Pequeno Invasor
obs: capitulo editado (poucas alterações)
olá meus anjinhos!!! o segundo capitulo finalmente saiu, eu espero de coração que vocês gostem.. por favor comentem o que acham pra eu saber se vcs estão curtindo o trabalho... é uma honra imensa escrever para vocês. muito obrigada e boa leitura para todos
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Abel não gritou em nenhum momento.
Não porque não queria ou tivesse medo de acordar os outros hospedes, mas porque sua voz se esvaíra junto com o sangue da face ao mesmo tempo que um arrepio subia por sua coluna. Seu futuro marido era monstruosamente horrível.
Deveria ter sabido antes. Percebido pelos olhares de pena dos amigos e os sussurros de satisfação dos servos que algo estava errado. Era uma enorme piada de mau gosto sem objetivo e se não fosse sua curiosidade natural fazendo-o o quarto de seu noivo na calada da noite, seria, certamente, o espetáculo central do dia de seu casamento, mas não da forma que sempre sonhou.
Talvez esperassem que, diante dos convidados, ele não desse o vexame de desistir daquele arranjo e assinasse submisso e calado os papeis para se casar com aquela coisa.
Agora mal podia conter sua ânsia de vômito ao encarar aquelas terríveis marcas iluminadas pela luz fúnebre da lareira. Em qualquer outra ocasião, com qualquer outra pessoa, teria achado o ambiente acolhedor e romântico, até. Porém, aquela boca deformada por uma cicatriz profunda no lábio superior não lhe apetecia beijar, e aquele rosto maculado por inúmeros outras feiuras não lhe despertava o desejo de olhar.
Mas aquele podia não ser sua Majestade. Sim, ainda havia esperanças, ele pensava, afinal o Rei Petros Perhart de Courverture possuía três irmãos, e até onde sabia aquele sujeito, assustadoramente parecido com a figura em seu quadro, devia ser uma versão asquerosa de seu noivo perfeito. Abel só podia ter invadido o quarto errado, afinal ele nunca se casaria com um homem deformado.
- Você está bem? – perguntou a criatura com preocupação estampada naquele rosto horrível, criando sombras ainda mais profundas nos vincos de suas cicatrizes, ao que Abel continuava lhe encarando, estarrecido, como se visto a uma assombração – Precisa de ajuda? – perguntou de novo fazendo menção de ir ao seu encontro – O senhor parece a ponto de desvanecer.
- Não se aproxime mais – proclamou Abel despertando de seu estupor – ou chamarei os guardas – concluiu entredentes quando a preocupação deu lugar a um sorriso que iluminou as feições da aberração e a pele se repuxou de forma não natural pela rigidez de suas marcas. Abel ficou surpreso que com tamanha imperfeição aquele homem ainda fosse capaz de sorrir.
- Você? Chamar os guardas? – questionou mantendo seu sorriso mais humorado – Não deveria ser eu a chama-los agora, pequeno Invasor?
- Eu não estou invadindo nada! – Abel respondeu batendo o pé como uma criança pequena, suas bochechas se aquecerem em vermelho pela raiva e suas mãos se cerraram em punhos tão apertados que lhe feria as palmas. – Saia de minha casa, sua feiura não é bem-vinda aqui.
- Oras! Que lastima. Isso não foi o que me disse o Duque de Beignet quando me deu a mão do filho mais novo em casamento. – pronunciou o estranho se sentando confortável] na cama e cruzando suas pernas elegantemente. – A união será oficializada amanhã e durante essa semana teremos os bailes e festas de comemoração, então não seria adequado deixar um rei dormir ao relento.
- Não diga besteiras, Homem! O Rei de Courverture foi abençoado pela grande Afrodite bem antes de nascer, ele jamais se pareceria com algo como você. – o pequeno Lorde berrou em indignação tamanha que as veias de seu pescoço saltavam pela sua fúria. – É impossível que ele tivesse uma aparência tão hedionda.
- A menos que Minha Majestade sacrificasse essa benção voluntariamente pelo bem do próprio povo – ele anunciou despreocupado, enfraquecendo as pernas de Abel com o entendimento do que ele acabou de dizer. – Não me parece uma possibilidade tão distante.
- Não, me disseram que durante o ataque, toda a família real havia saído ilesa – sussurrou para si mesmo, retornando a fúria de seu olhar novamente para aquele que se dizia seu noivo – Quem é você? Só pode ser um feiticeiro cruel que usurpou o lugar de meu marido prometido! Onde está Petros Perhart?
- Não sei que informação você andou recebendo, por mais que toda minha família tenha sobrevivido, receio lhe contar que ninguém saiu ileso – retrucou erguendo a cabeça com expressão séria, mas cheia de orgulho – Você pode ainda estar cego pelo choque, pequeno Lorde, mas nada mudará o fato de que eu sou o Rei Petros Alexander Perhart I de Courverture, e amanhã a tarde, depois que nos casarmos, você será meu Príncipe Consorte.
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