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CAPÍTULO 02

Estou ansiosa e agoniada. Não consigo parar de olhar para o celular um só segundo para ver se Elias mandou alguma mensagem ou se me ligou e eu não vi, mas nada chega. Nem um "como está seu dia?" como costuma enviar quando estamos longe um do outro. Nadinha.

Isso não significa que ele está me traindo, certo? Certo? Errado?

Eu estou ficando louca.

Talvez ele tenha de fato desistido de nós dois e arrumado alguém menos perturbada, alguém que o mereça e que dê todo o carinho do mundo. Mas... O que eu estou pensando? Essa desconfiança nem deveria ter passado pela minha cabeça. É o meu Elias. Ele jamais pensaria em me trair.

Ouço uma batida no portão e me levanto correndo, feito uma louca, achando que é ele, que por um acaso esqueceu as chaves da garagem e agora está batendo para que eu abra. Meu sorriso morre assim que vejo Keila à minha porta, com uma expressão de alegria.

Por que isso não me traz boas recordações?

— Nossa, Karen, você já ficou mais feliz de ver sua irmã caçula! Abre o portão que aqui fora está quente.

Volto para dentro da casa para pegar a chave do portão e corro até Keila, abrindo-o para que ela entre. Mal o portão se abre, e minha irmã pula no meu pescoço, esmagando-me em um abraço de urso, que retribuo com um sorriso no rosto.

— Você está tão magra! Não me diga que largou os hambúrgueres — brinca assim que se afasta. Ela entra na minha casa sem esperar convite, porque sabe que não precisa.

— Onde o Saulo está?

— Ah, saiu com uns amigos hoje. É nosso dia de passe livre para fazermos nossos planos sozinhos — responde, jogando os pés na minha mesinha de centro. Bato no seu pé, e ela me xinga, mas não sai tira as patinhas dali. Folgada. — Você está assustadoramente magra, Karen.

— Eu sei. Meu apetite não está muito bom esses dias.

Dou as costas para ela, evitando encarar seus olhos verdes curiosos. A gente costumava ser parecida antes, mas agora que o cuidado comigo mesma deixou de ser prioridade na minha vida, estamos bem diferentes. Não tenho mais os cabelos loiros brilhantes e nem as bochechas cheias e coradas como a de Keila. O corpo então, não poderia estar mais diferente.

Keila me segue até a cozinha e me observa enquanto encho um copo de suco, demorando o máximo de tempo que posso para que ela não descubra que estou evitando seu olhar.

— Ká, isso tem que passar, minha irmã. Você parou sua vida desde que...

— Não! — interrompo. — Não venha me dizer como devo agir, Keila. Por favor, não começa... Não quero falar sobre isso.

— Me desculpa. Você tem razão. — Ela me surpreende e se aproxima de mim, abraçando-me com força. — Te amo, Kaka. Sempre estarei aqui por você, sabe disso. Só... não quero perder minha doce e espevitada irmã.

— Também te amo.

Mordo o lábio com força para não chorar e decido me afastar antes que eu desabe. Essa é uma das coisas que não gosto de mencionar para ninguém, muito menos para minha família. Falar disso me joga em um poço, e sempre é difícil voltar para a superfície.

— Cadê o Elias? Estou com saudade do meu cunhado gato.

— Ele... foi trabalhar. Tinha coisa urgente no banco — respondo, sem graça, tentando disfarçar a tristeza que sinto ao falar dele.

— Em pleno sábado? Ué, achei que ele folgasse. — Quando não respondo nada e coloco o copo vazio na pia, Keila me olha com uma expressão curiosa, mas não fala nada. — Melhor ainda, então hoje o dia é todo nosso! Fiquei com saudade de antigamente. Nós nunca mais passamos um final de semana sem responsabilidades, comendo e falando besteira. Nem me lembro quando foi a última vez desde que nos casamos. E olha que a gente mora pertinho ainda.

