece por favor. ― Mas ela era teimosa.
[― Não Ton! Eu não vou esquecer! Não da!]
OK ela estava certa. Não podia jogar uma granada assim e deixar explodir em cima dela e no escuro. ― Unf tudo bem. Mas...
[― Eu já sei. Finjo que não sei e ajudo como puder! Fala logo caralho! ― Ela gritou me interrompendo e eu apenas respiro fundo.]
― Primeiro... Não é uma garota. ― Pontuo serio. ― E ele está sendo obrigado a ceder a contra gosto. O cara é o padrasto dele, está ameaçando parar de pagar a escola e cursos se ele dedurar ou deixar de o... obedecer.
[― Um garoto? ― O tom dela foi de extrema surpresa, como se isso fosse algo impossível e eu tivesse estourado sua bolha mental com uma faca.
― Ele está muito mal com isso. Mas ao mesmo tempo não quer abrir mão da vida que tem.
[― Ele prefere... que.... Você entendeu! ― Essa fala dela me irritou muito. Senti minha garganta pulsar uma veia. Mas me contive para não gritar com ela.]
― Não julga por favor. Você não tem como entender. Abriria mão de tudo o que tem?
[― Mas é claro que sim! ― Ela gritou e eu me calei. Realmente não esperava por tal resposta vinda de uma pessoa como ela.]
― Mas ele não pensa assim. ― Respondi sério.
[― Então está gostando!]
...
...
Depois é crime agressão contra mulher....
Olha o que essa caralha me fala!
Ve se não da vontade de descer a porrada em uma pessoa destas?
― Não diz isso. ― Me seguro novamente e tento explicar. ― Ele é uma pessoa centrada. Tem planos e não quer ver tudo ruir do nada. É um tipo de sacrifício, ele está preso nisso e não sabe como sair. A mãe dele está morta. Ele não tem pra onde ir. ― Falo e ela se cala do outro lado, e eu aproveito os minutinhos em silêncio tentando me acalmar em meio a minha fúria de querer muito agredir ela pelo que ela falou.
[― Por favor me deixe ajudar. Eu tenho que conseguir ajudar de alguma forma. Por favor. ― Eu realmente não esperava ouvir tanta emoção vindo de uma pessoa como ela. Aquilo me tocou de uma forma que ate me acalmei.
― Eu nem sei como você pode ajudar. O abusador é... ― Engulo minhas palavras antes que falasse coisas que não deveria; Mas a verdade era que eu não tinha ideia de como ajudar. Esse tal de Dd era mesmo de confiança? Ele podia resolver tudo sozinho? ― Deymond. Conhece? Eu não faço ideia quem seja.]
[― Conheço. ― A voz me veio dura como se ela tivesse sido petrificada de medo em ouvir tal nome. ― Ele é um monstro. ― O complemento só me fez arrepiar. E seu tom de choro me comprovava o perigo que estávamos lidando. ― Eu já ouvi... ele conversando com meu tio... sobre o que gosta de fazer com as prostitutas que paga... Se ele ta fazendo isso com o próprio afilhado eu, eu... ― Ela claramente segurava o pranto. Será que ele já fez algo com ela? ― Mas me escuta. Ele é amigo do meu pai então tem ótimos advogados da empresa do meu pai. Ele pode facilmente alegar que o garoto inventou tudo, além do fato de ele ser o dono da casa e com isso pode dizer que o garoto se droga e plantar algo e o jogar em uma clínica. É uma tática terrível dessa gente. Ele pode "real" destruir a vida do afilhado. Faz sentido o medo dele.]
Pelo lado bom ele não chegou a fazer nada com ela.
Mas pelo ruim...
Ela sabia o quanto monstruoso esse homem era.
― O que faremos? ― Perdi ate a noção de com quem estava conversando. ― Eu já perdi o controle e o agredi. Se aparecer lá de novo serei preso. Harye conseguiu as provas de que ele obriga o afilhado. Dylan acha que isso é o suficiente e chamou um gênio da escola dele para nos ajudar. Eu... eu vou contar esse detalhe a mais para esse cara. Obrigado.
E assim desliguei.
Tudo parecia rodar ao meu redor e logo liguei para Kenny para o contar um pouco do que ela havia me dito.
Eu estava tão nervoso que nem sei se fui útil, mas ele agradeceu e disse que passaria tudo ao tal de Dd, e já na terça feira fomos chamados para depor contra o agressor sexual.
Tudo foi tão rápido que nem acreditei.
Minha mãe nem sabia o que dizer. Ela nos deu carona e pediu aos garçons que abrissem e cuidassem do restaurante enquanto me acompanhava.
