23 Fragmentado.
2415 Words
Foi estranho ter esse lance com o Ton.
Ele era uma coisinha pecaminosa de fofa, imaginava que seus gemidos deviam ser parecidos com miados de um gatinho. E que a sua expressão...
Não! Não. Nada de objetificar o carinha!
E alem disso o meu tipo sempre foi mais voltado para o perfil do Dylan, o esportista com um corpão de pecado; se for pra eu pegar algum deles seria ele. Ensinar uma ou duas coisas e o ver corar no dia seguinte só de me olhar. Umnn, só de imaginar o dia seguinte e essa carinha dele de príncipe imponente corar tímido... ai ai.
Mas na real você não esta curioso com isso não é?
Quer saber o que rolou onde eu parei a minha narrativa, que foi uns dias depois desse lance ai no quarto. OK eu vou contar.
Mas não seja pervertido. Você sabe muito bem o que rolou. O que aconteceu naquele quarto comigo.
Não. Nem adianta eu não vou narrar isso.
Foi terrível e eu não quero lembrar e nem contar a ninguém.
Eu sei que fui eu quem escolheu isso, e que foi para conseguir ter uma prova contra o cretino do padrasto do vitima; e eu consegui todas as provas que eu precisava e mais. Podia o acusar e provar que ele se envolvia com garotos de menor a contra vontade deles. Ate que ele forçava o afilhado a... o "servir" como tinha vontade, e ainda por cima ria das reações envergonhadas do garoto a tudo isso.
Sabe o pior de tudo?
Nunca me senti tão mal na vida ao... gozar.
Serio.
Me senti sujo e nojento. Queria tanto sentir dor, mas não. O desgraçado sabia muito bem o que estava fazendo e nos fez de cadelinha. De putinhas.
Foi tão ruim que ainda não consigo me olhar no espelho ou usar uma roupa que não me cubra por completo.
Mas valeu a pena. Tinha que ter valido a pena.
Iniciei meu plano no dia seguinte, pedi ao Vitima o numero do padrasto dele e comecei minhas ameaças de um celular descartável, na verdade era o chip do All; creio que ele gostaria de ter ajudado e assim ele participaria de tudo.
Disse que se ele não cumprisse minhas exigências eu não só levaria as gravações as autoridades, mas censuraria apenas os garotos da gravação e os expunha a publico.
Estava furioso. Mas creio que o Ton tão fofo estava muito mais que eu.
Afinal tudo o que eu fazia era usando o celular do falecido e nada o ligava a mim, mas o Ton... ele foi alem.
Eu sequer tinha contado do meu plano, e o Dylan parecia estar com seus próprios dilemas pessoais então quando a policia veio trazer o carinha para casa todos não entenderam nada.
― Eu sinto muito. Ele não é disso! ― A mãe dele estava totalmente desesperada.
Ela chegou correndo pois estava no trabalho e a minha mãe ficou segurando as pontas ate ela chegar.
― Toda mãe diz isso. Bem. De todo jeito o pai dele já pagou a fiança. ― O policial sai andando e eu não consigo evitar tacar um vazo na cabeça do desgraçado.
Ele se virou puto para reagir, mas travou assim que olhou para mim. E assim saiu andando dali de cabeça baixa.
Ele não foi o assassino, seria conhecidencia de mais. Mas eu o reconheci daquele fatídico dia e ele claramente me reconheceu.
― Ta vendo por que eu queria você longe dele! ― A mãe dele grita. Não vou tirar a razão dela. A minha cena deu a ela todos os argumentos que podia dar. ― Você não era assim. E agora esta marcado na policia.
― Depende do que foi podemos recorrer. ― Digo me sentando no sofá e ela me ignora continuando a falar com o filho.
― Desculpa, mas o melhor é você ir. ― Impõe querendo pegar seu aparelho celular indo ligar para sabe deus quem.
― Eu... naum... vô... ― Ele fala choroso com um tom de neném que me parte o coração.
― O que disse? ― Ela retruca irritada, mas desta vês ele grita.
― Eu não vou! Chega! Eu não sou seu pertence! Acabou eu não vou! E se me obrigar eu fujo daqui e você nunca mais vai me ver na vida.
― Calma amigo. ― Digo me levantando e me intrometendo. ― Gostei da iniciativa, mas não pode fugir sem ter para onde ir. Vai fazer o que pra comer e dormir? Em?
O assunto não era meu, mas eu sou intrometido mesmo.
― Eu não sei. ― Diz revoltado. Por que ate puto da vida ele era fofo? ― Nem que eu vire garoto de programa. Mas eu cansei disso!
― Calma cara serio. Isso não. Tu quebra. ― Disse preocupado ao me aproximar. A coisa tava indo pra um lado muito ruim. ― Se tu quiser fugir me avisa que eu ajudo. Mas não faz essa merda ai não.
