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Vox in silentio

NA ÁREA EXTERNA DO ADORÁVEL jardim do convento, mais apartado do ambiente comum no qual as freiras ocasionalmente flanavam, se erigiu um monumento em tributo ao herói lendário que se elevou entre os fracos e oprimidos em prol da humanidade e em defesa do mundo da luz — Sparda. Instituído a imagem simbólica de um homem virtuoso que brandia a espada em nome da justiça muitos acreditavam que o Cavaleiro Negro se tratava de um enviado divino para expurgar o mal que se abatera sobre todos e que se espreita a entre as sombras para os corromper, ele seria louvado por seus feitos que existiam através da história mesmo após sua misteriosa morte, porém o que poucos sabiam, sequer suspeitavam, é que a identidade real dele e sua natureza se originaram no Submundo.

Contos de fadas transmitidos de boca a boca, muitas vezes, se esqueciam versos e os detalhes se perdiam ao vento com um sopro e a trajetória de Sparda era uma dessas que caíam no limbo. No entanto, mais de dois mil anos no presente, as raízes profundas dos mitos que muitos recitavam não sucumbiram totalmente aos efeitos devastadores do tempo. E admirando o ídolo de mármore com uma imponente armadura, elevando a espada grandiosa aos céus e montado em seu cavalo, Diva entendeu que, embora desaparecido em vida, seus feitos permanecerão gravados e, ainda que a maioria das pessoas o enxergue como um personagem fictício, continuaria sendo um objeto de veneração para os mais apaixonados devotos.

Prestando devido respeito, Diva meneou a cabeça brevemente, pensando em como Sparda deveria ser como um indivíduo e quais foram suas motivações para se rebelar contra seus compatriotas para lutar. Alexander lhe contou que o Cavaleiro Negro se apiedou dos seres humanos com a convivência e empatizava com seu sofrimento — resultado da estreita relação dele com Arya no passado. Ele julgou que a deusa mortal concedeu uma óptica diferente ao demônio e mostrou o valor daquelas criaturas que careciam de proteção, nunca teria certeza da verdade, mas gostava da hipótese do seu mentor.

Diva respirou fundo com a brisa tímida que girou ao seu redor. Estava com a mente abarrotada de informações, se sobrecarregando de preocupações que iam e vinham e receios que não podia administrar: sabia que precisava confrontar suas inseguranças para ter um julgamento melhor para a realidade que se apresentava.

— Sparda, dê-me forças. — sussurrou em segredo, desejando que tal apelo fosse atendido.

Uniu as mãos em postura de oração e ajoelhou-se para entregar seus medos infundados ao Cavaleiro repetindo o mantra interno de que ficaria tudo bem no fim do dia e que a cada amanhecer era um recomeço. Gostaria de ser mais confiante em suas próprias observações tanto quanto as pronunciava, em confissão, ao léu.

— Tenho que conversar com ela... Vê-la, cuidar dela, mas tenho um pouco de medo. — deu uma risadinha sem jeito, pensando em quão tola iria parecer para qualquer um que a flagrasse. — Agora que sei quem ela é, preciso ter cuidado... E se as pessoas que me caçavam forem atrás dela? Se eles a pegarem?

A mera possibilidade de que Cassie tivesse que passar pelo mesmo tormento que ela, viver calculando cada passo e constantemente cortando laços para nunca se apegar demais e não tê-los arrancado de si fazia Diva se perguntar se deveria lhe contar a verdade ou se o ideal era omitir o fato e ser uma figura presente em seu meio, ser uma parte do mundo que ela vive.

A deusa multifacetada dos livros, das gravuras e pinturas que tanto lhe impressionavam quando criança, se personificara em uma enigmática freira e não sabia como agiria para se conectar a ela. Fechou os olhos, escutando a voz do passado lhe contando sobre a entidade que preencheu a humanidade com fôlego de vida e luz antes de se incorporar entre seus “filhos” para conhecê-los em essência: morrendo como deusa e renascendo como uma mortal.

Diva soltou o ar lentamente, usando os segundos que lhe restaram para reestruturar sua mente e colocar suas emoções no lugar. Subitamente sorriu ao se atentar a travessura que cometeu ao sair do quarto, a pé, para estar ali sem que nem a Madre tampouco Dante soubessem seu paradeiro. E pelo que conhecia de seu caráter, ele não ia ficar feliz com sua ardilosa escapada.

— Dante... — seu coração se comprimiu ao citá-lo. O Devil Hunter tinha ganhado um espaço de suma importância pra ela, sendo seu pilar e a revitalizando com companheirismo.

