IV
Três coisas ficam bem claras para mim quase imediatamente: a porcaria do perfume que ele usa é forte o suficiente para me alcançar, mesmo com um noivo ciumento devidamente posicionado entre nós dois; seus olhos ficam um pouco mais escuros quando está irritado, coisa que está, e muito; e ele fez de propósito.
Calebe disse meu nome de propósito.
Sei disso porque ele se limita a dar de ombros e deixar o pepino na minha mão. Não se dá ao trabalho de tentar explicar nada, o filho da mãe. Apenas me encara com um olhar que beira exalar um desapontamento que não sei de onde ele tirou. Então eu digo a única coisa que consigo pensar na hora:
— Mundo pequeno, né? Já esbarrou na Jéssica? Ela estava falando de você agorinha mesmo — pergunto, e vejo-o cerrar os olhos. Não é mentira, ela estava mesmo.
Parece ser o suficiente para tirar a atenção de Breno sobre mim e fazê-lo voltar a olhar para o primo. Primo. Não podia ser um amigo distante, um conhecido do trabalho, alguém com quem trocou meia dúzia de palavras em uma vida passada. Não. Primo.
— Você não mudou nada — Breno diz com uma risada, dando um tapa no ombro dele. Calebe abre um sorriso fraco, mas a irritação em seus olhos continua diretamente dirigida para mim. — Tem o que, uma semana que você chegou? Desse jeito a tia Marta pode esquecer os netinhos e a nora que ela tanto quer.
Uau. Não era exatamente o que eu estava esperando como reação. Joguei o nome de Jéssica porque, de fato, foi com ela que ele se enroscou, mas imaginei que precisaria dar alguma explicação adicional. O fato de Breno ter entendido a insinuação sem que eu dissesse mais nada deixa bem claro o enorme cafajeste que esse daí deve ser. E isso faz com que eu dê um passo curto para trás e arrume minha postura também.
Espero que minha amiga use o seu poder mágico e apareça, como sempre faz quando estou pensando nela, mas dessa vez parece que fui largada à minha própria sorte. Percebo que parei de prestar atenção na conversa quando Breno cutuca minhas costas, pedindo minha atenção e, aparentemente, a confirmação de alguma coisa.
— Claro, parece ótimo — respondo no automático, torcendo para que sirva de resposta para o que quer que seja o questionamento.
— Então está decidido — meu noivo diz, animado feito uma criança. — Você vai com a gente amanhã.
Com a gente... onde?
Não tenho tempo de perguntar, porque a mãe dele logo aparece, avisando que o jantar vai ser servido. Vejo a massa de convidados começar a se deslocar para o outro cômodo e tudo que consigo pensar é no potencial de desastre catastrófico que está nas minhas mãos bem aqui. Nas minhas mãos não, nas mãos de Calebe, que não me dirigiu uma palavra que seja; que não me dirigiu nada além de uma insatisfação muito clara e nem sei o que que eu fiz.
— Já encontro com você — digo ao Breno, apontando com a cabeça para a direção em que fica o banheiro. Ele concorda com a cabeça e me dá um selinho.
— Não demora.
Vasculho o cômodo, passando os olhos pelo que sobrou de gente aqui e encontro quem estou procurando. Praticamente arrasto Jéssica pelo braço quando a alcanço, interrompendo sua conversa com nem sei quem.
— Ai! Que foi, guria? Que cara é essa?
Ergo as mãos, segurando as bochechas dela entre as minhas palmas.
— Calebe está aqui — digo pausadamente e vejo seus já enormes olhos escuros se arregalarem cada vez mais. — Ele é primo do Breno.
— Ele o quê?!
Aceno com a cabeça em positivo. Isso mesmo. Mundo pequeno dos infernos.
— Como que ele é primo do teu noivo e você não sabia disso, Rebecca? — pergunta, olhando ao mesmo tempo confusa e preocupada. Ela entende o problema muito bem. Se aquele homem abre a boquinha, Breno vai ter um treco.
O problema não é nem somente ele descobrir a péssima pessoa que eu tenho sido ultimamente assim, pela boca de outra pessoa, sem que eu tenha a chance de me explicar. O problema é isso ser feito na frente de todo mundo: família, amigos e a meia dúzia de clientes importantes que vi por aí. Breno se esforça com a vida para manter a credibilidade de bom homem de negócios respeitado para todo mundo que importa da região, faz questão de nunca ter seu nome envolvido em nada minimamente duvidoso e odeia, simplesmente odeia, ser pego de surpresa.
