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Welcome to the Circus

SE EXISTIAM VERDADES tão absolutas quanto a concomitância ínscia entre humanos e demônios era o apetite voraz de Diva. Movida pela curiosidade e o entusiasmo contagiante, ela degustou todos os doces e salgados oferecidos com apreço, provando-os como se catalogasse, em uma lista pessoal, comidas para experimentar, escolhendo seus favoritos e os que não agradavam tanto seu paladar em um curto intervalo de tempo.

Sua aquisição atual consistia em uma generosa mistura de três algodões doces com o dobro do tamanho de sua cabeça depois de cinco saquinhos de pipoca caramelada e, dado sua visível euforia, estavam só começando e Dante não se via no papel de regulá-la. Na verdade, não se opôs a nenhuma das vontades dela, atendendo suas petições sem resistência enquanto ela o puxava pelo braço livre através da multidão agitada. Diva nunca exigiu dinheiro ou extravagâncias nos meses que coabitavam, somente trocavam pequenas regalias que não custavam tanto para seu fraco orçamento — o que não somavam nas suas dividas no final, uma porção bem pequena.

Comprometida a explorar as pequenas atrações nos arredores do circo, se deslocou mais por entre os transeuntes e fez questão que o meio-demônio a acompanhassem em cada passo de sua aventura. Ela parou de andar ao avistar uma pessoa fantasiada com trajes vibrantes e multicoloridos, um funcionário que vendia balões em forma de animais para as crianças que passavam animadamente por ali junto dos pais. Na cúspide da eutimia, contemplou silenciosamente a idílica visão de família, das risadas altas, a singela e mútua demonstração de afeição e as conversas triviais que, por mais bobas que fossem, tornava a relação mais próxima da realidade... No entanto, não conseguia demover a impressão de que o cenário e o seu entorno não se enquadravam.

Havia algo que não tinha sentido nenhum dentro da composição.

Aprendeu que para as artes plásticas, mesmo em uma representação de caos, necessitava harmonia direta ou indiretamente. E, as vezes, a ausência perceptível desbalanceava o outros aspectos e não favoreciam a obra.

— Deixa eu adivinhar. — Dante deu um sorriso ladino, o azul cerúleo emitindo um brilho de excitação. — Você quer um balão?

— Não. — respondeu mecanicamente. — Só foi um pressentimento estranho. — Diva franziu o cenho, pinçando alguns pedaços de algodão e levando-os a boca. — Além disso, o que faria com uma bexiga? Não duram muito e não tem tanta utilidade.

— Talvez um souvenir. — disse com a observação dela.

— Eu pegaria algo melhor como uma lembrancinha. — o suspiro escapou pelo lábios.

Ela desejou verbalizar seus anseios secretos profundamente enterrados em seu íntimo, lhe declarar que, durante as curtas turbulências, passou a admirá-lo como a figura que ultrapassava a linha tênue do platônico, o amor idealizado, para uma base mais sólida, ganhando formato e semeando outros sentimentos muitos dos quais não entendia bem a dimensão — nem suas essências. Para sua segurança, trancafiou essas pequenas alegrias e resumi-las na companhia dele, de como gostava de tê-lo ao redor feito um sol acalentador. Para alguém que viveu meses nas trevas, um feixe intenso de luz era uma nova esperança.

— Eu tenho uma ideia de algo melhor — Diva se arrepiou com o calor que emanava do corpo dele quando a guiou para perto, movendo gentilmente a mão por sua cintura antes de sequer se dar conta do que o gesto significava. Se limitou a ajustar-se a posição dele, mais desajeitadamente do que gostaria de transmitir e equilibrando uma parcela do peso em uma perna. Suspensos no tempo, fisicamente unidos depois de todas as provações que passaram juntos onde tudo se encaixava... Como se fossem feitos para completar as lacunas do outro.

Romantizar essa relação poderia ser um erro, mas... Por que não apreciar a imperfeição se ela for tão terna quanto o caçador?

— O que...?

— Sorria. — ele sussurrou com a voz aveludada que a fez corar de imediato. O som de obturador seguido do breve flash lhe deu uma noção do que acabara de acontecer, esfacelando sua confusão. Dispersa, tanto pela sutil interação quanto pelos estímulos visuais que os cercavam, não sentiu o arteiro palhaço se esgueirar por eles com uma maquiagem predominantemente vermelha e laranja. Somente depois que o ruído disparou que concebeu que estavam em pose para foto.