Talvez antes de encontrar Cassie poderia ter uma pausa com Dante. Certamente ele saberia a melhor coisa a se fazer diante desse desafio.

— Eu não sei o que faria sem ele. — declarou, mirando a estátua, saindo com certa pressa.

Ao cruzar a alameda que as árvores formavam, deparou-se, surpreendentemente com Cassie que, assim como ela, a encarou atônita.

— Desculpe, eu não sabia que estava aqui — ela sussurrou com uma voz sedosa e gentil.

— Eu já estava de saída. — disse em um ímpeto.

— Oh, certo... Como se sente? — indicou a parte enfaixada de seu rosto. Diva tocou o curativo quase que mecanicamente.

— Bem na medida do possível.

— Preciso verificar, acabei não tendo tempo pra isso noite passada. — Cassie a guiou para o corredor com vitrais que lançavam luzes coloridas sobre quem atravessava seu escopo. A ruiva diminuiu o passo até, por fim, parar totalmente. — Lamento pela negligência. — ela se virou, o olhar piedoso e intenso fez Diva se sentir estranhamente acanhada. Com delicadeza, removendo o esparadrapo e as gazes, ela examinou o ferimento, avaliando o dano com uma expressão preocupada.

— Está tão feio assim?

— Não é algo que tenha que temer — Cass respondeu, movendo o polegar suavemente pelo contorno lacrimal. — Só precisa de mais uma checada.

Diva franziu o cenho com a pinicação no olho danificado como se inserissem uma agulha no globo ocular. De início, a irritação a instigou a coçar a região afetada, porém se deteve ciente que, ao fazê-lo, causaria mais estragos que benefícios. A jovem cerrou as pálpebras e milagrosamente abriu os olhos — os dois olhos. Ela arquejou com a visão restabelecida e a regeneração completa do olho, algo que não teria como ocorrer sem... Interferência.

As cores balançavam, ondas regulares, sobre as duas a medida que a luz do sol se projetava nos vitrais. As imagens eram pequenos pedaços de vidros que giravam igual um caleidoscópio: seu olhar se prendeu ao da freira.

— Eu... Agradeço. — disse absorta, corando.

— Não precisa agradecer. — Cassie desviou o olhar. — Precisamos ter cuidado...

Diva segurou gentilmente a mão dela.

— É tudo repentino e confuso, mas eu ficarei do seu lado. — garantiu com fervor. — Não importa o que aconteça.

Cassie sorriu.

— Fica tranquila, não tem que me prometer nada. Mas, agora, preciso ir. — Diva assentiu ansiosa, assistindo-a partir.

Sem o hábito e circulando pelas dependências do convento a plena luz do dia, os olhares se voltaram a ela, alguns discretos vislumbrei e outros mais valentes se dirigiam a sua pessoa, havia mais curiosidade aglutinada que qualquer outro sentimento em retrospecto. Ainda assim, ser o centro de atenção indesejada lhe ocasionava um desconforto difícil de digerir, quase que um julgamento silencioso.

— Finalmente te achei. — Diva se agitou e fitou quem lhe falara. A Madre estagnou por um segundo antes de retomar o foco. — Vocês nos ajudaram bastante, mas pra evitar que fiquem ociosos enfurnados no quarto — o pigarreio sutil da senhora intrigou a jovem que arqueou uma das sobrancelhas a ligeira impressão de censura. — Decidi que seria uma boa hora para auxiliarem nas atividades e organização.

— Por mim não tem problema, mas tenho que ver com o Dante. Não quero tomar uma decisão que o envolve sem o consentimento dele.

— Eu vou acompanhá-la.

Diva abriu a porta, permitindo que a senhora mais velha adentrasse a alcova com o meio-demônio repousando em uma cadeira próxima a janela. Os braços dele estavam cruzados e a cabeça ligeiramente tombada para o lado em um ângulo travado que mais pendia pra uma posição mais incômoda que certamente o deixaria com dores na curvatura do pescoço e na nuca. Era divertido e estranho a capacidade única de adormecer em qualquer superfície disponível por mais desagradável que fosse em termos de dureza e compatibilidade física — até um sofá minúsculo virava uma acomodação cinco estrelas com ele.

— Dante?

— Hm? — emitiu, abrindo preguiçosamente um dos olhos. — Estão precisando de alguma coisa?

— A Madre veio nos pedir um favor, se não se importa.

— Com toda certeza posso deixar minha soneca pra outra hora. — o mordacidade velada escorria de seus lábios com a doçura de um homem sedutor. — A que devemos a honra, vovozinha?

— Precisamos da ajuda de ambos, na cozinha.

Dante esfregou o queixo.

— Vamos ganhar um extra por isso?