Oi, amor. Estou indo para a Nova Zelândia, esqueci de avisar não é uma coisa que possa ser dita nessa mesa de jantar.
— Eles não se falavam, nunca conheci, não sei — balbucio, passando a mão pelo cabelo.
Jéssica joga os ombros para trás e leva as mãos aos meus braços.
— Porque eu sou sua melhor amiga e te amo mais do que qualquer coisa no mundo inteiro, eu vou fazer o sacrifício de distrair aquele pedaço de mau caminho a noite inteira — diz com uma seriedade que não combina nem um pouco com as coisas que ela está pensando em aprontar.
— Você não presta — anuncio, balançando a cabeça. — Obrigada.
Ela começa a andar na frente e eu respiro aliviada. Ou quase. Não dá para respirar muito com esse vestido. Por que eu concordei em usar essa porcaria?
Quando chegamos à mesa, sento-me ao lado de Breno em uma ponta, notando a cadeira vazia ao meu lado, que provavelmente foi deixada para Jessi. Ela, contudo, vai ao outro lado da mesa e sussurra alguma coisa no ouvido de um cara que não lembro de ter visto antes e ele troca de lugar com ela, que se senta ao lado de Calebe. Jéssica nem espera que o homem note sua presença; beija seu rosto e abre um sorriso gigantesco. Sorriso esse que ele retribui, aberto e sincero enquanto conversa com ela.
O jantar, com todos os seis diferentes pratos que são servidos, dura pouco mais de duas horas e, pelo jeito perfeitamente efetivo com que minha amiga distrai Calebe, duvido que passe a noite sozinha. O que me faz agradecer por Henrique, por fim, não ter vindo. Ele mandou uma mensagem mais cedo se desculpando e dizendo que surgiu um imprevisto. Sinto um pontinha de chateação por não o ter aqui, mas não gostaria que ele visse a mulher que ele gosta pendurada em outro cara desse jeito. Então é melhor assim.
Ao fim da sobremesa, Breno deixa um beijo na minha mão e se levanta, chamando a atenção de todos.
— Queria agradecer a presença de cada um de vocês aqui hoje. É uma data muito especial e que já estava sendo adiada demais. Há alguns anos, conheci a mulher da minha vida e não via a hora de poder colocar um anel no seu dedo.
Sorrio e quase posso ouvir os suspiros ao meu redor. Eu sei. Fisguei o solteiro mais cobiçado de Canoas. Já ouvi isso mais vezes hoje que no resto da vida inteira. O que não faz sentido absolutamente nenhum para mim, porque tudo que estamos fazendo é oficializar um relacionamento que já dura mais de meia década. Não é como se Breno estivesse solteiro antes. Superem.
— Rebecca é para onde quero voltar no fim do dia, depois de uma viagem longa. Amo meu trabalho e todas as oportunidade que ele me proporciona de conhecer o mundo, mas ela é minha casa. E espero que sempre seja. — Breno tira os olhos do restante dos convidados e me encara com um sorriso estampado no rosto. — Dentro de pouco mais de um mês, você vai oficialmente se tornar senhora dessa casa e da minha vida. Diante de Deus, das nossas famílias e amigos. Eu sempre vou fazer o que puder para te fazer a mulher mais feliz do mundo.
Absorvo seu sorriso aberto e olhar fixo em mim. A taça erguida no ar, a postura perfeita. Permito que em meu rosto cresça um sorriso tão aberto quanto o dele e a áurea de emoção do ambiente me contagia, finalmente.
Inferno, eu vou me casar.
Não é como se eu não soubesse disso antes, mas eu sou lenta para algumas coisas e a ficha demora a cair. Faz pouco mais de um mês que ele fez o pedido e, depois de tanto tempo juntos, não havia outra resposta que fizesse sentido que não um "sim". Mas nada realmente mudou na minha vida desde então. Ele saiu em viagem no dia seguinte e eu voltei à faculdade. Agora, aqui, a magnitude de tudo finalmente me atinge e sinto a onda de ansiedade, adrenalina e expectativa me atingir com tudo.
Respiro fundo e moldo um "eu te amo" com os lábios quando a mesa irrompe em aplausos e aceito sua mão quando ele me oferece, ficando de pé ao seu lado, devidamente em exibição para todos os olhares atentos.
