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Spring Mists

O PAVOR CORROEU seus nervos; a ansiedade envenenou o metabolismo com uma carga descompassada de cortisol. Seu coração pulava em uma frequência selvagem, martelando rudemente contra as costelas e a obrigava a respirar fundo a cada passo para atenuar o frenesi intoxicante — sobrecarregando o funcionamento fisiológico. Apesar de correr rápido, ocasionalmente esbarrando em meio a desesperada corrida, experimentou uma série de sintomas nos quais se familiarizou durante os meses anteriores e que vinham com o dobro de efeitos colaterais: o estômago se contraiu e revirou violentamente impulsionando-a a se curvar apoiada na parede por alguns segundos para se reestabelecer, os lábios se ressecavam com um sabor amargo e enjoativo que confundia o paladar e provocava mais ondas de náuseas doloridas e o corpo tremia por dentro e imaginou se deixava transparecer o quão descompensada estava.

Detestava viver no limite, se equilibrando na linha tênue entre a lucidez paranoica e o delírio amedrontador que a assombrava impiedosamente. Não importava qual dos dois iria alentar, ainda teria a sanidade testada ao extremo e, por mais que estivesse acostumada a certos níveis de pressão, não significa que não se aluía com a situação. O convívio com o Dante e seu senso de humor lhe brindou uma vaga observação de que, talvez, estivesse fadada a um ciclo de má sorte e que obteria a resolução com uma única cartada: nem tudo sairia tão mal quanto imagina, certo? Tinha que prosseguir na busca e todos os fantasmas e temores desaparecerão com a mesma rapidez que surgiram. Ela não queria confiar no auspício, ficar a mercê de uma possível previsão um com várias interpretações e sofrer por antecipação, mas, ao girar a maçaneta os resquícios de esperança se mitigaram: não estava ali também.

Suas pernas, que tinham resistido ao ritmo brutal da acirrada procura, sucumbiu a exaustão, forçando-a a se ajoelhar e, por fim, sentar no chão. Inúmeras questões povoaram sua mente contaminando os pensamentos que se formaram no percurso em uma vã tentativa de manter a perseverança, ela tinha chegado tarde e absolutamente nada alteraria esse resultado. Mesmo se concentrando o melhor que podia, não conseguia mais captar a aura dela no seu raio de alcance.

— Eu não entendo — murmurou, escutando passos se aproximando. — Como? Por quê?

— Não parece ter ido há muito tempo. — Dante informou, entrando na biblioteca. Ele inspirou profundamente e soltou o ar antes de se voltar a Diva com uma feição dispersa, vagueando por uma monólogo mental, um que não se fazia há muito e que agora tinha certa suspeita em desenterrar.

— Achei que pudéssemos... — passou a mão pelo cabelo como se tivesse acabado de entender uma função essencial. — Ela ter partido sem avisar é estranho, não é? Aquele tremor não foi coincidência, tenho certeza que...

— Não era um tremor — Dante corrigiu em um tom sóbrio, destoante de sua atitude despojada e fleumática. Não parecia nada do que ele tinha sentido antes, mesmo com sua vasta experiência, eram poucos que conseguiam arrancar uma reação dele, fazê-lo ficar intrigado.

Uma energia entrou em sintonia com a dele — em uma ressonância bastante particular. Lembrou de como era com Vergil, o eco das almas de ambos que conseguiam pulsar no mesmo ritmo e que clamavam pelo confronto. Isso não era comum aos demônios devido a natureza hostil e pouco voltada para família. Na verdade, a própria concepção de família não tinha muito sentido pra eles, Sparda, seu pai, acabou sendo uma exceção a regra ao desposar sua mãe. Ao se atentar ao ambiente, os resíduos que se conservaram na atmosfera ao redor, percebeu que a aura continha traços de miasma muito mais evidente que o usual.

Dante conviveu com demônios, mas nunca um com uma imponência tão nociva. A aura sedimentada circulou ao redor dele e seus pelos se eriçaram com o contato antes de instintivamente performar uma careta inofensiva para não preocupar Diva mais do que ela transparecia com feições abatidas.

— Alguém a levou?

— É quase certo que sim. — respondeu com sinceridade, observando o vinco se formar na testa dela.

— O que faremos?