— Dante! — Diva repreendeu envergonhada. — Não podemos cobrar por isso.

— Não vejo qual é o problema — esticou os braços, a aura dele flertando com a audácia. — Resolvemos o assunto pendente, o resto é um extra, não acha?

— Mas não deveria dizer isso — se atrapalhou, sem saber o que fazer ou reagir.

Dante riu da cara de apavorada externada pela jovem.

— Não faça essa cara, doçura. Estou me divertindo um pouco. — se espreguiçando, o caçador entrou em modo de ação. — Qual é o serviço, vovozinha?

A Madre balançou a cabeça, não brava, mas não muito receptiva a investida arrojada do meio-demônio.

— É melhor ocuparem o tempo livre com coisas produtivas, os dois. — declarou com severidade.

— Acho que não temos escolha — ele deu de ombros sem oferecer resistência ao pedido apesar da contrariedade inicial.

Distribuição de tarefas era algo que estava familiarizada, embora nascida em relativa riqueza, Diva fora criada para ser uma pessoa produtiva — seja em um trabalho simples pouco exigente ou algo cujo esforço fosse dobrado — em muitos aspectos. A vista da louça esperando, uma quantidade que se estima em um lugar frequentado por um número razoável de pessoas, mas, aparentemente, a Madre dispensou boa parte das freiras que iriam dividir as atividades, sobrando tudo para ambos. Diva deu um pano de prato para o caçador que a encarou fixamente.

— Eu lavo e você seca, combinado?

— É o melhor resultado que podemos ter disso.

— Tente não quebrar nada. — pediu com seriedade. — Não queremos dar um prejuízo desnecessário pro convento.

— Confie em mim, sou bom com as mãos. — Dante assegurou com um sorriso que beirava ao deleite, parecia que toda a situação, por mais que ele não mostrasse gosto genuíno, o entreteria. — Não vai ter do que reclamar.

Organizando a pilha, Diva iniciou a lavagem, vez ou outra, lançando um olhar sobre o que se estava cozinhando no fogão.

— A Madre estava bem desconfiada. — comentou para ter uma fonte de comunicação com o meio-demônio. — Será que fizemos algo errado?

Dante riu.

— Não se deu conta, não é? — ele desdenhou com a carranca que Diva exprimiu. — Ela deve achar que estamos fazendo algo escondido no quarto.

Diva franziu o cenho, passando um prato pra Dante secar.

— Em que sentido?

Houve um silêncio. Dante ainda mantinha o ar de graça que intrigou a jovem ainda mais, até ela considerar, unindo os pontos, a razão por trás.

— Ela acha que estamos dormindo juntos? — perguntou como se aquela possibilidade não tivesse muito sentido para questionar em voz alta. — É isso?

— Bem afiada.

Desajeitadamente, ela entregou outro prato ao caçador.

— Seu olho está bem melhor. — disse sem muito alarde.

Instintivamente ela pousou a mão molhada no lado do rosto que, até horas antes, estava cheio de curativos.

— Foi a Cass. Não sei como, mas ela fez isso. — abriu um fino sorriso. — Se antes tive uma dúvida, agora já não existe mais.

— Está certa disso? — inquiriu cético. — Não que eu esteja duvidando do seu bom juízo, mas precisa ter certeza de onde está se metendo, doçura.

— Eu sei... — o fitou de lado com uma sensação engraçada no peito. — Doçura?

— Tenho outros apelidos na manga se esse não for do seu gosto.

— Não. Eu gosto. — se apressou a falar, não querendo dar a impressão errada. Pelo ardor nas bochechas sabia que estava enrubescida. — De verdade.

Acelerada, ela disparou para verificar a sopa e provar uma colher. Diva fez uma careta peculiar com o sabor.

— O que foi?

— Está meio... Não sei descrever, mas não está tão bom — mexeu a panela e acrescentou quantidades mínimas dos tempero antes de experimentar novamente. — Agora sim, melhor. — riu, retomando o serviço.

Um sorriso se desenhou na face tranquila do caçador.

— Você é muito boazinha — comentou.

Diva franziu o cenho ao fitá-lo. Ali, no mar de castanho cintilante, o Devil Hunter viu que mesmo perdida, a gentileza dela era legítima.

— Ah... O que quer dizer? Isso é algo ruim? — perguntou perplexa.

— Não, não. Mas precisa ter cuidado, as pessoas podem se aproveitar disso. — avisou.

— Eu terei cuidado. — corou. — Acho que podemos dizer que... — um abalo poderoso fez a estrutura tremer interrompeu a observação. — O que é isso...?

— Isso é a nossa deixa. — Dante anunciou.

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