— Nem eu lembro... — falo sorrindo.

É fácil me sentir como antes quando estou perto das minhas irmãs. Exatamente porque elas me lembram da pessoa que eu costumava ser; dramática, agitada, faladeira e sempre com um sorriso na cara. Vejo bem mais Keila do que Karina, porque nossa irmã caçula fez questão de se mudar para perto de mim quando me casei.

Nós colocamos um filme para ver na sala de televisão, mas Keila fala mais do que os atores e é impossível assistirmos alguma coisa. Fico muito feliz pela presença dela ali, isso me impede de passar o resto do dia inteiro pensando besteira.

Quando a noite chega, Elias ainda não chegou e minha irmã está me ajudando a limpar a bagunça que fizemos pela casa antes de ir embora.

Tenho certeza de que Keila está morta de vontade de perguntar se está tudo bem entre Elias e eu, mas graças a Deus ela segura sua curiosidade.

— Pedi meu Uber. Ele chega em dez minutos. Meu homem mal chegou em casa e já está dizendo que está com saudade. O que um bom chá de boceta não faz!

— Keila! — brigo com ela e gargalho. A doida me acompanha, digitando algo no celular com uma risada maliciosa. Quero nem saber o tipo de mensagem que troca com marido...

De repente, ouvimos o barulho do portão da garagem, e meu coração se agita por saber que Elias finalmente chegou em casa. Seus olhos azuis se arregalam ao ver minha irmã, mas um sorriso imediatamente aparece em seu rosto.

— Keilinha, que prazer te ver aqui. — Minha irmã bate palma de empolgação e corre para abraçá-lo. Ele sempre se deu bem com toda a minha família, tanto que, às vezes, quando visitamos a casa dos meus pais, mais parece que é a família de Elias. — Está aqui faz tempo?

— Sim, cheguei um pouco depois do almoço. Jesus, me esqueço de como você fica bonito assim quando finge que é sério — ela responde, toda assanhada, e pisca para mim.

Meu marido solta uma risada baixa, e tenho que concordar com Keila. Seu habitual traje de trabalho se resume a um terno. Agora que ele deixou a barba crescer, ficou com cara de mais sério, perdendo um pouco da expressão de bebê arteiro que tinha quando nos conhecemos.

Os dois ficam conversando besteiras, e não posso deixar de notar que Elias não me olhou. Não me olhou e não me deu o beijo na testa que dá sempre que chega. Às vezes, parece que para ele é doloroso até o simples fato de me encarar.

Travo o maxilar e estou quase sumindo daqui, mas minha irmã volta a chamar minha atenção quando me abraça e diz que seu Uber chegou. Ela sai louca e saltitante como sempre, e não evito sorrir.

Sigo Keila e tranco o portão, dando um tchauzinho para ela enquanto o carro some.

Quando volto para casa, Elias não está mais no hall. Solto um suspiro alto, com medo do que me aguarda ali dentro. Não vou dizer que ele nunca chegou mal-humorado, cansado e de cara fechada em casa. Qualquer ser humano normal está sujeito a isso depois de um dia exaustivo, mas é a primeira vez que ele me trata diferente, que é distante.

Tomo coragem e vou até nosso quarto. Vejo o terno pendurado, pois o homem é todo organizado com suas coisas, e escuto o barulho do chuveiro da suíte. Mordo o lábio, ansiosa, e coloco os dedos na maçaneta para perguntar sobre seu dia.

Eu posso fazer isso. Amo demais esse homem para vê-lo perdendo sua essência por minha causa.

Decido abrir a porta devagar para surpreendê-lo, mas quem acaba surpresa sou eu ao ver a cena à minha frente.

Franzo a testa por alguns segundo ao ver a mão de Elias subindo e descendo ao redor do pau em um movimento acelerado. Seus olhos estão fechados, e a testa está encostada na parede. Vejo o momento exato em que seu gozo sai, espirrando na parede. Meu marido aperta os lábios, como se para conter o som de um gemido, e seu corpo tremula até a última gota sair.