— Sem nenhuma pista, não temos muito o que fazer — içou Diva de pé com uma só guinada. — Por hora, vamos voltar e contar a Madre, depois disso veremos o que mais temos em mãos.

Ela se perguntou se a saída se relacionava com o episódio do templo e se sentiu responsável — um pouco devastada. Tudo que tinha realizado nesse curto período repentinamente começava a desmoronar sobre ela e não sabia como avançar a partir dali, sua única opção seria sentar e esperar alguma notícia enquanto o sentimento de falsa conformidade a devorava por dentro.

Arquejou com o calor da mão de Dante em suas costas, conduzindo-a para longe da escuridão densa e cegando que gradualmente se inseria. O meio-demônio pousou o olhar confiante nela, não havia julgamentos ou pressão neles, mas identificou compreensão; alguém que sabia na própria carne o temor da perda, do horror de não ter mais nada pelo que lutar e ter a última ligação ser arrancada — e que a solidão e o desamparo influenciavam muitas das decisões cruciais e que, no fundo, se queria algo pra pertencer.

Se desligando por um momento, Diva assistiu, com a impressão de estar fora do corpo vislumbrando a cena como um filme, a conversa com a Madre não participando ativamente como gostaria. Se ela detinha alguma palavra de consolo, um gesto de empatia, mal tinha certeza. Em seu estado de expectadora, examinou as nuances de emoções que transfiguravam a face dela, podendo ler a tristeza, preocupação e medo disfarçado em um voto de fé que garantiria que Cassie retornaria para o monastério quando seu coração estivesse satisfeito.

— Eu sinto muito — sussurrou subitamente. — Isso talvez não teria acontecido se eu não tivesse mostrado a ela...

— Tem coisas, minha cara, que precisam acontecer independente da nossa vontade. — a Madre confidenciou com uma doçura quase maternal. — Ficaremos de olho nas coisas aqui e qualquer notícia te manteremos informada.

Diva assentiu.

Acabou, pensou entorpecida. Sem mais encenação, enxergava o espaço sagrado e as irmãs freiras com mais familiaridade, mas não queria se despedir por não alimentar a errônea ideia de que jamais voltaria para revê-las.

Se deslocar entre uma multidão para chegar no último minuto de embarque não fora a tarefa mais fácil, desviou de homens de ternos caros com malas elegantes, de idosas que paravam no meio do percurso e de outros tão afobados quanto ela indo no sentido oposto ao seu e esbarrando em seu ombro. Estar em meio ao tumulto do horário de pico não parecia o mais razoável plano a seguir, porém Dante assegurou que chegariam antes de anoitecer. Não protestou quanto a intenção dele de ir em frente, na verdade, a vontade era mútua.

Cogitou ser fruto do apego a ele, de ansiar a estabilidade de uma casa.

Tinha, agora, somente Dante. Ele não a deixaria.

A leve angústia a engoliu por momentaneamente e torceu para que, independente das circunstâncias, Cassie estivesse bem.

Encostando a cabeça no vidro, sob a vigília do meio-demônio, Diva contemplou a paisagem composta por comércios das mais variados departamentos, casas espremidas com outras de cores pastéis uniformes e prédios altos que dividiam a área e civis trafegando apressadamente para suas respectivas atribuições — ocupando suas horas com trabalhos para viverem em relativo conforto. E esse pacato itinerário se repetia dias após o outro, ainda que não houvesse nada que mudasse essa norma, as pessoas conseguiam encontrar pequenas felicidades: presenciar um homem presentear uma mulher com uma rosa que um dos passageiros distribuía lhe rendeu uma dose de serotonina muito bem-vinda.

— Quer uma rosa? — Dante indagou ao localizar a razão do sorriso tímido dela.

Diva corou, desviando atenção para a plataforma onde circulava alguns transeuntes que se dispersavam em rumos distintos. Constrangida e frustrada, se censurou por uma reação tão embaraçosa e por não respondê-lo, respirando fundo para conter a euforia e emoções que ameaçavam brotar e romper a barreira que levantou — o coração saltou e o rosto ardia em uma ardilosa constatação. Na dinâmica que desenvolveram, sentia segurança ao lhe contar o que pensava e os anseios que cultivava, mas aquilo soava muito mais sensível e cúmplice que uma troca de palavras singelas.