O palhaço agitou a fotografia por entre os dedos enluvados e revelou a imagem, pequena e com uma boa qualidade. Girando a foto o homem fantasiado estendeu-a para entregá-la a Diva, que encantada, se prontificou a reivindicá-la sem sucesso com a manobra traiçoeira e cheia de diversão do ator que a fez desparecer e a sacou do chapéu que usava. Dante a tomou, com velocidade e destreza, antes que o homem tivesse a oportunidade de repetir o truque para enganá-la.

— Boa tentativa, mas precisa ser mais rápido. Valeu, bobo da corte. Eu vou ficar com isso. — o caçador pousou o braço preguiçosamente nos ombros de Diva e lhe deu a fotografia.

— Ficou muito boa — deslizou o dedo pelo papel reluzente. — É uma lembrancinha perfeita.

— Eu disse. — roubou um tufo do algodão doce e o saboreou. — Qual é o próximo?

— Vamos ter que ver mais tarde, está quase na hora de entrarmos e ocuparmos nossos lugares. — checou os ingressos para se certificar que ainda estavam dentro do horário.

— Vamos adiantar.

A visibilidade estava menor, não o suficiente para que não visse o público disposto em largas fileiras de acomodações, somente o necessário para criar um clima de mistério e evocar uma atmosfera lúdica. Ela esquadrinhou minuciosamente cada centímetro da enorme tenda, surpresa com a quantidade de pessoas, principalmente crianças, sentadas ao redor do picadeiro.

— Acho que não deveria ter comido tão rápido — encarou o que sobrou do algodão. — Terei que vou pegar outro.

— Não, eu pego. Fica aqui — Dante se virou para fitá-la, os lábios comprimidos em um sorriso sarcástico — Se comporte e seja uma boa menina.

Ela arquejou — de vergonha e indignação.

Se ajustou ao assento, imaginando o quão constrangedor foi o comentário e como uma película nebulosa começou a flutuar ao redor junto da saída de algumas pessoas de seus respectivos lugares. Concluiu, baseado na sua crença ingênua de uma expectadora novata, que fazia parte do show e que, para uma primeira vez, seria facilmente impressionável.

Esfregou os olhos, letárgica.

— Que sensação esquisita... — balbuciou grogue.

Diva assumiu, desde sempre, que tinha uma boa intuição — prévia acontecimentos com precisão e poderia desvendar as intenções ocultas de alguém com uma grande porcentagem de acerto. Julgando pela ambiente, o jogo de luzes, a exultação vibrando no ar e a leve fumaça com odor adocicado, não diria que um mal se espreitava pelas fileiras de cadeiras com crianças que aplaudiam cada ação perpetrada pelos artistas. Com olhos vítreos, elas acompanhavam a performance de apresentação quase que hipnotizadas demais para desviar ou se recusar a participar ativamente do espetáculo. Contudo, ao estourar a bolha, a que a encarcerava a uma mágica de fascínio, ela compreendeu que não se tratava de uma simples atração; camuflada através de cores, risos, recortes e música, tudo presente existia com o propósito de atrair as presas.

Ela pisou, com os calcanhares firmes, o degrau para sair, porém o resto do seu corpo não  respondia tampouco obedecia seus comandos como deveriam. Seus músculos pesavam e cada contração enviava descargas de dor por todo seu sistema nervoso, impedindo-a de se mover, sequer medir o desconforto sem que mais outra pulsação dolorida lhe inoculasse.

Se irritou pelo primeiro encontro dela ter sido estragado justamente por sua insistência. Queria ter um momento genuinamente feliz com o meio-demônio, sem estresse, sem nenhuma intervenção de terceiros, sem nenhuma situação ruim que comprometesse a experiência... Quando Dante lhe disse como enxergava o convite, sentiu uma miríade de emoções lhe invadir tanto a alegria de ter uma vivência normal quanto pelas memórias que compartilhariam, agora estava aprisionada sem ter a quem recorrer e frustrada por nem mesmo se defender.

Lutou contra o sono, piscando, gritando mentalmente, mexendo precariamente os membros que ainda tinha algum domínio, nada funcionou. Aos poucos a sensação de agitação se acalmou e o pânico abandonou seu corpo entorpecido antes de fechar os olhos.

Quem diria que o famigerado Devil Hunter iria caçar um vendedor de algodão doce?

Talvez ele estava mais nisso do que pensou que estaria, o dia certamente prometia algum trunfo.

Dante se moveu com fluência contra o fluxo de pessoas que se dirigiam para dentro do circo para não arriscar atrasar, cruzando a entrada direto para onde tinham interceptado o vendedor outrora. Afiou o olhar para avistá-lo e decidiu que também pegaria algo para saciar a sede e se tivesse sorte arrumaria suco de tomate para beber, o que pouparia viagens de ida e volta. Sua missão tinha um prazo curto e acirrado e não tomaria nem cinco minutos se refizesse o percurso.