― Mil perdões meu anjo. Você estava... tentando ajudar esse garoto. A policia tem que tirar aquela coisa do seu histórico! ― Ela falava com ela mesma, mas eu estava feliz com tal reconhecimento. Mesmo que não tenha gostado e nem orgulho de ter partido para uma agressão.
A audiência foi fechada.
Uma mesa com os assustadores do filho da puta que sorria como se pudesse fazer o mesmo com cada um de nós ali mesmo na frente de todos, e o Marcos sentou ao nosso lado como se tremesse por dentro mas por fora estava o príncipe impecável de sempre.
Todos falavam muito, mas eu mal ouvia. Era uma guerra de palavras e acusações para todos os lados como tiros granadas e bazucas.
Assim como ela alertou, eles alegaram que Marcos era drogado e inventou tudo, mas tínhamos conseguido provas de que não com exames de sangue regulares da escola antes de ele forjar e trazer outros modificados. Isso alem dos exames físicos mostrando as agressões físicas e como a cereja do bolo o vídeo que Harye fez.
Ele não tinha o que dizer.
O monstro ficou calado nos olhando com olhos de fogo.
Parecia dizer que isso tudo teria uma doce vingança e eu tremia de medo por dentro.
Mas o promotor cuspia fogo sobre ele ao acusar dizendo que ele aliciou até um dos investigadores que trabalham a paisana que foi enviado para certificar o caso. O cara era um pervertido incontrolável e achava que seu poder era tanto que podia fazer o que bem desejasse com qualquer garoto que desse vontade.
Mas por fim deu certo.
Ele foi condenado e perdeu.
Mas não foi como esperávamos...
Deve de pagar uma pequena parte de sua fortuna para não parar a pena atrás das grades, e só por que fez um acordo de bancar o Marcos pelos próximos 20 anos.
― Caralhoooo! ― Harye abraçou Kenny assim que saímos. ― Esse seu amigo é pika de mais!
― Concordo. ― Dylan disse saudoso e feliz. Mas Marcos ainda estava tão nervoso que não conseguia dizer nada.
Por fim fomos dar uma volta com ele até conseguir se acalmar. E a minha mãe não parava de nos chamar de heróis. Foi muito legal.
[― Ahoy? ― A forma de ela atender o telefone era tão característica que não podia evitar rir. Afinal... só um nerd muito raiz sabe o significado de atender assim. E eu realmente não esperava isso dela. Para mim isso era mais uma prova de que ela escondia quem realmente era ate dela mesma.]
― Oi. Só pra avisar. O cara da sua escola está indo resolver as coisas. Acabei de sair da delegacia com o Marcos e sua dica do que ele armaria foi muito útil. Obrigado. Ele realmente já tinha posto coisas para ele ser desacreditado.
Senti um imenso peso sair dos meus ombros.
[ ― Quem bom! ― Ouvi seu grito de alegria e não evitei sorrir. ― E como ficou o judiciário para ele? Tipo dinheiro?]
― Esse cara está vendo isso. Já não está mais nas nossas mãos. Mas até onde ele falou, ele pode mexer os panos para que o Marcos ganhe uma boa pensão por uns bons anos, além de tudo que o padrasto vai ter de pagar ele tem de garantir uma casa longe dele. Ou seja, vencemos até onde deu. Ele não será preso por que... Bem... Como você disse ele tem bons advogados. ― Expliquei meio por cima.
[― Que ódio! Pelo menos a vítima está bem.]
― Sim. Está melhorando. Obrigado pela dica. ― Disse novamente antes de desligar e dar atenção ao grupo.
― Fez mesmo amizade com essa garota em. ― Harye volta com seu ciume besta. Era engraçado ele ter ciúme de mulher não de homens.
Eu não sei se ele ja chegou a sair com garotas, ou tinha alguma inclinação. Mas eu pelo menos nunca senti nada por mulheres.
―Sim e não. Eu não acho que vou ficar saindo com ela, mas ela parece uma boa pessoa. Só somos de mundos diferentes. ― Pontuo vendo que minha mãe se despedia de todos indo trabalhar e vou ate ela agradecer por todo apoio.
― Disso você tem razão. ― Dylan diz como se já a julgasse a pior pessoa do mundo.
Mas... eu não acho que ela é tão ruim assim.
Sim, Cloe é a narradora de NPS a minha obra paralela a esta, e como percebeu n tem de ler ela para entender o que rola nessa e vice versa.
Ah. calma que eu sou uma pessoa revoltada e mesmo que queira mostrar a impunidade da lei, eu vou dar o meu jeitinho deste desgracado pagar pelo que fez.
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