— Aqui. — Dante ofereceu com gentileza. Da flor avermelhada escorriam gotinhas de água que navegavam por algumas pétalas macias destacando o frescor e a tonalidade vivaz, ousaria dizer que eram recém colhidas de alguma roseira próspera e bem cuidada.

Agraciada, estendeu a mão para pegá-la e roçou os dedos suavemente no caçador e no breve contato, que durou menos que segundos, fora o suficiente para estremecer por dentro e se afastar prontamente. Inspirou a fragrância característica da rosa combatendo o febril e intenso rubor, focalizando no ato e não em suposições fantasiosas orquestradas por sua mente traiçoeira.

— Obrigada. — sorriu com toda ternura que podia compartilhar.

— Consegui um sorriso, então estou no caminho certo. — gracejou, fixando o olhar nela e inclinou ligeiramente o corpo para uma postura mais casual.

Dante viu o brilho nela: o dourado pálido flutuando ao redor feito o sol vespertino descendo no horizonte. Pela janela, a profusão de cores, variando de amarelos, vermelho e laranja com pigmentos de rosa que banhavam o céu tornava mais acentuado a vista quase etérea. Os fios castanhos que saltavam do penteado lhe deram um aspecto mais delicado e as matizes se refletiam nos contornos de seu rosto. Diva arregalou os olhos e seu semblante foi de acanhamento para fascínio em instante como se vislumbrasse uma obra maior e que lhe despertava interesse.

Ele se virou para janela para encontrar a costa, distante, a praia.

— Isso é... Lindo.

— Nunca foi a praia?

— Não. Eu sempre morei na região das montanhas, raramente saia. — confessou, corada. — Sempre quis conhecer e...

— Se a oportunidade surgiu, por que não? — O meio-demônio, de súbito, se firmou de pé e caminhou para fora do vagão assim que parou na estação seguinte. — Eu te levo.

— Do nada?

— Tem algo melhor pra fazer?

Ela negou com a cabeça.

Ostentando o mais convincente sorriso, Dante estendeu a mão esperando pelo salto de Diva para escaparem juntos.

Ao remover o sapato, Diva arquejou com a textura e a temperatura da areia que se infiltrava por seus dedos. No torpor exultante, se virou para Dante apontando para os pés soterrados com uma compleição cômica e o meio-demônio arqueou a sobrancelha em visível entretenimento, embora não tencionasse a se incluir na brincadeira. Não demorou para que abandonasse o calçado e corresse pela praia para o mar e desfrutar das ondulações que molhavam-na, chutando sempre que as ondas se quebravam.

No entanto, ela parou ali, sem esboçar nenhuma ação, admirando o resplendor do sol se pondo enquanto a correnteza se agitava. Nunca se deu conta até ficar diante dela que as coisas humanas tão comuns e normais que esteve usufruindo seriam impressionantes pra ela, mesmo uma vista monótona lhe encantaria como jamais compreenderia realmente.

Esquadrinhou a praia e sorriu.

— Ei, doçura. Ainda temos mais um lugar pra ir. — Dante chamou, mostrando os sapatos dela. — Pra fechar a curta excursão com chave de ouro.

— E vamos pra onde? — inquiriu entusiasmada, o rosado em suas bochechas frisando seu esforço físico.

Diva estranhou um pouco o terreno íngreme pelo qual subia, mas não parou, decidida a continuar para chegar a tempo. Dante seguiu atrás cuidando dos passos da jovem e ampará-la caso necessário, algo que não tinha acontecido até aquele momento. Ignorando um pouco do pavor rastejante em sua pele que ameaçava paralisá-la, ela chegou ao topo, tendo a mais bela e privilegiada vista da cidade do ponto mais alto de uma colina de rochedos. Com um sorriso cativante e cheio de pureza, ela abriu os braços para sentir a brisa a envolver com o sopro do final de outono. Era surreal e não pôde deixar de olhar para Dante com um sorriso terno e agradecido pelo pequeno, mas significativo presente.

Ela conseguiu usufruir da experiência dá liberdade.

— Obrigada por tudo isso. Pela rosa — tocou a flor presa em seu cabelo. — E ter me trazido. Eu sempre vou me recordar disso, prometo. Será como um tesouro inestimável. Como cada momento com você tem sido... — fechou os olhos. — E como espero que seja enquanto estiver aqui, do seu lado.

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