Um trajeto que não levaria largos minutos para ser executado se prolongou a medida que mais pessoas surgiam desorientadas, vagando pelo local. Elas andavam tontamente de um lado para outro, mal se sustentando em pé, e paravam, permanecendo imóveis fitando o nada. Dante visualizou mais um grupo peregrinando sem rumo e percebeu um detalhe crucial: eram adultos, unicamente adultos. Cadê as crianças?

Tocou o ombro de um homem que retrocedeu flacidamente para trás, quase desmoronando sobre o próprio peso, não havia consciência nele. A palidez, as orbes opacas e a completa falta de coordenação serviam como um indicativo mais que suficiente para que entendesse que não se tratava de um surto coletivo aleatório.

— Merda — grunhiu, girando nos calcanhares, o meio-demônio correu para a tenda com a adrenalina jorrando pelo seu organismo, compelindo a superar ainda mais a velocidade no qual se locomovia.

Dante se lançou para dentro com os sentidos pulsando em um patamar de afinamento completamente novo: os olhos percorreram o espaço escuro e vazio e os ouvidos se apuraram para escutar quaisquer ruídos ainda que o mais sutil. Cerrou a mandíbula com a ficha caindo, furioso por não ter se atentado mais e ter deixado Diva aquém.

Como nunca ouviu falar disso? Um circo que raptava crianças?

A canção repetitiva incutiu uma desconfortável sensação de estar presa em algum pesadelo — uma espécie de paralisia do sono que afetava seu senso de realismo e a confundia, abalando qualquer lógica para se defender desse delírio. No limiar da vigília e da inconsciência, sentiu uma sacudida brusca que serviu para assimilar seus pensamentos perturbados e a empurrou para fora do estado de torpor. Balbuciou uma frase incoerente para que parassem de chacoalhá-la para que pudesse se focar em despertar adequadamente.

— Ei, acorda.

Lentamente se sentou, atordoada.

— Moça — alguém a chamou. —  Você está bem?

Arregalou os olhos ao perceber que se tratava de uma criança. Não, não uma, várias espalhadas pela cela escura. Todas abatidas, com as roupas sujas e com feições desconfiadas. Não era essa visão que esperava receber, mas ao confrontá-la seu estômago revirou em horror.

—  Onde estamos? O que aconteceu? — arquejou perplexa. — O que vocês estão fazendo aqui? E seus pais?

O garoto se encolheu com a menção dos pais.

— Nós estamos no circo. — uma garotinha maior que os outros respondeu. — Em alguma parte dele. Aqui é a jaula. É como chamam esse lugar.

— Jaula? — repetiu, pressionando a mão contra testa.

— Não sabemos muito, mas o circo sequestra crianças de diversas cidades... — a menina disse desanimada, soando desesperançosa. — Estamos aqui há algum tempo...

— Isso é algum tipo de jogo? — indagou para si mesma, examinando o cubículo. — Não importa, vamos sair daqui.

Diva abriu e fechou as mãos para testar os reflexos, agradecida por reaver o controle de seus membros. Para nocautear tantas pessoas devem ter utilizado algum potente tranquilizante que os incapacitou temporariamente, porém, agora, se movimentava livremente. Sem hesitar, ergueu furiosamente o braço para criar uma esfera dourada capaz de iluminar as arestas da pequena prisão. Pelo maior alcance, viu um número muito maior de crianças que na primeira vistoria.

— Pelo visto já acordaram. —  proferiu seguindo de uma risada alta e grotesca.

— Ah, não. Ele está aqui. — ganiu um dos meninos enquanto as demais crianças se afastavam para outro canta da jaula.

Cônscia de que estaria lidando com o responsável pelo rapto, Diva se preparou, colocando-se na frente do grupo como um escudo humano.

— Estou bastante intrigado, é a primeira vez que um adulto consegue resistir ao meu encanto. — se vangloriou com um ligeiro desdém. — E chegar até aqui.

— Quem é você?

— Eu sou o dono do espetáculo — elevou o tom como se estivesse no centro do picadeiro. — E o patrocinador do show de hoje. Já que temos uma convidada especial, me vejo na obrigação de entretê-la. — a porta da cela desapareceu. — Você veio pra isso suponho.

— Quem é você? — rosnou impaciente. Os nervos a flor da pele e ter crianças ali a fizeram menos tolerante.

— Que rude. Não se fala assim com o anfitrião — Diva engasgou ao ver algo emergir das sombras, se materializando. — Eu sou Hipno, o senhor dos sonhos. Muito prazer.

Ela não se intimidou com a aparência obscura do homem.

— E seja bem-vinda ao meu jogo, minha cara.

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