Vejo minha mãe emocionada, meu pai erguendo uma taça na minha direção. Minha querida sogra bate palmas sem esconder a careta contrariada. Vejo algumas amigas — "amigas" — em comum com os olhos marejados, outras com um sorriso mais falso que minha unha postiça. Os colegas de trabalho de Breno, sem exceção, acenam em aprovação. Até Jéssica se desfez da sua cara de descontentamento, sempre presente quando Breno está envolvido, abrindo um sorriso e acenando em incentivo. O fato de minha amiga estar feliz por mim faz toda a diferença do mundo e me permite ficar feliz também.
Calebe, ao seu lado, continua com cara de bunda. É a única forma de descrever.
A enorme mesa aos poucos começa a esvaziar. Já passa das dez e, embora ainda esteja relativamente cedo, muitos começam a se preparar para ir embora. Não demora mais do que uma hora e meia para que reste somente quem vai passar a noite aqui.
Quando fecho a porta após meus pais saírem, quase posso ouvir o eco reinar no ambiente. A sala, agora vazia, é quase opressiva.
— Preciso do meu sono da beleza — Jéssica anuncia, saltos na mão, deixando um beijo na minha bochecha. — Não dormi quase nada noite passada e tive um dia puxado.
— Sei bem como foi puxado — implico, fazendo-a soltar um suspiro depois de morder o lábio inferior. — Se controla, mulher.
— Vou ter que me controlar mesmo, pelo visto vou passar a noite muito bem acompanhada do meu travesseiro e só.
Franzo o cenho, perguntando se a gente estava no mesmo jantar, porque tudo que eu vi foi ela e Calebe muito bem entrosados a noite inteira, a atenção dele completamente voltada para ela.
— Tem certeza?
Ela balança a cabeça, confirmando.
— Ele foi todo galante e educado, um príncipe. Prestou atenção em tudo que eu disse o tempo inteiro, perguntou coisa, todo interessado. — Ela faz uma careta. — Mas sei reconhecer a hora de parar de gastar meu decote à toa. Dali não vai sair mais nada não.
Ela faz um bico dramático e me dá outro beijo antes de sair. Não vejo o dito cujo enquanto vou a caminho da cozinha pegar um copo de água para beber. Passei o jantar inteiro com uma taça de vinho na mão e minha garganta está seca como um deserto.
Apoio-me na bancada, surrupiando uma outra porção do mousse de chocolate que foi servido durante o jantar, alternando colheradas do doce com goles da água gelada. Não tenho certeza qual dos dois me faz gemer de satisfação, mas acontece.
Estou quase na metade da tacinha quando sinto um corpo colar no meu por trás. A colher é roubada da minha mão e recosto a cabeça no ombro de Breno.
— Não acha que já comeu doce demais por hoje não, mocinha? — pergunta e solto uma risada baixa, acomodando-me nele. — Vou ter que proibir açúcar nesse lugar quando você estiver aqui desse jeito. Vamos para o quarto?
Concordo com a cabeça, ignorando a implicância constante com meus hábito alimentares. Desencosto da bancada e começo a contar os segundos para tirar esses sapatos.
— Vou só passar no escritório um minuto e já te encontro. O chuveiro da suíte está com problema na água quente, acho melhor você usar o banheiro normal. Vai vir alguém consertar amanhã mesmo.
Com um beijo na minha testa, se afasta e vai em direção ao cômodo na outra ponta do andar enquanto subo as escadas. Passo no quarto apenas para pegar uma camisola e corro para o banheiro, quase morrendo de satisfação debaixo da água quente. Decido dar um jeito no meu cabelo que está pedindo socorro pela manhã e limito-me a tirar o que sobrou da maquiagem. Jogo o vestido usado no cesto de roupas sujas que fica no canto do cômodo e abro a porta, praticamente tropeçando em alguém parado na porta.
Pela segunda vez no dia, me vejo perto demais de um tronco despido. Do mesmo tronco despido. Desta vez, contudo, ele se afasta quase instantaneamente. Calebe não diz nada, apenas acena com a cabeça quando libero passagem para que ele entre no banheiro.
E isso começa a me irritar.
— O que eu te fiz? — pergunto quando ele está quase fechando a porta.
Ele para e me encara, abrindo novamente a porta, apoiando-se de lado na parede, braços cruzados na frente do corpo. O que só serve para destacar com maestria a perfeita forma física que ele exibe. Sem nenhum quadradinho exagerado no abdome, definido, mas sem parecer ridiculamente artificial. Por que sempre sem camisa? Meu olhar desce até onde a barra da calça de moletom está. Já não me surpreende mais quando volto a olhar seu rosto e vejo seu olhar irritado.