― Você ajuda? ― A mãe dele já veio me empurrar.
Deixei por que é mulher e se eu empurrar de volta viro o errado da coisa.
― Claro. Prefere o que? Que ele se prostitua? ― Retruquei em palavras e ela ficou branca e sem reação alguma. Então voltei a falar com ele. ― Calma. O que foi que rolou cara?
― Eu fui na casa do desgraçado. ― Ele dizia furioso cerrando os punhos, mas as lagrimas escorriam de seu rosto. ― Entrei para falar com ele e ele estava... Eu não agüentei ver aquilo. Eu... espanquei ele.
Caralho.
Minha cabeça rodou.
Como assim meu bebe fofinho espancou alguém?
Sentei no sofá e fiquei pensando ouvindo aquela vaca dizer que tudo isso era culpa minha e como eu era um má influencia para ele.
Será mesmo?
Afinal ele não era assim.
Eu quem... estava fazendo ele ficar assim?
O Dylan entrou na seqüência e já pediu para irmos com ele não sei onde.
Apenas fui.
Tinha de tirar essas coisas da mente e qualquer coisa servia para me distrair do tormento que se tornou a minha vida.
Nunca tinha ido a um bar como aquele, as pessoas ali eram simpáticas de mais. E todos pareciam muitos amigos.
Era muito bom poder ver um bar onde ninguém aprecia focado em querer comer o outro e sim apenas se divertir cantar e brincar. Mesmo que a maioria fosse gay ou não, isso não importava. O clima ali era de diversão era uma maravilha...
Mas... eu tava na bad mesmo e nada conseguia me animar.
Na verdade desde a morte do All eu me sentia vazio. Já tinha passado essa tristeza pura pela morte dele, mas não conseguia seguir em frente. Sentia que devia ser castigado pelo que causei, já que eu podia ter saído daquela maldita praça e assim evitado tudo. Mas não... eu tive de peitar.
Por que eu sempre faço a pior escolha?
Bem detodo jeito sinto que já paguei minha pena... Já que não consigo nem me olhar no espelho de tão sujo que me sinto por... permitir que aquele monstro me tocasse daquela forma.
― Harye. ― Ouço a voz dele tão distante mesmo estando na minha frente. E logo o sinto me abraçar forte.
Aquele perfume delicioso que ele tinha sempre...
Como consegui ser sempre tão cheiroso meu deus! Ele não fazia exercício? Não devia feder a cc?
Encosto minha cabeça em seu obro e só me permito chorar.
Eu não queria... chorar.
Não queria nunca mais sentir essa dor de novo. Amar e perder.
Seria perfeito se um ficasse com o outro, casasse e adotassem um garotinho asiático.
Mas não.
Ficavam tentando meu coração a se apaixonar por eles. Com esse jeito fofo deles, tão carinhosos e tão únicos... Thomas era nerd e estudioso como All, mas o Dylan também era; cada um tinha seu jeito de ser, não eram iguais, eu não queria um substituto para o All, mas também tinha medo de o superar.
― Aim Deuzu. O que esta havendo? ― Um dos caras se aproxima. Ele era alto e parecia bem forte, mas as roupas deslaçavam bem. Só sua coxa malhada que ficava mais aparente na saia curta.
― Ele... ta bem mal desde que o noivo morreu. ― Ouço o Ton responder.
Noivo?
Eles falavam assim do All?
Que legal... O maximo que minha família falava era "caso", nunca sequer o chamaram de namorado.
― Ai flor. Não chora não, vem cá. Uma diva não pode deixar a maquiagem borrar assim. ― Um outro se aproxima esse era meio gordo, tipo acima do peso, mas ainda tava bonito. ― Somos fortes lembra? ― Diz ao erguer meu rosto e assim percebo que estava cercado.
Droga virei a comoção da festa.
― Isso mesmo Sabrina. Somos fortes como divas que não deixam a peteca cair por nada, olhamos de cima. E somos fortes como homens também. ― O primeiro volta a falar e logo Dylan puxa ele de canto e sussurra a historia toda. Nessa hora o clima ate muda. ― O que? Ele foi assassinado por policiais e morreu no colo dele? ― O cara fala ate grosso. ― Isso não. Isso não pode. ― Se levanta indo com os demais.
― Amorzinho. Conta pra gente os detalhes dessa barbaridade. Por favor. ― Ele... ela... sei lá como devo chamar. Se abaixa na minha frente tentando se manter calmo e então conto de novo a historia que não saia da minha mente. Os detalhes e essas coisas. ― Desculpa. Mas esse mundo só muda quando fazemos algo. Não da pra ficar quieto sabendo que algo assim aconteceu aqui na praça da cidade. Fala serio! Como que isso não virou noticia? ― Ele se levanta furioso. ― Eu vou dar um jeito nisso pra ontem. Fica em paz amorzinho. E olha... ― Diz voltando a me olhar nos olhos. ― Não tenha medo de encontrar o amor de novo ok? Isso foi algo muito traumático eu sei. Mas... encontrar alguém de novo não é deixar de amar ele. ele sempre estará com você de algum jeito. E seguir em frente não é esquecer. Por ex: quando você passa de ano na escola esquece o que fez no ano anterior? Não. Você precisa do que aprendeu nesse ano para seguir em frente. Entende?