— Elias... — sussurro, sentindo um nó na garganta que não consigo explicar.

Mesmo a cena sendo sexy para um caramba — e garanto, é demais —, sinto compaixão pela sua expressão.

Seus olhos se abrem de surpresa ao me ver parada ali, apertando os dedos de nervosismo.

— Eu... — Uma expressão indecifrável está estampada no seu rosto enquanto ele lava a mão e o pau. — Já estou saindo.

Ele se vira de costas, e aperto os lábios. Não sei o que dizer. Nunca fiquei sem saber o que dizer para ele, para o homem com quem divido a minha vida há cinco anos.

No que transformei meu casamento, Deus?

Saio dali e me sento na cama, sentindo meu corpo tremendo com a possibilidade de perdê-lo. Não irei dormir hoje até conversar com Elias, até tentar voltar à normalidade. Na medida do possível.

Quando Elias sai do banheiro, levanto a cabeça dos joelhos para olhar para ele, que vai até o guarda-roupas, com a toalha amarrada na cintura e o corpo ainda molhado.

— Como foi no trabalho? — pergunto baixinho, e ele não me olha enquanto veste uma boxer.

Meu olhar percorre seu corpo com amor, com desejo, com toda a paixão que sempre carreguei dentro de mim por esse homem, mas tudo isso não importa agora. Eu preciso que ele veja isso, que ele saiba que, independentemente da pessoa que me tornei nos últimos meses, o meu amor por ele nunca mudará.

— Cansativo. — Ele suspira e veste uma bermuda. — Vou pedir pizza, quer escolher o sabor?

Elias faz tudo isso de costas para mim.

— Pode ser de calabresa — sussurro e me levanto da cama, sentindo minhas pernas moles a cada passo que dou em direção a ele.

Estendo a mão para pegar a toalha que passa pelos seus fios, e Elias franze a testa sem entender. Seguro sua mão e o sento na cama, ficando atrás dele passa secar seu cabelo da mesma forma que fez comigo no dia anterior.

Controlo o tremor e deslizo o tecido pela sua cabeça. Viro-o para mim para que me olhe, e ele parece relutante em fazer isso, mas consigo que venha para o centro da cama. Meu marido fecha os olhos quando seco seu peitoral que quase nunca vê uma camiseta quando estamos em casa.

— Elias... — falo baixinho após secar seus cabelos. Ele passa os dedos pelos fios lisos e castanhos para arrumá-los e abre os olhos. — Você... Não sei como te perguntar isso. Nunca achei que precisaria.

Sento-me no colchão e abaixo a cabeça, desviando das íris azuis penetrantes que me encaram. Foco na toalha que coloco no meu colo e mordo o lábio com força.

— Você... está procurando outra mulher por aí?

Ergo meu rosto para encarar o seu, buscando qualquer reação que possa incriminá-lo, mas tudo o que vejo ali é dor. Dor de um jeito que nunca vi em seu olhar.

Elias solta uma risadinha baixa, que não combina em nada com ele, e seco uma lágrima que cai de um olho meu.

— Não acredito que está me perguntando isso, Karen — fala e desce do colchão com agilidade, dando-me as costas.

Fico sem reação quando Elias simplesmente sai do quarto, deixando-me ali de boca aberta e intrigada.

Afundo a cabeça na toalha e solto um gritinho, xingando-me mentalmente por não ter abordado o assunto de forma diferente. Ou melhor, eu me xingo por ter abordado o assunto. Ao invés de tentar consertar nosso casamento, piorei tudo acusando-o de me trair no lugar de tentar acabar com a dor que vi nos olhos que sempre foram cheios de alegria.

Deus, me ajude a consertar isso. Não deixe que meu casamento acabe por minhas falhas.

Faço uma prece silenciosa antes de tomar coragem para segui-lo.


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