— Essa cara aí mesmo. Desde que me viu aqui está me olhando como se eu tivesse cuspido na sua comida. O que eu te fiz?
Ele solta uma risada baixa, incrédula, e balança a cabeça, o olhar ainda preso ao meu. Coloco uma mão na cintura e espero.
— E como você quer que eu te trate, Rebecca? — pergunta, sem se mover, sem tirar os olhos dos meus, a expressão perfeitamente neutra novamente.
A forma como enfatiza meu nome dessa vez não é rouca, mas quase ácida.
— Quer que eu fique excitado por você estar me olhando do mesmo jeito que me olhou hoje de manhã quando acordou na minha cama?
— Não estou te olhando de jeito nenhum — interrompo, mas ele ignora e continua falando.
— Quer que eu te diga o que pensei quando te vi naquele bar ontem? Ou quer que eu te dê cada detalhe do que passou na minha cabeça hoje de manhã quando te vi dentro da minha camisa, na minha cama?
Sinto minha postura vacilar e umedeço os lábios, respirando fundo para segurar uma lágrima que eu estou sentindo que está tentando sair. Não sei nem por que, mas está.
— Quer que eu jogue piada e flerte com você de novo depois de descobrir que você é noiva do meu primo?
Calebe desapoia da parede e dá os três passos que precisa para me alcançar. Empino o queixo diante da sua postura rígida, trincando os dentes para não o mandar para lugares que minha mãe condenaria. Ele se inclina na minha direção e cola a boca na minha orelha como fez hoje de manhã quando entrei no Uber que me buscou no hotel. Dou um passo para trás, mas sua mão vai à minha cintura e me puxa para perto de novo.
— Eu não vou — anuncia. — Se você não respeita seu noivo, eu respeito meu primo por nós dois. Então é exatamente assim que vou te tratar. Como se você tivesse cuspido na minha comida.
Dou uma tapa na sua mão que está na minha cintura e dou um passo para trás, irritada. Alcanço novamente seu olhar, esperando encontrar deboche no seu rosto, mas por algum motivo ele parece tão irritado quanto eu.
— Coloca uma camisa — digo entredentes, cutucando seu peito com a ponta da unha antes de virar as costas e sair praticamente batendo pé.
Ouço um resmungo ininteligível antes de ouvir a porta do banheiro ser fechada.
Sinto minha garganta arranhar enquanto vou em direção ao quarto, sem saber muito bem o motivo. Mentira. Sei bem o motivo. Quero dar na cara arrumadinha dele, mas Calebe está irritantemente certo.
Eu realmente estou me sentindo uma bela de uma filha da puta por ter sido incapaz de evitar notar cada maldito detalhe dele quando acordei, e de novo agora. Não sou assim normalmente, juro que não. Tudo bem que estou comprometida, não cega. Eu sei reconhecer um homem bonito quando vejo um, mas não me afeta normalmente. Não a ponto de eu voltar para dar uma segunda olhada. Não a ponto de desejar tocar. Definitivamente não a ponto de não passar a acreditar instantaneamente que ele magicamente passou a ser uma mulher no segundo que descobri que Jéssica está interessada.
Meu primeiro instinto estava mais do que certo: a melhor coisa que faço é ficar bem longe dele.
Paro na frente do quarto, mão na maçaneta, e respiro fundo, secando uma lágrima que escorreu. Pura raiva, nada mais.
Abro a porta do quarto, pronta para encontrar a cama vazia, mas me deparo com Breno sentado ali, o notebook aberto na sua frente. Assim que me vê, ele sorri e fecha o computador, colocando-o de lado.
— Não fica brava comigo — diz, estendendo a mão para mim.
Demoro alguns segundos para processar o que ele diz, ainda com a cabeça presa no que Calebe falou. Quando finalmente absorvo suas palavras, pergunto-me por um segundo o quanto de raiva uma pessoa pode passar em um dia só. Não é possível. Vou na direção de Breno e deixo que me puxe para sentar de lado no seu colo, mesmo que realmente não esteja com nenhuma vontade de qualquer contato físico nesse momento.
— Por que eu ficaria brava com você? — pergunto.
Ele se move, tombando-me na cama com as costas no colchão, e se deita por cima de mim.