― Sim.
Pô.
Essa me quebrou.
― Creio que por hoje deu. ― O tal de Kenny se aproxima e sorri pra mim. ― Relaxa que as meninas são fogo na roupa. Isso não ficara em pune. ― ele estava sorrido mas logo faz uma cara seria. ― Eu... não sabia o que tinha ocorrido. Sinto muito pela sua perda.
― Obrigado.
Acho que... Não! Eu já tinha me sentido acalentado pelos dois. Mas com esses caras foi muito diferente. Me fizeram sentir que eu podia seguir em frente. Não me senti mais tão vazio, bem... pelo menos senti que tinha como me preencher de novo.
Voltamos para a casa do barbudo lá e .... nossa como ele ficava linda de Drag... tipo mais bonita que nossas mães. Ok menos a mãe do Dylan, aquele casal era uma desgraça. Não é atoa que ele era o próprio pecado. Genética é foda.
Mas o cara dono da casa sabia mesmo se montar. Não era atoa que ele ensinava.
― Já esta bem tarde. Melhor vocês dormirem. ― Kenny diz para todos, mas olhando exclusivamente para mim.
― Cara... você... não tem nada haver com o que... aconteceu. ― Thomas vem ate mim parando ao lado do elevador, mas eu não queria ouvir. ― Eu... surtei e explodi. Isso não foi influencia sua. Juro que a única influencia sua que tive foi boa. ― Sorri.
Desgraçado eu não vou chorar de novo não.
Mas assim que saímos do elevador...
Meu mundo ruiu.
Os poucos tijolinhos que consegui construir nessa noite foram chutados antes do cimento poder secar.
[― Você tem de fazer o que seu coração diz. Por ex: eu... sei o que acham do meu marido, mas ele tentou me agredir; e isso não tem volta. Sem falar que viver com ele estava um inferno. Mas... se entre você e seu marido não tem nada, e você sente falta dele não tem por que se divorciar. Volta para ele mulher.]
Podia ouvir perfeitamente a conversa atrás da porta.
A mãe de Dylan falava alto e forte como uma professora de faculdade.
[― Eu concordo. O meu marido é um lixo em todos os aspectos. Mas você não tem por que se separar do seu.]
Ouvir essa voz só me fez pensar que...
Sim estavam falando com a minha mãe. Era ela quem queria voltar.
[― Mas eu num posso dexa meu fio assim. Ninguém ta du lado dele. É meu deve como mãe. Vocês me entendi. Eu tenho que cuidá do meu filho, mesmo que ele me odeie eu tenho que cuida dele pol que so mae dele.]
[― Em troco da sua própria felicidade? Olha o garoto é um vândalo. Yukina pensa um segundo na sua própria felicidade também. E tem outra, se você não consegue aceitar que ele é gay não adianta forçar.]
[― O que a Pompom falou é pura verdade. Eu tento aceitar, não quero ser homofobica, tem muitos casais que vem no restaurante e tento tratar todos iguais. Mas eu não escolhi me sentir desconfortável com isso. Mas me sinto. Não é culpa minha me senti assim. Eu queria não ligar, mas me deixa muito desconfortável.]
Nessa hora não consegui deixar de olhar para Ton e ele estava branco.
Ouvir a mãe dizer isso...
Eu já sabia o que minha mãe pensava. Não ela nunca tinha dito anda assim, mas eu já sabia. De alguma forma eu já sabia.
[― É... não posso dizer nada. Meu Dylan é perfeito vocês sabem o quanto. Agradeço todos os dias. Eu não sei como eu reagiria se tivesse um filho gay. Ninguém tem o direito de te julgar.]
Caralho...
Eu me virei para dizer algo e apenas vi o Dylan voltar para o elevador.
― Vem gente. Não vai ser uma boa ficarmos aqui hoje ouvindo isso. ― Diz ao apertar o elevador ligando para alguém. ― Oi. Pai? Rolou uma parada... pode vir me buscar?
Fiz a obra toda em cima da ideologia dos 3 ursos. Alguém notou? Cheguei a contar em um lugar kkk dois deles sempre serão o extremos opostos e o ultimo tento deixar meio termo, e mesmo que o que eu ache certo seja um dos extremos tento não impor a minha opinião aq. Mas pode ser q escape sem q perceba. Ai pode me pontuar ok. N quero forçar a minha opinião sobre coisas tão serias. Apenas qro fazer refletir.
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