— Eu sei que prometi que aquela era a última viagem...
Solto um grunhido, já sabendo onde isso vai dar. Tento me levantar, mas ele me prende.
— Amor, por favor — diz, depositando beijos curtos nos meus lábios. — Estou morrendo de saudades de você. Não vamos brigar.
— Você prometeu — digo, recostando a cabeça no colchão. Sinto sua mão subir pela minha coxa e brincar com a lateral da minha calcinha, mas paro seus dedos. — Você prometeu, Breno.
— Eu sei — responde, descendo os lábios pelo meu rosto. — E eu vou ajudar com cada detalhe do casamento, prometo. Eu realmente não entendo por que você só não para uma cerimonialista, mas já que faz questão que eu esteja envolvido, então vou estar. Vai ser uma viagem curta, são só alguns dias. Depois disso, vou para o apartamento em Rio Grande e fico com você. Ou você pode vir para cá e ficar em Canoas...
A sugestão fica aberta, solta no ar enquanto sua boca percorre meu pescoço. Não me dou ao trabalho de apontar, mais uma vez, o óbvio: tenho uma vida inteira em Rio Grande, meu trabalho, meus alunos. Não posso, não quero e nem vou largar tudo assim para brincar de madame aqui. Nem sei como a gente vai fazer para conciliar tudo depois do casamento, ainda não conversamos sobre isso.
O que me lembra do pequeno elefante branco chamado Nova Zelândia que está sentado no calendário batendo pezinho, esperando pela minha decisão. Preciso falar com ele, mais cedo ou mais tarde. Quanto mais tarde for, pior vai ser.
— A gente precisa conversar — murmuro, sua mão agora afastando minha calcinha do lugar, minha mão tentando afastá-lo.
— Agora? — questiona, tomando minha boca para si.
Gemo baixo contra seus lábios, rapidamente deixando o assunto de lado pelo simples fato de que faz quase três semanas desde que o vi pela última vez. Ele está com saudades, eu também estou. Meu corpo está, pelo menos, mesmo que minha mente tenha tirado férias nesse momento.
Breno volta para o quarto alguns minutos depois de ter saído para tomar banho e eu estou deitada na cama, enroscada no cobertor, rolando pelas notificações do celular. As coisas ficaram imediatamente esquisitas depois que acabamos de transar. Por mais que seus toques tenham sido efetivos em acender o desejo e a saudade em mim, minha cabeça está muito longe e incapaz de se concentrar em qualquer coisa. Fiz um belo show e ele não percebeu que não gozei de verdade, mas isso só fez com que fosse adicionada uma grossa camada de frustração em cima de toda a inquietação que estou sentindo.
Sinto o colchão afundar ao meu lado e seu braço cobre meu corpo.
— Você está bem? — pergunta, e deixo o celular de lado. — Mal falou nada a noite toda.
— Cabeça cheia — respondo, o que não é mentira. — O que a gente vai fazer amanhã?
— Tenho um brunch com um cliente e a esposa dele e preciso que você vá comigo — anuncia, deixando um beijo no meu ombro.
Viro na sua direção, pronta para reclamar, mas seus lábios me calam antes que eu tenha a chance.
— É coisa rápida, depois nós podemos ir ao parque com a Jéssica e o meu primo — completa, ainda contra a minha boca. Não consigo evitar o gemido de reprovação. — Que foi?
— Não sei se gostei do seu primo — respondo, afundando a cabeça no travesseiro, desvencilhando-me dele.
Breno solta uma risada e sai de cima de mim, deitando no travesseiro ao lado.
— Se não gostou, vai gostar — anuncia, como se isso resolvesse tudo. Duvido muito. — Nós ficamos muito tempo afastados, é bom o ter por perto de novo. É muito importante para mim que vocês se deem bem, amor. Você pode tentar? Por mim?
Suspiro e concordo com a cabeça.
Isso não vai ser nada divertido.
Nada, nada divertido.
VAI SER DIVERTIDO SIM
Oi, menineeeees! Tutupom?
POIS MUITO QUE BEM!
Rebecca lindinha tá toda errada escondendo as coisinhas de todo mundo e tarando os taquinhos alheios ou a gente perdoa e tem justificativa?
E o Calebe? O que acharam da reação dele? Grosso desnecessário ou fado sensato?
Contem-me tudo, não me escondam nada!
Lembrem de votar, comentar e compartilhar a história sempre que puderem <3
Amo vocês!
Até breve <3
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